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Ildazio Jr.: A volta dos que não se sabe se irão novamente

Por Ildazio Jr.

Ildazio Jr.: A volta dos que não se sabe se irão novamente
Foto: Jotta Fotógrafo / Divulgação

Venho há 15 meses chamando a atenção do grande público leitor do BN e, claro, do trade do entretenimento sobre a nova realidade que deve ser encarada pelo mercado devido à imensa derrocada e inoperância imposta pela Covid! Falei aqui da importância de se entender as redes sociais, das lives, da digitalização definitiva das carreiras artísticas, da não realização por 2 anos do São João e Carnaval (quase cancelado fui!) e grande eventos, do desmonte do parque técnico e profissional, de um nova proposta para o Carnaval com novos circuitos... E, acima de tudo, sobre uma grande oportunidade para a reconstrução de um mercado tão importante para o estado, pois alavanca também outro setor muito importante que é o turismo. Porém, de maneira onde a cultura impere, de uma maneira que seja mais inclusiva, criativa, tecnológica e, claro, mais justa em distribuição de renda!


Mas o que percebo é que, por mais que seja triste a situação do setor como um todo, me parece que o mesmo não entendeu que tudo mudou e eles devem mudar também. Além dos protocolos rígidos, esse início será lento, gradual e, na realidade, tão cedo não teremos os tão desejados eventos pra 5, 10, 20 mil ou mais pessoas, a menos que cheguemos a um nível alto de vacinação, que hoje está bem lenta. Inclusive, no momento em que escrevo essa coluna, existem várias cidades com a aplicação suspensa por falta de imunizante, inclusive na Bahia!  


Mas tem algo que sinceramente não entendo. Com todo respeito que merece o trade, eu os vejo errados nessa imensa pressão desencadeada nesses últimos dias pela atual representatividade empresarial para cima dos políticos e autoridades, através não só das audiências – levados por quem apoiaram e ajudaram em campanhas –, mas bem como na grande mídia (a relação do entretenimento com a mídia sempre foi de comadre, um fato!). De maneira levemente insensata, não atentam para a imensa responsabilidade civil que pode lhes recair ao propor eventos com público aglomerado (gente de todo Brasil) e que, caso ocorra um sinistro ou contaminação por uma nova cepa por exemplo, serão responsabilizados e penalizados legalmente. E aí que vai acabar tudo de vez na Bahia! Olha que inteligente foi Durval Lellys, que analisou a situação de maneira fria, profissional (por isso um dos mais bem $ucedidos de todo axé!) e percebeu que ele pode muito bem vender seu show a outras praças e camarotes locais, fazer boa grana e se livrar de uma série de problemas que lhe recaem advindos da responsabilidade civil ao propor operar um bloco para 5 mil clientes por 2 ou 3 dias!  


Daí os inconformados big players acham que ele foi precipitado e que enfraquece o movimento. Porém, além de cegos e teimosos, nunca houve união nenhuma e, na real, o setor está se provando mal gerido. No caso de Durval, ele provou que ARRÊA com essa sábia decisão! 


Me parece que se quer de qualquer jeito uma espécie de habeas corpus ou passe livre, que não existe sem vacina, dado por parte dos poderes públicos, em que se libere aos produtores a possibilidade de operar. Mas, se der merda, quem assume?  O Trade tira o seu de campo como se tivessem agido porque a prefeitura autorizou?! Não é assim que funciona e todos sabem disso! Mas para acalmar essa galera, algum Professor Pardal atendendo às pressões e para aliviar as tensões se precipitou e deu um grande tiro no pé, com o furo na imprensa, largando atabalhoadamente um grande balão de ensaio, um espécie de engodo político precipitado, o tal do EVENTO-TESTE. E pior, como se fosse algo grandioso e a saída de todos os males. Porém sem substância, maiores explicações, sem mesmo um porquê nesse momento em que se falta vacina. Um erro bobo!

 

Antes de mais nada, sou totalmente a favor ao evento-teste, pois sem sombra de dúvidas precisamos testar possibilidades como feito com as escolas e daí se saber quando, como e por onde começar – e, claro, seguindo os indicadores deste teste. Mas não de maneira precipitada, como essa largada na mídia que com certeza não saiu da cabeça do ocupadíssimo, coerente e competente Prefeito Bruno Reis. Penso que surgiu numa distração dele para uma proposta de algum destes Professores Pardais aí do entretenimento baiano ou de seu staff e passou batido! Agora, sem dúvida que Bruno Reis assumiu, em um momento sanitário e econômico caótico, além de uma prefeitura com tantos problemas normais de uma grande cidade! Mas daí, vamos combinar que um Prof. Pardal e seu fogo amigo ninguém merece! 

 

Bom, sem querer ser mais um professor, mas apenas um humilde observador atento, que tal um evento em segredo de estado, em lugar aberto e arejado, em meados de setembro, com muito mais segurança devido à faixa etária de uns 25 anos já vacinada com a primeira dose e os de 45 a 50 anos com a segunda, com mais protocolos estipulados devido à observância da experiência de outros municípios como São Paulo, Rio? E aí, se o resultado fosse positivo, gritado e solto aos quatro ventos, ótimo! Mas caso contrário recolher, rever e refazer bem feito para acertar! Qual a dificuldade de se perceber isso?  Por que esse foguetório, essa jogada para a torcida, seguida de uma solução baratino à proposta ficcional inicial, na fala de um preposto? O pior é politizar, pois a oposição na figura do Governador pegou esse prato cheio para nesse claro momento de pré-campanha desancar a posição do Alcaide! 

 

O que sei é que esses players querem mesmo que tudo isso acabe logo para tudo voltar como dantes no Quartel de Abrantes. Ledo engano. E só lamento informar que essa volta, assim que ocorrer, os que se pensam puros serão surpreendidos com uma grande volta dos que não tiveram espaço, que possuem muita qualidade, e talvez não dos que não sabem se voltam pois fincados no passado estão!

 

Viva o novo, viva ao novo! 

 

Axé!