Mariana Aydar retoma origens em show com pegada nordestina no Pelourinho

Declaradamente apaixonada pela Bahia, em especial Salvador, considerada por ela sua “terrinha preferida”, a cantora e compositora paulista Mariana Aydar retorna à cidade neste sábado (15), com um show especial que remonta suas origens e o apreço pela cultura nordestina. “Na verdade é minha homenagem, meu agradecimento a esse povo e essa cultura que tanto me ensinaram. Eu comecei cantando forró na minha carreira, mas de uns tempos pra cá eu venho namorando, a gente está numa paixão doida aí”, conta a artista, que se apresenta no Largo Quincas Berro D’Água, no Pelourinho, a partir das 20h, dentro do projeto Conexões Sonoras, dividindo o palco com o pernambucano Almério.

No repertório, Mariana promete muito forró, mas também outras influências, composições próprias e até inéditas. “Passa também por BaianaSystem, arrocha, vou fazer ainda algumas coisas dos dois EPs que eu estou lançando agora”, conta a cantora, em referência ao “Veia Nordestina”, seu mais novo projeto, no qual ela busca “dar luz” a novos compositores da região. “A primeira [parte] é esse que foi lançado com sotaque mais baiano, o segundo agora tem esse clima totalmente de São João e aí vão faltar mais dois que se completam em outubro. Dia 26 de julho eu lanço meu outro, já com o lançamento do show oficial em São Paulo, na Casa Natura”, diz a artista. “Eu conheci uma grande compositora chamada Isabela Moraes e eu estou gravando três musicas dela, tem alguns compositores novos também e tem muito eu como compositora. E por enquanto é isso, eu não gosto de falar muito do que vem porque tudo pode mudar”, acrescenta ela, que nesta semana entrou em estúdio para gravar o terceiro EP.

 

O público baiano poderá conferir em primeira mão a música "Se Pendura":

Para o show de sábado (15), a cantora revelou ainda que pretende apresentar parte de seu novo trabalho, em primeira mão, ao público baiano. “‘Se Pendura’ [música com uma pegada que lembra muito o BaianaSystem] eu quero fazer pela primeira vez, eu ainda não fiz ela. O ‘Forró do ET’ também, que eu fiz inspirada nos trios de Salvador - porque todos os meus carnavais foram em Salvador -, numa música mais trio, esse arrasta-pé meio galope”, diz Mariana, destacando a influência baiana no seu novo trabalho. “Teve muita mesmo, tanto de Salvador, que acho que é a terra musical da Bahia que mais me inspira, quanto também de Caraíva e Trancoso, onde eu vou muito, componho muito lá. Tem histórias de lá, como essa ‘Forró do ET’, que foi um ET que a gente viu no céu, eu e a Elba [Ramalho], por isso que eu chamei ela pra cantar”, lembra a artista. 

Mariana Aydar, que começou a carreira como backing vocal da banda do cantor Miltinho Edilberto, tendo em seguida passado pelos vocais do grupo de forró Caruá, conta que a reconexão com suas origens se deu por “uma coincidência de acontecimentos”. “Eu tinha feito um disco super conceitual, o ‘Pedaço Duma Asa’ (clique aqui e saiba mais sobre o álbum), que foi o disco do Nuno Ramos, e eu estava meio na entressafra, fazendo show, mas com um pouco do Nuno, um pouco dos meus discos anteriores, aí falei pra minha banda: ‘gente, calma, não é nada disso, eu preciso dar um tempo, sabe casamento? Dar um tempo, dar umas voltas por aí pra ver se é isso mesmo e tal, depois eu volto’”, lembra a cantora, que durante essa pausa para mergulhar em novas experimentações foi chamada para fazer um São João e acabou se redescobrindo. “Eu encontrei o Fê e o Cosme, que são os meninos que tocam comigo hoje em dia, e na época eles tinham 18 e 17 anos. A gente fez o trio pra cantar em algum São João - era eu no triângulo, o Fê na zabumba e o Cosme na sanfona - e quando eu me vi nesse trio, tocando triângulo, como eu fazia há tanto tempo, me senti tão bem, me deu uma alegria de fazer música, uma alegria de estar no palco”, recorda, emocionada.

 

"Forró do ET" tem uma história pitoresca, nasceu quando Mariana e Elba Ramalho viram um Ovni no céu da Bahia:

O disco de forró, no entanto, não é um desejo recente. “Antes do Nuno eu já tinha essa ideia de gravar, sempre foi uma ideia de eu fazer isso assim, mas eu estava esperando o momento certo, e aí chegou, né, com muita alegria. Forró é uma coisa que me dá muita energia, me revitaliza muito, me dá muita vida”, revela Mariana, destacando também outros aspectos que podem ter influenciado na decisão. “Acho que tem isso também, eu vou fazer 40 anos e, ao chegar aos 40, dizem que você resgata muito da sua origem. Eu estou achando que tem a ver mesmo, porque toda a minha adolescência foi no forró, nos trios elétricos, nesse repertório, no Nordeste, então eu estou me sentindo muito bem e muito jovem (risos)”, diz a cantora e compositora paulista, que sonha em mudar de vez para a capital baiana, mas por enquanto comemora o fato de mais uma vez se apresentar na cidade. “Então, eu estou primeiro feliz de voltar pra Salvador, se eu cantasse num boteco já estava feliz, porque eu amo Salvador. Um dia, a meta da minha vida é morar em Salvador, é uma das cidades que eu mais amo no mundo. Então eu estou muito feliz de poder justamente levar esse repertório nordestino pra minha terrinha preferida!”, declara. 

 

SERVIÇO 
O QUÊ: Conexões Sonoras – Mariana Aydar e Almério 
QUANDO: Sábado, 15 de junho, a partir das 20h
ONDE: Largo Quincas Berro D’Água – Pelourinho
VALOR: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)