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Luis Ganem: It’s TIME

Por Luis Ganem

Luis Ganem: It’s TIME
Foto: Divulgação

E aconteceu o estouro das “lives”. Tinha dito anteriormente nos meus escritos que a readequação do mercado aos novos tempos começaria aos poucos, inclusive com os velhos – no sentido de experientes, que fique claro – artistas tendo que se preparar para as novas tecnologias, quisessem ou não. Aqui nas terras Sotero e Politanas alguns laboratórios começaram a ser feitos pelos nossos trovadores locais. Mesmo com alguns arroubos de arrogância por parte de alguns que se acham semideuses – o eterno erro de se achar eterno – chegamos a algumas máximas. Dentre elas existe uma que não quer calar: quem vai fazer “live music” na música baiana? 

 

Todo mundo vai dizer que já está fazendo e que estou falando de um assunto velho. Mas espere um pouco. Como estão fazendo? Até agora, ao menos que tenha visto, somente alguns artistas da nossa música se aventuraram a fazer aparições ao vivo. Não vou nominar, pois talvez até o dia do texto entrar no ar, mais alguns expoentes da nossa cantoria tenham feito suas aparições. 

 

Mas onde quero chegar com esse texto. De pronto, estabelecer de forma clara que, a partir de então, quem se mostrar presente com aparições nas redes sociais, independentemente da condição de muito conhecido ou pouco conhecido, já terá nessa nova conjuntura meio caminho andado perante os demais. Até mesmo porque, agora sim, vai valer a condição de saber quem realmente canta ou quem enrola. 

 

Óbvio, digo isso sabedor que, sendo a pessoa um cantor ou cantora, o pressuposto é que cante. Mas a qualidade do artista pode e vai ser colocada a prova, já que outros estilos musicais que não o seu de origem, podem e devem – diga-se de passagem – fazer parte de um repertório de uma live – acho eu.

 

Mas quem dos nossos conseguirá fazer algo diferenciado que não a mesmice de sempre? É preciso entender que uma aparição atinge os fãs de forma única em qualquer lugar do mundo. Daí, uma segunda aparição significa a diversificação do repertório. Mesmo que não queira, um artista não vai poder ficar eternamente esperando passar a “chuva em casa” – ou vai – e é preciso lembrar que ainda não está inventada a transmissão direcionada. 

 

Então, quem terá a virtuosidade e o desprendimento de cantar o seu repertório e o de outros estilos e artistas? Hoje a regra é não aglomerar. Sendo assim é quase impossível ter uma banda completa fazendo uma transmissão – salvo tendo todos feito o teste. 

 

Mas olha, virtuosidade musical vai se ver é a partir de agora. Já tivemos algumas demonstrações dessa virtuosidade – na minha visão que fique claro – nas lives de Sandy & Junior e Roberto Carlos, que usando pouca ou quase nenhuma tecnologia de voz demonstraram que a diferença entre bons e ruins vai ser um fato a se considerar. Mesmo cantando na sua maior parte músicas de seus trabalhos musicais, demonstraram que cantam sem a presença dos modernos equipamentos que seguram a voz.

 

Nosso formato de música já mudou desde o começo dessa pandemia. Novas fórmulas laboratoriais pipocam de todo lado. Aplicativos como por exemplo o que propõem o pagamento de um valor para poder assistir a um artista – assunto que falarei no próximo texto – já começam a pipocar mundo afora, como forma de se manter os profissionais da música em atividade.

 

Definitivamente, como diz o apresentador do UFC Bruce Buffer: “It’s time”. Somente os talentosos ficarão. Ao menos da forma que o horizonte se desenha é isso que fica conotado. 


#fiqueemcasa #usemáscara