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passarela do apartheid
A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador, criticou a gestão do Carnaval da capital baiana e defendeu mudanças para as próximas edições da festa. Durante participação na saída da Banda Olodum, no Pelourinho, a parlamentar abordou, em entrevista ao Bahia Notícias, a polêmica em torno da passarela que liga o Morro do Ipiranga a um camarote do circuito Barra-Ondina, apelidada de "Passarela do Apartheid".
"A justiça não voltou atrás, eles conseguiram um alvará precário, mas a ação ainda está sendo discutida na justiça. Valeu a pena toda a nossa luta, [nós] denunciamos uma atitude completamente discriminatória e racista da prefeitura de Salvador. Segregacionista, a passarela não à toa foi apelidada de 'Passarela do Apartheid' e é isso mesmo. Os camarotes e blocos de corda já são um apartheid em Salvador, e essa concepção e esse conceito não combinam com o carnaval, que é por si só uma festa democrática onde as pessoas se encontram e confraternizam", afirmou.
A vereadora também criticou declarações do prefeito Bruno Reis (União Brasil) sobre a passarela e prometeu levar o debate à Câmara Municipal.
"O prefeito dizer que a passarela serve 'para tirar uma determinada população' é afirmar um conceito de carnaval segregacionista. Então a gente vai levar esse debate, depois do carnaval, à Câmara. Vamos pautar esse debate na Câmara, para que a gente se prepare para os próximos carnavais. O prefeito ficou com a marca do carnaval do Apartheid, que ele está patrocinando. O mundo todo está olhando para isso", acrescentou.
Outro ponto destacado por Aladilce foi o tratamento recebido por trabalhadores do Carnaval, como catadores, ambulantes e cordeiros.
"Outra coisa foi a denúncia forte dos tratamentos que os cordeiros, ambulantes e os catadores recebem. Foram dez reuniões com esse pessoal, são mais de 50 mil pessoas que vão para a avenida defender algum trocado", disse.
A parlamentar ainda questionou a exclusividade de marcas de bebidas nos circuitos da festa.
"Outra coisa que vamos debater [na Câmara] é a exclusividade de marca. Isso é bom para a cidade ou não? Eu acho que não. Porque obriga o consumidor a usar uma marca só, obriga o ambulante a vender só uma marca e eles se beneficiam. É uma grande propaganda, até nos prédios você tem a propaganda, então é preciso transparência. Quem está se beneficiando com esses bilhões que são movimentados no carnaval? Precisamos combater a segregação dos camarotes e dos blocos de corda e resgatar um carnaval que a gente precisa", afirmou.
Por fim, Aladilce alertou sobre a superlotação do circuito Barra-Ondina e cobrou uma revisão do modelo da festa.
"É preciso olhar também o modelo de carnaval da Barra, porque realmente aquele espaço não suporta mais. Ano passado teve que fechar para não entrar mais gente, ali pode acontecer alguma tragédia a qualquer momento. São essas coisas que a gente precisa discutir para que o carnaval seja realmente uma festa democrática e da espontaneidade. Precisamos repensar o carnaval de Salvador e discutir na Câmara, que é a casa do povo. O prefeito precisa ouvir o povo. Ele não pode decidir o modelo de carnaval entre ele e os empresários, ele não é um imperador. Todo mundo tem direito à cidade e a fazer um carnaval melhor para todo mundo", concluiu.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.