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Se não há espaço para quem quer curtir o Carnaval na pipoca, a dificuldade também existe para quem quer colocar o bloco na rua. Para 2025, o Carnaval de Salvador terá uma redução de equipamentos nos circuitos, medida adotada para tornar confortável os seis dias de festa tanto para o folião, quanto para os empresários.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, revelou que a folia em 2025 será desafiadora devido ao número de equipamentos e aos transtornos vividos em 2024, como trios quebrados, engarrafamentos e a lotação do circuito. Para o ano que vem, o Carnaval ainda terá o desfalque do estacionamento na Graça.
"A gente tem grandes desafios. No ano passado, a gente teve uma conjuntura, eu diria, até astrológica de vários incidentes que aconteceram ao mesmo momento no Carnaval, onde a gente teve um equipamento quebrado durante a madrugada que atrapalhou bastante a montagem dos trios. A gente tem uma equipe muito profissional dedicada a isso e temos nos reunido com os órgãos de trânsito e trabalhando em alternativas para suprir a falta do estacionamento da Graça."
Foto: André Carvalho/ BN Hall
Edington ainda explicou como funciona a logística dos trios elétricos em circulação na capital baiana. "Ela funciona durante 24 horas, cada equipamento, quando ele termina o desfile, ele começa uma outra operação de reposicionamento para que no outro dia possam estar todos retornando para o circuito, para começar tudo novamente. Temos 160 equipamentos circulando pela cidade durante o Carnaval, então é uma logística tremenda".
De acordo com Washington Paganelli, presidente do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), o Circuito Dodô (Barra-Ondina), será mais afetado com a redução.
"Para você ter uma ideia, no ano passado nós tivemos 44 equipamentos na Barra, entre trios e carro de apoio. Esse ano nós vamos ter 24. Essa redução é justamente para ter mais conforto para o folião e para o trio elétrico também, mas também porque a gente não tem mais espaço. Quando sai da Barra, 15 horas, 16 horas, eu já tenho que estar com toda a fila lá arrumada. E eu só tenho espaço no Porto da Barra até o Farol para 24 equipamentos", afirmou.
A limitação nos equipamentos foi confirmada por Edignton, que explicou a decisão: "Para que a gente tenha um circuito com mais fluxo, mas, ao mesmo tempo, com qualidade de apresentações, com qualidade, sobretudo, do funcionamento, do trânsito entre um circuito e outro".
A partir desta semana, a Prefeitura de Salvador, com o Conselho Municipal do Carnaval, iniciará testes com os trios elétricos pelas ruas da cidade. O trajeto será feito na madrugada, para não atrapalhar o trânsito na cidade. A ideia, de acordo com Isaac, é evitar os diversos incidentes que ocorreram neste ano, como a quebra de trio durante a madrugada, a quebra de trio durante o circuito, a falta de energia e outros.
Foto: YouTube
A questão com os trios na rua também afeta o abastecimento dos camarotes, por exemplo, feito com carros de menores portes, mas que circulam no circuito, além de ambulâncias, viaturas e outros veículos.
"Nós vamos fazer esse ano um novo Carnaval, porque é necessário olhar para todos os circuitos. Nós estamos tendo reuniões diretas com todos os órgãos envolvidos no Carnaval, tanto da parte do Governo quanto da Prefeitura. Essa semana mesmo nós vamos fazer um trabalho com o trio elétrico pela madrugada para vermos algumas possibilidades. O trabalho não para e está sendo feito com muito cuidado, com muito profissionalismo", disse Paganelli.
Como antecipado ao Bahia Notícias, o empresário reforçou a fiscalização mais severa que será feita pelos órgãos no Parque de Exposições e que os trios terão que sair já prontos para desfilar, sem nenhum tipo de adição, e também o roteiro a ser seguido por eles até o circuito da festa. "Esse ano foram 5 trios presos embaixo do viaduto, então para 2025 nós vamos ter um roteiro, um mapa e os trios com GPS já dizendo para ele aonde ele tem que passar. Se ele sair do roteiro, a Transalvador vai saber e vai ser multado".
Quanto a situação do estacionamento dos trios elétricos, que antes funcionava na Graça, porém, com a construção de um novo empreendimento na região, o espaço está inutilizável para o Carnaval, o Comcar ainda não definiu qual outro endereço irá receber os trios, mas segue estudando as opções.
"A gente tinha um espaço que chamava de Barracão, e era onde deixávamos os trios e eles desciam aos poucos da Graça para a Barra. Agora não temos mais e as pessoas sugerem a Vitória, mas não tem como. Temos as árvores, temos os prédios, eu não posso botar o trio fechando a avenida e impactar aqueles que não brincam com o Carnaval, ou que desejam sair de casa para fazer algo pelo circuito. Além de atrapalhar na questão de socorro médico, rota de fuga. Tudo isso temos que pensar."
Foto: Instagram
Nesta quarta-feira (27), o Comcar realiza a convocação das assembleias para a definição da ordem dos desfiles nos circuitos oficiais da folia, tendo como base os três últimos anos da festa. Estão convocadas entidades carnavalescas que desfilam nos circuitos Batatinha (Pelourinho), Osmar (Campo Grande), Dodô (Barra-Ondina), Sérgio Bezerra (Barra) e Mestre Bimba (Nordeste de Amaralina).
De acordo com o levantamento feito pelo Bahia Notícias, o Carnaval de Salvador tem 21 blocos com vendas abertas para a folia em 2025. É aguardado a confirmação do Bloco Coruja, que deu indícios do desfile no ano que vem nas redes sociais. É esperado que Ivete saia dois dias de festa, no sábado e na segunda de Carnaval.
Pular atrás do trio se tornou uma preocupação para os foliões que questionam a possibilidade do Carnaval de Salvador deixar de existir em um curto espaço de tempo devido às mudanças envolvendo a festa desde a sua criação.
A preocupação também aflige os empresários do setor de entretenimento que buscam nos circuitos já existentes da festa, espaços para abrigar os camarotes e avenidas que comportem a grandiosidade dos tradicionais blocos da festa, além de vagas para novidades nas ruas.
Afinal, estaria o Carnaval por um fio? Ou melhor, por uma corda frouxa? Para quem curte a festa, é nítida a redução significativa de blocos na rua nos últimos dez anos de folia. É também visível e exaltada a crescente dos trios independentes, proporcionando grandes atrações para o folião pipoca.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o empresário Washington Paganelli, presidente do Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares (Comcar) e responsável pelo bloco As Muquiranas, apontou um aumento no recadastramento obrigatório dos blocos que têm interesse em participar do Carnaval em 2025.
"No ano passado nós tivemos um aumento de blocos, e esse ano tem blocos novos voltando, como o Cheiro, além de outros que manifestaram o interesse em voltar para o Carnaval. Todos que saíram ano passado estão confirmados, e muitos voltando, o que é muito bom. O Carnaval de Salvador está se recuperando", afirmou.
Foto: Priscila Marinho
Para Paganelli, a teoria do fim da folia é distante, mas é necessário valorizar a cultura local e perceber com mais atenção as mudanças. "O Carnaval é pulsante. Ele vem mudando durante os anos tanto nessa questão de circuitos, como no formato. Vieram os camarotes, acabaram-se os clubes. Eu acho que tem espaço para tudo. Tem blocos que já estão com o espaço certo, artistas também, tanto é que Bell tem três blocos. E a procura por blocos que deixaram de existir, por exemplo, prova que o Carnaval está para todos e vive".
O empresário Marcelo Britto, CEO da Salvador Produções, por exemplo, irá estrear um novo espaço na folia em 2025, o Camarote Glamour Salvador. Para Britto, que é responsável por diversos shows na capital baiana e pela carreira de Léo Santana, o surgimento de novos camarotes e a desistência de alguns artistas em colocar o bloco na rua, tem a ver com o estudo de mercado e do que o público quer curtir.
"Isso é a democracia do Carnaval, eu acho que a cada ano ele se fortalece mais. Acontece de ter menos blocos, mas tem grandes atrações na rua arrastando um grande número que vai de senhora, idoso, a criança. E o interessante é que quem quiser buscar um conforto maior, mais segurança, bebida, comida, varanda imensa, vai buscar o camarote. E isso é o Carnaval de Salvador."
Foto: Lucas Leawry
Sócio de Brito no Camarote Glamour Salvador, o empresário Marcelo Rangel cita a pluralidade do Carnaval como a maior fortaleza da festa e também não acredita em um fim da folia, mas na reinvenção. "O grande ator do Carnaval são os blocos de rua com os artistas no trio elétrico, mas a festa é boa pela pluralidade que ela oferece. Tem os blocos, os grandes artistas em trios independentes e tem também os camarotes", afirmou ao BN durante o lançamento do espaço.
Para Valter Brito, empresário do Cheiro de Amor, que neste ano anunciou o retorno do Bloco Cheiro com um dia de desfile no Circuito Dodô (Barra-Ondina), é nítida a mudança do cenário de blocos após o alto investimento público nos trios independentes. O retorno do Cheiro ao Carnaval só foi possível após um estudo e pesquisa de campo, na qual foi percebido o desejo do público em pular atrás do trio novamente.
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O empresário afirma que a escolha de sair apenas um dia na folia foi uma decisão pensada para o que ele acredita que será um novo formato para os próximos anos.
"As pessoas sentem saudades de brincar no bloco. A grande dificuldade que existe hoje é a captação de patrocínio. Os blocos sempre foram viabilizados através de patrocínio, com essa perda de visibilidade, de transmissão, tudo isso foi afastando as marcas desse tipo de investimento. Mas ela sempre vai existir, ela existiu quando começamos, existe durante o percurso, mas as dificuldades existem em qualquer situação que você vai empreender não tem jeito. É trabalhar para derrubá-la."
Fábio Almeida, sócio-diretor da Join Entretenimento, que em 2024 entrou no Carnaval de Salvador com o Camarote Brown, em parceria com Carlinhos Brown, citou ao site um cenário positivo pintado pela imprensa com uma alta nas vendas de camarotes e blocos que já estão na rua, mas acredita que ao falar sobre Carnaval, é necessário ser pé no chão.
Foto: Instagram
"O fato é que a gente tem um gargalo, um ponto do Carnaval que diz respeito a corda, não é nem ao cordeiro, é a corda. Tem um estrangulamento, um afunilamento do público que tem algo que precisa ser levado em consideração. Esse modelo precisa ser revisitado."
O empresário cita a prosperidade artística grande em Salvador, mas a falta de atenção para quem faz a música acontecer e quem tem se comunicado diretamente com a massa.
"A minha visão não é pessimista, mas ela é muito realista. Nada de novo aconteceu em formato, nos últimos anos, por falta de uma engrenagem maior que é o que está por trás. Carnaval tem que ser discutido o ano inteiro [...] É inteligente, além de necessário, trazer o turista não apenas para os camarotes, para os blocos de corda, mas fomentar a Bahia mais cultural, a saída do Olodum, a saída do Ilê, a saída do Gandhy. Porque o Carnaval é muita coisa e pouca coisa é publicizada, mas muita coisa acontece e que torna ele rico."
O mesmo é pontuado por Carlinhos Brown, que exalta a expertise de Salvador em fazer o Carnaval acontecer e a importância de ser criativo para transformar a festa. Para Buja Ferreira, vocalista da banda Timbalada junto com Denny Denan, o folião como prioridade se tornou tendência para a folia baiana.
“O Carnaval é do povo, o Carnaval é da rua, e eu fico muito feliz, eu fico emocionado, eu, que vim da comunidade, eu sei que as pessoas têm sonhos de atrás do trio e eu fico muito feliz, emocionado, e o Carnaval é da rua, o Carnaval é do povo, a Timbalada é da rua, a Timbalada é do povo.”
Foto: Lucas Leawry
Ao Bahia Notícias, durante entrevista na rádio Antena 1, o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, foi positivo ao falar sobre as mudanças relacionadas ao Carnaval.
"Eu acho que o Carnaval está se transformando, a gente tem um Carnaval hoje mais diverso, mais popular. Os blocos afro tem mais protagonismo do que tinha 10 anos atrás, a rua tem protagonismo maior. A criação do Furdunço foi uma coisa muito importante porque trouxe o Carnaval de rua em que a estrutura do bloco não é tão relevante. É uma transformação que, na minha opinião, está indo para um lugar legal."
Washington Paganelli foi reeleito presidente do Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares para o mandato 2024/2025. A nova formação da Mesa Diretora do Comcar foi definida em votação realizada na última quarta-feira (15).
Além do sócio do bloco As Muquiranas na presidência, a Mesa Diretora conta ainda com Pedro Costa como vice-presidente, Sidney Bonfim como suplente da vice-presidência, Jairo da Mata como secretário geral e Durray Cruz Carvalho como suplente da secretaria geral. Márcia Mamede foi confirmada como Coordenadora Executiva do Carnaval de 2025.
Os candidatos foram automaticamente empossados para integrar a Mesa Diretora do conselho.
O Conselho Municipal do Carnaval foi criado em 1992, com a finalidade de definir critérios e regras de apresentação, seleção e composição dos participantes do carnaval, bem como fiscalizar a sua gestão.
O Comcar é composto por membros representantes de órgãos e entidades vinculadas ao Carnaval. Participam do conselho associação de blocos e trios, representantes de blocos percussivos, blocos afro e afoxé, representante do sindicato dos músicos, representantes dos órgãos de segurança, representantes do turismo local e estadual.
O empresário Washington Paganelli busca se reeleger no cargo de presidente do Conselho Municipal do Carnaval para o mandato de 2024/2025.
A candidatura do sócio do bloco As Muquiranas foi confirmada pelo Comcar através da ata de encerramento das inscrições para a mesa diretora do Comcar, lida na sexta-feira (10), em cerimônia realizada na sede do Conselho, no Comércio.
Paganelli, que já passou pelos cargos de coordenador executivo sob o comando do empresário Flávio Souza e de vice-presidente quando Joaquim Nery Filho foi o presidente, busca manter o cargo e seguir com os trabalhos feitos ao longo do último ano.
O Conselho Municipal do Carnaval foi criado em 1992, com a finalidade de definir critérios e regras de apresentação, seleção e composição dos participantes do carnaval, bem como fiscalizar a sua gestão.
O Comcar é composto por membros representantes de órgãos e entidades vinculadas ao Carnaval. Participam do conselho associação de blocos e trios, representantes de blocos percussivos, blocos afro e afoxé, representante do sindicato dos músicos, representantes dos órgãos de segurança, representantes do turismo local e estadual.
A cada ano, o Conselho realiza a eleição da Mesa Diretora, que é formada por presidente, vice-presidente, secretário geral e suplentes. Além do Conselho Municipal do Carnaval, a mesma Lei Orgânica de 1992, que instituiu o Comcar, criou a Coordenação Executiva do Carnaval e o Órgão Executivo do Carnaval.
Para a Coordenação Executiva do Carnaval, foi instituído que precisava ter um Coordenador Executivo eleito pelo Conselho, entre os seus integrantes, um representante do Município, indicado pelo Prefeito, e por um representante do Estado da Bahia, indicado pelo Governador.
A função da Coordenação é a operacionalização do Carnaval e a promoção de meios com vista à contratação de trios elétricos independentes, cantores, blocos, músicos, bandas, decorações, palanques, arquibancadas, serviços outros, bem como o patrocínio de bailes públicos, tudo de acordo com a programação e o planejamento previamente acordado com o Órgão Executivo do Carnaval.
Quanto ao Órgão Executivo do Carnaval, composto pela Saltur (atualmente a Saltur) e Sufotur (que hoje é a Sufotur), tem por finalidade executar o Carnaval, definindo, ainda, os custos e fontes de recursos, promovendo a celebração de contratos e pagamentos, na forma da legislação pertinente.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Tiago Correia
"Na verdade o medo deles é que Neto seja o candidato. Ele é o mais competitivo e que lidera as pesquisas. Na eleição passada eles fizeram o mesmo".
Disse o deputado estadual e líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Tiago Correia (PSDB) ao comentar os rumores de que o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), poderia desistir de disputar o governo da Bahia em 2026.