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Ildazio Jr.: E agora José?

Por Ildazio Jr.

Ildazio Jr.: E agora José?
Foto: Henriqueta Alvarez / Divulgação

Incrível como ficou muito mais fácil falar que não teremos carnaval em 2022 do que quando falei aqui em minha coluna no BN, em março de 2020, que não teríamos em 2021 e fui atacado a valer! E olha, não teremos carnaval em 2022 e quase nada de eventos e entretenimento por todo 2021, principalmente porque esta guerra política em torno da nossa única salvação, que é a vacina para todos, está longe de acabar – aliás, está ainda mais longe delas chegarem e nós todos sermos imunizados!

 

Vamos lá então elucubrar baseados na Inglaterra e, claro, guardemos todas as proporções possíveis, ok? Boris Johnson, seu primeiro ministro que a essa altura vacinou 30% da população (20 milhões), que comprou e tem um estoque imenso de vacina para 66 milhões de habitantes, foi à mídia e anunciou que no seu planejamento pretende abrir os clubes, shows e festas em 21 de julho de 2021! Posto isto, queridos, atentem para nosso pindorama brasilis do presidente negacionista, preocupado com sua reeleição, e façam suas contas! Acertei, né?! Ou seja, estamos a um passo de reduzir a quase nada o poder de se criar uma agenda de grandes eventos partindo da iniciativa privada sem apoio total do estado e patrocinadores. O mercado não terá poder de reação sozinho a curto prazo como necessitaria. Me parece claro. Sem contar que foi preciso a profundeza do poço chegar para que esses empresários, eternos beligerantes entre si, entendessem que só o associativismo pode os salvar, formando até que enfim uma representatividade, indo para Brasília... Mas isso fica para outro texto! 

 

Venho conversando com vários personagens do cenário do entretenimento, e as notícias não são muito boas, não. Segundo um dos grandes empresários do  axé,  33% das produtoras desapareceram, 33% quebraram e as 33% restantes estão tentando sobreviver como podem! Em relação às empresas de som e luz, soube que quase todas estão descartando material ou os leiloando, pois se encontram empoeirados em galpões abandonados sem nenhum uso há 1 ano! Roadies se uniram em um sindicato que pretende brigar por seus direitos de turma agora e não como eram antes, técnicos sem nada a fazer, empreendendo de forma humilde ou dirigindo por aplicativos e, enfim, um cenário nada animador! Artistas, então, nem se fala. Se não fosse o Tik Tok e alguns já ambientados com as possibilidades de ganhos com as redes sociais, estariam resumidos a quase nada. E sem contar a Covid-19 ceifando amigos, parentes e famosos! 

 

Vejo as diversas manifestações em todas as escalas, com palavras de efeito e tal, e pergunto: e daí, feras? Quem vai fazer algo por vocês é a Vacina e ninguém mais. Se compreendam. Além de nunca terem sido organizados, pois todos – todos – sempre queriam receber o seu e adiantar o lado, agora que a porca torceu no rabo foi todo mundo LUMENAR. Assumam que existe um costume e não mudará nunca, parem de chiada e vão ter que segurar a onda mais 1 ano para voltar o sei lá o que imaginam! Vocês estavam todos satisfeitos mesmo com o franco declínio a cada ano do mercado com menos artistas bombando, menos blocos vendendo, menos camarotes operando, menos festas... enfim. Foi preciso zerar para todos se atentarem ao que cada um é e representa e que foram muito gado. Porém acordaram, antes tarde que nunca! Que onda, viu?! Não existe paz sem guerra! 

 

Mais um ano sem baile, turismo pouco suprido de conteúdo e uma oportunidade ímpar para (mais uma vez falo isso aqui!) se reconstruir um entretenimento mais ordenado e planejado! Esse carnaval Frankstein caro que afasta muita gente precisa ser redesenhado, os grandes empresários precisam parar de se digladiar em guerrilhas que não levam a nada, além do que todos estão vendo e, pelo amor de Deus, adotem definitivamente o associativismo para um bem comum! 

 

Bom, mas só a título de registro e para não dizer que não falei das flores, vamos lá! O Carnaval 2021 resumiu-se a uma big live de Sr. Washington & seus peixinhos (quem aguenta?!)  muito bem concebida, operada e vendida, pois além do cara ser um fenômeno, bom mesmo, conhece como ninguém desse riscado chamado “bom gosto ao produzir”. E no mais um Olodum suando para fazer sua onda, uns aqui e ali, insossos e, claro, e com todo respeito, as belas e intocáveis Ivete & Cláudia – que, na boa, pela altivez das carreiras, profissionais de alto garbo envolvidos, poderiam ter ser se saído melhores, usando mais recursos artísticos e tido algo mais apresentável e esmerado artisticamente como o show que o Sr. Washington deu. Ele de quebra nessa loucura de pandemia mostrou para a Bahia para o Brasil e mundo um alto nível desde a locação, cenários e dispensa-se de comentários o som! 

 

No mais, Carlos Drummond de Andrade para vossa reflexão! 

 

E agora, José?

 

A festa acabou
A luz apagou
O povo sumiu
A noite esfriou...
E agora, José?
E agora, você?...

 

Axé!