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Ildazio Jr.: Cultura baiana, tão relevante & tão desprezada!

Por Ildazio Jr.

Ildazio Jr.: Cultura baiana, tão relevante & tão desprezada!
Foto: Henriqueta Alvarez / Divulgação

Lavoisier uma vez disse a frase “Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Por meio desta metáfora é possível hoje se pôr a pensar bastante sobre o significado e importância de se mudar e se transformar o olhar sobre a CULTURA na Bahia!  Nesses últimos 20 anos tomando como exemplo o carnaval e o entretenimento (o primeiro virou um Frankstein e o outro algo com pouca dose de criatividade e inovação artística), nada novo ou nenhum protagonista apareceu no nicho. Sempre os mesmos que, por mais rodados que sejam, não se entendem capazes de dar o espaço necessário e possível a nova cultura de raiz baiana, este inesgotável filão de coisas novas e boas! Os players já vêm sofrendo com a escassez de produtos que os apetecem, e a Covid-19 acabou de lenhar com todo mundo! Mas fica a pergunta, porque só enxergam o entretenimento e não ajudam a fomentar a matéria prima que vai lhes forjar ferramentas de sucesso para seu ofício? Ah, falo da CULTURA viu!

 

A hora é de abrir a cabeça e os olhos para o novo que está aí. Peneirar e até plantar como fazia, por exemplo, o finado Manolo Pousadas, figura ilustre do rádio e música, sempre presente nos guetos artísticos, em festivais de música negra como Femadum para beber da fonte, trazer água boa matando assim a sede do mercado com som típico da Bahia, de muita qualidade. Podem perguntar ao jornalista expert em axé, Osmar “Marrom” Martins, se ele não era desses! Falo isso porque o grande entretenimento baiano está ligado à música e ela é CULTURA!

 

Ah, Paul Simon, David Byrne (Talking Heads), Jimmy Cliff e Michael Jackson vieram aqui fazer o mesmo viu, beber na nossa fonte CULTURAL!

 

Falando de setores que, por mais que ganhem, lucrem com a cultura, pouco investem de maneira real para a fomentar a mesma. Apesar de usarem e abusarem a vontade, o turístico onde hotéis, agências, transfers, guias, e toda uma cadeia produtiva é alimentada pelo Pelourinho, Igrejas, Museus, Mercado Modelo, Feiras, Carnaval, Baiana de Acarajé, Candomblé, São João, Festas populares no verão, gastronomia, arte, música e claro seu povo alegre, sempre receptivo e festivo, faz ouvido de mercador! Não? Mas então me fala como praticamente o trade atua para fomentar ou ajudar a vaca leiteira chamada CULTURA?

 

Na real, o que se reinveste e a importância que atualmente dada é quase nada em relação ao bem prestado por esse imenso caldeirão antropológico e miscigenado chamado CULTURA baiana pelo setor turístico e pelo estado e município (opta e confunde entretenimento com cultura) e é triste constatar, mas contra muitos fatos não existem poucos argumentos, me entendem?!

 

E olha que dois grandes nomes baianos em todos os tempos na política e na politica pública para a cultura e turismo, Antônio Carlos Magalhães e Paulo Gaudenzi, respectivamente, uniram em uma Secretaria, Cultura e Turismo. Oras! Esta secretaria foi responsável pelo auge, apogeu e crescimento dos dois setores juntos e que movimentou muita grana e fez desta terra um produto de grande desejo! Mas hoje, fica a pergunta, porque os novos governantes e gestores não perpetuaram essa estratégia? Quem foi o responsável em separar, dividir e dar no que deu? Por que, ou quem falou que daria certo essa separação? Falta de visão ou cegueira política em não perpetuar a obra de sucesso de seu antecessor e desafeto partidário?

 

Enfim, uma péssima decisão e qualquer resposta não convence, pois, na prática, basta olhar o cenário de terra quase devastada que o setor enfrenta para ver que deu ruim! Fechamento de hotéis referências nacionais durante anos, Abaeté destruída, Pelourinho sempre com mais baixos que altos, um centro de convenções que desabou e nada foi feito pelo estado, ataques de intolerância a templos de religiões de matriz africana, tanto cobiçados pelos turistas, rotas aéreas mudadas para outros estados e nem sequer uma casa com um show folclórico e um buffet de comida baiana existe como as de fado & bacalhau ou as de tango, carnes & vinhos! Ah, temos um novo Centro de Convenções e um quase pronto aeroporto novo, sim temos, mas duas andorinhas só não fazem verão!

 

Já passou da hora de todos se unirem ao bem comum que é o crescimento da Bahia sob um imenso guarda-chuva onde milhares e milhares de trabalhadores, empreendedores e empresários se abrigam chamado CULTURA!

 

O que falta para tal?

 

Axé!