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Um grave acidente de trânsito, do tipo colisão frontal, resultou em uma morte e três feridos na manhã deste domingo (24), na rodovia BR-242, no município de Barreiras, no Oeste da Bahia. O acidente aconteceu por volta das 06h, envolvendo dois veículos: um Fiat Siena e um Ford Fiesta.
Segundo informações do Blog do Braga, parceiro do Bahia Notícias, o Fiat Siena, que seguia em direção a Luís Eduardo Magalhães, colidiu frontalmente com o Ford Fiesta, que estava no sentido oposto, em direção a Barreiras. O impacto da colisão foi tão forte que o motorista do Fiesta, identificado como Gilson Alves de Araújo, de 64 anos, ficou preso nas ferragens e morreu no local.
Profissionais de saúde que passavam pelo local prestaram os primeiros socorros às vítimas, até a chegada das equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Três pessoas do Fiat Siena foram encaminhados à UPA de Luís Eduardo Magalhães com lesões na cabeça e fraturas nas pernas.
A Superintendência de Trânsito de Barreiras (SUTRANS) organizou o fluxo de veículos na rodovia até a chegada da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que registrou a ocorrência. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) também esteve no local, realizando a perícia e removendo o corpo da vítima para o DPT de Barreiras, onde será submetido a exame de necropsia.
O Corpo de Bombeiros Militar (2ªCIA/17ºBBM) precisou utilizar técnicas de resgate veicular para retirar o corpo de Gilson das ferragens. Após o resgate, a equipe realizou a limpeza da pista para liberar o tráfego. A neblina no trecho, que dificultou a visibilidade, estava presente no momento do acidente, mas as causas da colisão ainda não foram esclarecidas. A PRF segue investigando o caso.
Driblando as dificuldades do isolamento, o espetáculo “Jennifer”, montado durante a pandemia, estreia na próxima quinta-feira (17) e segue em cartaz até o dia 20 de dezembro, sempre às 20h, através do aplicativo Zoom. Após a apresentação, o público poderá participar de um bate-papo com a equipe.
Protagonizado pela atriz Matheuzza Xavier e com Zeca de Abreu no elenco, a montagem tem como proposta de ressignificar estigmas através de um maior contato com a comunidade Lgbtq+, sobretudo a trans, que geralmente é a mais marginalizada.
O enredo gira em torno da relação conflituosa de Jeniffer com sua mãe Nazaré (Zeca de Abreu), que não aceita a orientação e condição sexual da filha, e o namorado Gustavo (Sidnaldo Lopes). "A história surgiu de uma inquietação: ‘Quem somos nós para julgarmos os outros?’ Já vinha pensando muito sobre o universo T dentro da comunidade Lgbtqia+. Então, resolvi escrever o espetáculo após ver uma foto de Zeca e Matheuzza em uma aula. Naquele momento, percebi que elas seriam as personagens que norteariam o enredo. Em seguida, deixei as informações, os dados e as vivências me conduzirem na escrita e hoje temos mais que uma obra artística que agregou pessoas, deu voz aos que antes não tinham e que vai ser objeto de representatividade para tantos e tantas pessoas lgbtqia+ em especial o universo T, que merece todo nosso respeito e reparação por tantas atrocidades feitas contra estas pessoas”, explica Oliveira Pedreira, autor e diretor da peça.
“Pra mim, fazer esse espetáculo foi a abertura de uma porta. Faço teatro há muitos anos e com a pandemia questionei o lugar da arte nesse momento. Foi aí que apareceu Oliveira Pedreira com o convite para esse processo todo online. Topei e logo de cara tive contato com um universo cheio de possibilidades e belezas em que nós, enquanto sociedade, precisamos conhecer e preservar. Fiquei apaixonada pelo texto e pela minha personagem ‘Nazaré’, que é uma mãe vítima de um sistema de opressão social e psicológica que torna pessoas boas em vilões trágicos. Jennifer é um daqueles espetáculos para tocar uma geração”, definiu Zeca.
Matheuzza, por sua vez, destacou o quanto a sociedade impõe uma marginalização das pessoas trans e comemorou o fato de poder levar ao palco esta discussão. "Poder estar em um espetáculo que nos traz visibilidade, em que temos a possibilidade de vivenciar as nossas identidades de travesti, de pessoa trans, é muito gratificante. A sociedade nos coloca uma carga histórica de fetichizar, de estereotipar, de patologizar. É como se a gente pertencesse ao submundo, num universo de segregação que só nós convivemos e entendemos, porque todas as possibilidades de trabalho, de auxílio à saúde, à educação, de bem estar, são negadas. O Brasil infelizmente ‘ostenta’ o pior lugar do mundo para uma pessoa travesti e trans viver. Nossa expectativa de vida é de 35 anos, contra 74 da expectativa do país”, comentou.
O elenco conta ainda com Zé Carlos de Deus, Lene Nascimento, Enzo Iroko, Nana Dió, Lavigne Rosa e Morgana Lobo.
SERVIÇO
O QUÊ: Espetáculo “Jennifer”
QUANDO: 17 a 20 de dezembro, às 20h
ONDE: Aplicativo Zoom
VALOR: Valores variam entre ingressos gratuitos, passando por R$ 5, até R$ 40 de contribuição (clique aqui)
Uma nova leva de atrações protagonizadas e produzidas por pessoas negras vai estrear na tela da TVE Bahia a partir do próximo dia 1º de novembro. A novidade foi possibilitada através de uma parceria entre a televisão pública do estado e o canal a cabo Trace Brazuca e conta com a exibição de shows, programas, filmes e documentários que integram a programação de cada uma das emissoras.
De acordo com o diretor do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), Flávio Gonçalves, essa é uma estratégia de valorizar o que melhor representa a Bahia, que é a diversidade e os artistas baianos.
"Como a grande maioria da população baiana é negra, temos exatamente esse compromisso: o de dar visibilidade para uma população que é maioria no estado. Queremos, ao mesmo tempo, dar espaço para essa produção que é feita por profissionais baianos negros e também permitir aos baianos que não são artistas, não estão na tela da TV, se sintam representados ao verem essas pessoas. Acho que são esses os dois principais objetivos. E isso é algo que não está tão presente nas televisões de modo geral", comenta o jornalista.
Flávio Gonçalves, diretor do Irdeb | Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias
Ao mesmo tempo que é uma estratégia de visibilidade, é uma estratégia de alcance da juventude e de ocupação da grade de programação. "Nós queremos, do ponto de vista de grade de programação, oferecer [conteúdo] principalmente ao público jovem, porque essa parceria com a Trace tem como foco principal a juventude e nós entendemos que ela merece uma programação de qualidade", explica Flávio, ressaltando que há pouca visibilidade de jovens na telinha e quando há uma aparição a forma como acontece é a partir de estigmas.
A proposta inicial prevê a exibição de mais de 50 horas de conteúdo por mês. O formato é de uma colaboração mútua. A emissora baiana vai exibir os programas cedidos pela Trace e o canal pago irá colocar no ar as produções cedidas pela televisão pública estadual.
Considerada desde 2016 como a emissora oficial da Década Internacional Afrodescendente (2015-2024) no estado, a TVE se coloca, na visão do seu diretor, em um local diferenciado na radiofusão baiana.
"Não todas, mas a falta do protagonismo da população negra na tela das TVs aqui da Bahia é algo que é só você trocar de canal e vai ver, seja como profissionais na frente ou como fonte. Temos fontes brancas, profisisonais brancos... Aqui na TVE não, temos profissionais que aparecem no vídeo e são afrodescendentes. E, do ponto de vista de fontes e de conteúdos, também exibimos muito conteúdo afrodescendente", explana, considerando que tal situação é um sintoma do racismo.
"Isso [a presença de pessoas negras na tela] é uma constante na TVE porque temos o compromisso de combater o racismo, porque entendemos que para combater o racismo é preciso não só falar sobre o racismo, mas é importante trazer o protagonismo da população afrodescendente. Na medida que essa população, cada vez mais, aparecer na tela da TV, a tendência é que o racismo também diminua, porque é um processo cultural", pontua.
O 'Trace Trends' será um dos programas exibidos pela TVE a partir da parceria | Foto: Reprodução / YouTube
Apesar de admitir que a audiência não seja o propósito primário de uma TV pública, Flávio Gonçalves avalia que as parcerias recentes e as ações de interiorização da produção e da transmissão do conteúdo gerado pela TVE Bahia têm feito com que a audiência aumente. A identificação do público com as pautas e os rostos seriam, na sua opinião, aspectos de atração dessas pessoas que passaram a assistir o canal com mais frequência.
"É conteúdo de música, de política, de cidadania, de esporte. Tudo isso tem a ver com a Bahia. Nas redes sociais hoje temos 600 mil seguidores, cresceu muito, e na própria televisão também - até porque nossa presença no interior aumentou. Hoje nós temos praticamente mais de 10 milhões de pessoas com o sinal digital, antes eram 4 milhões, e isso significa que [hoje] nós temos potencial de audiência maior", afirma.
"O primeiro passo foi ampliar esse sinal digital para todo interior da Bahia e agora com esse conteúdo da Trace não temos dúvida de que, aliado aos outros conteúdos, a tendência é que a audiência cada vez mais aumente. Essa parceria com a Trace é uma estratégia de ter mais diversidade e buscar audiência, porque ela é fundamental para dar legitimidade para a TVE. Não queremos que seja uma TV que ninguém assista. Acho que a TVE tem de tudo para ser líder de audiência", diz otimista.
Para o jornalista e diretor do Irdeb, a política de interiorização, de identificação e de ampliação do conteúdo seguem premissas que definem o DNA da TVE Bahia. Ou melhor, de uma política: a de integração e de divulgação do estado para os próprios baianos.
E, quando perguntado sobre possíveis projetos de dinamização da rádio, ele justifica dizendo que a ideia é justamente a mesma, mas com outra pegada. Segundo ele, a interiorização do conteúdo da Educadora FM gira em torno de projetos como o Festival de Música Educadora FM - que além de premiar artistas, conta com a reprodução de 50 canções de músicos de todo o estado da Bahia - e a implementação recente do aplicativo Educadora Play.
Uma das fundadoras da Marcha do Empoderamento Crespo de Salvador, coletivo que marcou presença na Lavagem do Bonfim, nesta quinta-feira (16), Naira Gomes destacou o papel desta festa popular como espaço político. “O Bonfim é um lugar de inclusão e visibilidade. Todas as pautas têm espaço, da mulher, do homem, dos trans, dos gays, LGBT+, povo de santo. É um lugar de colocar os corpos, as narrativas e as ações em curso por dignidade e inclusão”, declarou Naira.
Marcha do Orgulho Crespo de Salvador marcou presença na Lavagem do Bonfim | Foto: Adriano Cardoso / Ag Haack
“A diversidade é um valor de verdade pra gente, pra nós, mulheres negras, diversidade não é uma falácia, é um valor de inclusão. Somos diversas, plurais”, salientou Naira Gomes.
O rapper soteropolitano Vandal se apresentou no Feira Noise Festival na última sexta-feira (22) e comentou sobre a falta de visibilidade que artistas como ele têm na mídia. O cantor, que é colaborador da Baiana System no álbum "O Futuro Não Demora" - agraciado com o Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa -, disse que há uma "utopia" ao acreditar-se que "tudo está mais tranquilão".
"No meu exemplo, eu trabalho com a Baiana System, acabei de ganhar um Grammy [Latino] com uma música autoral minha que tem um áudio da minha mãe na frente e isso não foi relatado em nenhum lugar", reclamou Vandal.
A faixa que ele se refere é CertoPeloCertoh, que retrata a vivência de moradores de localidades periféricas na capital baiana. Dentro do mesmo sistema que a faixa do álbum premiado reflete está o silenciamento, criticado por Vandal.
Ele exemplifica a situação citando também a experiência artistas periféricos que só tiveram o trabalho reconhecimento após a morte. "A gente que faz esse tipo de música, os próprios sambistas antigos, se você for pegar a raiz do samba, nenhum deles ficou rico. Existem pessoas que estão lucrando e ficando ricas com nossa forma de vestir, nossas gírias e nossa forma de andar", comentou.
Se nomeando em seus shows como "Vandal de Verdade", durante a entrevista ele disse ser um "fomentador de possibilidades, não de utopia". E concluiu: "Rio-São Paulo continua sendo o eixo financeiro e de possibilidades, não o eixo criativo, porque eu bato o pé e digo que o Nordeste é, sempre foi e continua sendo o celeiro mais criativo do país".
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.