Artigos
A Política Brasileira: um Espelho Bíblico da Vaidade
Multimídia
Ivanilson afirma que PV fará reavaliação de filiados e admite: “Servimos sim de barriga de aluguel”
Entrevistas
Léo Prates define “desgaste” de Lula e do PT como trunfos e projeta chapa da campanha de oposição em 2026
taxa de juros
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse acreditar que o Brasil pode vir a se destacar no cenário internacional caso haja uma escalada da guerra tarifária entre China e Estados Unidos. Galípolo deu a declaração nesta terça-feira (22), durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Para Galípolo, a diversificação da pauta comercial brasileira e a força do mercado interno são fatores de forte atração para investidores internacionais.
“A diversificação que o Brasil possui em sua pauta comercial, somada a um mercado doméstico relevante, passou a apresentar o país como um local de proteção. Na comparação com seus pares, o Brasil pode se destacar justamente por essa diversidade”, disse o presidente do BC.
A audiência pública desta terça foi convocada pelo presidente da CAE, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Na sua fala, Galípolo disse que a guerra comercial atual pode provocar uma desaceleração econômica global mais intensa do que a prevista inicialmente, com efeito sobre os preços de mercado no Brasil e no mundo.
“O que estamos vendo agora é um movimento que pode caminhar para um cenário de aversão ao risco. Se essa guerra tarifária escalar, podemos ter uma desaceleração mais abrupta e mais forte da economia global”, alertou Galípolo.
Sobre a inflação, que se mostra em viés de alta desde o ano passado, o presidente do BC disse que há incômodo dentro do Comitê de Política Monetária (Copom) pelo fato de a inflação estar acima da meta estipulada. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2024 em 4,83%, acima da meta de 3% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
“Obviamente, estamos todos no BC incomodados por não estarmos cumprindo a meta”, revelou o dirigente.
Ele salientou que, em relação às altas taxas de juros, sempre é questionado no exterior como é possível o país mostrar um dinamismo tão grande na economia mesmo com a Selic em patamares elevados. “Talvez existam alguns canais entupidos na política monetária, que acabam exigindo doses mais elevadas do remédio, ou seja, juros mais altos, para se obter o mesmo efeito”, afirmou.
Nesse processo de aumento da taxa de juros, Galípolo brincou dizendo que ao Banco Central sobra o papel de ser o “chato da festa” para tentar derrubar a taxa básica de juros.
"Quando a festa está ficando muito aquecida e o pessoal está subindo em cima da mesa, tira a bebida da festa. Mas também quando o pessoal está querendo ir embora, você fala: ‘Fica, está chegando mais bebida, fiquem tranquilos, vai ter música, podem continuar na festa’. Então você tem esse papel meio chato de ser o cara que está sempre na contramão", disse Galípolo.
Para o presidente do BC, a solução para o recuo na taxa de juros passa por reformas estruturais de longo prazo, muitas delas fora da alçada do Banco Central.
“Não vamos ter uma bala de prata. Vai ser preciso bastante debate com a sociedade”, colocou.
Ainda sobre os desafios estruturais para o funcionamento da política monetária no país, Gabriel Galípolo reforçou que um dos pilares da agenda do Banco Central é a normalização da política monetária, que ainda enfrenta entraves.
“Existe um debate fora do Brasil sobre como a economia brasileira segue dinâmica mesmo com uma taxa de juros restritiva. Isso sugere para nós que os mecanismos da política monetária no país talvez não tenham a mesma fluidez que em outras economias”, explicou.
O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, rejeitou o trâmite de uma ação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) contra a decisão do Banco Central (BC) que elevou a taxa básica de juros (Selic) para 12,25% ao ano. O aumento se deu na última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) de 2024, e a ata com a decisão foi publicada em 11 de dezembro.
Na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), o PDT alegava que a definição da taxa básica de juros não é uma questão exclusivamente técnica, porque tem impacto na atividade econômica e no desenvolvimento nacional, com o potencial de reduzir a capacidade de implementação de políticas públicas. Assim, pediu que o STF determinasse ao BC o aprimoramento do processo de definição da taxa básica de juros, “por meio de parâmetros razoáveis”, levando em consideração os princípios da Constituição Federal.
Ao analisar o caso, o ministro Edson Fachin constatou que a ação não cumpre os requisitos necessários para tramitar no STF, porque ADPFs não são admitidas quando houver outro meio eficaz de sanar a lesão alegada. Segundo o ministro, não cabe ao Supremo estabelecer ou orientar parâmetros relacionados ao direcionamento da política fiscal e macroeconômica do país.
Fachin acrescentou que as metas da política monetária são fixadas pelo Banco Central, a quem cabe privativamente a sua condução, conforme estabelece a Lei Complementar 179/2021. Para o relator, é necessário respeitar a opção do Congresso Nacional quando estabeleceu a atuação do BC. “Possíveis questionamentos quanto aos efeitos da taxa básica de juros no que diz respeito às políticas públicas devem se dar, portanto, em outros legítimos espaços”, concluiu.
A retomada de um ciclo de forte alta da taxa oficial de juros pelo Banco Central, além de contribuir fortemente com a desaceleração do crescimento econômico, não ajuda efetivamente no controle da inflação. A opinião foi dada pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, durante entrevista para apresentar os dados do relatório Economia Brasileira 2024-2025, divulgado nesta terça-feira (17).
Para o presidente da CNI, a decisão recente do Comitê de Política Monetária, de aumentar em 1% a taxa Selic, prejudica de forma igual o consumo, os investimentos e o desenvolvimento do mercado de trabalho.
“A alta dos juros deve conter o consumo e os investimentos, devido à menor concessão de crédito; mas há outros fatores, como a evolução mais lenta do mercado de trabalho, depois de três anos bastante positivos; e a redução do impulso fiscal, ou seja, as compras dos governos federal, estaduais e municipais”, disse Ricardo Alban.
O documento divulgado pela CNI afirma que o Banco Central vai manter o ciclo de aperto monetário pelo menos até a metade do ano que vem, com redução a partir do segundo semestre. A entidade projeta que a taxa Selic vai fechar 2025 em 12,75%, meio ponto percentual acima do patamar ao fim de 2024.
De acordo com a entidade, devido à redução do crescimento da demanda interna, a indústria deve se expandir em cerca de 2,1% no ano que vem. Já a indústria de transformação tende a subir 2%. Se a expectativa se confirmar, serão dois anos consecutivos de alta do setor, o que não ocorre desde o biênio 2017-2018.
Na entrevista, Ricardo Alban também criticou a sinalização emitida pelo Comitê de Política Monetária, com a divulgação da Ata da última reunião, sobre a possível elevação dos juros nas próximas duas reuniões do colegiado, já em 2025.
"Eu não me lembro, em nenhum momento de reuniões do Copom se especificarem os aumentos das próximas duas reuniões. Eu não me lembro de ter visto isso. E ainda puseram uma especificação alta. Eu sempre vi que era dado que existe um viés de alta, um viés de baixa ou um viés neutro. Essa especificação ajuda na expectativa da inflação e do controle da economia? Eu creio que não", disse Alban.
Além da questão dos juros, durante o lançamento do Relatório, o presidente da CNI falou também a respeito da desvalorização acelerada do real frente ao dólar. Para Ricardo Alban, a alta do dólar deve arrefecer com a aprovação das propostas de contenção de gastos que o governo Lula encaminhou ao Congresso e que estão sendo votadas nesta semana.
"Eu acredito que o dólar deve arrefecer com o andar um pouquinho dos acontecimentos, principalmente com essas medidas para conter os gastos. Elas estão no caminho certo? Elas são suficientes? Provavelmente não. E, provavelmente, ficam menos do que suficientes", colocou Ricardo Alban.
Outra crítica feita pelo presidente da CNI se referiu ao anúncio da isenção do Imposto de Renda para ganhos menores de R$ 5 mil mensais. Para Ricardo Alban, o anúncio de forma conjuntura com os projetos do corte de gastos gerou um equívoco que contaminou os formadores de opinião e gerou impacto no mercado, estimulando movimentos especulativos.
"Eu acho que houve um grande equívoco dentro da nossa leitura, que foi a medida de acompanhamento da medida com relação ao Imposto de Renda, que é um efeito para 2026 e terminou criando mais ruídos de entendimentos do que qualquer outra coisa", concluiu o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Os cenários interno e externo da economia, marcados por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, elevação das projeções inflacionárias e os movimentos abruptos do câmbio demandam uma política monetária mais contracionista, e novos ajustes na taxa básica de juros podem acontecer para cumprir o compromisso da autoridade monetária de fazer a inflação convergir para a meta estabelecida.
Essa posição que jsutifica a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central tomada na semana passada, de elevar de 10,5% para 10,75% a taxa básica de juros, foi apresentada na manhã desta terça-feira (24), com a divulgação da Ata do Copom. O documento detalha como se deu as discussões dos membros do Comitê na última semana, e as perspectivas para as reuniões futuras do órgão.
No documento, o Copom, que decidiu por unanimidade a elevação na taxa Selic, ressalta que a volatilidade da taxa de câmbio aumenta as dúvidas sobre o ritmo de desaceleração da economia global e a desinflação. Os membros do Comitê colocaram o câmbio e o que chamam de "incerteza global" como alguns dos principais fatores a demandam maior cautela na condução da política monetária no Brasil.
"O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", afirma o documento divulgado pelo Banco Central.
A ata do Copom reforçou que a estratégia para as próximas duas reuniões, que acontecerão em novembro e dezembro, continuará focada nos mecanismos de pressão da conjuntura externa sobre a inflação interna, com observação da evolução dos componentes sensíveis à atividade econômica e às projeções inflacionárias.
Depois da decisão do Copom de elevar a taxa básica de juros, o mercado já ajustou suas estimativas para a Selic em 2024. No boletim Focus divulgado nesta segunda (23), a mediana para a Selic no final de 2024 voltou a subir, passando de 11,25% para 11,50%, confirmando que o mercado já espera pelo menos um aumento de 0,5 ponto porcentual nos juros nas próximas reuniões do Comitê.
Ainda na Ata do Copom, o Banco Central endureceu seus recados sobre a condução das contas públicas no Brasil. No documento, os membros do Copom classificaram a política fiscal como expansionista e frisaram que é importante para a condução dos juros uma política fiscal crível, previsível e transparente.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT) voltou a criticar o Banco Central (BC) e a manutenção de juros altos no país, nesta terça-feira (2). A declaração de Rui aconteceu durante o cortejo do 2 julho, evento que celebra a independência da Bahia.
Em entrevista à imprensa, o baiano questionou a necessidade do atual patamar da Selic, que, segundo ele, está entre as classes de juros mais altas do mundo. O ministro faz parte do coro de auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que faz um embate mais direto - e crítico - com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, também falou sobre o tema nesta terça.
“Eu acho que todos querem juros baixos. Eu não conheço ninguém que quer juros altos. A dona de casa quando vai comprar uma geladeira, um fogão, uma televisão, todo mundo quer pagar uma prestação com juros baixos. Então, a questão que se coloca é sempre essa. Se é necessário, essa classe de juros se coloca entre as mais altas do mundo. Eu sou daquela tese e eu repeti ontem pela manhã. Eu acredito muito nessa frase. Absolutamente nada supera o trabalho. Então, quando você trabalha, se dedica de forma séria e humilde, as coisas dão certo”, observou o ministro.
Rui apontou ainda que mesmo com os atuais juros, a inflanção caiu e que o desemprego e a economia cresceram no Brasil.
“O que a gente tem feito, e graças a Deus os indicadores do Brasil do desemprego caiu, a inflação caiu, a economia está crescendo, ontem saiu uma nova estimativa elevando a expectativa de crescimento do país. Nós estamos aumentando o investimento em infraestrutura que significa a redução do custo do Brasil. Quando a gente tem uma boa estrada, quando tem uma boa ferrovia, a gente reduz o custo. Ontem, por exemplo, a ordem de serviço do contorno de Feira de Santana. Quem entra em um caminhão carregado de mercadoria, que entra no contorno de Feira, leva uma hora, significa uma hora de frete a mais. Então isso significa melhorar as condições econômicas”, concluiu Rui.
Um dia depois de o perfil oficial do Banco Central no Instagram ter publicado um meme que usa imagens do filme Divertida Mente 2 para criticar os que tem “vontade de gastar sem poder”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que entidades como a CNI e a Fiesp deveriam fazer uma passeata contra a atual taxa de juros. Em entrevista ao site Uol nesta quarta-feira (26), Lula voltou a fazer duras críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto.
O meme publicado pelo Banco Central brinca com o filme Divertida Mente 2, que foi lançado na semana passada e conta como uma adolescente lida com suas emoções. Na ilustração, os personagens se assustam com a chegada de uma nova emoção, que se apresenta como "Vontade de gastar sem poder". Apesar de não ter citado o governo no texto da publicação, os internautas notaram uma possível cutucada no governo.
Na sua entrevista ao Uol, Lula afirmou que não deveria ser o presidente da República o responsável por criticar a alta taxa de juros, e pediu que o setor produtivo faça "passeatas" para reclamar das decisões do Comitê de Política Monetária.
“É preciso que os empresários do setor produtivo, a CNI, a Fiesp, ao invés de reclamar do governo, eles deviam fazer passeata contra a taxa de juros porque são eles que estão tendo dificuldades, não é o governo. Precisamos de uma taxa de juros compatível para a gente crescer mais e precisamos de uma inflação controlada para o povo poder comer”, afirmou o presidente na entrevista concedida no Palácio do Planalto.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, tem sido um dos principais críticos da manutenção das altas taxas de juros pelo Banco Central. Na semana passada, em conversa com o Bahia Notícias, Alban disse que as condições macroeconômicas do país permitiriam que a taxa Selic fosse reduzida a um patamar de 8,5%.
“É quase que inóculo estarmos falando em 10,5%, 8,5%, haja visto que essa é uma taxa elevada. Quanto custou isso para o país? Não só em termos de dívida pública, como também na inibição de novos investimentos, o custo financeiro no Brasil, em cadeias longas como a indústria, ele pode vir a representar cerca de 30% do preço final de um produto. É realmente muito importante, não só pelo poder aquisitivo, não só pela competitividade das nossas indústrias, do nosso setor econômico, que tenhamos juros mais compatíveis com a realidade do resto do mundo”, afirmou o presidente da CNI ao BN.
Na entrevista da manhã desta quarta aos repórteres do Uol, o presidente Lula seguiu na mesma linha, ao dizer que a taxa básica de juros, que está atualmente em 10,5%, não é compatível com um cenário de inflação estável. Lula disse que a pergunta que sempre faz é se há necessidade de manter a taxa de juros em 10,5% ao ano, se a inflação está em 4%.
“É preciso o país caminhar para uma taxa de juros que dá capacidade de crescimento para o país. Afinal, a inflação está controlada neste país”, disse.
O presidente também foi questionado pelos repórteres do Uol sobre a sucessão de Roberto Campos Neto no comando do Banco Central, em particular sobre o favoritismo do atual diretor de Política Monetária da instituição, Gabriel Galípolo. Lula, em resposta, frisou que a indicação é para cuidar dos interesses do país, mas disse não estar “pensando ainda” na sucessão dentro do BC.
“O Galípolo é um companheiro altamente preparado, conhece muito o sistema financeiro, mas eu ainda não estou pensando na questão do Banco Central”, afirmou Lula, que se reuniu nesta terça (25) com o diretor de Política Monetária do BC para discutir sobre a meta inflacionária.
Sobre a pergunta feita pelo Uol a respeito de o mercado ficar preocupado com a possibilidade de indicação para o lugar de Campos Neto do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, ou do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, Lula reforçou que não indica presidente do BC para o mercado. O presidente disse ainda que “é preciso o mercado aceitar isso”.
Em decisão anunciada na noite desta quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu interromper o ciclo de cortes na taxa básica de juros, e manteve a Selic no mesmo patamar anterior, de 10,5% ao ano. A decisão da manutenção da taxa foi unânime entre os membros do Comitê.
O mercado já projetava que o Banco Central iria manter a taxa no mesmo patamar de 10,5% ao ano. A decisão interrompeu um período de cortes nos juros que foi iniciado em agosto do ano passado. Naquela ocasião, a taxa Selic se encontrava em 13,75%. De lá para cá foram sete cortes seguidos, rebaixando a taxa em 3,25%.
No comunicado emitido pelo Copom para justificar a decisão, os membros do Comitê afirmam que o atual cenário de inflação exige cuidados da autoridade monetária e não justifica alteração na taxa básica de juros.
“O Comitê, unanimemente, optou por interromper o ciclo de queda de juros, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela”, diz o comunicado do BC.
Os membros do Copom afirmam ainda que se manterão vigilante, e destacam que “eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.
Neste ano, o Comitê de Política Monetária do Banco Central vai se reunir outras quatro vezes: 30 e 31 de julho; 17 e 18 de setembro; 5 e 6 de novembro; 10 e 11 de dezembro. O Boletim Focus desta semana, com a média das previsões dos cerca de 150 analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central, trouxe um aumento na estimativa para a Selic em 2024, de 10,25% para 10,5% ao final do ano.
Ou seja, na opinião dos analistas do mercado, a taxa básica de juros brasileira não será mais reduzida neste ano pelos membros do Copom.
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgada nesta terça-feira (27) trouxe uma sinalização mais clara de redução da taxa básica na próxima reunião do grupo, marca para o início de agosto.
Na última quarta-feira (21), quando foi anunciada a manutenção da Selic em 13,75%, o Copom adotou um tom duro, que decepcionou o governo e parte do mercado financeiro que esperavam ao menos um indicativo em relação à diminuição do índice.
No documento publicado no site do BC nesta terça, os membros do comitê divergiram em relação aos próximos passos que devem adotar, mas concordaram que o atual cenário abre margem para a redução dos juros.
“A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”, apontou a ata.
“Os membros do Comitê foram unânimes em concordar que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz um parte do texto.
Votado na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (23), o arcabouço fiscal é pouco conhecido entre a população. Isso foi o que mostrou um levantamento divulgado pelo Instituto Paraná Pesquisas nesta quarta-feira (24).
Na estimulada, 76,9% dos entrevistados disse não conhecer ou não ter ouvido falar sobre a medida, enquanto 17,2% apontou que apenas conhece o arcabouço por ter ouvido falar. Apenas 5,9% dos participantes afirmou conhecer o projeto.
No cenário espontâneo, 76,9% admitiu não conhecer e/ou nunca ter ouvido falar sobre a proposição que tramita no legislativo. No sentido contrário, 23,1% afirmou conhecer, mesmo que apenas tenhad ouvido falar.
TAXA DE JUROS
Outro aspecto avaliado foi a taxa de juros em 13,75% ao ano enquanto um problema para a economia. Na estimilada, 31,3% da amostragem considera a taxa um grande problema para a economia brasileira, 46,2% acredita que este é um problema para a economia, 8,6% divergiram e 13,9% não sabe ou não respondeu.
Perguntados sobre a percepção quanto a situação financeira melhorar ou não com a redução da taxa de juros. Na estimulada, 71,0% pontuaram que irá melhorar, 19,3% que irá permanecer como está, 3,2% que irá piorar e 6,5% afirmou que não sabe ou preferiu não responder.
AMOSTRAGEM
A pesquisa, aplicada em formato de questionário em 26 Estados e Distrito Federal e em 164 municípios brasileiros entre os dias 16 e 21 de maio de 2023, buscou entender a avaliação dos brasileiros sobre o projeto e acerca da taxa de juros. Tal amostra representativa do Brasil atinge um grau de confiança de 95,0% para uma margem estimada de erro de 2,2 pontos percentuais para os resultados gerais.
Nas análises das questões por localidade, o grau de confiança atinge 95,0% para uma margem de erro de 3,4 pontos percentuais para o estrato da Região Sudeste, onde foram realizadas 866 entrevistas, 4,3 pontos percentuais para o estrato da Região Nordeste, onde foram realizadas 549 entrevistas, 5,6 pontospercentuais para o estrato da Região Norte + Centro-Oeste onde foram realizadas 315 entrevistas e 5,8 pontos percentuais para o estrato da Região Sul, onde foram realizadas 293 entrevistas.
A Paraná Pesquisas encontra-se registrada no Conselho Regional de Estatística da 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e 7ª Região sob o nº 3122/23.
Os nove membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciaram nesta terça-feira (02), em Brasília, a reunião em que será definida a taxa básica de juros, a Selic. Da última reunião, em 22 de março, para essa agora, aumentou muito a pressão do governo federal sobre o órgão para que reduza a taxa, que há meses vem sendo mantida em 13,75% ao ano.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um dos maiores críticos da taxa de juros oficiale, até mesmo no comício que fez nesta segunda-feira (1º) no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, para comemoração do Dia do Trabalhador, reclamou da Selic.
“Não se pode viver em um país onde a taxa de juros não controla a inflação, ela controla, na verdade, o desemprego, por ser responsável por uma parte da situação que vivemos hoje”, disse Lula no evento realizado pelas centrais sindicais.
Se de um lado Lula e a equipe econômica do governo afirmam que não existe justificativa para a manutenção da Selic no atual patamar, de outro, o mercado financeiro há semanas vem aumentando suas projeções para o IPCA, mostrando que a pressão inflacionária não foi debelada e é elemento fundamental no radar do BC para a decisão sobre a taxa de juros. Segundo o Boletim Focus divulgado nesta terça, o IPCA deve fechar o ano em 6,05%, acima dos 6,04% previstos na semana passada. Esta é a quinta semana consecutiva que a projeção para a inflação sobe nas previsões dos analistas de mercado consultados pelo BC.
Como destacou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em audiência no Senado na semana passada, a decisão do Copom sobre a Selic é tomada com base na avaliação do cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados. Campos Neto insistiu que a avaliação do comitê é estritamente técnica, e a taxa de juros é decidida com objetivo de fazer com que a inflação medida pelo IPCA situe-se em linha com a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional. Dentro dessa perspectiva da chamada “decisão técnica”, a aposta do mercado financeiro é que a taxa seja mantida em 13,75%.
Siga o Bahia Notícias no Google News e veja os conteúdos de maneira ainda mais rápida e ágil pelo celular ou pelo computador!
O Ministério da Fazenda anuncia, nesta quinta-feira (20), um conjunto de 13 medidas para estimular o acesso ao crédito e reduzir a taxa de juros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem manifestado preocupação sobre o assunto.
Com o pacote, pretende-se, principalmente, reduzir barreiras e ineficiências existentes no mercado de crédito; proteger investidores no mercado de capitais; melhorar o funcionamento das instituições que dão suporte aos mercados bancário e de capitais; e aprimorar o processo de utilização de garantias. As informação foram publicadas pelo Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.
“Todas essas medidas devem resultar na ampliação do acesso a crédito de forma sustentável, reduzindo custos operacionais, inadimplência e taxas de juros do crédito final aos consumidores, possibilitando o acesso ao crédito por um custo mais justo para os brasileiros”, diz o Ministério da Fazenda.
As medidas estão divididas em três eixos: mercado de crédito bancário, mercado de capitais e mercado de seguros. Algumas delas estão em projetos já em tramitação no Congresso Nacional.
VEJA AS MEDIDAS:
- Garantia para PPP de Entes Subnacionais
- Debêntures incentivadas para infraestruturas sociais e ambientais
- Novo Marco das Garantias – PL 4188/2021
- Garantia com Recursos Previdenciários
- Simplificação e Desburocratização do Crédito
- Acesso a Dados Fiscais
- Autorização de Bancos e Moeda Digital
- Regime de Resolução Bancária – PLP 281/2019
- Superendividamento (Mínimo Existencial)
- Proteção a Investidores no Mercado de Capitais
- Infraestruturas do Mercado Financeiro
- Cooperativas de Seguros
- Normas de seguro privado – PLC 29/2017
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou na tarde desta terça-feira (21), que é possível que a taxa de juros dos empréstimos consignados para pensionistas do INSS pode ser estabelecida abaixo de 2%. Segundo ele, o governo ainda está conversando com os atores do mercado, para decidir o melhor caminho a ser tomado.
“Todos nós vamos tentar buscar, ouvindo o mercado, ouvindo o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, um número que seja inferior a 2,14%, que é o que os bancos estavam praticando e era o teto; e, evidente, será superior a 1,7%”, disse Rui Costa, em entrevista à GloboNews.
Rui não fez juízo de valor da decisão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), que baixou uma portaria reduzindo a taxa de juros de 2,14% para 1,7%, gerando críticas do mercado financeiro e fazendo com que diversos bancos parassem de oferecer o empréstimo.
“O próprio Banco do Brasil e a Caixa dizem que essa taxa não torna rentável o empréstimo. E eles não poderiam fazer, inclusive porque há impedimento do Banco Central. Quando a operação dá negativa, os bancos públicos não podem fazê-la”, comentou o ministro da Casa Civil.
Perguntado se a taxa de juros estabelecida em 2%, Rui Costa respondeu: “talvez um pouco menos do que isso”.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), demonstrou desconfiança, nesta terça-feira (21), com a postura do presidente do Banco Central, Roberto Campos. Em entrevista à GloboNews, o ex-governador da Bahia relembrou a proximidade ideológica do atual comandante do BC com o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
“Não é só ir votar com a camisa amarela, vinculada à campanha de Bolsonaro. Ele [Roberto Campos] participava, já como presidente do Banco Central, de grupos de zap [WhatsApp] da campanha de Bolsonaro. Isso é absolutamente inadequado para a função que ele ocupa. Isso faz muitos questionarem qual o grau de independência que ele está tendo na tomada de decisão, de manter, por exemplo, o maior juros do mundo”, criticou o ministro.
Rui também criticou a política de juros aplicada por Roberto Campos no comando do Banco Central. Segundo ele, o Brasil mantém hoje a maior taxa real de juros, mesmo possuindo hoje uma inflação mais baixa.
“Nós fizemos uma lista de 40 países do mundo, que tem inflação semelhante à do Brasil. O Brasil é, disparado, a maior taxa real de juros do mundo. A pergunta que eu fiz antes: qual é o interesse público nessa taxa de juros?”, questionou o ministro da Casa Civil.
“A inflação está em 5%, metade do que estava quando ele decidiu ir para 13%. Como é que a inflação hoje está na metade do que estava e a taxa de juros está no mesmo percentual de quanto a inflação era 10%? Não há parâmetro no mundo para essa taxa real de juros. Então muitos ficam se perguntando o que está motivando o presidente do Banco Central a manter essa taxa de juros: é quebrar a economia brasileira?”, concluiu Rui.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.