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patricia aires
A família da delegada Patrícia Neves Aires Jackes, morta pelo companheiro Tancredo Neves Feliciano de Arruda, considerou de “dupla violência” a divulgação de um vídeo de uma discussão entre os dois.
Segundo a assessoria jurídica da família da vítima, “há uma nítida tentativa de descredibilizar a vítima perante a sociedade. Trata-se de uma dupla-violência, que além de ter causado a morte, ataca violentamente a imagem e a honra da vítima, gerando ainda mais dor aos familiares e amigos”, diz trecho da nota assinada pelos advogados Gustavo Ribeiro Brito e Daniel Lima Oliveira.
A defesa da família de Patrícia Aires declarou também que o relacionamento entre os dois era marcado por reiteradas agressões físicas e verbais realizadas pelo investigado contra Patrícia Jackes. Fato que seria confirmado pelos registros de ocorrências policiais.
“Ademais, o agressor se valia de suas habilidades de manipulação para tentar culpá-la de forma deliberada pela própria violência sofrida, o que se confirma nos vídeos indevidamente compartilhados por diversos veículos de comunicação”, acrescenta em outro trecho da nota.
“Desta forma, a família manifesta publicamente o seu repúdio a condução agressiva e vergonhosa do caso por parte de Tancredo Neves, que mesmo após retirar a vida de Patrícia, ainda viabiliza meios de atingir a sua imagem perante a opinião pública. Frise-se que a família da vítima acredita plenamente na instituição da Polícia Civil do Estado da Bahia, cuja investigação em curso esclarecerá todas as circunstâncias do crime de feminicídio”, pontua a defesa dos familiares da delegada.
Patrícia Aires foi encontrada morta na madrugada do último domingo (11) às margens da BR-324 de São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O acusado, Tancredo Neves, foi preso em flagrante após inventar um sequestro e depois confessar o crime.
Investigadoras, escrivães, delegadas, e peritas técnicas da Polícia Civil prestaram homenagem à Patrícia Aires, delegada que foi vítima de feminicídio no último domingo (11). A moção ocorreu durante o seminário “Policiais Seguras: Enfrentamento e o Combate ao Assédio Moral e Sexual no Ambiente da Polícia Civil da Bahia”, realizado nesta quinta-feira (15), sob organização do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc), nesta quinta-feira (15), na sede do Depom, em Itapuã.
No evento, as participantes prestaram 1 minuto de silêncio em respeito à Patrícia e também levaram flores em homenagem à delegada. A mesa do seminário foi composta por representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública (DPE), Procuradoria Geral (PGE), Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Plano de Assistência à Saúde dos Servidores Estaduais (Planserv), Departamento Médico da Polícia Civil (Demep), e a Ordem dos Advogados (OAB).
A investigadora e vice-presidente do Sindpoc, Ana Carla Souza, relatou que, segundo ela, é recorrente o sindicato receber servidoras vítimas de assédio na Polícia Civil. "Quantas Patrícias e quantas Rafaelas vamos continuar tendo que pedir minuto de silêncio? Infelizmente, o assédio cresceu muito nas unidades. O assédio adoece e mata", lamentou a vice-presidente.
Em relação ao seminário debatido, a vice-presidente da OAB-BA, Christiane Gurgel, afirmou que os casos de assédio dentro do serviço público ocorrem com frequência e exigiu o combate para que não ocorram novos episódios.
“Os casos de assédio são diários e geram sofrimento intenso às vítimas. Não é fácil uma servidora pública passar por uma situação de assédio porque ela não pode abrir mão da vaga que conseguiu através de muita luta e dedicação", disse Gurgel.
Uma amiga da delegada Patrícia Neves Jackes Aires relatou que a vítima vivia um relacionamento tóxico com Tancredo Neves Feliciano de Arruda. Dica Marques, amiga de Patrícia, disse à TV Subaé que a relação entre a delegada e o suspeito do crime era conturbada. Tancredo Neves foi preso em flagrante acusado pelo crime, que é investigado como feminicídio, quando a vítima é morta pela condição de mulher.
Patrícia Aires morava em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo, e era titular da delegacia de São Felipe, na mesma região.
Em depoimento, o homem confessou o crime e disse que havia inventado a versão de um sequestro, mas depois relatou que enrolou um cinto de segurança no pescoço da namorada, o que fez ela falecer. Ele negou que tivesse então de matá-la. Patrícia Aires foi encontrada morta na manhã do último domingo (11) às margens da BR-324 de São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Os dois se relacionavam havia quatro meses. Nesta terça-feira (13) ocorre o velório do corpo da delegada, com o sepultamento marcado para as 14h em um cemitério de Recife (PE), cidade natal da vítima. Patrícia Aires, de 39 anos, tinha um filho de sete anos de um relacionamento anterior.
Antes de se relacionar com a delegada, Tancredo Neves já tinha sido acusado por ameaças e violência contra outras mulheres. Ele também é alvo de um inquérito por exercício ilegal de medicina.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jerônimo Rodrigues
"As facções também investem, e muito, em inteligência. Eles montam uma indústria de armas. No último fim de semana vimos que muitas dessas peças são montadas aqui mesmo, não vêm todas de fora".
Disse o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) ao comentar que não há negacionismo na política de segurança pública do estado e destacou que o enfrentamento ao crime hoje exige novas estratégias, diante da evolução tecnológica das facções criminosas.