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Ildazio Jr.: De volta ao futuro

Por Ildazio Jr.

Ildazio Jr.: De volta ao futuro
Foto: Jotta Fotógrafo / Divulgação

Para Dr. Ito Meirelles Filho, que me deu esse insight

 

Engraçado como a vida se repete. O dito “na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, de Antoine Laurent de Lavoisier, me parece começar a se aplicar. Vejo ensaiarem mudanças no Carnaval baiano neste novo normal, que desponta hoje como norte para se começar a debelar as chamas deste imenso incêndio que tomou o setor do entretenimento como um todo!

 

Vocês pararam para pensar que, em meio a essas restrições, protocolos e a situação como um todo de incertezas sobre grandes aglomerações, a mão invisível do mercado está conduzindo essa grande festa para a volta do modelo de negócio “Carnaval de Clube”? Só que de uma maneira maior. A mudança feita para o modelo Camarote, “dependia“ da rua, pelo menos no início, antes de se tornarem “Clubes”. Pois é. Agora, com o muito provável fato de não rolar carnaval oficial, sem a rua ou trio passando, me parece que podemos estar diante do que seria mais uma reviravolta da festa, e o camarote vir a ser indoor! E pensando bem aqui, acontecendo e sendo lucrativo, terá volta ou será como o home office, que se incorporou definitivamente no dia a dia empresarial?

 

Senão, vejamos: o Carnaval Baiano sempre foi artisticamente uma reconhecida plataforma de lançamento e visibilidade para estrelas musicais e revelações locais, nacionais, internacionais. Sendo assim, nos acostumamos a uma pluralidade sui generis de ritmos e locais em uma só festa, pois ao final tudo sempre acaba em carnaval. Porém, há muito esses grandes shows saíram de cima de trios e blocos e vinham acontecendo nos grandes Camarotes, que de certo modo já faziam a nova versão do Carnaval dos clubes das antigas!  Posto isto, durante anos algumas bandeiras abrigaram os grandes bailes e estrelas musicais da hora como: Fantoches, Cruz Vermelha, Yacht, Peri-Peri, Baiano de Tênis, Associação Atlética, entre tantos que há 20 anos foram substituídos pelo Salvador, Skol, Vila Mix, Harém, Nana... E a cada ano se cria mais uma ou duas operações novas, e assim vai se perpetuando essa, ao meu ver, fundamental ferramenta de entretenimento no Carnaval! 

 

Venho direto aqui falando desse atual Carnaval Frankstein baiano, que  precisa de um momento disruptivo para alcançar uma maior amplitude, aumentar a festa, sua movimentação financeira, descentralizar o lucro, com bairros a todo vapor. Locais tradicionalmente conhecidos como endereço de entretenimento para abrigar todo o trade, escolhidos pontualmente pela infraestrutura e notoriedade que já possuem, facilitando assim a vida de todos, com muita festa rolando em todo os cantos e grana para todos os bolsos. Mas já sabem como é gente, né? Melhor dizer que “sou contra o axé” do que aceitar a realidade e partir para entender o novo cenário. Mas fazer o quê? Já acostumei! 

 

Sim, mas voltando à vaca fria: essa semana aqui no BN, li que o pessoal da Salvador Produções (uma das maiores, quiçá a maior produtora hoje em dia em eventos e artistas da Bahia) anunciou que estão prontos para um plano B onde já têm tudo pronto da grade artística à técnica para 5 dias de festa no antigo parque aquático Wet n’ Wild – que por sinal é administrado pela Salvador Produções. É um espaço já cativo, ou seja, o seu clube só que mais democrático, pois qualquer um compra ingresso e não existe privilégios para sócios contribuintes. Entenderam?  Por motivos “de força maior”, o carnaval volta a uma nova espécie de “Clube”, só que de maneira mais grandiosa, revista e ampliada em dias de festa, com pelo menos umas 20 atrações e para todos os bolsos, da pista ao Camarote. Oops, eu ouvi Camarote? Sim, os clubes nas antigas vendiam pista, mesa e camarotes, e daí que se puxou o termo quando lá em 2001 tudo recomeçou no Barra – Ondina. Me refiro aos pagos e não institucionais, como o de Daniela, por exemplo, que veio antes! Os espaços que estão na alça de mira do trade, fora o Wet, que têm dono são: Arena Fonte Nova, Espaço Jequitaia, Centro de Convenções – que não se pronunciou ainda, mas tenham certeza que estão doidinhos para a milionária indústria do entretenimento voltar –, Parque de Exposições e Pelourinho. E as movimentações estão em pleno vapor! 

 

Ah, e o povão no paredão, que nunca parou mesmo na pandemia, e que, com toda certeza, forma mais e mais plateia a cada dia, assume assim uma espécie de novas “Lavagens“, em um desenho novo também para carnaval anterior de rua em bairros! 

 

Com essa readequação forçada e números em mãos, os empresários farão a conta e daí o martelo será batido. E veremos se o Carnaval, mais uma vez, se reinventa em opções ou se escrevi besteira – como sugeriu um amigo inconformado com a situação do trade em um grupo de zap sobre minha última coluna aqui no BN (e que até entendo). Mas é porque me parece tão claro, principalmente somando à total falta de associativismo do trade, que sempre maldiz o novo  e no início torce o nariz (foi assim na guerrinha inicial de blocos x camarotes até os donos de blocos montarem os seus ou se associarem! Rs). Mas basta verem fumaça que todos pulam para o barco, que qualquer um enxerga, até aqueles que dizem que escrevo besteira!

 

Axé