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O presidente nacional do PSD e secretário da gestão no estado de São Paulo, Gilberto Kassab, tem tentado “segurar” a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à presidência, em 2026. Um dos principais caciques políticos do país possui um desejo claro de lançar uma candidatura na chapa de Tarcísio, movimento que pode alterar o cenário da Bahia diretamente.
Uma ala de oposição ao governo petista na Bahia aguarda um desfecho para a candidatura, ou não, de Tarcísio de Freitas à presidência da República. Em caso de uma aproximação mais “intensa” do PSD com o grupo, Kassab se candidataria a vice-governador de Tarcísio em 2026, mirando uma possível candidatura do governador à Presidência da República em 2030 e a de Kassab ao governo de São Paulo.
Lideranças oposicionistas apontam que, com um "desfecho positivo", o PSD baiano estaria praticamente entregue à oposição ao PT. O processo passaria por um grande pacto nacional, unindo boa parte dos partidos da centro-direita brasileira, contando com União Brasil, PP, Republicanos, PSDB e o próprio PSD. Com isso, a mudança de rota na Bahia impactaria diretamente o partido para a próxima disputa eleitoral. "A questão seria o senador Otto Alencar, ele ficaria com o governo", apontou um dos interlocutores.
Ainda em fevereiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve um almoço com Gilberto Kassab, presidente do PSD, partido com mais cadeiras no Senado, para discutir projeto de lei para anistia aos presos do ato antidemocrático do 8 de janeiro. O encontro entre os dois aconteceu no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
“Sobre a definição de apoio do partido na disputa presidencial de 2026, Kassab revelou que o cenário ainda depende de escolhas pessoais. Tarcísio de Freitas tem sido um excelente governador, mas quem vai decidir esse futuro (presidenciável) é ele mesmo. E isso vai acontecer na hora certa” explicou o gestor durante visita a Salvador, para a homenagem com a Medalha Thomé de Souza na Câmara Municipal de capital.
Presidente estadual do partido, o senador Otto Alencar é aliado próximo ao governo do estado desde a gestão do então governador Jaques Wagner (PT). Um dos fundadores do partido, Otto teria um cenário de dificuldade na Bahia. A legenda, inclusive, tem debatido o espaço na chapa majoritária, em 2026, onde o senador Angelo Coronel (PSD) busca a reeleição.
Batendo o pé firme ao indicar que não vai abrir mão de sua candidatura na busca pela reeleição no Senado, Angelo Coronel (PSD) acredita estar em um cenário diferente do que foi apresentado para a então senadora Lídice da Mata (PSB) em 2018. Na ocasião, Lídice nutria o desejo de disputar a reeleição, mas recuou de sua candidatura para dar espaço a Coronel, que saiu vencedor no pleito.
Em entrevista ao Bahia Notícias no Ar, na rádio Antena 1 Salvador, 100.1 FM, Coronel indicou que naquele momento a própria Lídice desistiu dos planos no Senado — ela concorreu para deputada federal sendo eleita para o cargo que ocupa até hoje. O senador afirmou, ainda, que diferente do que aconteceu quase sete anos atrás, ele deseja continuar onde está e vai até o fim com sua candidatura.
O senador também teve o endosso de Kassab para a disputa ao Senado. “O senador Angelo Coronel nos enche de orgulho e irei ficar muito feliz se ele conseguir mais oito anos na Casa, porém quem vai definir é Otto Alencar, o presidente estadual do PSD. Na hora certa, ele vai coordenar o posicionamento do partido, como sempre tem sido feito com habilidade e competência”, apontou.
Líder de prefeituras na Bahia, o PSD pode ainda turbinar os próprios números. Segundo o senador Ângelo Coronel, a agremiação deve aumentar em quase 40 novos integrantes. O partido segue em crescimento em três eleições municipais sucessivas, desde 2016, quando conquistou 82 prefeituras no estado.
Nas eleições do último dia 6 de outubro, o PSD elegeu 115 prefeitos. Em 2020 saiu das urnas com 107 gestores. Novos correligionários, segundo o senador, já estão batendo na porta.
“Nós temos aí trinta e oito prefeitos que se elegeram por outras siglas que estão também já batendo na porta do PSD para se filiar. Nós estamos dando um tempo aí para eles tomarem posse primeiro, para não achar que o PSD está cooptando prefeito”, disse Coronel ao Bahia Notícias no Ar, na Rádio Antena 1 FM, 100,1, nesta sexta-feira (18).
O senador afirmou que tem recebido visitas de prefeitos eleitos demonstrando interesse pela migração. Além da Bahia, o PSD também teve êxito no país, desbancando o MDB com o maior número de prefeituras obtidas com as eleições de primeiro turno.
Foram 882 eleitos contra 856 do MDB. O PP ficou em terceiro com 748 prefeitos eleitos no Brasil.
O avançar da campanha eleitoral nos municípios tem escancarado um embate que pode repercutir no pleito de 2026. Com alguns "pontos de conflito" em algumas das maiores cidades da Bahia, o PSD e o PT devem ter que afinar os ponteiros que foram desajustados nas composições deste ano.
Um dos exemplos mais claros é em Ilhéus. Após um longo período de debates entre o PT e o PSD, as legendas não chegaram a um acordo e possuem nomes distintos na disputa. O atual prefeito Mário Alexandre (PSD) acabou indicando o ex-secretário municipal de Gestão e Inovação, Bento Lima. Já o PT confirmou o nome da ex-secretária de Educação da Bahia Adélia Pinheiro, apoiada pelo governador Jerônimo Rodrigues.
Com autonomia para definir a sucessão, Marão confirmou que buscou manter o comando da cidade com o PSD, amparado pelo presidente estadual do partido, senador Otto Alencar. O movimento de certa forma frustrou o desejo do PT em uma composição na cidade, sob o entorno de Adélia. "Quando se tem um prefeito do PSD, à sucessão passa por ele. A decisão é a que Marão tomar, vai ser a decisão que o diretor vai respaldar", disse Otto à época.
Já em Eunápolis, por exemplo, existe a disputa envolvendo o embate entre o PSD e o PT. A Federação Brasil da Esperança, que possui o PCdoB e o PV como integrante, tem o nome de Isac da Katharina (PT). Já o PSD busca com Robério Oliveira, ex-prefeito da cidade, retomar o comando da prefeitura, reeditando em mais uma cidade o confronto. A atual prefeita do município Cordélia Torres (União) divulgou que não irá buscar a reeleição.
O caso mais "conflituoso" é em Juazeiro, onde o PSD e o PT se enfrentam de forma mais direta. O PT manteve o nome do ex-prefeito da cidade Isaac Carvalho na disputa até a reta final da inscrição das candidaturas. Por sua vez, com a inviabilidade da confirmação da candidatura, boa parte dos integrantes da base de apoio ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) acabou migrando o apoio para Andrei da Caixa (MDB).
O ápice do atrito se deu quando Isaac não acompanhou o apoio do PT a Andrei, indicando seu sobrinho, Celso Carvalho, à disputa pela prefeitura, porém, pelo PSD. A "rebeldia" de Isaac foi encarada como uma afronta à base, apesar de ter sido respaldada pelo PSD. O Bahia Notícias chegou a divulgar um "plano de fundo" na disputa em Juazeiro, que poderia dimensionar o tamanho do conflito, já que informações obtidas pelo Bahia Notícias indicam que a movimentação de Isaac, em Juazeiro, poderia dar fim à relação dele com o Partido dos Trabalhadores.
Com a iminente saída, incluindo um "convite" da cúpula do PSD baiano para a filiação, além da troca no candidato para o pleito municipal, com a confirmação de Celso Carvalho, sobrinho de Isaac, os "acordos prévios" estariam suspensos. A trava incidiria diretamente em um postulante à Câmara Federal: Lucas Reis. Apadrinhado pelo senador Jaques Wagner (PT), Lucas, que é chefe de gabinete do parlamentar, não ficou nada satisfeito com a alteração.
Sobre a disputa na região, o governador Jerônimo indicou que "não vale a pena entrar na política dessa forma". "Eu fiz um movimento para tentar ver como a gente desanima qualquer ânimo dessa natureza”, disse.
"Eu tenho me colocado pra gente mediar uma relação mais harmônica possível. A nossa inimizade de projeto para cuidar de Juazeiro não tá nem em Andrei nem tão pouco em Isaac. Nosso projeto caminhou junto até agora. Tenho procurado mediar para evitar esse tipo de comportamento", completou.
O presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia, Éden Valadares revelou que o presidente estadual do PSD, o senador Otto Alencar, foi informado da decisão de apoio conjunto da base e, disse que o parlamentar garantiu que a candidatura do partido em Juazeiro é para a eleição de vereadores.
A disputa municipal deve ser o prefácio de uma história que será contada e terá um desfecho em 2026, quando, na disputa pelo governo baiano, a chapa majoritária será alvo das duas legendas. O "apetite" do PSD pode não ter vínculo em ampliar seu espaço na gestão e na chapa, mas, sim, de manter os espaços já garantidos em 2018, quando o senador Angelo Coronel foi eleito. Buscando se manter na chapa, Coronel tem enfrentado o desejo de outros aliados, inclusive, do atual ministro da Casa Civil, ex-governador Rui Costa (PT).
Ambos tem sinalizado o desejo de concorrer a uma das vagas, deixando algumas incertezas para um ajuste que contemple os dois partidos, em um cenário que Jerônimo Rodrigues deve ser candidato à reeleição como governador e Jaques Wagner como senador, ambos pelo PT.
DISPUTAS PELA BAHIA
Os partidos não irão se enfretar apenas em Ilhéus e Eunápolis. Para além do conflito com as decisões de Juazeiro, as legendas terão confronto outros municípios, como Cachoeira, Conceição do Coité, Paulo Afonso e São Gonçalo dos Campos. Ao todo serão 53 embates entre PSD e PT.
As cidades são: Adustina, Água Fria, América Dourada, Anagé, Antônio Cardoso, Baixa Grande, Barra, Barra do Mendes, Cachoeira, Canarana, Candiba, Caravelas, Catu, Coaraci, Conceição do Almeida, Conceição do Coité, Conceição do Jacuípe, Cristópolis, Ibicoara, Ibitiara, Inhambupe, Itatim, Ituaçu, Iuiu, Jaguaquara, Jeremoabo, Lajedinho, Lajedão, Lamarão, Mascote, Milagres, Mirante, Morpará, Muritiba, Mutuípe, Nova Redenção, Nova Soure, Oliveira dos Brejinhos, Paulo Afonso, Pilão Arcado, Planaltino, Presidente Tancredo Neves, Queimadas, Rio do Pires, Santa Brígida, Santa Bárbara, Santa Cruz da Vitória, Santa Terezinha, São Gonçalo dos Campos, São Sebastião do Passé, Tanhaçu, Uibaí e Wagner.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Tiago Correia
"Na verdade o medo deles é que Neto seja o candidato. Ele é o mais competitivo e que lidera as pesquisas. Na eleição passada eles fizeram o mesmo".
Disse o deputado estadual e líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Tiago Correia (PSDB) ao comentar os rumores de que o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), poderia desistir de disputar o governo da Bahia em 2026.