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Ildazio Jr.: O futuro do entretenimento na Bahia, como é isso?

Por Ildazio Jr.

Ildazio Jr.: O futuro do entretenimento na Bahia, como é isso?
Foto: Henriqueta Alvarez / Divulgação

Esse chavão de “Novo Normal”, pertinente por mais que meio chatinho, virou uma onda que invadiu as mentes do mundo todo, em uma grande dose de inconsciente coletivo e vem dando uma espécie de reformatada na cabeça de muita gente!  Mas será que os setores do entretenimento e da cultura na Bahia perderão ou deixarão para trás os velhos vícios que tanto ajudaram a desmontar toda uma engrenagem fantástica chamada axé music? Temos um Carnaval que, se tivesse uma fantasia, seria de Frankstein, ou um São João com seu figurino cheio de remendos, além de movimentos musicais que não conseguem perpetuar a tradição baiana de referência musical no Brasil. Esses mercados se permitirão a essa necessária e fundamental mudança? 

 

Enxerguei, humildemente falando, nesse hiato geral uma boa possibilidade de aproveitarmos o sentimento de solidariedade – que invadiu a todos e demonstrou que no fundo todos são iguais – para que os players do mercado façam uma análise profunda do que viveram, vivem e do que podem viver com o poder que possuem, forjado em mais de 30 anos de mercado forte de entretenimento. Desejo que eles redescubram a relação com a arte de maneira mais ética, correta, digna e suave, não preponderando em 90% o lado comercial agressivo, de guerrilhas até entre eles mesmos, maus tratos aos clientes, contratantes, funcionários, artistas, músicos e toda a cadeia produtiva artística musical envolvida como foi no passado!

 

Se tudo isso foi construído por tantas mãos, deve obviamente ser reconstruído de maneira melhorada pelas mesmas que o edificaram. Entretanto, desta vez de maneira mais lúcida, onde os pesos sejam diferentes, bem divididos, bem acertados, sem pseudo tiranias e mandatários que, com oligofrênicas condutas, não permitiram a renovação artística e rítmica da música baiana, como verdadeiros senhores da razão. Foi por isso que eles foram sumariamente cancelados, para usar um termo moderno, pelo sertanejo, funk, brega funk e produções musicais modernas e antenadas exigidas pelo mercado jovem e grande consumidor, representado por Anitas, Ludmillas, Kondlzillas, Omollus, Atooxxas, Dudas Beats, entre tantos! 

 

É preciso aprender de uma vez por todas a dialogar com o mercado, pois atualmente só não possuem produto, no meu entender, pois querem ainda perpetuar uma relação empresarial que não existe mais. Pois de antes “deu” certo, não estenderam o olhar para acompanharem o novo mercado e se aliarem a novos players que chegam bem, como o exemplo da BaianaSystem, que é sucesso de arte e venda, trilhando um caminho particular, de sucesso. É uma relação em que eles são donos do negócio, não precisam de babás que os mimem e possuem um empresário/gestor que faça acontecer como têm que ser! Na Bahia, para ser empresário do entretenimento de sucesso antigamente, deveria ser “dono de banda”. Hoje mudou muito e essa relação dificilmente ainda cabe no contexto. É a parceria que impera na relação, um avanço forçado muito mais pelo mercado em baixa do que qualquer arroubo de civilidade e bom senso comercial das partes!  

 

No campo da Cultura, uma sugestão: que se incentive o mercado pela política. Pois cabe aos deputados estaduais e vereadores reverem as leis de incentivo municipal e estadual e operarem mudanças visando beneficiar a cultura neste momento. Poderiam, por exemplo, avaliar os 100% de isenção dos impostos às empresas que investirem em projetos que envolvam Artes Plásticas, Teatro (locais sempre), filarmônicas, literatura e emanações populares culturais como capoeira, balés folclóricos, festas populares que envolvam realmente cultura e, ao mesmo tempo, trabalhar junto ao empresariado no sentido de formar uma carteira de investidores fixos que, através dos seus impostos, financiem as artes a longo prazo. Com contratos fixos de 3 a 5 anos, em contrapartida, poderiam taxar os projetos em 5% para a criação de um fundo visando a melhora ou implemento de equipamentos culturais na cidade! Uma alternativa extremamente possível, viável, fácil de ser feita, pois é uma emenda a uma lei, que não afeta o bolso do estado e do município, além de ser uma medida incentivadora, positiva, que sem dúvidas alavancaria em muito nosso combalido setor! 

 

Enfim, o leque de oportunidades está aberto e escancarado. Depende de diálogo, visão e união entre os interessados para poder se reaver um novo mercado forte, pulsante, empregador e, acima de tudo, mostrar ao Brasil e ao mundo que o poder cultural e criativo desta terra nunca se diminuiu, pois está no nosso DNA desde sempre! 

 

Axé!