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O atacante Vini Jr. prestou depoimento nesta segunda-feira (20) e revelou ter temido pela própria vida e pela segurança de sua família após o episódio de racismo envolvendo torcedores do Atlético de Madrid, em janeiro de 2023. Na ocasião, um boneco com a camisa do jogador, pendurado por uma corda, foi exibido em uma ponte de Madri, simulando um enforcamento, horas antes de um clássico contra o Real Madrid.
“Foi um dia muito triste para mim. Eu não sabia o que ele (o boneco pendurado) queria dizer, se eu e minha família estávamos em perigo”, afirmou o camisa 7, em testemunho por videoconferência divulgado pela agência EFE.
A declaração será usada como parte das provas no julgamento dos quatro acusados pelo ato racista. O processo tramita no Tribunal de Instrução nº 28 da capital espanhola e a audiência principal está marcada para o dia 16 de junho — período em que Vini Jr. estará nos Estados Unidos, disputando o Mundial de Clubes com o Real Madrid.
Segundo o Ministério Público espanhol, os réus, com idades entre 19 e 24 anos, são membros da torcida organizada Frente Atlético e já haviam sido identificados em partidas classificadas como de alto risco. O MP os acusa de cometer crimes contra os direitos fundamentais, a dignidade, a integridade moral e por ameaça incondicional. A promotoria pede quatro anos de prisão para cada envolvido, além de uma indenização solidária de seis mil euros (cerca de R$ 38,4 mil) pelos danos morais causados ao jogador.
O caso ganhou repercussão mundial e provocou reações de instituições e clubes. O Real Madrid classificou a ação como “lamentável e repugnante ato de racismo, xenofobia e ódio” e reforçou que “esses tipos de agressões não podem ter lugar numa sociedade como a nossa”.
O Atlético de Madrid, por sua vez, emitiu nota condenando o episódio e destacou que “a rivalidade entre os dois clubes é máxima, mas também o respeito”. LaLiga, a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e outras entidades também se manifestaram contra o ataque racista.
O episódio do boneco enforcado foi um entre tantos casos de racismo que Vini Jr. enfrentou desde que chegou ao futebol espanhol.
Cinco torcedores do Real Valladolid foram condenados pela Justiça da Espanha a um ano de prisão por proferirem insultos racistas contra o atacante brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, durante uma partida válida pela 15ª rodada do Campeonato Espanhol, realizada no dia 30 de dezembro de 2022, no Estádio José Zorrilla.
A sentença é fruto de um acordo judicial entre a defesa dos réus, o Ministério Público e o representante legal do jogador. De acordo com o jornal espanhol AS, o compromisso prevê, além da pena de prisão, multas que variam entre 1.080 euros (cerca de R$ 6.822) e 1.620 euros (cerca de R$ 10.233). Os torcedores também foram inabilitados por quatro anos para exercer atividades em funções educativas, esportivas ou de lazer, e perderam o direito ao sufrágio passivo durante o período da condenação.
Durante o jogo, os condenados proferiram insultos como "filho da p*", "macaco de m***" e "negro de m***"**, especialmente no momento em que Vinícius se dirigia ao banco de reservas após ser substituído. Os ataques racistas foram gravados por outros torcedores e rapidamente se espalharam pelas redes sociais, gerando grande repercussão.
“O acordo judicial foi firmado entre a defesa dos torcedores, o Ministério Público e o representante legal de Vinícius Júnior. Quatro dos cinco réus aceitaram penas de um ano de prisão, inabilitação especial para o direito ao sufrágio passivo durante o período da condenação, multa de nove meses à razão de 6 euros por dia e inabilitação especial para profissões ou ofícios educativos, no âmbito docente, esportivo e de tempo livre, por um período de quatro anos. O quinto réu recebeu uma multa de nove meses à razão de 4 euros por dia”, informou o jornal AS.
Apesar da decisão favorável à punição dos agressores, Vinícius Júnior optou por não receber nenhuma compensação financeira relacionada ao caso.
A sentença será encaminhada à Comissão Estatal contra a Violência, o Racismo, a Xenofobia e a Intolerância no Esporte, que já havia aberto um processo administrativo contra os acusados — atualmente suspenso, aguardando o desfecho judicial.
Este episódio se soma a outras iniciativas recentes na Espanha para coibir o racismo nos estádios de futebol, incluindo a condenação de torcedores do Valencia por ofensas semelhantes ao atacante brasileiro em 2023. A postura firme das autoridades espanholas reforça a pressão por tolerância zero ao racismo no esporte.
O Real Valladolid vive uma de suas piores temporadas na história recente, com apenas 16 pontos somados e já matematicamente rebaixado. A sequência de resultados negativos, agravada por um futebol considerado inexpressivo, culminou em novos protestos da torcida no último sábado (3), durante a derrota por 2 a 1 para o Barcelona, com notas falsas de 500 euros estampadas com o rosto do presidente do clube, Ronaldo Nazário, sendo lançadas nas arquibancadas do Estádio José Zorrilla.
Foto: Reprodução/DAZN
A ausência do ex-jogador brasileiro no estádio causou ainda mais revolta após a circulação de um vídeo nas redes sociais, publicado pelo perfil @danibigbaam no Instagram, no qual Ronaldo aparece visivelmente embriagado ao deixar um restaurante em Madrid. Nas imagens, ele é escoltado por seguranças que tentam cobri-lo com um tecido até que ele entre no carro, numa tentativa de evitar registros do momento. Veja:
"Ontem, o ex-jogador Ronaldo Nazário deixou um restaurante mais alegre do que o habitual", escreveu o autor da publicação.
A repercussão foi imediata entre os torcedores do clube espanhol. A Federação de Torcidas do Real Valladolid publicou um comunicado crítico nas redes.
"Esse é o presidente e maior acionista do Real Valladolid. Divulgam um vídeo dele, supostamente de ontem, enquanto o clube somava sua oitava derrota consecutiva — algo inédito em quase 100 anos de história. Esse é o seu legado e sua preocupação. O Real Valladolid não está morrendo, está sendo assassinado. E a cada dia sem a venda do clube, mais fundo o buraco se torna."
GESTÕES FRUSTRADAS
Desde 2018 sendo o sócio majoritário do Real Valladolid, Ronaldo acumula duas manchas em sua gestão. O rebaixamento na temporada 2020/21 e outro descenso posterior em 2022/23. Nas duas ocasiões, o time conquistou o acesso nos anos seguintes, sendo 2021/22 e 2023/24, respectivamente.
Em mais um episódio neste ano, a torcida do Real Valladolid demonstrou mais insatisfação com a gestão do "Fenômeno". Após uma sonora goleada por 7 a 1 sofrida contra o Athletic Bilbao, torcedores do clube do noroeste espanhol chegaram a pedir para o mandatário "voltar para casa".
Enquanto comandante do Cruzeiro, a passagem de Ronaldo Nazário pelo comando da SAF chegou ao fim em maio de 2024. Após liderar o clube de volta à Série A do Campeonato Brasileiro, o ex-jogador vendeu sua participação para o empresário Pedro Lourenço, alegando ter cumprido seu papel, mas classificando sua entrada no negócio como uma “irresponsabilidade”.
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- Ronaldo possui valores a receber do Cruzeiro em meio a impasses com candidatura à presidência da CBF
Apesar do acesso à primeira divisão no primeiro ano de gestão, o Cruzeiro não conseguiu se firmar como protagonista no cenário nacional. O time ficou sem títulos expressivos e viu seu maior rival, Atlético-MG, consolidar uma hegemonia estadual. Com isso, a cobrança sobre Ronaldo por resultados aumentou.
O momento mais simbólico da insatisfação da torcida aconteceu ainda em maio, quando um bandeirão com a imagem de Ronaldo foi queimado. A bandeira havia sido lançada em celebração ao retorno do clube à elite do futebol brasileiro, mas acabou sendo alvo da revolta cruzeirense.
Pouco tempo depois, o ex-atacante decidiu negociar a SAF e anunciou sua saída do controle do clube. Em sua despedida, garantiu ter feito um trabalho responsável, mas reconheceu que assumir o Cruzeiro foi um risco: "Foi uma irresponsabilidade", declarou.
FRACASSO NA CBF
No dia 12 de março, o ex-jogador anunciou sua desistência da pré-candidatura à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), alegando falta de apoio das federações estaduais. Segundo ele, 23 das 27 filiadas se recusaram a recebê-lo para discutir sua proposta.
"No meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo", escreveu Ronaldo em suas redes sociais.
Para oficializar sua candidatura, era necessário o apoio de pelo menos quatro federações e quatro clubes. No entanto, a estrutura eleitoral da CBF favorece as federações, que possuem peso três no pleito, podendo decidir a eleição sem depender dos votos dos clubes das Séries A e B. Em todo o seu processo de articulação, Ronaldo não conseguiu reunir as assinaturas.
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Ronaldo Nazário havia manifestado interesse na disputa em dezembro do ano passado, mas enfrentou dificuldades desde o início para viabilizar seu nome.
RECUSA DA GAVIÕES DA FIEL
Durante entrevista ao Charla Podcast, realizada no dia 22 de março, Ronaldo Fenômeno afirmou que estaria disposto a comprar o Corinthians caso o clube se tornasse uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Durante o bate-papo, o ex-jogador destacou o potencial financeiro da equipe e disse que sua gestão poderia ampliar ainda mais as receitas.
No entanto, as declarações de Ronaldo não foram bem recebidas pela Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube. Em nota oficial, o grupo rejeitou a possibilidade de SAF, alegando que a venda do time iria contra sua "essência popular" e a relação histórica com os torcedores.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A torcida do Real Valladolid está insatisfeita com a gestão de Ronaldo. O que intensificou o clima de conflito na cidade espanhola foi a última derrota sofrida pela equipe na LaLiga, uma expressiva goleada por 7 a 1 contra o Athletic Bilbao. Torcedores do Valladolid chegaram a pedir para o mandatário “voltar para casa”.
Vivendo um momento conturbado, o Real Valladolid ocupa a 20ª e última posição do Campeonato Espanhol. A equipe coleciona uma sequência de seis partidas seguidas perdendo.
Com 59 gols sofridos, o time tem o posto de pior defesa da competição. Algumas derrotas desta sequência de seis jogos construíram esse número, sendo elas o 5 a 1 contra o Villarreal, 4 a 0 para o Sevilla, 3 a 0 em duelo com o Real Madrid e o 7 a 1 sofrido para o Bilbao, no último domingo (23).
Um grupo conhecido de torcedores, denominado como Federación de Peñas del Real Valladolid, fizeram um pedido formal para que o valor do ingresso da última partida, contra o Athletic Bilbao, seja devolvido.
REBAIXAMENTOS NA GESTÃO DE RONALDO
Desde 2018 sendo o sócio majoritário do Real Valladolid, o presidentedo clube do noroeste espanhol acumula duas manchas em sua gestão. O rebaixamento na temporada 2020/21 e outro descenso posterior em 2022/23. Nas duas ocasiões, o time conquistou o acesso nos anos seguintes, sendo 2021/22 e 2023/24, respectivamente.
Vinicius Júnior, que sofreu injúrias raciais em estádios espanhóis, durante as partidas contra diversos clubes nas últimas temporadas, revelou em entrevista à CNN, que ele e o restante do elenco do Real Madrid concordaram em deixar o gramado caso haja um novo episódio de racismo.
"No clube, conversamos sobre isso com mais frequência. Não só eu, mas todos os jogadores disseram que, se acontecer, na próxima vez todo mundo precisa sair de campo, para que todas as pessoas que nos insultaram paguem uma pena muito maior", disse Vini.
O jogador vem se tornando uma figura importante na luta contra o racismo no futebol. Em junho deste ano, três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de prisão devido aos ataques racistas durante partida no Mestalla, em maio de 2023. Foi a primeira condenação por racismo da história do país europeu.
"No caso do que aconteceu em Valência, depois do jogo, todos disseram que a coisa certa a se fazer é sair de campo. Porém, porque você está lá defendendo um time, sabemos que nem todos no estádio são racistas e estavam lá apenas para ver o jogo. É sempre muito difícil abandonar uma partida, mas com tudo que está acontecendo e que cada vez está pior, precisamos sair de campo para que as coisas mudem o mais rápido possível", declarou o atacante.
Vini Jr e o Real Madrid voltam a jogar nesta quinta-feira (29), às 16h, em Las Palmas.
O brasileiro Vinícius Júnior foi convocado pelo tribunal de instrução Nº 4 de Valladolid para testemunhar nesta quinta-feira (11), como vítima por insultos racistas sofridos no estádio José Zorrilla, do Real Valladolid - time de Ronaldo Fenômeno na Espanha.
O processo foi aberto por fatos ocorridos durante a partida entre Real Valladolid e Real Madrid, realizado no dia 30 de dezembro de 2022, por LaLiga. Em 29 de fevereiro de 2024, cinco pessoas passaram a ser investigadas como autores dos insultos racistas direcionados à Vini. Entretanto, nenhum dos cinco investigados assumiram a autoria do crime.
De acordo com os termos do artigo 510.2 do Código Penal espanhol – crime de ódio –, caso seja comprovada sua autoria, a pena será o pagamento de uma multa com valor a ser designado pelo juiz.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.