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Maioria de recém-nascidos ainda não têm acesso pleno ao aleitamento materno na Bahia, alerta especialista
Por Victor Hernandes
O aleitamento materno/humano, uma das principais práticas, essencial para o começo da vida, estão com taxas em um nível inferior ao recomendado no Brasil. Segundo a fonoaudióloga Carla Steinberg a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que 50% das crianças com até 6 meses de idade sejam amamentadas exclusivamente até este ano.
No entanto, conforme a especialista, no país, a taxa ficou em 45,8%, sendo menor ainda no Nordeste. Em entrevista a reportagem, a profissional revelou que na Bahia os números relacionados à amamentação estão menores ainda, fazendo com que grande parte dos bebês não tenham acesso ao aleitamento.
“As taxas de aleitamento humano no Brasil ainda estão aquém do desejado. A OMS recomenda que 50% das crianças até 6 meses de idade sejam amamentadas exclusivamente até 2025, e a meta que sobe para 70% até 2030. Em um estudo de 2019 (ENANI 2019), últimos dados oficiais, a amamentação exclusiva até os 6 meses foi de 45,8%. No Nordeste essas taxas diminuem. Se pensarmos na realidade da Bahia, uma parcela significativa de recém-nascidos acaba não tendo acesso pleno ao aleitamento materno devido a um conjunto de barreiras que vão além da decisão individual da mãe”, explicou ao BN.
Coordenadora do projeto de extensão Universitária vinculados à saúde materno infantil da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Carla observou também a respeito da importância do ato na primeira hora de vida do bebê.
“A amamentação na primeira hora de vida, conhecida como Hora de Ouro, é um momento fundamental para o estabelecimento do vínculo entre mãe e bebê e para o sucesso da amamentação no futuro. Esse momento fortalece a confiança materna, o vínculo afetivo e está associado a maiores taxas e maior duração do aleitamento exclusivo. Reconhecendo sua relevância, a Hora de Ouro é garantida como um direito da mãe e da criança por políticas públicas e recomendações nacionais e internacionais de humanização do parto, devendo ser assegurada pelos serviços de saúde sempre que não houver risco imediato para a vida de ambos”, contou.
A especialista apontou ainda acerca dos benefícios que podem ser gerados no processo de amamentação de um bebê.
“Para o bebê, os benefícios incluem: fortalecimento do sistema imunológico, proteção contra infecções respiratórias e gastrointestinais, melhor desenvolvimento cognitivo e menor risco de desenvolver obesidade e doenças crônicas no futuro. Para a mãe, a amamentação auxilia na redução do sangramento pós-parto, contribui para o retorno do útero ao tamanho normal, ajuda no controle do peso e reduz o risco de câncer de mama e de ovário. Além disso, fortalece o vínculo afetivo com o bebê”, considerou Steinberg.
VEJA A ENTREVISTA COMPLETA SOBRE AMAMENTAÇÃO MATERNA E HUMANA
Qual a relevância acerca de políticas públicas para a conscientização do aleitamento materno?
O aleitamento materno/humano constitui uma prática essencial para a promoção da saúde, sendo amplamente reconhecido como uma das estratégias mais eficazes no combate à morbimortalidade infantil. Nesse contexto, as políticas públicas de conscientização sobre a temática assumem papel fundamental, possibilitando a disseminação de informações seguras, combatendo mitos culturais, e reduzindo desigualdades sociais. Além disso, tais políticas dialogam diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sobretudo com:
ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável, ao assegurar nutrição adequada desde os primeiros meses de vida;
ODS 3 – Saúde e Bem-Estar, ao reduzir a morbimortalidade infantil e melhorar a saúde materna;
ODS 5 – Igualdade de Gênero, ao valorizar o direito das mulheres de amamentar com dignidade, inclusive em espaços públicos e ambientes de trabalho;
ODS 10 – Redução das Desigualdades, ao oferecer condições equânimes de acesso à informação e apoio;
ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis, já que o aleitamento materno é uma prática sustentável, sem impacto ambiental negativo em comparação com fórmulas artificiais.
Portanto, investir em políticas públicas de conscientização e apoio ao aleitamento materno não é apenas uma questão de saúde individual, mas um compromisso social e global. Trata-se de uma estratégia eficaz para reduzir a morbimortalidade infantil, fortalecer famílias, promover a equidade e contribuir para a concretização da Agenda 2030 da ONU, garantindo um futuro mais justo, saudável e sustentável para todos.
Quando deve ser iniciada a amamentação após o parto?
Na primeira hora de vida do bebê. A amamentação na primeira hora de vida, conhecida como Hora de Ouro, é um momento fundamental para o estabelecimento do vínculo entre mãe e bebê e para o sucesso da amamentação no futuro. Esse momento fortalece a confiança materna, o vínculo afetivo e está associado a maiores taxas e maior duração do aleitamento exclusivo. Reconhecendo sua relevância, a Hora de Ouro é garantida como um direito da mãe e da criança por políticas públicas e recomendações nacionais e internacionais de humanização do parto, devendo ser assegurada pelos serviços de saúde sempre que não houver risco imediato para a vida de ambos.
Há uma parcela grande de recém-nascidos que não tem acesso ao aleitamento materno na Bahia? Como está a realidade dos bancos de leite humano no estado?
A taxas de aleitamento humano no Brasil ainda estão aquém do desejado. A OMS recomenda que 50% das crianças até 6 meses de idade sejam amamentadas exclusivamente até 2025, e a meta que sobe para 70% até 2030. Em um estudo de 2019 (ENANI 2019), últimos dados oficiais, a amamentação exclusiva até os 6 meses foi de 45,8%. No Nordeste essas taxas diminuem. Se pensarmos na realidade da Bahia, uma parcela significativa de recém-nascidos acaba não tendo acesso pleno ao aleitamento materno devido a um conjunto de barreiras que vão além da decisão individual da mãe. Muitas mulheres enfrentam dificuldades técnicas no início da amamentação, como pega incorreta e dor, mas não recebem apoio oportuno dos serviços de saúde, seja por falta de acompanhamento adequado no pré-natal e no parto, seja por desigualdades no acesso à informação.
Soma-se a isso o impacto do retorno precoce ao trabalho, em um estado marcado por altos índices de informalidade e vínculos precários, onde grande parte das mães não dispõe de licença-maternidade remunerada nem de ambientes favoráveis, como salas de apoio à amamentação, o que favorece o desmame precoce. Além disso, os determinantes sociais de saúde, como renda, escolaridade e moradia, e o racismo institucional, que se reflete no menor acesso das mulheres negras a aconselhamento sobre amamentação e direitos no parto, reforçam as desigualdades. Nesse contexto, o “não acesso” ao aleitamento materno deve ser compreendido como a soma de fatores estruturais — trabalhistas, sociais e raciais — que limitam o direito da díade mãe-bebê de viver a amamentação de forma plena e contínua.
Na Bahia, os bancos de leite humano têm um papel fundamental no apoio à amamentação e na saúde de recém-nascidos, especialmente prematuros ou de baixo peso. O leite coletado é destinado principalmente a bebês internados em UTIs neonatais ou com necessidades especiais de alimentação. Além de fornecer leite, os bancos oferecem orientação às mães, apoio psicológico e coleta domiciliar, fortalecendo o aleitamento materno. A doação é voluntária e gratuita, sendo um ato de solidariedade que salva vidas e promove o desenvolvimento saudável dos bebês.
Foto: Acervo Pessoal
Quais são os principais benefícios do aleitamento materno para o bebê? E para a mãe, quais são os benefícios da amamentação?
Para o bebê, os benefícios incluem: fortalecimento do sistema imunológico, proteção contra infecções respiratórias e gastrointestinais, melhor desenvolvimento cognitivo e menor risco de desenvolver obesidade e doenças crônicas no futuro. Para a mãe, a amamentação auxilia na redução do sangramento pós-parto, contribui para o retorno do útero ao tamanho normal, ajuda no controle do peso e reduz o risco de câncer de mama e de ovário. Além disso, fortalece o vínculo afetivo com o bebê.
O que pode causar baixa produção de leite e como aumentá-la?
A baixa produção de leite pode estar relacionada a fatores como pega incorreta do bebê, intervalos longos entre as mamadas, estresse, cansaço, hidratação insuficiente ou falta de apoio no processo de amamentação. Algumas condições clínicas do bebê, como disfunções orais, dificuldades motoras de sucção e a chamada “língua presa” (anquiloglossia), podem dificultar a amamentação eficaz, impactando indiretamente na produção de leite. Para aumentar a produção, recomenda-se manter a amamentação em livre demanda, garantir a pega correta, buscar ambientes tranquilos, manter boa alimentação e hidratação, além de procurar apoio profissional quando necessário. Quando há suspeita de alterações orais no bebê, a avaliação de um fonoaudiólogo pode ser fundamental.
Quais são os direitos das mães que amamentam no ambiente de trabalho? Ou que continuam em processo de amamentação após licença maternidade?
A legislação brasileira assegura licença-maternidade de 120 dias, podendo ser prorrogada para 180 dias em empresas cidadãs. Após o retorno ao trabalho, a mãe tem direito a dois intervalos diários de 30 minutos para amamentar ou retirar o leite até que o bebê complete seis meses, podendo ser estendido em casos especiais mediante recomendação médica. Além disso, o aleitamento em espaços públicos é garantido por lei, sem restrições. É importante destacar o material de apoio elaborado pelo Ministério da Saúde, o “Manual de Orientações às Mães Trabalhadoras que Amamentam”, que traz informações sobre direitos, formas de conciliar a rotina de trabalho com a manutenção do aleitamento e orientações práticas para a coleta e o armazenamento do leite materno. Esse manual é uma ferramenta essencial para que as mães conheçam e exerçam seus direitos.
Como hospitais, profissionais e projetos de saúde podem auxiliar e contribuir neste processo de amamentação?
Podem adotar práticas da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, como incentivar o contato pele a pele e orientar a amamentação na primeira hora de vida. Profissionais de saúde devem oferecer acompanhamento contínuo, escuta e acolhimento às famílias. Projetos de saúde e campanhas educativas também são fundamentais para combater mitos e oferecer suporte emocional e técnico às famílias. A contratação de fonoaudiólogos para compor as equipes multiprofissionais, pelas instituições é uma necessidade para obterem estratégias mais eficazes.
Foto: Acervo Pessoal
Quais são as principais dicas para gestantes de primeira viagem que estão iniciando o processo de amamentação?
Buscar informações ainda durante a gestação; confiar no seu corpo e na sua capacidade de amamentar; manter contato pele a pele logo após o parto; não oferecer chupetas ou mamadeiras; amamentar em livre demanda; e procurar apoio de profissionais especializados sempre que surgirem dúvidas ou dificuldades. O mais importante é lembrar que cada experiência é única e que pedir ajuda faz parte do processo.
Hoje na Universidade Federal da Bahia, como os estudantes de fonoaudiologia dentro de projetos atuam a respeito de debates sobre o tema? Como realizam esse trabalho acerca da amamentação?
O curso de Fonoaudiologia tem uma sua grade curricular componentes obrigatórios que abordam essa temática, e há um incentivo de metodologias ativas que os aproximem das práticas. Participam ainda de projetos de extensão e pesquisa voltados para a saúde materno-infantil, incluindo a amamentação. Coordeno o projeto de extensão AMAMAIS/@_amamais (Fonoaudiologia UFBA no Apoio, Incentivo e Promoção ao Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável e Respeitosa), do Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que tem como objetivo promover a saúde materno-infantil por meio da divulgação de informações baseadas em evidências científicas, visando instrumentalizar a comunidade acadêmica e a sociedade civil para o apoio e incentivo ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável e respeitosa.
De forma geral, os estudantes de fonoaudiologia realizam ações educativas em comunidades, hospitais e unidades de saúde, sempre com supervisão docente e quando possível dos profissionais fonoaudiólogos e de outras especialidades que atuam nas instituições. A formação acadêmica se conecta diretamente com a realidade social e contribui para a melhoria da saúde pública.
A amamentação não é apenas um ato biológico, mas também um gesto de amor, cuidado e proteção que impacta toda a sociedade. Investir no aleitamento materno é investir em saúde pública, em qualidade de vida e no futuro das nossas crianças. Por isso, é fundamental que mães recebam apoio de suas famílias, dos profissionais de saúde, das instituições de ensino e também do Estado, por meio de políticas públicas. Cada gota de leite materno oferecida a um bebê representa um passo a mais para um mundo mais saudável e mais justo.
“São só 5 segundos”: Urologista viraliza nas redes sociais ao abordar sobre toque de próstata e saúde sexual masculina
Por Victor Hernandes
Usar trocadilhos, metáforas e ironia não são somente formas de humor no cotidiano, mas pode ser também uma maneira de conscientização sobre assuntos importantes.
Na Bahia, por exemplo, mais propriamente em Salvador, um urologista tem divertido internautas, em especial o público masculino, ao falar de alguns temas que ainda são considerados “tabus”.
Com mais de 20 mil seguidores, Roberto Rossi, ou melhor, Uro Rossi, usa de humor, duplo sentido para tratar de um assunto um tanto quanto íntimo e que faz os homens “suarem frio” ao ouvirem sobre o exame do toque.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o especialista revelou seus truques e o motivo que o levou a produzir conteúdos com piadas de sentido duplo para alertar homens acerca da importância do cuidado com a saúde.
Questionado pela reportagem do BN, se o atendimento com seus pacientes ocorre também da mesma forma leve quanto em suas redes sociais, ele relatou que faz o paciente se sentir em casa, ou como se tivesse em uma mesa de bar.
O especialista comentou também sobre o tabu existente na saúde sexual masculina, desde a juventude. Rossi alertou acerca da necessidade de pais levarem seus filhos a urologistas desde a adolescência, episódio que já ocorre com meninas que são levadas ao ginecologista na juventude.
Rossi abordou também sobre o crescimento no número de homens que tem realizado procedimentos estéticos nas partes íntimas, a exemplo da harmonização peniana, cirurgia para aumento do pênis, entre outros. De acordo com o médico, é preciso um cuidado e uma conscientização do paciente ao decidir fazer o procedimento.
Apesar de um certo medo, paradigma e estigmas criados acerca do ato, o médico quebra logo o “climão” e explica que são só 5 segundos para realizar o procedimento.
Veja a entrevista completa:
Humor e irreverência: Com mais de 1 milhão de seguidores, nutricionista Isabella Lacerda leva conteúdos de saúde através de humor na web
Por Victor Hernandes
O universo das redes sociais fomentou a produção de conteúdo de diferentes profissionais de saúde. Especialistas de diversos segmentos começaram a apostar nas redes sociais para tratar sobre temas variados da profissão e trazer dicas de saúde para seus pacientes e seguidores.
Com isso, o humor se tornou uma das formas de comunicação entre esses profissionais e o público. Médicos, enfermeiros, psicólogos, dentistas, entre outros, têm apostado em memes e conteúdos irreverentes para suas redes sociais.
É o exemplo da nutricionista, Isabella Lacerda, ou melhor, a “nutri sarcástica”. Com mais de 1, 4 milhão de seguidores, a criadora de conteúdo aposta em vídeos, memes e publicações mais descontraídas para tratar de nutrição de uma forma mais leve.
Em entrevista ao Bahia Notícias, a jovem nutricionista explicou o motivo que a levou a produzir conteúdos nas redes sociais. Segundo ela, a ideia surgiu inicialmente para captar pacientes em seu atendimento. No entanto, sua presença acabou indo além do esperado e tomando novas proporções.
Em conversa com a reportagem do BN, Isabella revelou o porque apostou na descontração, irônia e sacarsmo para falar sobre bem-estar, boa alimentação e dicas de uma vida mais saudável.
Lacerda apontou também algumas das dificuldades e desafios enfrentados na carreira por conta de influenciadores digitais que disseminam falsas informações, negacionismo e conteúdos que vão contra as recomendações de especialistas de saúde. A profissional aponta dificuldades em produção de conteúdos por conta de falsas informações e negacionismo nas redes sociais.
CONFIRA ENTREVISTA COMPLETA
Aumento no número de sequelas e riscos de mortes: Presidente do SBCP-BA alerta para uso de PMMA em cirurgias plásticas
Por Victor Hernandes
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional Bahia, Victor Felzemburgh, alertou sobre o uso do polimetilmetacrilato (PMMA) em cirurgias e procedimentos estéticos. A substância plástica é utilizada no Brasil como preenchedora em cirurgias. No último dia 22, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pediu que o PMMA, utilizado nesses métodos, fosse banido no Brasil como substância preenchedora.
Em entrevista ao BN, o presidente da SBCP-BA explicou sobre a composição do material no país e a sua indicação.
O cirurgião plástico chamou atenção ainda para o risco de morte que pode ser causado devido a uso do PMMA de forma incorreta.
“Na literatura a gente tem alguns relatos de mortes, de embolização. Além dos problemas de oclusão arterial, de preenchedor, de cegueira, como outros problemas graves [...]"
O médico indicou ainda a respeito do aumento no número de problemas ocasionados por PMMA em cirurgias plásticas.
“Não temos nenhum mecanismo de quantificação. Isso não é notificação compulsória, isso não vai para o dado do Ministério da Saúde. A gente teve um censo da Sociedade de Cirurgia Plástica em 2017, com um número elevado de casos e complicações, sendo 17 mil casos em 1 ano. Quase 5 mil operações só por conta disso, fora os pacientes que não aparecem e ficam deformados e não tem resultado, mas também não se queixam. [...]”
Confira entrevista completa
Agosto Branco: Oncologista alerta para importância de realizar tomografia com baixa dose de radiação para diagnóstico de câncer
Por Victor Hernandes
Foi iniciada no último dia 1º, a campanha Agosto Branco, realizada para conscientizar sobre o câncer de pulmão. Neste ano, a iniciativa é realizada após o Instituto Nacional de Câncer do Ministério da Saúde apontar 32.560 novos casos por ano de câncer de traqueia, brônquio e pulmão para o triênio de 2023 a 2025. Além do consumo de cigarro e produtos do tipo, a ação de saúde ainda alerta para o crescimento no uso dos vapers (cigarros eletrônicos) no país, o possível vício que o objeto pode trazer e também do aumento em jovens brasileiros.
Segundo a oncologista Fernanda Sampaio, o maior acesso da população a procedimentos médicos que detectam o câncer de pulmão é um dos fatores que contribuem para o aumento da doença.
“Bem, há um certo tempo a gente tinha muita dificuldade, principalmente no acesso ao diagnóstico. Hoje em dia, a realização de exames de imagem a exemplo de uma tomografia, passou a ser muito mais acessível, incluindo no âmbito do SUS, onde conseguimos de uma forma mais rápida. A população já tem uma certa conscientização na busca de algum profissional para investigação do câncer de pulmão. Na verdade o câncer de pulmão normalmente, em algumas situações, pode ser descoberto de forma incidental. Sempre alguém faz um raio-X de tórax, às vezes para um pré-operatório, porque teve uma pneumonia ou porque teve um quadro de gripe e muitas vezes aparece uma mancha que começa a ser investigada”, disse Sampaio.
Além disso, a especialista explicou ainda que o pós-Covid-19 e uso de vapes pode impactar também neste crescimento, além do estilo de vida.
“No pós-covid também tivemos um grande aumento, pois as pessoas passaram a fazer mais tomografias, principalmente aqueles que tiveram coronavírus. Então muitas vezes esses diagnósticos aconteceram de uma forma incidental. Apesar de que no nosso país o tabagismo teve uma redução muito drástica há alguns anos atrás com as campanhas que tivemos de combate ao tabagismo, o que vem crescendo hoje é o uso de cigarro eletrônico. O estilo de vida, os hábitos, exposição ao tabagismo, ao estresse, ao sedentarismo também são fatores que contribuem nesta maior incidência”, explicou Fernanda.
A oncologista alertou ainda para importância de realizar tomografia com baixa dose de radiação em pacientes tabagistas e não tabagistas para que a enfermidade seja detectada.
“Normalmente a gente orienta pacientes tabagistas e ex-tabagistas, que precisam de um acompanhamento com pneumologista. O que indicamos é a tomografia com baixa dose de radiação, pois utilizamos uma quantidade de radiação menor, para que esses pacientes possam fazer tomografias de forma regular e detectar a doença de forma mais precoce. A chance de um paciente tabagista ter câncer é maior do que a de um paciente não tabagista”, contou. Confira entrevista completa:
A campanha Agosto Branco, iniciada no último dia 1º, objetiva a conscientização do câncer de pulmão. As estimativas de câncer de traqueia, brônquio e pulmão para o triênio de 2023 a 2025 são de 32.560 novos casos por ano, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), do Ministério da Saúde. O que tem impactado o crescimento desses números e estimativas?
Bem, há um certo tempo a gente tinha muita dificuldade, principalmente no acesso ao diagnóstico. Hoje em dia, a realização de exames de imagem, a exemplo de uma tomografia, passou a ser muito mais acessível, incluindo no âmbito do SUS, onde conseguimos de uma forma mais rápida. A população já tem uma certa conscientização na busca de algum profissional para investigação do câncer de pulmão. Na verdade, o câncer de pulmão normalmente, em algumas situações, pode ser descoberto de forma incidental. Sempre alguém faz um raio-X de tórax, às vezes para um pré-operatório, porque teve uma pneumonia ou que teve um quadro de gripe e muitas vezes aparece uma mancha que começa a ser investigada. No pós-Covid também tivemos um grande aumento, pois as pessoas passaram a fazer mais tomografias, principalmente aqueles que tiveram coronavírus. Então muitas vezes esses diagnósticos aconteceram de uma forma incidental. Apesar de que no nosso país o tabagismo teve uma redução muito drástica há alguns anos atrás com as campanhas que tivemos de combate ao tabagismo, o que vem crescendo hoje é o uso de cigarro eletrônico. O estilo de vida, os hábitos, exposição ao tabagismo, ao estresse, ao sedentarismo também são fatores que contribuem nesta maior incidência.
O cigarro eletrônico e outros produtos do tipo também podem influenciar no crescimento de casos e óbitos por câncer de pulmão?
É bem possível que influencie no aumento de câncer de pulmão. Ainda é cedo para gente calcular. Tem poucos anos que os cigarros eletrônicos são utilizados em nosso país, então para a gente ter um impacto no aumento desses índices será em alguns anos próximos, caso a situação continue progressiva como vem acontecendo. Porém acreditamos que, na grande maioria das vezes, o crescimento dessa incidência, talvez mais seja pela procura e pela facilidade de detecção da doença. Em algumas situações, o câncer de pulmão, ainda tem um agravante, pois é uma doença que, em algumas situações, não tem sintomas logo no estágio inicial. Depende muito da localização do tumor para poder provocar uma tosse, uma falta de ar. Apesar de todos os exames disponíveis que a gente tem hoje, só conseguimos detectar no estágio 4 da doença, que chamamos tecnicamente de localmente avançada ou uma doença avançada. Essa fase acontece quando passa a não ser possível de ser operada ou ela já dá metástase, que são raízes para os outros principais órgãos.
Quais são as principais consequências e danos causados pelo câncer de pulmão?
Os sintomas debilitam muito o paciente. Um paciente quando está no estágio 4, provavelmente ele já está bem debilitado e mais consumido, pois existe um consumo da doença. A depender do sítio de metástase, ele pode perder peso também ou ter uma metástase para coluna ou ficar paraplégico. São situações que podem acontecer. Então tudo depende muito de como esse paciente chega para nós. Hoje nós estamos melhorando muito não só no diagnóstico, mas também na terapêutica do câncer de pulmão. Se formos avaliar alguns anos atrás, tínhamos o índice de mortalidade altíssima. Continuamos tendo, já que o câncer de pulmão é o mais letal. No entanto, com o advento de novas drogas que a gente chama drogas alvo ou monoterapia, conseguimos ter pacientes com uma estimativa de vida maior, de mais anos de vida, que é algo avançado, já que não existia em alguns anos atrás.
Quando é recomendado que a população procure por tomografias, exames e procedimentos para identificar um possível câncer de pulmão?
Normalmente a gente orienta pacientes tabagistas e ex-tabagistas, que precisam de um acompanhamento com pneumologista. O que indicamos é a tomografia com baixa dose de radiação, pois utilizamos uma quantidade de radiação menor, para que esses pacientes possam fazer tomografias de forma regular e detectar a doença de forma mais precoce. A chance de um paciente tabagista ter câncer é maior do que a de um paciente não tabagista. Só que temos visto pacientes também não tabagistas que nunca fumaram serem diagnosticados com câncer de pulmão. Indicamos acompanhamento médico e tomografias de baixa dose também para pessoas tabagistas com uma carga tabágica, maior que 20 maços ano, que é um cálculo que é feito com número de maços de cigarro e a quantidade de tempo que o paciente fuma. Essas pessoas podem procurar o acompanhamento de um pneumologista que ele vai saber indicar.
Os vapes e cigarros eletrônicos podem viciar? Podem causar câncer de pulmão? É possível encontrar nicotina nesses cigarros eletrônicos?
É possível [viciar] sim e ainda tem um agravante, pois o vape de uma forma ou de outra, é um cigarro que é possível fumar sem incomodar ninguém. A lei antitabagismo impede a população de fumar cigarro em lugares públicos, mas não impede que o cigarro eletrônico seja fumado em qualquer momento, em qualquer lugar. Isso de uma forma faz com que a pessoa reduza a quantidade de cigarros fumados, pois dentro de um evento que alguém esteja, por exemplo, ela não vai ficar saindo para fumar a todo instante. Já o vape não, ninguém precisa se levantar de uma mesa para fumar. Então essa essa incidência, esse tempo que você fica à disposição ao vape é muito maior do que com o cigarro comum. Então, por isso que a gente acredita que o cigarro eletrônico vicia mais e tem uma tendência maior, uma dependência. Fora que ele ainda tem sabores diferentes, então você não se incomoda.
A Anvisa tem discutido muito sobre a regulamentação do comércio do cigarro eletrônico. Como vocês enxergam essa possível norma? Qual o posicionamento dos especialistas sobre isso?
Estamos combatendo. A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e a Sociedade Brasileira de Pneumologia junto com o Conselho Regional estamos tentando frente a Anvisa diminuir as possibilidades, mostrando que é preciso barrar a comercialização e a autorização do vape. Uma outra coisa que a gente vem se preocupando muito é que o cigarro eletrônico já está no país, ele entra por meios de formas ilícitas e já está no país, e o pior ele está dentro das escola. Então as sociedades vêm se mobilizando, principalmente nessa questão da conscientização. Pais e alunos, com campanhas dentro das escolas, então isso aí é um dos fatores que nós temos buscado e sempre há um tempo atrás o Agosto Branco não era assim tão forte a exemplo do Outubro Rosa, Novembro Azul, mas veio crescendo, principalmente depois do uso dos cigarros eletrônicos.
Quais os danos e problemas de saúde que os jovens podem ter utilizando o cigarro eletrônico? Eles podem desenvolver câncer de pulmão?
Está crescendo bastante o número de casos de câncer de pulmão em não tabagistas. Muitas vezes a gente pega pacientes jovens de 28 ou 29 anos. Avaliamos mutações dentro desses tumores. Então ninguém sabe quem tem mutação. Ninguém faz testes para saber se tem mutações, se tem histórico familiar. Um jovem pode sim desenvolver de uma forma precoce e não precisa fumar anos para desenvolver [câncer], por mais que tenham um ou dois anos usando cigarro eletrônico, se ele tiver a mutação para o cigarro, ele pode ter este fator externo, que vai ser um estopim para desencadear aquela célula que pode se transformar em uma célula maligna e começar a proliferar e aparecer o câncer. Por isso que a gente tenta o máximo possível evitar que os jovens se exponham a esse tipo de fator externo que no caso é o cigarro eletrônico. Então é raro raro mas pode acontecer.
Quais os pacientes que são mais diagnosticados com câncer de pulmão? Homens ou mulheres e de qual faixa etária?
Se a gente for avaliar os índices do INCA, o câncer de pulmão é mais comum no homem, porém ele vem crescendo muito também nas mulheres. Isso já é algo que já vem acontecendo há um certo tempo. Quando a mulher começou a fumar ficou mais equiparado. Porém acontece mais em homens, na grande maioria das vezes ainda maior em tabagistas Dentro do nosso cenário aqui da Bahia, está aumentando o número de câncer, principalmente em pessoas com mais de 40 a 50 anos. As mulheres vem se acrescentando também, mas comparativamente com o resto do país, a gente ainda tem índices baixos, principalmente em comparação com Sul e Sudeste, onde a população fuma mais.
Caso de cólera confirmado na Bahia: Infectologista explica sintomas, causas e tratamentos da doença
Por Victor Hernandes
A Bahia registrou no último dia 20 um caso de cólera. A infecção constatada foi o primeiro caso do Brasil dos últimos 18 anos. A notificação foi confirmada pelo Ministério da Saúde, que indicou não ter outros registros após uma apuração da pasta.
Tanto o órgão, quanto às secretarias de saúde da Bahia e de Salvador, apontaram que o caso identificado seria isolado e que o monitoramento é feito com cautela.
No entanto, a doença ainda é um assunto desconhecido por parte da população. Diante disso, o Bahia Notícias entrevistou a infectologista e Lorena Galvão, para explicar o que seria a doença, as principais formas de contaminação, os sintomas, as causas e os tratamentos.
De acordo com a médica Pós-graduada em gestão em saúde e controle de infecção hospitalar , e mestre em Ciências pela Fundação Oswaldo Cruz, a cólera é uma infecção aguda causada pela bactéria Vibrio Cholerae, que provoca diarreia aquosa intensa e leva à desidratação.
“A cólera é um quadro de diarreia aguda causada por uma bactéria, o Vibrio Cholerae. É uma doença que está presente na humanidade há muitos séculos. Já causou surtos e epidemias, mas nos últimos anos nós não tínhamos casos documentados aqui no Brasil. Nas últimas vezes que a gente teve foram no estado de Pernambuco nos anos de 2004 e 2005 e desde então nós estávamos sem notificação de novos casos até este que foi notificado aqui em Salvador”, esclareceu Galvão.
A profissional apontou também que o diagnóstico é realizado através de exames da cultura das fezes.
“O diagnóstico da cólera é feito através da cultura das fezes, que é o exame que a gente chama de coprocultura. Então é necessário a coleta de uma amostra de fezes, a análise laboratorial para que se identifique a bactéria. Também existem outras técnicas mais modernas de identificação de material genético, porém o mais habitual e acessível é a cultura das fezes do que a coprocultura”, explicou Lorena.
CONFIRA ENTREVISTA COMPLETA
O que é cólera? Quais são as principais causas da doença?
A cólera é um quadro de diarreia aguda causada por uma bactéria, o Vibrio Cholerae. É uma doença que está presente na humanidade há muitos séculos. Já causou surtos e epidemias, mas nos últimos anos nós não tínhamos casos documentados aqui no Brasil. Nas últimas vezes que a gente teve foram no estado de Pernambuco nos anos de 2004 e 2005 e desde então nós estávamos sem notificação de novos casos até este que foi notificado aqui em Salvador.
É transmitido de forma fecal oral, principalmente através do consumo de alimentos e de água contaminada. Pode também acontecer através da ingestão de crustáceos de moluscos que estejam contaminados. Essa bactéria produz uma toxina que no nosso intestino faz com que a pessoa elimine muita água e sais. Então o principal problema da cólera é justamente relacionada à desidratação que é ocasionada por essa toxina que a bactéria produz
Quais são os principais sintomas?
Principalmente o desconforto abdominal, náuseas, vômitos e o que mais chamam atenção realmente é o quadro de uma diarreia muito volumosa, uma diarreia aquosa que muitas vezes tem um aspecto de água de arroz, a febre é frequente, pode acontecer cãibras também e dores pelo corpo.
Qual o tempo de incubação da cólera?
Após a exposição à bactéria o período de incubação é bem variável, pode variar de 5 a 12 horas, ou até em torno de 5 dias, mas para fins de vigilância epidemiológica tem se considerado o período de até 10 dias desse período de incubação, que é o momento entre a infecção e a manifestação da doença
Como é feito o diagnóstico de cólera?
O diagnóstico da cólera é feito através da cultura das fezes, que é o exame que a gente chama de coprocultura. Então é necessário a coleta de uma amostra de fezes, a análise laboratorial para que se identifique a bactéria. Também existem outras técnicas mais modernas de identificação de material genético, porém o mais habitual e acessível é a cultura das fezes que a coprocultura.
Quando e como é iniciado o tratamento contra cólera?
De forma geral, assim como as outras demais diarréias, para a maioria das diarreias agudas, o tratamento é de controle de sintomas e hidratação. Então definitivamente nossa maior preocupação na cólera é manter o paciente hidratado. Tendo o quadro de diarreia aguda, já está indicado o início de uma hidratação nos quadros moderados a graves da cólera essa hidratação precisa ser feita de forma endovenosa, ou seja, através da veia por acesso venoso, pois a perda de fluidos é muito grande, além da reposição de eletrólito.
Para alguns casos está indicado também o uso de antibiótico, mas normalmente nos casos mais graves, a hidratação está indicada para todos os pacientes. De forma geral nas diarréias agudas, vai ser o tratamento recomendado para todos os pacientes ou hidratação via oral vigorosa e naqueles pacientes mais graves, será necessário cuidados no serviço de saúde para que essa hidratação seja feita por via endovenosas.
Foto: Divulgação Hospital da Bahia
Como os especialistas têm acompanhado a cólera na Bahia e no Brasil? É necessário um acompanhamento mais intenso? Ou ainda pode se continuar com cautela?
Existem outros países ao redor do mundo, mais de 30 que têm surtos ativos de Cólera, mas que não é o caso do Brasil. Até o momento foi identificado esse quadro, esse caso isolado que foi considerado caso autóctone, uma vez que o paciente não havia saído do país. Então é um caso em que a contaminação realmente aconteceu aqui, mas foi feita toda a investigação epidemiológica, análise de água, análise de contactante e até o momento não foram identificados os outros casos. Então obviamente precisamos estar atentos pois sabemos que o agente está presente no território, uma vez que, esse paciente se contaminou aqui, mas neste momento é a vigilância que está recomendada.É um alerta claramente, mas neste momento não traz uma preocupação adicional.
O que pode influenciar e impactar a infecção por cólera facilmente?
A cólera está muito associada com a falta de saneamento básico. Então os países que têm surtos ativos de cólera são justamente aqueles de populações pobres e que não têm acesso à saneamento básico, a tratamento de água ou tratamento de esgoto. Então definitivamente essas situações de vulnerabilidade social são aquelas que apresentam o maior risco a infecção e o adoecimento.
Existe vacina para cólera no Brasil? Como ela pode contribuir com a saúde pública do país?
Então existe uma vacina, uma vacina que é segura e que é utilizada em países e que tem o número de casos expressivos de cólera. No nosso país o último caso notificado foi no ano de 2005, então a vacinação para a escola não faz parte do nosso programa nacional de imunizações, mas é uma vacina que pode ser utilizada justamente em situações de surtos e de epidemias no intuito de conter a disseminação dessa bactéria e o aumento de casos
Quais as principais formas de prevenção da cólera?
Ainda precisamos expandir em termos de saneamento básico. Temos um percentual expressivo da população que não têm acesso ao saneamento básico e isso definitivamente coloca a população numa situação de vulnerabilidade. Os principais cuidados são a higiene das mãos, principalmente antes da alimentação é importante ter cuidado com a higienização dos alimentos, frutas, verduras; sempre consumir água filtrada porque definitivamente essas são as principais formas de contaminação pela bactéria causadora da cólera.
Especialista explica sobre uso de métodos e procedimentos estéticos para cuidados com o corpo
Por Victor Hernandes
Os dias de sol de verão, e a grande busca para alcançar e exibir o corpo perfeito, tem ocasionado muitas dúvidas sobre procedimentos estéticos. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, o Brasil é um dos principais países com maior número de procedimentos não cirúrgicos de preenchimento com PMMA, que é um dos tipos de métodos estéticos.
Além dessa ferramenta, diferentes procedimentos têm se popularizado no país, é o caso da Mini Extração Lipídica Ambulatorial, uso de polimetilmetacrilato entre outros.
No entanto, mesmo com a autoestima preenchida para realização desses procedimentos, a pressa para alcançar resultados positivos, pode trazer alguns problemas, caso não sejam realizados da forma correta.
Diante disso, a reportagem do Bahia Notícias, entrevistou o médico nutrólogo Icaro Pereira para saber quais são os métodos e procedimentos que têm resultados mais eficientes e saudáveis, além dos riscos que podem acontecer.
“Na verdade existe uma técnica específica para se executar o procedimento e são dois procedimentos médicos que são feitos exclusivamente por médicos. Ele pode executar qualquer atividade médica, contando que ele tenha o treinamento e habilidade para executar e para fazer o procedimento de retirada de gordura corporal. Enfim, ele requer e exige uma técnica apurada para se fazer e para ser seguida no procedimento, para que isso seja feito da forma mais segura possível”, explicou.
Confira entrevista completa
Quais os efeitos e problemas que podem acontecer caso esses procedimentos e métodos estéticos sejam realizados de forma incorreta, apressadamente?
A “pressa” vamos falar assim, ela é do paciente, de ter o resultado mais rápido. Mas existem alguns métodos que nós podemos utilizar tanto como preenchedores corporais como esvaziadores corporais. O grande ponto é que existe um prazo mínimo para recuperação desses pacientes, que querem um resultado visível mais rápido. A gente tem alguns métodos que nós vamos retirar a gordura no procedimento minimamente invasivo de forma localizada. Para a gente ele vai ter um resultado visível rápido, porém o resultado final do procedimento vai demorar mais ou menos quatro a cinco meses, só que precisamos de recuperação mínima de 15 dias 15 dias.
Os resultados desses procedimentos podem se tornar visíveis após quanto tempo?
O PMMA que é o polimetilmetacrilato vai dar volume corporal, onde podemos aumentar estruturas corporais como glúteo que a maioria das mulheres querem, homens gostam muito de aumentar a panturrilha, ombro bíceps, entre outros. A recuperação desse paciente, vai ser de 15 a 20 dias para ele voltar a fazer suas atividades físicas e o resultado também visível na sua melhor forma vai ser no período de aproximadamente 2 A 3 meses. Então os procedimentos acabam sendo visíveis sim de uma forma tecnicamente rápida; questão de 15 a 20 dias, porém o resultado final desses procedimentos será na casa de três a quatro meses. Então vai depender muito do prazo que essa pessoa quer para ter o resultado
As técnicas realizadas nesses procedimentos são consideradas seguras para os pacientes?
Sim, são seguras. Na verdade existe uma técnica específica para se executar o procedimento e são dois procedimentos médicos que eu trouxe que são feitos exclusivamente por médicos. Ele pode executar qualquer atividade médica, contando que ele tenha o treinamento e habilidade para executar e para fazer o procedimento de retirada de gordura corporal. Enfim, ele requer e ele exige uma técnica apurada para se fazer e para ser seguida no procedimento, para que isso seja feito da forma mais segura possível
Por que o uso de terapia hormonal, reposição hormonal tem crescido constantemente nos últimos anos?
R - No mundo que vivemos hoje, uma correria absurda, nível de estresse elevado, alimentação ruim e carência nutricional; falta de atividade física; sono prejudicado todos esses elementos são fatores para a redução da produção de hormônio e nós sabemos que a produção de estradiol regulam diversas funções no nosso organismo em relação à disposição; energia qualidade de sono vitalidade. Inclusive nossa parte estética, os hormônios sexuais querendo ou não exercem uma função extremamente importante no nosso nível de massa muscular; no nosso nível de gordura. Então a população em geral está com deficiência hormonal. Nós tratamos isso no consultório quando atendemos pacientes de meia idade, além dos processos naturais de envelhecimento nós temos o estilo de vida que é muito prejudicado hoje com acesso à informação. As pessoas têm buscado a orientação, tem buscado investigar e se cuidar e quando nós realizamos a reposição hormonal de forma correta, conseguimos observar não só a melhora física do paciente, mas principalmente a melhora da qualidade de vida, a pessoa se sente mais disposta com mais energia com mais libido ou melhora a qualidade do sono e muitas vezes a melhora do rendimento no trabalho porque a pessoa está ali mais ativa.
Especialista explica sobre benefícios dos cuidados paliativos em tratamento de pacientes com doenças graves
Por Victor Hernandes
A importância dos cuidados paliativos em casos de pacientes com doenças graves tem crescido nos últimos anos no Brasil. O tema ganhou mais proporção, após o jogador Pelé ser diagnosticado com metástases no intestino, no fígado e no pulmão, mas não responder ao tratamento quimioterápico e passar pelos cuidados paliativos.
A abordagem multidisciplinar tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida e minimizar o sofrimento de pessoas com doenças graves, a exemplo do câncer, entre outras. Engana-se quem pensa que o tipo de tratamento é utilizado para quem está em fase terminal, mas é um tipo de cuidado que busca promover o conforto e a dignidade do paciente.
Para entender melhor sobre os cuidados paliativos, a reportagem do Bahia Notícias, foi entrevistar a médica paliativista, Fernanda Tourinho, que explicou sobre a importância do tipo de tratamento para pacientes, familiares e cuidadores.
“A gente diz que cuida do binômio.Naturalmente o paciente no centro do cuidado, como o personagem mais importante, mas a saúde por algum tempo ignorou o fato de que as famílias adoecem em conjunto e sofrem em conjunto e são os principais cuidadores. Então quando você abre espaço para essa família, para educar sobre o que está acontecendo, para discutir qual é o prognóstico, o que é que vai acontecer no futuro; como eles podem se preparar para falar das suas dores; da sua sobrecarga; do Burnout que enfrentam ao cuidar de um paciente durante muitos anos você também alivia esse sofrimento e melhora os índices de qualidade de vida; de estresse pós traumático”, disse Tourinho.
“Você reduz as chances de um luto prolongado que era antigamente chamado de luto complicado. Então você integra esse cuidado e para de achar que a família é complicada para na verdade uma família que está sofrendo É muito importante incluir os cuidadores que estão na linha de frente, que estão ali prestando cuidado, muitas vezes são cuidadores profissionais, mas que não estão participando das decisões, não estão sendo informados adequadamente sobre aquilo que está acontecendo e acabam sofrendo muito em conjunto”, observou a paliativista.
Confira entrevista completa
Apesar de ser um tema que avançou bastante nos últimos anos, muitas pessoas ainda não conhecem a definição sobre os cuidados paliativos. O que significa os cuidados paliativos? Qual o conceito deste tipo de cuidado?
Cuidado paliativo é uma abordagem realizada por uma equipe multidisciplinar que tem como objetivo principal aliviar o sofrimento e promover qualidade de vida. Sofrimento de pacientes familiares e cuidadores que estão enfrentando o que a gente chama de doenças que ameaçam a continuidade da vida. Ou seja, é uma doença ativa, grave e progressiva e que coloca o paciente em face de uma série de problemas que são de ordem física por conta do próprio nascimento. Mas também de ordem social, de ordem psíquica, de ordem espiritual. Então diante de todas essas dificuldades que são enfrentadas pelo paciente. A gente vai fazer uma abordagem por uma equipe multidisciplinar olhando para todas essas quatro dimensões para aliviar o sofrimento desses pacientes.
Quais são os profissionais de saúde que fazem parte dessa equipe multidisciplinar? Quais são os pacientes que podem receber cuidados paliativos? Quando que esses pacientes devem iniciar os tratamentos?
Não somente o médico, a equipe de cuidados paliativos é composta por todos os profissionais da área de saúde e ainda por outros profissionais de cuidado, como o próprio cuidado ou de terapias integrativas. Elas devem ser iniciadas em conjunto com essa assistência modificadora de doença. Então se um paciente recebe um diagnóstico de uma doença grave, de um câncer que já é metastático, que já se espalhou para outras regiões do corpo, esse paciente vai procurar um oncologista e vai começar o tratamento oncológico, mas ele também vai poder ter o acompanhamento de uma equipe de cuidados paliativos, que vai cuidar de seus sintomas, que vai fazer um planejamento de cuidados. Como é que esse paciente deseja ser cuidado? Quais são seus valores? Quais áreas da sua vida estão sendo afetadas. Então não é que a gente tenha um profissional para cada uma das áreas, né para espiritual, para psíquica. A gente tem a Capelania, a gente tem o psicólogo, a gente tem o serviço social, né? O assistente social tem o papel de cuidar das questões sociais, mas sobretudo que todos os profissionais da equipe possuem esse olhar integrado para todas as dimensões. Então existem as especificidades de cada profissão, mas existe esse olhar integrado.
Quais tipos de doenças podem ter esse tipo de tratamento?
Doenças neurológicas, demências que a gente tem, por exemplo a doença de Alzheimer. A gente está falando de pacientes com doenças renais hepáticas, então a etiologia não importa o que importa é a gravidade e o sofrimento que o paciente esperanciar durante o adoecimento cardiovascular. Doenças cardiovasculares quer que eu estou falando, doenças como insuficiência cardíaca que é uma doença que tem um altíssima morbidade, ou seja, atrapalha demais a qualidade de vida dos pacientes e também tem uma mortalidade muito alta. Doença de Parkinson dentro das doenças neurológicas. Insuficiência renal de alítica paciente, tem uma mortalidade muito grande associada a isso e também um sofrimento muito grande por conta do seu processo de adoecimento. Então há diversos exemplos de doenças que acometem diferentes órgãos e sistemas que podem se beneficiar da abordagem de cuidados paliativos como alívio de sintomas da melhora da qualidade de vida, de colocar o paciente no centro do cuidado, pois o que importa é a pessoa e não uma doença. A gente trata o indivíduo utilizando todos os recursos tecnológicos e não tecnológicos.
Como que a parte religiosa e espiritual contribui também para esse tipo de cuidado. Como é que ele atua dentro dos cuidados paliativos?
A primeira coisa para gente entender é que espiritualidade não é a mesma coisa de religiosidade. A manifestação da sua espiritualidade ?ode acontecer através de uma prática religiosa ou não. Espiritualidade é algo próprio de todo ser humano, mesmo uma pessoa que seja ateia tem a sua espiritualidade, a sua relação com o consagrado de alguma forma. Essa é uma dimensão fundamental do ser humano, a dimensão que envolve a esperança, a dimensão que envolve a busca por significado e que portanto precisa ser olhada e cuidada. E mais ainda espiritualidade é ciência. A gente dispõe de diversos artigos científicos que demonstram a importância dessa abordagem e existem formas técnicas de fazer isso, de abrir espaço para que o paciente coloque a sua espiritualidade, e como esses valores espirituais influenciam inclusive na sua jornada de tratamento e de doença. Então, a grande palavra do cuidado paliativo é integrar e não fragmentar. A medicina moderna evoluiu muito e isso é muito bom, pois hoje a gente consegue ofertar tratamentos que antes a gente não conseguia para condições que antes não eram possíveis de ser tratadas, mas ela acabou separando o biológico do biográfico.
A gente precisa integrar porque a nossa vida biográfica, ela tem talvez mais valor, inclusive do que nossa vida biológica. A gente não trata corpos, a gente trata pessoas, então com esse conceito é possível ter esse olhar multidimensional para aliviar o sofrimento.
Mesmo com o avanço da discussão do tema, ainda enfrentamos grandes desafios na falta de conhecimento popular sobre os cuidados paliativos. O que faz isso acontecer?
O preconceito vem da ignorância né? Ignorância no sentido de falta de conhecimento, porque não houve acesso. Falando de profissionais de saúde, a gente não tem cuidados paliativos dentro das graduações de saúde. Eu me formei em 2010, sem nunca ter ouvido falar sobre cuidados paliativos. Eu já fazia parte de uma liga de Oncologia, eu sabia que eu gostava de cuidar de pacientes graves, mas eu não conhecia essa abordagem enquanto uma área de atuação que eu poderia me informar e aprender tecnicamente para aliviar o sofrimento dos pacientes. Então, eu acho que é a falta de educação para os profissionais de saúde sobre os benefícios dos cuidados paliativos, a gente tem caminhado bastante nesse sentido. Em dezembro do ano passado se tornou obrigatório o ensino de cuidados paliativos dentro das faculdades de medicina e a tendência é que no futuro outras faculdades de saúde também incorporem isso e eu pessoalmente tenho me dedicado. Deixei a assistência há um ano e hoje eu atuo somente através do ensino de cuidados paliativos nas redes sociais para profissionais de saúde para preencher essa lacuna da formação. Hoje a gente não oferta pois não sabemos fazer e quando a gente não sabe fazer a gente faz errado. Então a gente precisa primeiro aprender para desmistificar.
Quais os benefícios que os cuidados paliativos podem proporcionar para familiares e acompanhantes de pacientes?
A gente diz que cuida do binômio.Naturalmente o paciente no centro do cuidado, como o personagem mais importante, mas a saúde por algum tempo ignorou o fato de que as famílias adoecem em conjunto e sofrem em conjunto e são os principais cuidadores. Então quando você abre espaço para essa família, para educar sobre o que está acontecendo, para discutir qual é o prognóstico, o que é que vai acontecer no futuro; como eles podem se preparar para falar das suas dores; da sua sobrecarga; do Burnout que enfrentam ao cuidar de um paciente durante muitos anos você também alivia esse sofrimento e melhora os índices de qualidade de vida; de estresse pós traumático. Você reduz as chances de um luto prolongado que era antigamente chamado de luto complicado. Então você integra esse cuidado e para de achar que a família é complicada para na verdade uma família que está sofrendo É muito importante incluir os cuidadores que estão na linha de frente, que estão ali prestando cuidado, muitas vezes são cuidadores profissionais, mas que não estão participando das decisões, não estão sendo informados adequadamente sobre aquilo que está acontecendo e acabam sofrendo muito em conjunto
Onde que pacientes podem ter acessos a cuidados paliativos na Bahia e em Salvador?
A maioria dos grandes hospitais particulares já dispõe de equipe de cuidados paliativos. O Hospital das Clínicas e o Roberto Santos possuem uma comissão de cuidados paliativos. Salvador, tem também uma unidade hospice que é uma unidade para cuidados de fim de vida. E a gente está indo agora para construção do primeiro hospital público que vai ficar no antigo Instituto Couto Maia. É uma iniciativa do Governo do Estado que vai contar com 80 leitos para acolhimento de pacientes em cuidados paliativos que necessitam de internação. A gente tem também ambulatório na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública para acolhimento a pacientes de cuidados paliativos também pelo SUS. A gente tem diversas empresas de home care que possuem atendimento de cuidados paliativos
Primeira mulher a presidir CFMV, Ana Elisa Almeida projeta gestão mais próxima de veterinários e zootécnicas
Por Victor Hernandes
A médica-veterinária, Ana Elisa Almeida, será a primeira mulher a presidir o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). A baiana, que tomou posse na última sexta-feira (15), possui uma trajetória na Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ingressando na vida pública em 1999, ao ser convidada para presidir a Sociedade de Medicina Veterinária da Bahia (SMVBA).
Em 2001, por meio da SMVBA, levou para Salvador o Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária. Após o evento, a médica foi convidada para ngressar na diretoria do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia (CRMV-BA). Ela foi ainda secretária-geral da autarquia no triênio 2003-2006. Em 2008, tornou-se a primeira mulher a presidir o CRMV-BA.
Em entrevista exclusiva ao Bahia Notícias, a presidente do CFMV revelou que tem a meta de proporcionar uma maior visibilidade para médicos veterinários e zootecnistas durante sua gestão.
“A gente precisa mostrar à sociedade a importância do médico veterinário e do zootecnista. As pessoas não sabem quando sentam em uma mesa, a quantidade de médicos veterinários responsáveis e presentes ali, já que muitas vezes eles estão envolvidos em um trabalho no laticínio e etc. O médico veterinário está ali presente na vida do cidadão, a gente quer mostrar e fazer com que a própria sociedade entenda onde o médico veterinário está. Nós vamos inclusive destinar um recurso, através de campanhas publicitárias para mostrar à sociedade a importância dessas duas profissões”, disse.
Ana Elisa comentou também sobre a expectativa para o triênio que vai conduzir no órgão. “A expectativa é grande, principalmente por ser tudo novo. Nós, mulheres, somos assim, temos capacidade de ouvir e de acolher. Eu acho que o mundo está precisando também disso, de decisão, mas também decisões estudadas, decisões pensadas. Então eu espero corresponder todas as expectativas que estão sendo depositadas”, completou.
Confira a entrevista completa:
Qual o panorama e a avaliação que você faz da antiga gestão do CFMV?
Sou suspeita de falar, pois já participava dessa gestão. A gente queria e conseguimos uma mudança quando assumimos em 2017. Hoje, o nosso conselho está mais transparente, tanto que nós tivemos uma referência do Tribunal de Contas com nota máxima no quesito transparência. Tudo nosso é aberto. Nos aproximamos bastante dos Conselhos Regionais que executam as ações, já que a gente é um órgão de segunda instância. Quem executa, quem fiscaliza e faz todo o tribunal de honra são os regionais, que são órgãos de primeira instância. Estamos renovando nosso sistema de forma online. Um sistema unificado de administração pública, onde os processos fluem com mais facilidade e agilidade, que qualquer pessoa tem acesso.
Quais serão as principais metas e objetivos a serem traçados em sua gestão para este triênio? O que ainda precisa ser alcançado e superado no CFMV?
Nós vamos priorizar quatro eixos: gestão participativa que é importantíssimo, onde queremos ter um canal de comunicação permanente e ouvir nossos colegas dos Regionais. Depois nosso outro eixo nosso é fazer uma articulação institucional, a gente precisa conversar com os órgãos que estamos relacionados. São esses órgãos que fazem as leis e a gente precisa dessa construção com o Ministério da Saúde, Ministério da Educação entre outros. O terceiro item é a modernização dos processos. Já estamos fazendo fiscalização online e remota inclusive. O quarto item é gerar visibilidade das profissões. A gente precisa mostrar à sociedade a importância do médico veterinário e do zootecnista. As pessoas não sabem quando sentam em uma mesa, a quantidade de médicos veterinários responsáveis e presentes ali, já que muitas vezes eles estão envolvidos em um trabalho no laticínio e etc. O médico veterinário está ali presente na vida do cidadão, a gente quer mostrar e fazer com que a própria sociedade entenda onde o médico veterinário está. Nós vamos inclusive destinar um recurso, através de campanhas publicitárias para mostrar à sociedade a importância dessas duas profissões. Vamos destinar outros recursos também para o planejamento, onde pretendemos estar presentes nos grandes congressos das feiras agropecuárias, no agronegócio que é muito forte e que contribui com uma parcela, onde nós somos um dos atores principais. Então queremos ter essa participação mais efetiva nesses segmentos.
O CFMV reforçou o pedido para o Ministério da Educação (MEC) suspender graduação a distância em Medicina Veterinária. Atualmente como está este processo? E quais serão as novas medidas que vocês vão buscar em 2024?
Não só Conselho Federal, mas como todo o sistema é radicalmente contra. O curso de medicina veterinária, inclusive as nossas diretrizes curriculares nacionais dizem que é necessário a prática. Então não podemos ter um curso em que o aluno não tenha o treinamento em serviço, não pegue, não sinta. Nós somos radicalmente contra, isso já é pacificado. Estamos inclusive conversando com o MEC, tivemos com o ministro Camilo [Santana] e ele se mostrou favorável a não ter [cursos de Veterinária EAD]. Estamos querendo inclusive retornar o exame de proficiência nos moldes da OAB. Queremos que este exame seja para que a gente tenha um parâmetro nesse sentido. Isso vai fazer com que o Conselho Federal participe das avaliações do MEC, na autorização de novos cursos e abertura de mais vagas. Hoje temos um termo de colaboração com o MEC e a nossa comissão nacional de educação avalia alguns cursos, só que é uma avaliação construtiva que não é deliberativa. Então nós recebemos 40 processos de solicitação de autorização de cursos. Visualizamos que algumas instituições não tinham as mínimas comissões oferecidas. Então a gente gostaria de participar dessa avaliação, mas com critérios técnicos até para que possamos ter uma avaliação mais precisa da qualidade desses cursos. Nós estamos querendo aprovação de um Projeto de Lei que prevê apenas 10% de carga horária para conteúdos teóricos.
Estudantes do curso de medicina veterinária da Universidade Federal da Bahia (UFBA) alegaram que alguns professores estariam perseguindo alunos e calouros. Essa informação já chegou para o CFMV? Como que você vai acompanhar essa questão?
Isso já chegou ao conhecimento do Conselho Regional e também do Federal. Eu vi inclusive na página no Instagram da Escola Veterinária e fiquei sem entender. Mas eu ainda não sei muito bem especificamente. Vi em grupo também e eu vou até depois conversar com o diretor da Escola, mas em termos assim de denúncia perante o conselho não chegou nada nem no Conselho Regional e no Federal. Os professores são médicos veterinários ou zootecnistas e estão escritos no conselho. Caso seja verificado que essa atitude configure uma infração ética com certeza serão avaliados e caso se comprove serão penalizados. O conselho tendo conhecimento pode ser aberto um processo e aí pode se fazer uma apuração. O conselho vai designar um instrutor, um relator para analisar e ouvir as partes. Depois disso vai ser determinado um relator para analisar aquilo que o instrutor colocou.
Como o CFMV está acompanhando a construção do Hospital Veterinário de Salvador?
Para o médico veterinário será mais uma oportunidade no mercado de trabalho, é algo importante. Agora uma preocupação nossa é a manutenção desse hospital. Como é que o o todos os o aparelhamento os os insumos serão mantidos? Essa é a nossa maior preocupação. Inclusive eu soube até que poderia ser uma até gestão na área de uma organização social. A nossa preocupação é que esses hospitais, de primeira, precisam estar inscritos no Conselho pois é uma atividade privativa.
Qual a expectativa para iniciar a gestão no CFMV?
Estou recebendo esse desafio com muita responsabilidade. Nós ingressamos no sistema em 2003, quando eu fui secretária geral aqui do Conselho Regional da Bahia. Mas o Conselho Federal é totalmente diferente. Porém, é um aprendizado. Nós estamos com uma equipe muito boa. Tenho certeza que juntos vamos fazer mais e vamos mais longe. A expectativa é grande, principalmente pois tudo é novo. Nós, mulheres, somos assim, temos capacidade de ouvir e de acolher. Eu acho que o mundo está precisando também disso, de decisão, mas também decisões estudadas, decisões pensadas. Então eu espero corresponder todas as expectativas que estão sendo depositadas.
Médico baiano é integrante da pesquisa que usa técnica de edição de genes no combate a anemia falciforme
Por Victor Hernandes
O baiano Bruno Solano, médico pesquisador da Fiocruz e especialista em terapia celular, é um dos integrantes de um estudo que busca alternativas mais eficientes para reduzir custos de um tratamento para pacientes que sofrem com doenças de falciformes no mundo. Trata-se da técnica de edição de genes CRISPR para atacar doenças como a anemia falciforme, condição genética e hereditária que traz complicações graves, com prevalência na população negra.
O CRISPR é uma ferramenta que permite editar com precisão o DNA de microorganismos, plantas e animais e fez com que à Jennifer Doudna e Emmanuelle Charpentier fossem vencedoras do Nobel de Química em 2020.
O pesquisador baiano participa à frente do trabalho em um laboratório no IGI (Innovative Genomics Institute), nos Estados Unidos, fundado pela ganhadora do Prêmio Nobel de Química em 2020 Jennifer Doudna. Atualmente, os custos podem chegar a US$ 2 milhões por paciente.
Segundo o especialista, a pesquisa apresentou “resultados muito encorajadores” no combate a condição genética e hereditária, que atinge de 60 a 100 mil pessoas no Brasil. No Distrito Federal, Minas Gerais e Bahia (um caso a cada 650 nascidos vivos) como locais com alta incidência.
“Essa tecnologia nova que a gente chama de CRISPR é um método novo que a gente consegue ir no ponto específico do DNA e fazer alterações e correções de mutações e isso tem uma implicação direta em doenças genéticas como o caso da anemia falciforme. É uma técnica que está completando dez anos agora e a gente tem uma série de evoluções para que essa tecnologia seja aplicada a tratamento de doenças humanas como a anemia falciforme”, disse.
“Aqui nos Estados Unidos já têm estudos avançados com o tratamento de mais de 70 pacientes com essa doença, com resultados muito encorajadores em termos de segurança do procedimento e da eficácia também no controle dos sintomas e em alguns casos até em cura funcional. Então são muito animadores os resultados, então nos próximos meses vamos ver uma aprovação da agência americana para comercialização”, explicou.
Confira entrevista completa: