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Justificando a necessidade de interromper o que chamou de onda de ataques de ódio e comentários misóginos e até criminosos, a primeira-dama Janja Lula da Silva “fechou” o seu perfil no Instagram e tornou a sua conta privada. Com isso, só poderá ter acesso às postagens quem já seguia a primeira-dama, ou se for aceito como seguidor nos próximos dias.
Em nota enviada à imprensa, a assessoria da primeira-dama afirma que os comentários no perfil de Janja no Instagram se configuram como um exemplo de como um grupo de pessoas atuaria nas redes sociais como uma terra sem lei, onde podem ofender livremente.
"Comentários que não são apenas machistas e misóginos o que, por si só, já seriam abomináveis. Mas comentários que muitas vezes possuem teor criminoso, que difamam, caluniam e ameaçam a segurança e integridade de Janja Lula da Silva. Apesar de ser uma pessoa pública por ser casada com o Presidente da República, Janja tem o domínio sobre seu perfil no Instagram e o direito de decidir restringir sua conta temporariamente para reforçar a moderação dos comentários em suas publicações, bem como de seus seguidores”, justifica a assessoria.
A nota da assessoria da primeira-dama também defende a regulamentação das plataformas digitais, para que pessoas que veiculem comentários “criminosos” sejam responsabilizados e punidos.
“As plataformas precisam se responsabilizar e punir os crimes que são cometidos dentro delas. Mas o que vimos nos últimos meses é um retrocesso. A própria Meta realizou mudanças nas Diretrizes da Comunidade, com medidas que mudam regras da empresa para combater a desinformação e o ódio, alterando especialmente diretrizes sobre gênero e deixando de punir criminosos”, diz a assessoria.
Alguns dos comentários ofensivos publicados em postagens da primeira-dama foram destacados pela assessoria para exemplificar os ataques sofridos por Janja em seu perfil, inclusive apresentando o endereço dos detratores. Em um deles, por exemplo, um internauta chamou Janja de “Putanja”. Vários outros qualificam Janja como “vagabunda”, “marmita de quinta”, “galinha de presídio” e até mesmo “deslumbrada escrota”.
A assessoria finaliza a nota afirmando que neste momento, não é o número de seguidores que importa para a primeira-dama, “e sim, um ambiente digital minimamente saudável e que respeite não só Janja, mas também aqueles que a seguem por terem interesse real em seus conteúdos publicados no Instagram”.
A primeira-dama Janja tem sido um constante alvo de parlamentares, influenciadores e internautas de direita. Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma solenidade pública, disse que sua esposa é “a bola da vez”.
“Não sei se vocês perceberam, a Janja agora é a bola da vez. Para me atingir, eles começam a atacar a Janja. Eu digo sempre para a Janja: ´Você tem duas opções – ou você para de fazer o que gosta e eles vão parar de te incomodar; ou você continua falando até eles perceberem que não vão mudar sua ideologia e o seu pensamento´. É uma guerra”, disse o presidente.
Autora do hit “Trem-Bala”, a cantora Ana Vilela foi à público denunciar uma série de agressões verbais sofridas por ela nas redes, após a divulgação de uma matéria na qual relata dificuldades financeiras e conta bastidores do início da relação com sua esposa, Amanda Garcia.
“Essa rede social é uma piada. Cês não tão ligado o tanto de merda que eu to vivendo na minha vida pessoal pra entrar numa rede que eu uso pra rir e ler esse tipo de coisa sobre uma matéria tão despretensiosa”, escreveu a artista paranaense, em sua conta no Twitter, na madrugada desta segunda-feira (17). “O que eu fiz pra vcs me odiarem tanto? Uma canção de 3 minutos?”, questionou.
Foto: Reprodução / Twitter
Os insultos citados pela cantora vieram a partir da matéria de título "Ana Vilela teve que vender o violão para conhecer a esposa pessoalmente", do Correio Braziliense, publicada nas redes. "O Correio Braziliense está com falta de notícias? Meu Deus que merda de notícia é essa? A quem isso interessa?", escreveu o leitor. "Tudo um nojo", disparou outro. "Famosa quem?", disse uma terceira.
APOIO
Apesar das ofensas recebidas, Ana Vilela teve também quem enviasse mensagens de apoio. Experiente no ambiente virtual, o Youtuber Felipe Neto respondeu à artista com um texto de acolhimento: “Ana, odiar é fácil, amar é difícil. O ódio vem da frustração, da rejeição de si mesmo, de não conseguir se encontrar, de se sentir injustiçado. Empatia e compaixão só nascem em pessoas que plantam o bem e trilham o caminho que as realiza. Isso diz muito sobre eles, nada sobre você. Beijo.”, disse ele.
Anônimos também prestaram solidariedade à jovem cantora: "Eu te acho maravilhosa. Amo a sua música, amo o sucesso que fez e toda a sua história. E te 'conhecer' aqui deixou tudo ainda melhor. Você é divertida, consciente e muito amorosa. Sei que dói, mas você vai superar pq sua essência é boa, ao contrário desses infelizes. Fica bem", disse uma seguidora.
"Sua música é usada em escolas, cerimônias, homenagens e é sua música seu sentimento que acolhe muitas pessoas. VocÊ é incrível e sua arte também. Forças e se apegue no bem", comentou outra. "Se as pessoas tavam achando a notícia irrelevante, pra que foram lá falar merda? Não podiam ignorar? Ah é, esqueci que esse pessoal vive de falar mal dos outros pra preencher um vazio existencial ou qualquer coisa parecida", pontuou um terceiro.
Durante participação no Festival de Veneza como ator de “Wasp Network”, filme dirigido pelo francês Oliver Assayas, o baiano Wagner Moura falou sobre a obra, que conta a história real de um grupo de cubanos que fugiu da ilha para resistir ao governo de Fidel Castro, e também comentou o quadro político e social do Brasil.
"Este filme, por exemplo, eu fiz porque queria trabalhar com o Olivier Assayas e também porque acho fascinante a história. É um filme em que você olha e há um equilíbrio. Você vê, por exemplo, cubanos derrubando aviões americanos que entraram no território de Cuba", disse o ator, em entrevista ao Uol. "Houve uma injustiça no julgamento desses cubanos [espiões]. Foi tudo movido por ódio, porque a comunidade cubana de Miami é pior do que os bolsonaristas. É um ódio gigante", afirmou Wagner Moura, que na obra interpreta um dos exilados cubanos.
O artista destacou ainda não ter medo de ficar associado excessivamente a filmes com temática política e revelou que suas críticas sobre Jair Bolsonaro têm lhe rendido hostilidades e até ameaças de morte de apoiadores do presidente brasileiro. "Dizem que vão me matar o tempo todo. Eu dei uma entrevista na Austrália e falei que estava com medo de voltar ao Brasil, mas fui mal interpretado. É que é o seguinte: o Brasil é um país em que você tem um presidente que autoriza a barbárie. A existência dele é uma autorização tácita a tudo o que existe de ruim", avalia o baiano. "Quando alguém me ameaça é porque se sente autorizado, mesmo que não por uma lei, mas pela postura do líder da nação. Ele empodera as pessoas na sua mediocridade, na sua desnutrição intelectual e humana", afirma.
Para Wagner Moura a recente tragédia do desmatamento na Amazônia, que atraiu protestos e os olhos de todo o mundo para o Brasil, é consequência do comportamento e das ideias propagadas por Bolsonaro. "Por que estão queimando a Amazônia agora? Porque tem um presidente que é um imbecil que dá autorização tácita para o desmatamento, para o assassinato de indígenas, para a chacina nas favelas, para a destruição da cultura. Eu nunca vi na minha vida, nem na época dos militares, houve um projeto de destruição como agora”, disse o artista, que criticou também a tentativa de censura e enquadramento da produção cultural no país, para alinhar aos valores do presidente. "Mas a gente [os artistas e a arte] não vai acabar nunca. Ele pode dar um golpe forte, não só no cinema, mas na cultura em geral, mas não vai acabar com ela. Eu vejo que, em momentos de distopia, a cultura reage. Por isso mesmo que ele quer acabar com a cultura: ela é a primeira manifestação de reação à brutalidade e ao autoritarismo".
O apelido de Marcos Valadão, o Nasi do IRA!, trouxe problemas para o cantor nos idos dos anos 1970. À época, a alcunha era escrita com a letra “z”, e, por isso, confundida com o movimento nazista, embora nada tivesse a ver com ele. Na verdade os amigos o denominaram assim em referência ao nariz do artista. Em entrevista ao Bahia Notícias ele contou como lidou com a questão e criticou o extremismo presente no país, tanto no passado, como atualmente. “No início do sucesso do IRA! eu tive problemas, tanto com a extrema esquerda, como com a extrema direita. Skinheads me perseguindo, tentando me assediar, e também pessoas que entendiam isso [o nome Nazi] de forma errada. Hoje quando surge esse assunto, eu trato com um tremendo bom humor, dizendo o seguinte: ‘olha, seu eu sou nazista, eu devo ser um tipo interessante de nazista. Um nazista que é filiado a um partido de esquerda [Nasi é filiado ao Partido Comunista do Brasil - PCdoB], que é filho de orixá e canta blues. Então o nazismo deve ter mudado muito né’ (risos)”, contou o músico, destacando que atualmente tais comportamentos de manada ganharam gigantes proporções, por meio da tecnologia. “Sabe o que é isso? Infelizmente hoje as redes sociais são plataformas para qualquer imbecil falar qualquer idiotice”, afirmou, referindo-se ao fato de hoje alguns grupos classificarem o nazismo como um movimento de esquerda. “O que eu acho que algumas pessoas estão querendo dizer é sobre o extremismo, porque às vezes alguns extremos levam a isso, e historicamente, como aluno de história, a gente não pode esquecer que o Hitler usou de um partido trabalhista quando começou, nas cervejarias de Munique. Uma coisa não tem nada a ver com outra, mas a gente vive um caldeirão de ódio tão grande em nossa sociedade”, explicou o músico, que cursou História na graduação.
Nasi citou como exemplo do que considera extremismo o comportamento de setores da sociedade, após a morte da ativista e vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco. “O brutal assassinato dela foi palanque para alguns imbecis até culparem ela mesmo pelo assassinato. Então, se a humanidade chega nesse ponto... Se as redes sociais, que deveriam servir para informar, para abrir o debate, para clarear a mente das pessoas, diminuir as intolerância, viraram palanque para intolerante”, avalia o cantor, criticando um ator político que ganhou destaque no país por suas declarações polêmicas, a negação dos direitos humanos e um enorme engajamento na internet. “Quando você imaginaria que um fenômeno bizarro, como o Bolsonaro, poderia tomar tanta dimensão no país? Porque, infelizmente, a humanidade é um projeto que não deu certo. Por isso as pessoas de bem têm que se posicionar. Porque geralmente as pessoas que estão do lado negro da força estão com as armas em riste, e isso é um retrato”, disparou o cantor, para quem as “pessoas de bem” e que pregam a tolerância religiosa devem se manifestar para conter os discursos extremistas. “A gente vê o que está acontecendo, eu sei que ai no Nordeste e no Rio de Janeiro vários sacerdotes estão sendo assassinados, ou estão sendo aviltados... Isso é uma coisa terrível que faz parte de todo esse movimento facistóide que está inserido fortemente em redes sociais. Você pode ver inclusive como o Bolsonaro é bem assessorado em termos de redes sociais. Isso é um perigo muito grande. O Brasil vive um momento muito delicado, e, repito, as pessoas de bem têm que estar muito atentas e participativas”, reforça o cantor, que diante desta realidade, afirma que é possível fazer um paralelo entre a ditadura militar de 1964 e o atual momento no Brasil.
“Vou citar um somente na minha área. Quando nós começamos nossa carreira, por volta de 1974, qualquer composição inédita você precisava passar pelo crivo da censura federal, ou seja, botar sua música dentro da Polícia Federal, e ela tinha que ser aprovada para você poder executá-la em qualquer barzinho da vida. Não só o IRA! teve música censurada, mas o Camisa de Vênus teve, Voluntários da Paz, que era uma outra banda que eu tinha, enfim. E hoje a gente vive nessa perseguição artística muito grande. A gente vê aí exposições”, comparou o músico, afirmando que embora a censura e a ditadura não estejam implantadas de forma oficial, elas existem. “Primeiro, há um movimento muito grande de cunho social, ou mesmo de intolerância muito grande, que acaba levando uma universidade ou um museu a abandonar um determinado projeto, exposição ou manifestação artística. Então eu vejo um paralelo muito grande. Pode não parecer institucional, mas o efeito está muito próximo de ser o mesmo”, analisa o artista, que desembarca em Salvador nesta sexta-feira (23), com o show IRA! Folk, em cartaz na Sala Principal do Teatro Castro Alves.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.