Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Holofote
Você está em:
/

Coluna

Luis Ganem: #SQN

Por Luis Ganem

Luis Ganem: #SQN
Foto: Reprodução
Agora sim vou dar um “tapa” de luva de pelica na cara daqueles que dizem que o axé acabou. Desta vez, tenho certeza, provo de uma vez por todas que estamos no caminho certo e que o Brasil ainda é fã da nossa música.
 
Engraçado como não consegui enxergar esse detalhe antes. A coisa era tão gritante aos meus olhos que, talvez por isso, tenha passado despercebida. E aí devo dizer que chegar a esse consenso só foi possível por conta de uma conversa ao telefone com um produtor do mercado baiano, me mostrando um fato especifico que me fez despertar para essa análise.
 
E a pergunta mais fácil do mundo vai ser respondida da forma mais fácil do mundo. Como saber se um artista ainda circula fazendo shows no mercado? Simples: é só olhar a sua agenda postada nas redes sociais e no site pessoal do mesmo.
 
Lógico, é preciso abrir aspas aqui pra dizer que “nem sempre a agenda expressa de forma fidedigna o número de shows do artista”. Dizem as boas línguas que o colocado a público é apenas um mimo para os fãs e que os artistas e seus empresários preferem não divulgar tudo o que venderam ou vendem. É preciso entender também que em um mercado musical tão diversificado, mesmo tendo um país com mais de cinco mil municípios, apenas uma parte menor consegue suprir a oferta do mercado, o que torna a venda mediana – média de até quatro shows por mês – algo significativo.
 
Feita a ressalva, o fato é que nunca pensei nisso. Afinal quem circula, divulga. Tenho visto por aí todos fazerem isso. Dos novos aos mais renomados. E dito isso, eis que quero apresentar aqui neste texto a prova de que nossa música ainda não morreu.
 
E lá fui eu analisar a agenda dos principais artistas da nossa música. Mas, pra não ficar somente nos seis primeiros, fui atrás de um pouco mais de gente. Queria ter embasamento para a minha tese.
 
No começo, resolvi seguir a lógica normal. Parti dos mais aos menos conhecidos nacionalmente. Entendendo, claro, as particularidades de cada um. Mas por entender que iria ficar um negócio chato, resolvi começar começando – sendo redundante. Por isso, deixo para o leitor a perspicácia de enumerar na ordem correta, ou não.
 
O importante foi observar a fundo – e a raso – que nossa música ainda persiste no mercado. Senão pense aí: pela quantidade de artistas que existe, fazer um show por final de semana, não é algo a se comemorar, mesmo que, lá no passado, a música baiana tenha tido a mesma rotatividade que tem hoje o sertanejo?
 
Até me admirei com a quantidade de shows feita pelos nossos Axelinos – termo que uso por me referir aos nossos artistas do axé – dada a inexplicável má vontade financeira que os mesmos ultimamente estão tendo em fazer parceria com o rádio, apostando tudo nas redes sociais. Não deixa de surpreender e ser louvável que ainda toquem.
 
Pena, caro leitor, que meu entusiasmo seja #SQN (abreviação da frase: só que não – muito usada na internet pra reafirmar algo contrário do que está sendo dito).
 
Confesso que no começo da minha análise cheguei a imaginar encontrar uma coisa de certo porte, que pudesse sinalizar para uma razoável dimensão de mercado. Mas o que descobri foi algo menor, pontuado apenas por alguns destaques como Ivete, Léo Santana, Parangolé e Saulo.
 
Espero que as aspas que usei neste texto sejam realmente a verdade e que nossos artistas meio que escondam realmente o jogo quando não colocam toda sua agenda na internet. Pois, do jeito que andamos, com a falta de renovação e com a mediocridade de músicas novas que estão sendo lançadas, que vão de horríveis a sofríveis – tirando aqueles que são diferenciados como Saulo por exemplo –, não é de se admirar que o axé das antigas esteja tão em alta e que esteja fazendo mais evento que o axé atual.
 
Como já disse a um dono de um grande produto, um conselho é começar tudo do zero, de artista a repertório. Voltar a beber na fonte, buscar a música na mão do compositor, ouvir o compositor, trazer caras novas.
 
Por fim, uma pergunta: ficou curioso com os nomes de quem eu fui ver a agenda? Na próxima eu conto.