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A revista britânica The Economist publicou, no domingo (29), um artigo classificando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “incoerente no exterior” e “impopular em casa”. A publicação critica a política externa do governo brasileiro e aponta queda na aprovação popular de Lula.
Segundo a revista, o Brasil adotou uma posição isolada ao condenar os ataques de Israel e dos Estados Unidos contra o Irã, em 22 de junho, diferentemente de outras democracias ocidentais. Para a Economist, essa postura, somada à participação do Brasil em um Brics ampliado sob influência de China e Rússia, faz o país “parecer cada vez mais hostil ao Ocidente”.
A reportagem também menciona que a imagem internacional de Lula é prejudicada por sua perda de popularidade interna. Dados da Genial/Quaest indicam que a desaprovação ao governo atingiu 57% no início de junho, o maior índice desde o início do atual mandato.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, rebateu as críticas em nota divulgada no último dia 1º, terça-feira, afirmando que o Brasil mantém uma política externa “soberana, equilibrada e pautada pelo diálogo”.
Depois da divulgação, nos últimos dias, de diversas pesquisas com cenários cada vez mais desfavoráveis, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve algumas boas notícias no levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgado nesta terça-feira (17).
Os resultados da 164ª Pesquisa CNT/MDA de Opinião revelam que a popularidade do presidente Lula permanece em patamar majoritariamente negativo, mas os índices de desaprovação tiveram pequena queda, o que pode mostrar um caminho de leve recuperação para a imagem do líder petista.
De acordo com a pesquisa, a avaliação negativa do governo federal recuou de 44% para 40% em comparação com o levantamento divulgado no mês de fevereiro deste ano, enquanto a opinião positiva se manteve estável em 29%. Quanto ao desempenho pessoal do presidente, a aprovação oscilou de 40% para 41%, e a desaprovação diminuiu de 55% para 53%.
Com a diminuição das menções “péssimo” e “ruim”, a diferença entre a avaliação negativa e a positiva caiu para 11% (era de 15% em fevereiro). No começo do seu terceiro mandato, em maio de 2023, a avaliação positiva na pesquisa CNT era de 43% e a negativa de 25%, uma diferença, portanto, de 18% a favor do presidente Lula.
O histórico da pesquisa CNT mostra que o antecessor Jair Bolsonaro teve seu pior momento em dezembro de 2021, quando marcava uma avaliação negativa de 48% e positiva de 27% (diferença de 21%). Até o final de seu mandato, em dezembro, a avaliação negativa do então presidente Bolsonaro caiu para 40%, e a positiva subiu para 35%, com diferença de apenas cinco pontos percentuais.
No recorte por estratos, o governo Lula é melhor avaliado por mulheres (30%), pela faixa etária de 60 anos ou mais (38%), por quem ganha até dois salários mínimos (35%), para quem tem apenas o ensino fundamental (43%), para os moradores da região Nordeste (41%) e entre os católicos (33%).
Na situação inversa, Lula tem seu governo recebendo as piores avaliações entre os homens (44%), na faixa etária de 35 a 44 anos (47%), entre pessoas que ganham mais de cinco salários mínimos (53%), entre pessoas com ensino superior (52%), em meio aos moradores da região Sudeste (47%) e entre os evangélicos (53%).
A pesquisa CNT/MDA foi realizada de 7 a 11.jun.2025, com 2.002 entrevistas em 475 municípios de todas as regiões do país. O nível de confiança é de 95%. A margem de erro é de 2,2%.
Um total de 32% de brasileiros avalia que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é “péssimo”, número muito superior aos 19,4% que afirmam ser “bom” o terceiro mandato do líder petista. Outros 12% enxergam o governo como “ruim”, 9,3% dizem ser “ótimo” e 26,3% qualificam a atual administração como “regular”.
Os números permitem dizer que a avaliação positiva (soma das menções “ótimo” e “bom”) do presidente Lula estaria no momento em 28,7%. Já a avaliação negativa (a partir do somatório das menções “ruim” e “péssimo”) chegou a 44%.
Esses são alguns dos resultados da primeira pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) realizada neste ano de 2025. A tradicional pesquisa de opinião pública realizada pela entidade foi feita em parceria com o Instituto MDA.
Em relação à pesquisa realizada pela entidade no mês de novembro de 2024, os números atuais revelam um aumento acentuado da avaliação negativa, ao mesmo tempo em que despencou a avaliação positiva do governo. Na última pesquisa, a avaliação positiva estava em 35% e agora caiu para 28,7%, e os conceitos que formam a avaliação negativa subiram de 31% em novembro para 44% agora em fevereiro.
Para se ter uma noção do tamanho da mudança de impressão da população a respeito do desempenho do governo Lula, na pesquisa CNT/MDA de maio de 2023, Lula tinha 43% de menções positivas, contra 25% de opiniões negativas. O saldo positivo do governo naquele momento era de 18%, e agora, menos de dois anos depois, essa curva se inverteu e há um déficit de 15% na avaliação da administração petista.
A desaprovação alcançada por Lula agora em fevereiro é maior do que o pior resultado obtido por Jair Bolsonaro, em fevereiro de 2021, quando chegou a 36%. Entre todos os presidentes pesquisados pela CNT, a desaprovação atual de Lula somente foi alcançada pelo governo Michel Temer, em fevereiro de 2017, quando ele chegou aos mesmos 44% registrados agora pelo petista.
A pesquisa CNT/MDA foi realizada com dados coletados de 19 a 23 de fevereiro, um dia após as denúncias da PGR contra Bolsonaro e outras 33 pessoas. Foram 2002 entrevistas, por meio de coleta presencial e domiciliar distribuídas em 137 municípios, com margem de erro de 2,2%.
Uma pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira (14) indica que a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu seu pior índice em todos os seus mandatos. O levantamento revela que a aprovação do governo caiu de 35% para 24% em apenas dois meses, enquanto a reprovação subiu de 34% para 41%.
Outros institutos também apontaram queda na popularidade do presidente, embora em menor escala. A pesquisa Genial Quaest registrou uma redução na avaliação "ótimo/bom" do governo, de 33% em dezembro para 31% no final de janeiro. Já a AtlasIntel apontou uma queda na aprovação de Lula de 43% em novembro para 38% em janeiro.
Especialistas e aliados atribuem a queda à alta dos preços dos alimentos. A consultoria Eurasia Group avaliou que a inflação no setor é o "calcanhar de Aquiles" do governo. "Segundo o Datafolha, a aprovação de Lula caiu acentuadamente entre aqueles que ganham menos de dois salários mínimos. Entre esse grupo, sua avaliação de 'ótimo/bom' passou de 49% para 29%", afirmou a consultoria.
O levantamento também destaca que a queda foi mais expressiva entre mulheres (de 38% para 24%) e na região Nordeste (de 49% para 33%). "Esses são justamente os grupos demográficos mais sensíveis à maior inflação de alimentos", acrescentou a Eurasia. A consultoria acredita que o governo deverá acelerar a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, medida que ainda está em discussão no Congresso.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, atribuiu os resultados da pesquisa à instabilidade econômica recente. "A pesquisa Datafolha é o reflexo dos dois meses mais difíceis para este governo. Tivemos a especulação desenfreada com o câmbio, que também afetou os preços dos alimentos, o aumento do imposto estadual sobre a gasolina, as péssimas notícias sobre o aumento dos juros, o terrorismo sobre o resultado fiscal e a maior fake news de todos os tempos, sobre a taxação do Pix", escreveu em sua conta na rede social X.
Para reverter o cenário, o governo aposta em medidas econômicas, como o programa "Gás pra Todos", que prevê acesso gratuito ao gás de cozinha para a população de baixa renda, e a ampliação do crédito consignado em bancos privados. Ambas as propostas ainda precisam de aprovação do Congresso.
A Eurasia avalia que a tendência de queda na popularidade pode influenciar a política econômica do governo."Se a inflação for a culpada mais significativa [pela queda de popularidade], o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, certamente defenderá que reduzir a inflação requer uma economia em desaceleração e uma política monetária mais apertada", diz a consultoria.
No entanto, pondera que, apesar do impacto imediato, "os riscos de medidas populistas na economia para o segundo semestre se tornam mais agudos".
Marqueteiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha de 2022, o baiano Sidônio Palmeira tem marcado presença em reuniões estratégicas do governo Lula na capital federal nas últimas semanas. Em ao menos duas oportunidades desde 21 de março ele se encontrou com o presidente para debater como melhorar a imagem do Executivo, incluindo uma reunião nesta quarta-feira (3) no Palácio da Alvorada.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, mesmo sem cargo no governo, Palmeira ainda participou de reunião para discutir estratégia de comunicação de órgãos do governo. Ele foi chamado a orientar, também na quarta, a equipe da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que passa por uma crise devido à alta dos casos de dengue pelo país e a embates com parlamentares no Congresso Nacional.
A reunião entre ele e a ministra deve ocorrer na próxima semana, quando se planeja uma entrevista coletiva de Nísia e Lula para mostrar resultados positivos da pasta. A atuação de Palmeira ocorre diante de um cenário negativo na popularidade do governo em diferentes pesquisas.
Além da tendência apontada por Ipec e Quaest, levantamento do Datafolha divulgado há duas semanas mostrou que a aprovação da gestão Lula empatou tecnicamente com a sua rejeição: 35% a 33%. No levantamento de dezembro, o placar estava em 38% a 30% —a margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Na semana passada, o marqueteiro integrou a mesa que comandou a reunião convocada pelo ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, com representantes de nove ministérios, além da Caixa Econômica e do Banco do Brasil. A convocação foi para secretários-executivos e chefes das assessorias de comunicação das pastas, mas nem todos estiveram presentes.
Em suas orientações, Palmeira disse que a gestão petista é melhor do que a atual percepção popular apontada por pesquisas. Para ele, isso seria sinal de que alguma coisa está errada. Três integrantes do governo que estiveram na reunião relataram à Folha que ele também disse que muitas vezes os problemas recaem sobre Pimenta, o titular da comunicação da gestão, mas que a culpa seria de todos: "Comunicação sem amor, vontade, tesão, sem brilho não vai a lugar nenhum", afirmou aos presentes.
Ele mencionou, ainda, que "um governo sem marca é um governo fraco". O encontro durou uma hora e 50 minutos e, além de Pimenta e Palmeira, a secretária de Publicidade da Secom (Secretaria de Comunicação), Mariana Seixas Lima, também participou da mesa que orientou a reunião. Palmeira disse, segundo os relatos, que os problemas enfrentados na pasta estão afetando a saúde de Pimenta, que tem dormido pouco. O ministro afirmou à Folha que essas afirmações não passaram de uma brincadeira.
O marqueteiro também mencionou a necessidade de entender o momento da comunicação nos dias atuais e que pesquisas são retratos de um momento, uma tendência. Mas, segundo ele, Lula entenderia que resultados negativos dos levantamentos ocorrem porque o primeiro ano do governo foi de plantar e que, a partir de agora, começará a colheita de pautas positivas.
O chefe da Secom afirmou à Folha que a reunião faz parte de uma rodada que será feita com todos os ministérios para preparar "uma ação de comunicação para o próximo período". "Desde o ano passado, em diversas oportunidades recebi convidados em reunião de trabalho. Normalmente, quem vai falar senta na mesa. Eu convidei para ouvir ele, como tenho ouvido outras pessoas", disse.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Fernando Haddad
"Penso que vamos entrar numa trajetória de queda de juros com sustentabilidade. Acredito que vamos terminar o mandato com a menor inflação de um mandato desde o plano real. Um crescimento médio próximo de 3%".
Disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad ao declarar que a economia do Brasil deve caminhar para uma redução da taxa básica de juros e que o governo, comandado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode encerrar o mandato com a menor inflação de um período presidencial desde o Plano Real, iniciado em 1994.