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A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) divulgou o "Info Bahia 2025", um compêndio anual de dados socioeconômicos do estado, em formato de infográficos. Os dados mais recentes revelam que a população estimada da Bahia somava 14,8 milhões de habitantes em 2024. Cerca de 42% dessa população concentrava-se em apenas 18 municípios, apesar da vasta extensão territorial do estado, de 564,7 mil km².
Além da capital baiana, os municípios de Barreiras, Ilhéus, Feira de Santana, Porto Seguro, Jequié, Camaçari, Simões Filho, Juazeiro, Alagoinhas, Paulo Afonso, Lauro de Freitas, Teixeira de Freitas, Luis Eduardo Magalhães, Itabuna, Eunápolis, Vitória da Conquista e Santo Antonio de Jesus.
A população da Bahia era constituída majoritariamente por mulheres (92,3 homens para cada 100 mulheres), em idade adulta (41% tinham entre 30 e 59 anos) e negros (pardos somavam 57,4% e pretos, 22,5% da população total).
DADOS SOCIOECONÔMICOS
Em termos de geração de riqueza, o Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia em 2022 (ano mais recente consolidado) foi de R$ 402,6 bilhões (7ª economia do Brasil e 1ª do Nordeste), o que equivalia a 4% do PIB nacional e 29% do PIB da Região Nordeste. Essa riqueza gerada estava dividida entre os três grandes setores econômicos: Agropecuária (11,3% do PIB total), Indústria (26%) e Comércio e Serviços (62,7%).
Entre as atividades em destaque, por grandes setores, estão: produção de grãos no oeste baiano (Soja – 5,1% da produção nacional; Algodão – 19,4% da produção nacional; Milho – 2,3% da produção nacional); a indústria de transformação no entorno da Região Metropolitana de Salvador (Produtos químicos – 7,6% da produção nacional; Produtos petroquímicos – 3,9% da produção nacional); e comércio – pulverizado entre os municípios do estado.
A Bahia é o 9º estado em valor exportado. Em 2024, foram 22,4 bilhões de dólares exportados, o que equivalia a 3,4% das exportações nacionais e 47,2% das exportações da Região Nordeste. Os principais segmentos exportados pela Bahia são: Soja – US$ 3 bilhões; Petróleo e derivados – US$ 2,2 bilhões; Papel e celulose – US$ 1,5 bilhão. Os principais destinos das exportações são: China (28,6% em valor exportado); Singapura (9,2%) e Estados Unidos (7,5%).
O "Info Bahia" é um compêndio de dados socioeconômicos do estado elaborado desde 2018 para apresentar um panorama de fácil visualização para o público, com as informações mais atuais disponíveis. As principais fontes de dados são as bases do IBGE, como o Censo Demográfico de 2022 e a PNAD-C, e a base de PIB Municipal e Estadual, sendo uma parceria entre a SEI e o IBGE.
As fortes chuvas que atingem a Bahia nos últimos dias causaram o transbordamento do Rio Jacuípe, alagando diversas áreas no Distrito de Santo Antônio, em São Domingos. Imagens aéreas captadas por um drone nesta quarta-feira (15) mostram a extensão da inundação, com grandes áreas submersas.
Segundo o registro revelado por Danilo Lopes ao Calila Notícias, parceiro do Bahia Notícias, uma das áreas mais afetadas é a região da Cabaça, onde a ponte localizada na BA-416 foi parcialmente submersa, comprometendo o tráfego na rodovia.
Confira imagens do local:
? VÍDEO: Chuvas intensas causam inundações em São Domingos e comprometem acesso à BA-416
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) January 15, 2025
Saiba mais ?https://t.co/p1j5kYIvR6
Confira o vídeo ? pic.twitter.com/xtfFocHkBf
A grande maioria dos brasileiros acredita que sua vida pessoal e familiar melhorou neste ano de 2024 e vai continuar melhorando no próximo ano, assim como avalia que a situação do país também deve apresentar melhoras em 2025. Além disso, o sentimento de "Esperança" é o mais citado pelos brasileiros nestes dias próximos da chegada do ano novo.
Esses são alguns dos resultados da nova edição da pesquisa Radar da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entre os dias 5 a 9 de dezembro, com 2 mil pessoas entrevistadas nas cinco regiões do país. A pesquisa da Febraban busca mapear a percepção e expectativa da sociedade sobre a vida, aspectos da economia e prioridades para o país.
De acordo com a pesquisa, 80% dos brasileiros avaliam que no ano de 2024 a sua vida pessoal e familiar ou melhorou (46%) ou ficou igual (34%). Em relação ao próximo ano, 75% disseram acreditar que a sua situação pessoal vai melhorar. Esse número representa um retorno ao patamar de dezembro de 2023 (74%).
O contingente de pessoas que respondeu que sua vida pessoal e familiar continuará como está em 2025 ficou em 13%. Com poucas oscilações em relação à última pesquisa, segue em 8% o montante que acredita que haverá piora da vida pessoal e familiar no próximo ano, mesmo percentual de outubro desse ano e 1 ponto a mais que em dezembro de 2023.
Em relação à situação do país, 68% dos entrevistados pelo Radar da Febraban disseram acreditar que em 2025 o Brasil irá melhorar (49%) ou ficará como está (19%), mostrando queda em relação ao ano passado. A expectativa de melhora, que apresentou queda ao longo do ano, estabilizou-se em relação a outubro último (49%), mas ficou 10 pontos abaixo do número de dezembro do ano passado (59%).
Em contrapartida, houve também aumento na quantidade de pessoas que disse que a situação brasileira "vai piorar" no próximo ano. Esse contingente cresceu de forma discreta e regular em 2024, saiu de 23% em outubro para 28% em dezembro, ficando 11 pontos acima do registrado no mesmo período do ano anterior (17%).
Já nas respostas dadas pelos entrevistados sobre os seus sentimentos para o novo ano de 2025, 80% das menções expressam sentimentos francamente positivos. O sentimento da "Esperança", por exemplo, é o mais citado pelos brasileiros frente à chegada do ano novo, com 38% de menções.
Depois de "Esperança" aparece em segundo lugar o sentimento de "Alegria" em relação a 2025, com 20% das menções. Na ordem, aparecem depois "Confiança" em terceiro, com 14%, "Tranquilidade" em quarto, com 6%, e "orgulho", com 2% de citações.
As menções dos entrevistados pelo Ipespe em relação a sentimentos negativos somam 17%, distribuídas entre tristeza (6%); desconfiança (5%); medo (4%); raiva (1%); e vergonha (1%).
No recorte da pesquisa sobre a visão dos brasileiros a respeito de suas próprias vidas, sete em cada dez pessoas (71%) declararam-se muito satisfeitos ou satisfeitos em relação à sua vida. O descontentamento com a vida (insatisfeito + muito insatisfeito) é mencionado por 12% população.
Em relação ao que aconteceu neste ano de 2024, 80% dos brasileiros avaliam que sua vida pessoal e familiar ou melhorou (46%) ou ficou igual (34%). Outros 34% não observaram mudança em sua vida privada comparativamente ao ano anterior, e a percepção de piora cresceu ao longo do ano, fechando agora em dezembro em 19%.
A pesquisa Radar da Febraban questionou os entrevistados sobre as áreas onde eles avaliariam que houve melhorias em suas vidas e de suas famílias no ano de 2024. Veja abaixo o resultado:
- Uso de tecnologias ou recursos digitais: 56% avaliam que melhorou, enquanto 37% opinam que continuou igual e 5% que piorou.
- Relações com companheiro(a), filhos, familiares e/ou amigos: 45% avaliam que melhorou e 43% que continuou igual. Para 10%, houve piora.
- Estudos e cultura: para 39%, houve melhora. Outros 48% acham que não houve mudança e 11% que piorou.
- Trabalho ou emprego: 37% avaliam que sua vida melhorou nesse aspecto, enquanto para 43% ficou igual e para 16% piorou.
- Saúde física: 36% avaliam que melhorou, 43% que não sofreu alteração e 20% que piorou.
- Saúde mental: acompanhando a avaliação da saúde física, 36% opinam que melhorou, 41% que ficou igual e 22% que piorou.
- Finanças: este é o item com maior percepção de piora (25%), demais opiniões ficam praticamente divididas entre melhora (36%) e piora (38%).
- Lazer e entretenimento: 35% observam melhora, 45% avaliam que não houve mudança e 18% acham que piorou.
- Moradia: item com maior percepção de estabilidade (56% avaliam que ficou igual). Outros 34% observam melhora e 8% sentem que piorou.
Por fim, o levantamento da Febraban questionou os entrevistados sobre quais seriam as prioridades para a população brasileira no próximo ano. A saúde foi considera a maior prioridade, com 30% das menções, seguida de Emprego e Renda (18%); Educação (12%); Segurança (10%); Inflação e Custo de Vida (9%); Fome e Pobreza (5%).
Um espaço para consulta pública digital está disponível, a partir desta quarta-feira (20), para que usuários possam deixar opiniões, críticas, sugestões, ações e/ou estratégias pensadas pela sociedade para serem implementadas no Plano de Ações Preventivas aos Incêndios Florestais 2024.
O documento, disponibilizado pelo Governo do Estado da Bahia por meio dos órgãos que compõem o programa Bahia Sem Fogo, vem sendo elaborado pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) com o objetivo de elencar ações preventivas e de educação ambiental, a fim de reduzir os impactos causados pelos incêndios florestais no estado da Bahia. Para participar da consulta pública digital, os interessados podem fazer suas contribuições clicando aqui.
O Bahia sem Fogo, de acordo com o governo, é um programa multi-agências, coordenado pela Sema, de modo a prevenir, monitorar, combater e fiscalizar os incêndios florestais em todo território baiano, com vistas a diminuir a emissão de gases do efeito estufa, protegendo a biodiversidade e preservar vidas.
Fazem parte do programa o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Casa Militar do Governador (CMG), Secretaria da Segurança Pública (SSP), Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa), Superintendência de Defesa Civil do Estado (Sudec), Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA), Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) e a Casa Civil.
O Bahia Sem Fogo ainda conta com a colaboração do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Eles atuam, ativamente, em parceria com o estado no controle dos incêndios em áreas de proteção ambiental federal.
O Censo Demográfico 2022 contou uma população de 14.136.417 habitantes na Bahia, na data de referência de 31 de julho de 2022. O estado se manteve como o 4º mais populoso do Brasil, posto que ocupa desde o Censo de 1980, atrás de São Paulo (44.420.459 habitantes em 2022), Minas Gerais (20.538.718) e Rio de Janeiro (16.054.524).
Teve, porém, o 3º menor crescimento populacional do país, entre os Censos de 2010 e 2022: 0,9% ou mais 119.511 pessoas em 12 anos. A taxa de crescimento geométrica do estado foi de 0,07% por ano, nesse período. Ela equivaleu a 1/10 da taxa de crescimento médio anual verificada entre os Censos de 2000 e 2010, que havia sido de 0,70%.
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Entre 2010 e 2022, a população da Bahia cresceu muito menos do que a do Brasil como um todo, a taxas maiores apenas do que as registradas nos estados de Alagoas (0,2% em 12 anos ou média de 0,02% ao ano) e Rio de Janeiro (0,4% em 12 anos ou 0,03% ao ano).
Segundo o Censo Demográfico, em 31 de julho de 2022, o Brasil tinha 203.062.512 habitantes, 6,5% a mais do que em 2010, o que representou mais 12.306.713 pessoas em 12 anos. A taxa de crescimento geométrica do país foi de 0,52% ao ano.
Os estados com as maiores taxas de crescimento populacional frente ao Censo de 2010 foram Roraima (aumento de 41,3% na população em 12 anos, equivalendo a uma taxa de crescimento geométrica de 2,92% ao ano), Santa Catarina (21,8% em 12 anos ou 1,66% ao ano) e Mato Grosso (20,5% em 12 anos ou uma média anual de 1,57%).
Santa Catarina também teve destaque nacional no aumento absoluto do número de habitantes. São Paulo, estado mais populoso do país, liderou nesse indicador, com mais 3.158.260 moradores entre 2010 e 2022, mas Santa Catarina veio em 2º lugar (mais 1.361.165 pessoas). Goiás ficou com o 3o maior crescimento absoluto (mais 1.051.440 pessoas em 12 anos).
A Bahia, com mais 119.511 pessoas em 12 anos, teve apenas o 22º crescimento absoluto entre os 27 estados - ou o 6º mais baixo.
Territórios de afirmação e acolhida de pessoas que integram grupos minoritários como pessoas LGBT+ e negras, espaços da cidade de Salvador encontram dificuldades financeiras e outros empecilhos para continuarem abertos.
O Bahia Notícias conversou com os responsáveis por três desses locais, que têm como propósito ir além da lógica do lucro pelo lucro.
Um desses espaços é o Boteco do Helder, fundado pelo então casal Helder Conceição e Tayná Benecke. Ambos negros, os dois criaram o empreendimento, localizado no bairro do Dois de Julho, com um intuito: a socialização, o lazer e a fruição de sonhos de pretos e pretas.
Área externa do Boteco do Helder | Foto: Reprodução / Intagram
"O boteco vem com essa ideia de criar um espaço para que nossa comunidade possa criar, construir, se conhecer num ambiente de afeto e segurança, para que lá a gente saiba que pode ter acesso ao consumo sem ter que passar por situações de preconceito e racismo. Esse espaço é um exemplo para que outros negros, que também são empresários, compreendam que é possível fazer isso e façam do seu modo em sua comunidade", explica Helder, elencando que o quadro funcional do seu comércio também é exclusivamente formado por pessoas negras e em situação de vulnerabilidade social.
Nos últimos meses, porém, uma crise financeira se instalou sobre o Boteco. O baixo movimento no fim de ano e durante o Carnaval da região central da cidade fizeram com que as contas não fechassem. Segundo o proprietário, a expectativa em torno do período momesco era alta, mas as coisas não aconteceram como o planejado e comprometeram tanto o funcionamento do estabelecimento, como a realização de projetos sociais, como as aulas de artes marciais ministradas junto à comunidade do Dois de Julho e ações como a "Cerveja e Sonhos", que reverte 50% do lucro de toda cerveja consumida na mesa da pessoa que quer ser ajudada para o objetivo dela - a iniciativa já deu uma "mãozinha" para pessoas que foram aprovadas em programas de pós-graduação em outros estados e em intercâmbios fora do país.
Helder, do Boteco do Helder | Foto: Reprodução / Instagram
A solução para a crise foi recorrer a uma "vaquinha" online. "Pensamos que se continuarmos do jeito que está não vamos conseguir nos sustentar. Para não piorar resolvemos fechar e recorremos para a nossa comunidade. Se a galera apoiar vamos conseguir voltar e equilibrar as contas", conta. Hoje a campanha, que espera arrecadar R$ 14.500, já atingiu 27% da meta (confira aqui).
Com os recursos, a ideia do casal de realizadores é arcar com as pendências que têm com os fornecedores, repôr os produtos e até criar conteúdo por meio de um podcast. Além disso, há a intenção de incrementar o empreendimento e dar espaço para empreendedores através de uma loja colaborativa - sem nenhuma cobrança.
"A ideia é que a gente possa potencializar e ajudar de alguma forma. Fazer com que o dinheiro que a nossa comunidade investe seja convertido para potencializar dentro da nossa comunidade", complementa Helder Conceição. Fechado temporariamente, o Boteco do Helder costuma funcionar de quinta-feira a domingo.
ABRIGO E PROMOÇÃO CULTURAL
"A gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte. A gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte". As estrofes da música dos Titãs falam muito sobre a relação entre liberdade, necessidades fisiológicas e existência. Cientes dessa relação, especificamente para a vida de pessoas LGBT+, um outro casal, João Hugo e Sellena Ramos, ambas pessoas trans, criou a Casa Aurora - o primeiro Centro de Cultura e Acolhimento LGBTQI+ da capital baiana.
Na casa, pessoas de 18 a 29 anos em situação de vulnerabilidade e risco encontram um lar e atividades de formação, rodas de conversa, oficinas e até apresentações artísticas.
João e Sellena já abrigavam amigos e outras pessoas próximas no apartamento em que moravam, mas a Aurora veio para tentar suprir uma demanda que é muito maior do que o suporte que podiam ofertar.
"A gente entende que dar só o abrigamento, o acolhimento, não é a única coisa que funciona, porque as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade precisam ter acesso a cultura, acesso a arte, empoderamento e precisam ter sua autoestima refeita", justifica João Hugo, argumentando que a maioria das pessoas atendidas são negras e também são atingidas pelo racismo.
Atividade de formação na Casa Aurora | Foto: Reprodução / Instagram
Dez meses se passaram desde a fundação, em maio do ano passado. As estratégias encontradas pela gestão para que haja uma continuidade das atividades foram a captação com a cobrança de entrada em apresentações, campanhas de arrecadação de alimentos e outras alternativas, como a "caixinha" para que as pessoas possam doar quanto puder. Uma plataforma digital de contribuição financeira recorrente (veja aqui) também é usada pela Casa Aurora.
Dos gastos fixos, com dinheiro garantido a cada mês, a instituição só tem mesmo o aluguel, pago por um deputado federal. Mensalmente, o Centro Cultural e de Acolhimento, nas palavras de João, "baila" para não fechar no vermelho. A troca de experiências entre outras casas de acolhimento fortalece a elaboração de modos de resistência.
CATORZE PEDRADAS
"Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra" (Jo 8,1-11). E atiraram. Não uma vez ou duas, mas catorze vezes. O alvo: o centro de cultura Caras e Bocas, voltado para o público LGBT+, gerenciado por duas mulheres lésbicas e situado na Rua Carlos Gomes.
No entanto, não foram os sucessivos ataques (veja aqui) que fizeram com que Rosy Silva e sua esposa, Alexsandra Leitte, encerrassem as atividades, mas sim um acordo mediado pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), que apontou que o imóvel era inadequado para o funcionamento como uma casa de shows.
Por isso, fundado há 16 anos e aberto no endereço atual há pouco mais de 2 anos, o Caras e Bocas só funciona até o dia 1º de abril.
Reticente por causa de ataques recentes a uma publicação jornalística que noticiou o fechamento, Rosy Silva falou com o BN sobre o percurso do antigo bar na Carlos Gomes.
Pedradas danificaram o telhado | Foto: Reprodução / Facebook
Com uma outra ação junto ao MP-BA, esta parada, por conta dos atos LGBTfóbicos que teriam vindo de vizinhos, a dona relatou que elas passaram por dificuldades desde a inauguração, quando aconteceu o primeiro ataque.
Suburbano de origem, tendo nascido na orla de Periperi, o empreendimento de Rosy e Alexsandra sempre teve o direcionamento para novos artistas e a arte drag. No início, aos risos, ela conta que a sigla utilizada era a "GLS". "Foi o primeiro bar do Subúrbio [Ferroviário], até hoje, a fazer esse tipo de inclusão", defende.
Segundo Rosy, como o mote do espaço é a inclusão e o produto é a arte, consequentemente não há recursos para fazer as devidas adequações que possam permitir a permanência na Carlos Gomes.
"Houve [no tempo em que esteve na Carlos Gomes] o lançamento de livros, ocupações de todas as vertentes 'sapatônicas' e drags, bazares, aulas de dança e tudo que um espaço LGBT e cultural pode fazer. Nós ficamos tristes porque fomos agredidos e a Justiça não fez nada", finaliza, completando que não há perspectiva de onde vão reabrir, mas adiantou que já existem propostas.
Três atividades serão realizadas até o fechamento definitivo do Caras e Bocas no imóvel atual: o lançamento de uma artista lésbica que ganhou um concurso na casa; uma com drag queens; e uma "ocupação sapatônica".
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.