Artigos
A Política Brasileira: um Espelho Bíblico da Vaidade
Multimídia
Marcelle Moraes defende a criação de uma casa para protetores de animais como prioridade para Salvador
Entrevistas
Léo Prates define “desgaste” de Lula e do PT como trunfos e projeta chapa da campanha de oposição em 2026
pantanal
Um avião de pequeno porte, modelo Cessna Aircraft 182S, caiu na última sexta-feira (27) em uma fazenda localizada no município de Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. As informações sobre o acidente foram divulgadas neste domingo (29).
Três ocupantes da aeronave foram resgatados com vida após uma operação aérea conduzida por autoridades. O avião caiu em uma área remota, de difícil acesso, cercada por vegetação alagada característica do bioma pantaneiro.
O resgate foi realizado por equipes da Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo e do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), com base em Dourados (MS). Por conta da inviabilidade de acesso terrestre, os agentes utilizaram um helicóptero para chegar ao local.
As vítimas foram encaminhadas para uma unidade de saúde em Aquidauana, onde receberam atendimento médico. As autoridades não divulgaram os nomes nem o número exato de ocupantes do avião.
Imagens registradas no local mostram o monomotor tombado de ponta-cabeça em meio à vegetação alagada. A causa do acidente ainda será investigada. Veja o vídeo do momento da chegada do resgate abaixo:
Um estudo divulgado pela revista científica ‘Communications Earth & Environment’ apontou que a América do Sul está ficando mais seca, quente e inflamável durante as últimas cinco décadas.
Conforme a revista, por trás deste aumento há uma explicação clara: as mudanças climáticas. É este o processo que intensifica os períodos de seca e aumentado a temperatura no subcontinente, resultando em condições mais favoráveis a incêndios florestais em muitas regiões.
O estudo traz números atualizados até o ano de 2022, e apontas que os dados de temperatura, precipitação e ocorrência de incêndios nos últimos 50 anos na América do Sul. O estudo aponta uma frequência e gravidade maiores, especialmente nas regiões do norte da Amazônia, do nordeste do Gran Chaco (área que abrange parte do Pantanal) e na região do Lago Macaraibo, na Venezuela.
Nestas regiões, entre os anos de 1971 e 2000, as condições quentes, secas e inflamáveis ocorriam menos de 20 dias por ano, ao passo que, nas últimas duas décadas, entre 2001 e 2022, as condições aparecem até 70 dias por ano, ou seja, quase um triplo do cenário anterior.
Ainda conforme o estudo, quando são comparados os dois períodos, é visto que o número de dias quentes aumentou em cerca de 60 dias por ano na Amazônia e na Bacia de Macaraibo. Paralelamente a isso, foi observado que as condições secas aumentaram mais de 50 dias por ano nas regiões do Pantanal e na Bacia do Macaraibo.
Somente no Estado do Amazonas, desde agosto deste ano, todos os 62 municípios do estado estão em emergência ambiental devido à estiagem severa e ao aumento dos focos de incêndio na região. Segundo a Defesa Civil (DC) do estado, mais de 300 mil pessoas já sofrem com os impactos da seca que atinge o estado e tem isolado comunidades no interior.
Uma verdadeira "estrutura de guerra" foi mobilizada nos últimos dias e continua em ação para combater dezenas de focos de incêndios em diversas regiões do país, e indígenas e quilombolas formam a maioria dos brigadistas que lutam para debelar o fogo que neste ano já causou perdas 33 vezes maiores que as computadas entre janeiro e setembro do ano passado. A afirmação foi feita pelo presidente nacional do Ibama, Rodrigo Agostinho, em entrevista ao Bahia Notícias.
Agostinho destacou que mais de 3,2 mil brigadistas ligados ao Ibama e ICMBio, atuam junto a bombeiros dos estados para o combate aos incêndios. Desse corpo de brigadistas, 50% são indígenas contratados pelo governo federal, e 20% são quilombolas, que são convocados a esse trabalho por conhecerem melhor as áreas de matas e florestas.
"A gente está com um número recorde, 3245 brigadistas, entre Ibama e ICMBio. São brigadistas federais, que pela legislação, devem atuar em áreas federais. O governo tem um entendimento de que os incêndios não têm dono, então nós estamos atuando inclusive em áreas que deveriam ser cobertas pelos órgãos estaduais e pelos órgãos municipais. Dessas brigadas, 50% são indígenas contratados pelo governo federal, 20% são quilombolas, são pessoas que sabem andar nas matas, são pessoas que estão combatendo os incêndios no Brasil todo. É uma estrutura de guerra, e em muitos estados estamos trabalhando junto com os bombeiros dos governos locais, que têm efetivo muito maior", disse ao BN.
A criação de brigadas com a presença de indígenas e quilombolas é resultado de um Acordo de Cooperação Técnica do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), vinculado ao Ibama, com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). O objetivo é aliar técnicas de combate ao fogo e o conhecimento ancestral de manejo do fogo dos representantes de comunidades tradicionais.
Além da participação das comunidades indígenas na contenção dos incêndios, o presidente do Ibama destacou a importância da criação das chamadas brigadas comunitárias voluntárias. Segundo um levantamento realizado pelo IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), já foram identificadas mais de 200 brigadas voluntárias criadas desde o ano passado e que são voltadas para a prevenção e combate de incêndios florestais. Agostinho disse que o Ibama apoia e estimula essas iniciativas.
"Estamos vendo uma tendência nos últimos anos de algumas fazendas criarem as suas brigadas, assim como as associações, principalmente de áreas onde temos cobertura vegetal maior, também criando as suas brigadas voluntárias ou brigadas comunitárias. A gente está vendo alguns municípios, independente da estrutura de bombeiros, também criando as suas brigadas, e isso é muito importante, porque, com as mudanças climáticas, eventos como esse tendem a se tornar cada vez mais frequentes, e eu acho que é muito importante que a gente possa endereçar soluções para isso, ter uma estrutura de pronta reposta", afirmou Rodrigo Agostinho.
O presidente do Ibama disse ainda que essas brigadas comunitárias são capazes de responder de forma mais rápida e efetiva a um incêndio florestal ou de mata nativa. "Não faz sentido sair com um brigadista de Brasília para apagar um incêndio no Piauí, por exemplo, se tiver uma brigada próxima que pode fazer rapidamente o primeiro combate, e aí já controlar e não deixar virar um grande incêndio", concluiu Agostinho.
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) emitiu uma Medida Provisória (MP) para tentar amenizar a falta de tripulação e aeronaves especializadas para o combate às queimadas no Pantanal.
O fogo queimou, só no primeiro semestre deste ano, 468.547 hectares, um aumento de 529% em relação à média desde 2019 no bioma, conforme estimativa do MapBiomas. Os focos de calor totalizaram 3.943, de primeiro de janeiro a segunda-feira (15/7), o que representa alta de 1.637% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A MP Nº 1.240 altera o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) para dispensar a obrigação da existência de um acordo bilateral na admissão de tripulantes estrangeiros em serviços aéreos no Brasil. A medida se aplica a empresas nacionais ou estrangeiras e deve ser colocada em prática em situações de emergência, estado de calamidade pública ou emergência ambiental.
No texto sumário executivo da MP 1.240, o governo afirma haver carência de tripulação e de aeronaves com características necessárias para as operações de combate ao fogo e a desastres naturais.
As informações são do Metrópoles.
As frentes de combate aos incêndios no Pantanal foram reforçadas, com a chegada de mais uma equipe da Força Nacional a Corumbá, no Mato Grosso do Sul. O efetivo se juntará às equipes locais, que atuarão também em 13 bases avançadas espalhadas pelo bioma.
“As equipes do Rio Grande do Sul, formadas por 42 integrantes, chegaram na tarde desta sexta-feira (29) e se juntaram aos outros integrantes que estavam na região pantaneira desde quinta-feira (28), vindos do Distrito Federal e do Tocantins”, informou o governo do Mato Grosso do Sul. Ao todo, 82 homens e mulheres da Força Nacional estão em Corumbá.
A expectativa é de que, com o reforço, se consiga reduzir o tempo de resposta no combate aos incêndios florestais. Iniciada em abril, as frentes de ações já mobilizaram mais de 400 bombeiros militares de Mato Grosso do Sul. Todos orientados pelo Sistema de Controle de Incidentes, com sede em Campo Grande.
O fogo já queimou 520 mil hectares no Pantanal do Mato Grosso do Sul este ano, segundo dados divulgados pelo governo estadual.
AÇÃO HUMANA
Durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, mais conhecido como Conselhão, no Palácio do Planalto nesta semana, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse que 85% dos incêndios observados no bioma ocorrem em terras privadas, de forma não natural, ou seja, derivado de ação humana.
“Neste momento, não temos incêndio em função de ignição natural”, disse a ministra ao afirmar que o município de Corumbá responde atualmente por metade dos incêndios em Mato Grosso do Sul”. “Os municípios que mais desmatam são os que mais têm incêndio”, ressaltou.
Para a ministra, neste ano, a situação foi agravada pelos efeitos da mudança do clima causada por ações humanas. “Nós estamos vivendo um momento muito particular de nossa trajetória neste planeta. Tivemos no ano de 2023 um dos anos mais intensos em termos de eventos climáticos extremos, com os problemas das ondas de calor, de seca, de enchentes extremas. Isso é um sinal inequívoco de que a mudança do clima já é uma realidade”, disse.
VÍDEO: Prefeitura no MS faz festa junina em meio a incêndio na região e atitude gera críticas na web
Imagens da festa de São João junina da cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, ganharam as redes sociais e críticas dos internautas. O vídeo que viralizou mostra um show no Arraial do Banho de São João, promovido pela prefeitura, e ao fundo o incêndio do Pantanal. A região tem sofrido com incêndios de grandes proporções há semanas.
Prefeitura no MS faz festa junina em meio a incêndio na região e atitude gera críticas na web
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) June 24, 2024
Veja ? pic.twitter.com/wgu3h8wF9l
O vídeo publicado por uma moradora da cidade registra uma vasta trilha de fogo a poucos quilômetros da festa promovida pela prefeitura. O Arraial começou na sexta-feira (21) e encerrou neste domingo (23), na orla do Porto Geral.
Na página da prefeitura no Instagram, internautas não pouparam críticas à realização da festa. “A fogueira acesa faz horas no pantanal”, escreveu uma mulher. “E a cidade segue podre de fumaça e coberta de fuligem”, criticou outra pessoa.
Desde o fim de maio, moradores de Corumbá têm convivido com a fumaça provocada pelas queimadas. Segundo o governo do Mato Grosso do Sul, que solicitou apoio do governo federal para combater os incêndios florestais no Pantanal, a cidade de Corumbá está há 72 dias sem chuva.
Conforme informações do O Globo, o Exército irá disponibilizar quatro aeronaves de grande porte, e há também a sinalização de que 50 agentes da Força Nacional serão enviados ao estado para realizar ações por terra. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) também cederá três aeronaves para os trabalhos de combate ao fogo.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os focos de calor detectados no bioma até o dia 10 de junho se multiplicaram por mais de dez, saltando de 133, durante o mesmo recorte do ano passado, para 1.388 em 2024. A última vez que o Pantanal teve um início de temporada seca tão incendiário foi no ano que acabou sendo o pior de sua história, em 2020.
Fãs do grupo de k-pop BTS se uniram em apoio ao projeto Army Help The Planet, desenvolvido pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), tendo conseguido arrecadar R$ 37.271, para combater os incêndios no Pantanal. Com a participação de 1500 colaboradores, a vaquinha virtual superou a meta inicial, de R$ 30 mil.
“O dinheiro arrecadado irá diretamente para a conta bancária do IHP. E será designado para as áreas atingidas, custeando apoio logístico no combate aos incêndios. Financiando a reforma de uma instalação em que os brigadistas serão alocados. Formação e contratação de brigadistas; Equipamentos de proteção e de trabalho”, diz a descrição da campanha de financiamento coletivo.
Os interessados podem colaborar com doações a partir de R$ 10 (clique aqui).
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.