Modo debug ativado. Para desativar, remova o parâmetro nvgoDebug da URL.

Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
/
Tag

Artigos

Robson Wagner
A Política Brasileira: um Espelho Bíblico da Vaidade
Foto: Divulgação

A Política Brasileira: um Espelho Bíblico da Vaidade

Em busca de alguma explicação para o cenário político atual no Brasil, fui encontrar ecos não nos palanques, mas nas Escrituras.

Multimídia

Marcelle Moraes defende a criação de uma casa para protetores de animais como prioridade para Salvador

Marcelle Moraes defende a criação de uma casa para protetores de animais como prioridade para Salvador
A vereadora Marcelle Moraes (União Brasil) afirmou que considera prioridade para Salvador a criação de uma casa de acolhimento voltada para protetores de animais. Segundo ela, em entrevista ao Projeto Prisma, Podcast do Bahia Notícias, o equipamento é necessário para garantir o suporte a quem cuida dos bichos e enfrenta dificuldades por conta da atividade.

Entrevistas

Léo Prates define “desgaste” de Lula e do PT como trunfos e projeta chapa da campanha de oposição em 2026

Léo Prates define “desgaste” de Lula e do PT como trunfos e projeta chapa da campanha de oposição em 2026
Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias
O parlamentar afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias, que “as condições atuais são melhores do que há quatro anos”, quando o grupo foi derrotado pela chapa do Partido dos Trabalhadores, em 2022. 

nicolas maduro

Guiana denuncia Venezuela por convocar eleições em Essequibo
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Guiana comunicou, nesta quinta-feira (6), que pediu proteção à Corte Internacional de Justiça (CIJ) contra as eleições estaduais convocadas pela Venezuela no território de Essequibo. Está área é disputada pelos dois países há mais de um século, devido à quantidade de petróleo que tem.


O Ministério das Relações Exteriores da Guiana solicitou à CIJ que "ordene à Venezuela que se abstenha de qualquer ato dentro de seu território soberano". O CIJ é o mais alto órgão judicial das Nações Unidas. 


"A Guiana considera o plano da Venezuela de realizar eleições no 'território disputado' uma violação flagrante dessa ordem", disse a declaração.


As eleições para governador estão planejadas para ocorrer em 25 de maio. Uma dessas regiões inclui o Essequibo, região de 160 mil km administrada por Georgetown e reivindicada por Caracas, que decretou o território, em 2024, como um estado. 

Wagner diz que ida de embaixadora à posse de Maduro foi "formalidade" e que relação entre Brasil e Venezuela "azedou"
Foto: Reprodução Instagram

Em entrevista à CNN, o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, disse que o envio da embaixadora brasileira na Venezuela à posse do presidente Nicolás Maduro em seu terceiro mandato, nesta sexta-feira (10), foi apenas um "ato de formalidade". A embaixadora Glivânia Maria de Oliveira compareceu, em Caracas, à cerimônia de posse de Maduro na Assembleia Nacional, representando o governo Lula.

 

Para o senador Jaques Wagner, o governo brasileiro já se posicionou sobre o resultado eleitoral na Venezuela, não reconhecendo a vitória de Maduro enquanto não forem apresentadas as atas de votação. Para Wagner, essa atitude do Brasil "já azedou a relação" com o governo venezuelano.

 

"Todo mundo sabe que a relação nossa com eles [Venezuela], nesse momento, não é boa. Agora, por enquanto, não tem uma proposta de rompimento, então a ida da embaixadora do Brasil lá para assistir a posse evidentemente é um ato de formalidade", afirmou o senador baiano.

 

Nicolás Maduro prestou juramento à Constituição nesta sexta com uma homenagem ao ex-presidente Hugo Chávez, que morreu em 2013. O atual líder do regime chavista não apresentou provas de que venceu o pleito, mas criticou seus opositores: "Ninguém impõe um presidente à Venezuela", disse Maduro, em seu discurso de posse.

 

Jaques Wagner reforçou que o governo brasileiro não apoiou formalmente a posse do terceiro mandato de Maduro, mas apenas teria reforçado o que chamou de "processo institucional".

 

"A embaixadora assistir a posse mantém relação institucional com a Venezuela, o que não quer dizer concordância", concluiu Jaques Wagner ao falar na CNN.

 

Oficialmente, o governo brasileiro não reconheceu ainda a vitória de Maduro nem tampouco a vitória da oposição. O presidente Lula, por sua vez, a exemplo de outros líderes internacionais, tem cobrado a divulgação das atas.

 

Embora o Conselho Nacional Eleitoral e a Suprema Corte venezuelana tenham proclamado a vitória de Nicolás Maduro, a oposição, organismos internacionais e outros países alegam que houve fraude no processo eleitoral de 2024. Alguns desses países reconhecem o candidato oposicionista Edmundo González como presidente legítimo e eleito pelo povo.

 

Segundo a oposição, a divulgação das atas eleitorais demonstraria a vitória de González. A Suprema Corte do país, entretanto, alinhada a Maduro, proibiu a divulgação dessas atas.
 

Governo Lula enviou carregamento de spray de pimenta à Venezuela na época da eleição de Maduro, diz BBC Brasil
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Informações exclusivas divulgadas nesta quinta-feira (9) pela BBC News Brasil revelam que o governo brasileiro teria exportado para a Venezuela, em junho e julho de 2024, dois carregamentos com cerca de 20 mil frascos de spray de pimenta. Esse produto é comumente utilizado por forças de segurança para controlar protestos como os que estão sendo realizados nesta semana nas principais cidades venezuelanas, por conta da posse do presidente Nicolás Maduro em seu terceiro mandato, que será realizada nesta sexta (10). 

 

Maduro toma posse em novo mandato quase seis meses após resultado duvidoso verificado após a eleição, em julho, que desde então vem gerando protestos na Venezuela, com mortos e presos. A falta da apresentação das atas eleitorais que comprovem a vitória de Nicolás Maduro é apontada como o principal motivo que gera questionamentos da oposição. 

 

Os dados sobre a exportação do spray de pimenta do Brasil à Venezuela foram obtidos pela BBC News Brasil junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Os 20 mil frascos importados pela Venezuela fizeram do país o maior comprador do produto em 2024. Em segundo lugar ficou o Chile, com 4 mil. A compra feita pela Venezuela em 2024 é maior que os 9,1 mil somados de todas as compras feitas por outros países.

 

Segundo a reportagem da BBC Brasil, a venda do produto para o governo Maduro chama atenção porque a sua exportação teve o aval do Ministério da Defesa e do Exército Brasileiro. Esse aval foi dado em um momento no qual a comunidade internacional e até mesmo o governo brasileiro já tinham dado demonstrações de preocupação com relação ao tratamento dado pelo regime à oposição venezuelana. O governo Lula inclusive não reconheceu oficialmente a vitória de Maduro.

 

Procurado pela BBc Brasil, o governo brasileiro disse que a exportação do produto ocorreu dentro das normas vigentes. O governo da Venezuela não se manifestou. A empresa ou as empresas responsáveis pela venda não foram identificadas. 

 

A BBC News Brasil também questionou o Exército sobre o assunto, mas o órgão informou que não poderia divulgar o nome da companhia que vendeu o produto à Venezuela. Da mesma forma, não há informações sobre se a compra foi feita por empresas privadas da Venezuela ou pelo governo do país.

 

De acordo com os dados obtidos pela BBC News Brasil, os frascos saíram de São Paulo até Roraima e de lá foram enviados à Venezuela. O produto foi remetido ao país vizinho em duas cargas nos meses de junho e de julho do ano passado. As eleições presidenciais na Venezuela foram realizadas no dia 28 de julho e o resultado divulgado no dia 29 de julho.

 

A denúncia sobre a venda do carregamento de spray de pimenta pelo governo brasileiro à Venezuela vem sendo repercutida por parlamentares de oposição e influenciadores de direita nas redes sociais. O deputado Mario Frias (PL-SP), que foi secretário de Cultura no governo Bolsonaro, acusou o governo Lula de ser "cúmplice" da ditadura e da repressão aos oposicionistas promovidas por Maduro.

Nos EUA, opositor de Maduro pede ação de militares na Venezuela
Doto: Divulgação

Em viagem aos Estados Unidos (EUA), o opositor do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, o ex-candidato à presidência do país, Edmundo González Urrutia, divulgou vídeo direcionado à Força Armada Nacional Bolivariana da Venezuela, na noite deste domingo (5), pedindo que os militares garantam a posse dele próprio no dia 10 de janeiro, tomando medidas contra o governo de Nicolás Maduro.

 

“Em 10 de janeiro, por vontade soberana do povo venezuelano, eu devo assumir o cargo de comandante chefe com a responsabilidade de proteger nossas famílias e dirigir nossos esforços até um futuro de bem-estar e prosperidade para todos os venezuelanos. Nossa Força Armada Nacional está chamada a ser a garantia da soberania e do respeito à vontade popular”, afirmou González, que sustenta ser o vencedor da eleição presidencial do dia 28 de junho de 2024.

 

Em resposta, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Sobrino López, divulgou comunicado nesta segunda-feira (6) afirmando que a mensagem de González é “ridícula”.

 

“Rejeitamos, categórica e veementemente, este ato palhaço e bufão de politicagem desprezível que não terá o menor impacto na robusta consciência patriótica e revolucionária das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, que, em perfeita fusão popular-militar-policial, defenderão com todas as forças a Constituição”, afirmou López, ressaltando que os militares reconhecem a vitória de Maduro na última eleição presidencial.

 

Antes da posse do presidente Nicolás Maduro para o terceiro mandato 2025-2031, prevista para esta sexta-feira (10), o opositor Edmundo González visitou países que o apoiam. Neste fim de semana, González foi recebido pelos presidentes da Argentina, Javier Milei, e do Uruguai, Luis Lacalle Pou. 

 

Segundo a Agência Brasil, ele também conversou por videoconferência com o presidente do Paraguai, Santiago Peña.

 

Nesta segunda-feira (6), Edmundo se reuniu com o presidente dos EUA, Joe Biden, e afirmou estar em contato com o presidente eleito Donald Trump, informou a Reuters.

 

Enquanto Edmundo tenta mobilizar apoio internacional contra a posse de Maduro, o governo da Venezuela afirmou que ele será preso caso entre no país. Inicialmente exilado na Espanha, o candidato opositor que disputou as eleições contra Maduro promete voltar ao país para o dia 10 de janeiro. 

Brasil diz que não reconhecerá eleição de Maduro sem publicação das atas
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O governo brasileiro disse a Venezuela que não reconhecerá a eleição de Nicolás Maduro sem que as atas de todas as urnas usadas na disputa eleitoral sejam publicadas. A decisão chega após a Suprema Corte de Justiça venezuelana divulgar neste sábado (10), que foi iniciada a análise das atas, e que essa medida será inapelável. 

 

No entanto, o regime chavista já interferiu sistematicamente no tribunal, que deixou de ser uma fonte confiável, segundo o G1. O governo do Brasil disse que não fará juízo de valor acerca da atuação da Corte. Porém, comunicou ao país vizinho que, sem a publicação das atas não será possível abonar uma vitória de Maduro. 

 

A diplomacia do governo Lula afirma ainda que, da mesma forma que não pode avalizar as atas publicadas pela oposição, por não serem as oficiais. O Planalto classificou como "positivo" o anúncio de análise das atas pela Suprema Corte da Venezuela.

 

"Se estão avaliando, é porque as atas existem", resume a fonte do governo Lula, via a jornalista Daniela Lima da Globo News.

Deputado estadual apresenta PL para tornar Nicolás Maduro “persona non grata” na Bahia
Foto: Marcelo Camargo / EBC

O deputado estadual, Leandro de Jesus (PL), protocolou um Projeto de Lei (PL) para declarar o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, como “persona non grata”no estado da Bahia. O PL foi protocolado na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) na última quinta-feira (8) e atualmente está sob análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). 

 

Ao Bahia Notícias, o parlamentar justificou o PL e afirmou que, apesar do caso se tratar sobre a Venezuela, a “Bahia precisa se posicionar sobre questões humanitárias”. Além disso, Leandro de Jesus condenou o regime liderado por Nicolás Maduro e disse que o ditador também não representa o povo venezuelano.

 

“Nós temos que ter posicionamento também no que se refere às questões humanitárias em âmbito internacional. Aquilo que ocorre hoje na Venezuela, a ditadura, o massacre, a perseguição, por simplesmente serem oposição ao regime, isso tem que ser repudiado. Esse PL visa exatamente ter esse reconhecimento de uma pessoa que não é bem-vinda, para que ele jamais pise os pés aqui na Bahia. Que essa seja uma marca de que ele não representa nem mesmo o seu próprio povo”, afirmou o deputado em ligação com o BN.

 

A previsão é de que o projeto seja votado na AL-BA ainda neste mês de agosto.

Lula cobra atas eleitorais a Maduro após resultado na Venezuela e lança nota conjunta com Colômbia e México
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio do Ministério das Relações Exteriores, emitiu uma nota cobrando a divulgação das atas eleitorais após o resultado conturbado do pleito presidencial na Venezuela, que acabou reelegendo o chavista Nicolás Maduro. O documento emitido nesta quinta-feira (1º) foi realizado em conjunto com os governos da Colômbia e do México (confira na íntegra aqui).

 

Na nota, o governo Lula não chega a refutar nominalmente o resultado das eleições, mas faz um chamado para que as autoridades venezuelanas “divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação.” Além disso, o documento afirma que “as controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional.”

 

“Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação. Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos”, diz a nota.

 

“Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento.Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela”, completou o documento.

 

Por fim, os governos do Brasil, Colômbia e México se colocaram à disposição para “buscar acordos” que possam beneficiar o povo venezuelano.

 

DIÁLOGO BRASIL, COLÔMBIA E MÉXICO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou remotamente na tarde desta quinta com os presidentes Manoel Lopez Obrador, do México, e Gustavo Petro, da Colômbia. Em conversa, os líderes de Estado debateram justamente a crise eleitoral na Venezuela.

 

De acordo com a Folha de São Paulo, a conversa começou por volta de 17h20 e durou cerca de 40 minutos.

O Globo acusa PT de apoiar golpe na Venezuela e Gleisi rebate: “Tem histórico de apoiar golpes aqui mesmo no Brasil”
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

Após o PT emitir nota reconhecendo a vitória de Nicolás Maduro nas eleições para presidente da Venezuela e, inclusive, elogiar o povo venezuelano pelas eleições pacíficas, embora uma série de manifestações da população e da oposição já tenham sido realizadas desde que Maduro foi declarado vencedor, a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, criticou reportagem de O Globo, que acusou o PT de apoiar um golpe. 

 

Em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), Gleisi afirma que “quem tem histórico de apoiar e sustentar golpes, aqui mesmo no Brasil, é o jornal O Globo, jamais o PT”. A parlamentar contextualiza citando a parcialidade do jornal durante o período da ditadura militar e cita que “no quesito soberania nacional, o histórico de entreguismo e subserviência do Globo a interesses estrangeiros não credencia o jornal a atacar o PT e nossas resoluções internas”. 

 

Itamaraty emite alerta de segurança para brasileiros na Venezuela
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Itamaraty, emitiu, nesta terça-feira (30), um alerta consular para brasileiros que estão na Venezuela. O alerta vem após a proclamação de Nicolás Maduro como presidente reeleito neste domingo (28). Opositores e eleitores então tomaram as ruas da capital Caracas, em apelo para que as contagens completas dos votos sejam divulgadas.

 

No comunicado, o Itamaraty pede que brasileiros residentes, em trânsito ou com viagem marcada para a Venezuela, mantenham-se informados sobre a segurança nas áreas onde se encontram e que evitem aglomerações.

 

“A Embaixada do Brasil, em Caracas, permanece atenta à situação das cidadãs e dos cidadãos brasileiros no país e disponibiliza, em caso de emergência envolvendo seus nacionais, o seu plantão consular, +58 414-3723337 (com WhatsApp)”, informou o Itamaraty.

 

Segundo informações da Agência Brasil, mesmo após o anúncio da reeleição de Maduro, há a expectativa de que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela publique todas as atas com os resultados eleitorais por urna. Permitindo a verificação das atas em poder do conselho e as impressas na hora da votação, distribuídas aos fiscais da oposição ou aos observadores nacionais e internacionais.  

 

Lideranças internacionais que contestaram o resultado das urnas tiveram seus representantes diplomáticos expulsos por Maduro, um dia após a reeleição, a exemplo da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai. 

Em primeira fala sobre eleições na Venezuela, Lula cobra atas e diz que oposição pode procurar Justiça
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou, pela primeira vez publicamente, nesta terça-feira (30), o resultado das eleições na Venezuela, que deu a vitória a Nicolás Maduro. O resultado está sendo contestado por diversos países.


O petista deu uma entrevista à TV Centro América, afiliada da TV Globo em Mato Grosso. Lula afirmou que é necessária a apresentação das atas de votação e que, caso haja dúvida, a oposição pode entrar com recurso.


“É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo”, disse. A íntegra da entrevista não foi ao ar, mas a emissora publicou trechos nas redes sociais.


Lula também comentou a nota do Partido dos Trabalhadores que reconheceu Maduro como vencedor do pleito. O titular do Planalto criticou a cobertura da imprensa sobre o tema.


“A nota do Partido dos Trabalhadores elogia o povo venezuelano pelas eleições pacíficas que houveram. Ao mesmo tempo, reconhece que o tribunal eleitoral já reconheceu Maduro como vitorioso. Mas a oposição ainda não. Então, tem um processo. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial, mas não tem nada de anormal”, destacou.


Até o momento, a manifestação do governo brasileiro veio de uma nota do Ministério das Relações Exteriores (MRE). O órgão havia se posicionado de forma cautelosa, sem reconhecer algum resultado, já que a oposição denunciava uma suposta fraude eleitoral.


Segundo a nota, o país precisava de mais informações para endossar a “transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.


Também na tarde desta terça, Lula conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O conteúdo do telefonema não foi revelado, mas a previsão é que os dois conversariam sobre a situação na Venezuela.

PT recebe duras críticas ao afirmar que eleição na Venezuela foi "pacífica e democrática"; confira a repercussão
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em uma manhã de vitórias e derrotas para atletas brasileiros de diversas modalidades nos Jogos Olímpicos de Paris, o PT conseguiu atrair para si o foco das flechadas e pancadas em meio ao caos pós-eleições na Venezuela. Em uma nota divulgada na noite deste segunda-feira (29), a Executiva Nacional do PT afirmou que o processo eleitoral que reelegeu Nicolás Maduro no fim de semana foi uma “jornada pacífica, democrática e soberana”, e a posição petista vem causando uma enxurrada de críticas nas redes sociais.

 

Na nota, assinada pela presidente nacional do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PR), o PT cumprimentou o povo venezuelano pela eleição de Maduro. O partido disse ainda ter certeza que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) “dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela”.

 

“Importante que o presidente Nicolás Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais. O PT seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa”, afirma a nota assinada por Gleisi Hoffmann.

 

A postagem feita pela presidente petista, com a nota do partido, já recebeu nesta manhã mais de três mil comentários, a grande maioria com fortes críticas e xingamentos à deputada. O partido saiu na frente até mesmo do governo federal, que por meio do Itamaraty, não parabenizou Maduro pela vitória e defendeu que sejam divulgadas as informações das mesas de votação. 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também não se pronunciou a respeito do resultado eleitoral na Venezuela. Na rede X, entretanto, o silêncio presidencial vem sendo visto como apoio a Maduro e tem avançado nos trending topics durante a manhã desta terça a hashtag #lulaapoiaditador, com quase 40 mil menções.

 

Confira abaixo algumas reações nas redes sociais a respeito da nota emitida pela Executiva Nacional do PT: 

 

“Afirmaram que houve uma jornada pacífica democrática e soberana e chamaram um ditador de presidente. Este é o PT”.

Nikolas Ferreira (PL-MG)

 

“O PT soltou uma nota tratando a fraude de Nicolás Maduro como uma vitória. São defensores de ditadores, isso sim!”.

Kim Kataguiri (União-SP)

 

“Para surpresa de zero pessoas o PT apoia ditaduras sanguinárias e repressoras. Aguardando agora o grande amigo de maduro se manifestar … tem método.”

Senador Rogério Marinho (PL-RN)

 

“A vergonhosa nota de apoio do PT ao tirano de Caracas e à fraude eleitoral contra o povo da Venezuela confirma os piores receios de que o partido de Lula oferece riscos à democracia”.

Sérgio Moro (União-PR)

 

“Com o PT é assim: nada é tão ruim que não possa piorar.  O PT aplaude a democracia do faz de conta na Venezuela”.

Deputada Rosangela Moro (União-PR)

 

“O PT lançou uma nota vergonhosa na noite desta segunda-feira parabenizando a Venezuela pela “reeleição de Maduro” em um “processo pacífico, democrático e soberano”. Parece piada, mas não é.”

Deltan Dallagnol, ex-deputado federal

 

“O PT, mais uma vez, se mostra comprometido com o erro e com a defesa de ditaduras. Em nota oficial elogia o processo eleitoral da Venezuela e considera Maduro democraticamente reeleito.”

João Amoedo, ex-candidato a presidente da República

 

“O PT sendo PT e provando não ter nenhum apreço pela democracia. Calam e apoiam a fraude eleitoral na Venezuela! Aqui no Brasil gritam e perseguem adversários políticos. Já ali na Venezuela, onde o GOLPE e a FRAUDE eleitoral são flagrantes,  emitem nota de apoio ao ditador Maduro, pensando que o povo é idiota!”.

Deputado Delegado Zucco (PL-RS), que presidiu a CPI do MST e apresentou pedido de impeachment do presidente Lula

 

“Há um ano Lula dizia que Maduro era vítima de uma narrativa criada pela Direita. Hoje, o PT emite nota e diz que farsa eleitoral na Venezuela foi “democrática”. Está claro para quem quiser ver. Só se engana quem realmente quer. Eles não têm qualquer compromisso com a verdade, muito menos com a democracia.”

Deputado estadual Leandro de Jesus (PL-BA)

 

"Como um partido que se diz democrata como o PT, pode cometer a absurda leviandade de saudar a maior fraude e farsa eleitoral já cometida na America Latina e reverenciar o seu mentor o ditador Maduro ?”. 

Roberto Freire, ex-presidente do Cidadania

 

“Não é possível que ainda tem gente acreditando que pt e lula defendem a democracia…”

Flavio Bolsonaro (PL-RJ)

 

“Infelizmente, a política foi tomada pela ambição pelo poder. O medo do destrono GRITA, fazendo com que valores sejam colocados de lado, valores esses responsáveis por colocar o PT como uma esperança de transformação e respeito à democracia. Serei criticado? Sempre! Ambos os lados me detestam mas o meu lado é o Brasil. E NÃO VENHAM ME APERREAR, obrigado!”

Gil do Vigor, ex-BBB
 

Maduro expulsa diplomatas de países que contestaram sua vitória
Foto: Reprodução Youtube / BBC News Brasil

Em um de seus primeiros atos como presidente reeleito da Venezuela, Nicolás Maduro expulsou o corpo diplomático de sete países que contestaram sua vitória nas eleições deste domingo (28).

 

A medida foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores do país, Yvan Gil, em um comunicado divulgado no X (antigo Twitter) na tarde desta segunda-feira (29).

 

Ao todo, o regime de Maduro ordenou que diplomatas e funcionários de embaixadas e consulados da Argentina, do Chile, da Costa Rica, do Peru, do Panamá, da República Dominicana e do Uruguai se retirem “de maneira imediata” da Venezuela. As informações são do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias. 

 

“A Venezuela expressa a sua mais firme rejeição às ações e declarações interferentes de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington”, disse o chanceler venezuelano ao anunciar a medida.

 

Logo após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciar a vitória de Maduro, eleito para um terceiro mandato no país, diversos líderes internacionais expressaram preocupação sobre a transparência da votação, e rejeitam a reeleição do líder chavista. 

 

Na primeira fala como presidente reeleito, Maduro voltou a insistir que países vizinhos não interfiram nos assuntos internos da Venezuela, e classificou o sistema eleitoral do país como muito “confiável”. 

Venezuela: A sete dias da eleição, pesquisas divergem sobre resultado
Foto: Reprodução / Instagram

As pesquisas eleitorais da Venezuela divergem sobre o resultado do pleito presidencial marcado para o próximo domingo (28). Enquanto algumas enquetes dão a vitória com ampla margem ao principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, outros levantamentos apontam para uma vitória do atual presidente Nicolás Maduro, também com uma margem confortável.

 

Institutos de pesquisa como Datincorp, Delphos e Meganálisis, entre outros, dão vitória ao opositor Edmundo, da Mesa da Unidade Democrática (MUD), apoiado pela política María Corina Machado. Ela era apontada como favorita da oposição ao vencer as primárias, mas teve a candidatura vetada por condenações judiciais.

 

Já pesquisas do Centro de Medição e Interpretação de Dados Estatísticos (Cmide), do Hinterlaces e do Internacional Consulting Services (ICS), entre outros estudos, indicam que Nicolás Maduro deve se reeleger para um terceiro mandato, segundo informa a Telesur, veículo estatal do país.

 

O sociólogo, economista político e analista venezuelano Luis Salas ressaltou à Agência Brasil que as pesquisas eleitorais na Venezuela historicamente favorecem o voto opositor.

 

“Historicamente, desde que o chavismo chegou ao poder, as pesquisas sempre sobrevalorizaram o voto opositor. Desde que Chávez foi presidente, e depois Maduro, os principais institutos de pesquisa erram e favoreceram o voto da oposição”, afirmou o analista.

 

A especialista Carmen Beatriz Fernández, diretora da DataStrategia, empresa que trabalha com medição de opinião pública para conduzir campanhas políticas, alertou para os problemas da medição de votos na Venezuela.

 

“Por que falham as pesquisas eleitorais? Basicamente por três razões: por causa da volatilidade do eleitorado; por falhas metodológicas e porque não são pesquisas, se não pseudopesquisas feitas para desinformar e serem usadas como propaganda”, destacou em uma rede social.

 

O venezuelano Francisco Rodriguez, professor da Universidade de Denver, nos Estados Unidos, reforçou a pouca confiança nas pesquisas do país. Segundo ele, desde 2017, sete institutos de pesquisas vêm sobrevalorizando o voto opositor.

 

“Esses mesmos inquéritos sobrevalorizaram o voto da oposição, em média, nos últimos 10 anos, em 27,8%. Se corrigirmos esse viés, teríamos um virtual empate técnico [entre Maduro e Edmundo González]”, afirmou, em uma rede social, o estudioso da realidade venezuelana.

 

ELEIÇÕES NA VENEZUELA

Dona da maior reserva comprovada de petróleo do planeta, a Venezuela vai às urnas no próximo domingo, quando cerca de 21 milhões de pessoas devem eleger o próximo presidente, que vai governar o país sul-americano entre 2025 e 2031. O presidente Nicolas Maduro, no poder desde 2013, enfrenta nas urnas nove concorrentes.  

 

Esta é a primeira eleição, desde 2015, em que toda a oposição topou participar do pleito. Desde 2017, os principais partidos de oposição vêm boicotando as eleições nacionais. 

 

A Venezuela enfrenta um bloqueio financeiro e comercial pelo menos desde 2017, quando potências como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e União Europeia passaram a não reconhecer a legitimidade do governo Maduro.

 

O país vizinho também passou por uma grave crise econômica no período, com hiperinflação e perda de cerca de 75% do PIB, o que resultou em uma migração de mais de 7 milhões de pessoas. 

 

Desde meados de 2021, o país vem mostrando alguma recuperação econômica. A hiperinflação foi derrotada e a economia voltou a crescer em 2022 e 2023, porém os salários continuam baixos e os serviços públicos deteriorados.

 

Desde 2022, o embargo econômico vem sendo parcialmente flexibilizado e um acordo entre oposição e governo foi firmado para as eleições deste ano. Porém, denúncias de prisões de opositores nos últimos dias e recursas em assinar acordo para respeitar o resultado eleitoral por alguns candidatos da oposição, entre eles, o favorito Edmundo González, jogam dúvidas sobre o dia após a votação.

Secretário de Estado dos EUA agradece governo brasileiro por atuar pela paz entre Venezuela e Guiana
Foto: Reprodução Youtube

O porta-voz do governo Joe Biden nos Estados Unidos, Matthew Miller, em postagem nas suas redes sociais, disse que o secretário de Estado, Antony J. Blinken, agradeceu ao governo brasileiro pela busca de uma solução pacífica no conflito entre Venezuela e Guiana. Nesta quinta-feira (14), os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, reuniram-se pela primeira vez na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas para tentar estabelecer um diálogo sobre a disputa pelo território guianense de Essequibo.

 

De acordo com a postagem do porta-voz do governo Biden, o secretário Antony Blinken destacou a liderança diplomática do Brasil na região e o protagonismo para atenuar as tensões e evitar um conflito armado entre Venezuela e Guiana.

 

“O secretário de Estado Antony J. Blinken conversou com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e agradeceu ao Brasil por sua liderança diplomática na busca de uma resolução pacífica da disputa entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo. O secretário reafirmou a posição dos Estados Unidos de que a fronteira terrestre entre Venezuela e Guiana deve ser respeitada, a menos que, ou até que, as partes cheguem a um novo acordo ou um órgão legal competente decida de outra forma”, afirmou Miller.

 

No encontro, os dois presidentes, ao final de duas horas de conversa, apertaram as mãos e emitiram posteriormente um comunicado, no qual ambos se comprometem a manter a paz na região. Os dois líderes concordaram em não ameaçar ou usar a força “um contra o outro em quaisquer circunstâncias, incluindo aquelas decorrentes de controvérsias existentes entre os dois estados”, como afirma um trecho do documento.

 

Maduro e Irfaan Ali se comprometeram ainda a resolver disputas territoriais de acordo com o direito internacional. Ainda segundo o documento, um novo encontro entre representantes dos dois países deve ocorrer no Brasil em cerca de três meses. 

 

O governo brasileiro foi um dos principais incentivadores do acordo de paz. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia sido convidado a comparecer à reunião na ilha de São Vicente e Granadinas, mas preferiu enviar seu assessor internacional, Celso Amorim, em seu lugar. 

 

Em entrevista à TV Globo, o embaixador Celso Amorim disse que o mais importante da reunião entre os presidentes da Venezuela e da Guiana foi o acordo para que seja mantido o diálogo a respeito da região do Essequibo. Para Amorim, essa já teria sido uma grande conquista, em um momento de acirramento das tensões. 

 

“Muito importante a renúncia ao uso da força, ou ameaça ao uso da força, e acentuando a ideia da cooperação, da paz e da estabilidade na região. Resolveu tudo? É óbvio que não. Essa é uma questão complexa, mas enquanto os países continuarem a conversar com apoio da Clac, da Caricom, e do Brasil, nos dá mais esperança”, concluiu Amorim.
 

Múcio vê provocação de Maduro em Essequibo e diz que pelo Brasil não passa
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O ministro da Defesa, José Múcio, disse ver como "manobra política" as ameaças de invasão do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, à Guiana e não se mostrou preocupado com a possibilidade de confronto entre os vizinhos. Em almoço com jornalistas, ele foi incisivo: pelo Brasil, as Forças Armadas da Venezuela não passam. 

 

Desde que venceu um referendo que reconheceu a região guianesa de Essequibo como pertencente à Venezuela, Maduro tem ameaçado o país vizinho de invasão para tomar uma área de 160 mil km², rica em petróleo e gás natural. O problema é que, dada as condições geográficas, o Exército venezuelano teria de atravessar por território brasileiro, em Roraima. Múcio descarta. 

 

“Eles chegarão à Guiana passando, se passasse, por território brasileiro, o que nós não vamos permitir em hipótese nenhuma. [...] Ele tem a chance de entrar pelo mar, lá pela frente, colocar uma bandeira falando que chegou ao território de Essequibo. Ele tem 127 mil homens, a Guiana tem 3.700. O embate não acontecerá --e o Brasil não vai se envolver em hipótese nenhuma, o presidente está com consciência disso”, afirmou José Múcio, ministro da Defesa. 

 

De acordo com reportagem do UOL, em conversa com jornalistas no comando da Marinha, em Brasília, Múcio seguiu o tom adotado pela diplomacia brasileira: ponderou que as fronteiras estão sendo reforçadas e que acredita na saída pelo diálogo.

 

O UOL também mostrou que o governo brasileiro tem procurado evitar qualquer tipo de conflito, mas admite que o presidente Lula (PT) está em uma sinuca de bico. O petista tem desestimulado as ofensivas do aliado, incluindo um telefonema no último sábado, mas também não sabe o que fazer se Maduro seguir com a ideia e decidir, por fim, invadir o vizinho.

 

Múcio argumentou ainda que, além do Brasil, uma possível invasão envolveria outros agentes internacionais, o que, segundo ele, diminui as chances de Maduro seguir com o plano. "Isso não é só com o Brasil, não é? Isso é mexer com todo mundo", lembrou, apontando para a sessão de extração de petróleo na região guianesa por empresas norte-americanas. 

 

"Acho que há uma provocação internacional aí. Então, [estou] na esperança de que ele não vá comprar uma briga desse tamanho, porque seria uma insensatez", completou Múcio.

 

Há a previsão de que Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, se reúnam em São Vicente e Granadinas, arquipélago do Caribe próximo aos dois países, na próxima quinta (14). Lula foi convidado, mas ainda não confirmou presença e deve mandar um representante do Itamaraty.

 

O território em litígio, de Equissibo, foi declarado guianês em um tratado de 1899. No início do mês, a Corte Internacional de Haia concordou com o argumento guianês e concedeu liminar contra o referendo de Maduro —o problema é que uma das cinco perguntas rejeitadas do plebiscito era se a Venezuela deveria reconhecer a jurisdição do tribunal internacional. 

Cúpula militar brasileira prevê que Maduro invadirá a Guiana pelo mar
Foto: Submarino Riachuelo /Crédito: Ministério da Defesa

Integrantes da cúpula militar brasileira preveem que a Venezuela invadirá pelo mar, e não por terra, o Essequibo, região em disputa que representa mais de 70% do território da Guiana.

 

Segundo a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, militares brasileiros de alta patente informaram que a invasão por via terrestre seria o caminho mais difícil para as Forças Armadas venezuelanas, por dois motivos principais.

 

Primeiro, porque a fronteira entre a Venezuela e a Guiana é formada principalmente por selva, o que dificulta o deslocamento tanto de viaturas blindadas quanto das tropas do ditador Nicolás Maduro.

 

Nesse cenário, restaria à Venezuela invadir a região de Essequibo por meio da fronteira do Brasil com a Guiana, que tem vegetação menor. É aqui, então, que entra a segunda dificuldade de Maduro. Isso porque o governo Lula já sinalizou que não pretende permitir que os militares venezuelanos entrem na Guiana por meio da fronteira com o Brasil, situada no estado de Roraima. 

Em meio à investida de Maduro, Justiça Internacional decide que Venezuela não pode anexar território da Guiana
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

As tensões acerca da possibilidade de uma guerra entre Venezuela e Guiana ganharam um novo capítulo nesta sexta-feira (1). A Corte Internacional de Justiça decidiu que o governo venezuelano não pode tentar anexar Essequibo, a região rica em petróleo da Guiana que Caracas afirma possuir.

 

A decisão desta sexta vale para o referendo que a Venezuela realizará no domingo (3) sobre a incorporação de Essequibo, que representa 70% do território da Guiana e faz fronteira com o norte do Brasil.

 

Caracas, no entanto, já afirmou que não reconhece a Corte de Haia e que, portanto, mantém a realização da consulta pública. As Forças Armadas brasileiras já enviaram mais tropas para a região por conta da escalada das tensões entre os dois países com a proximidade do referendo. A informação é do g1.

 

O tribunal é a corte mais alta da Organização das Nações Unidas (ONU) para resolver disputas entre Estados, mas não pode obrigar países a cumprirem suas decisões. Por isso, a decisão desta sexta tem mais valor simbólico que prático e, por mais que favoreça a Guiana, não bate o martelo sobre a quem pertence o território de forma definitiva.

 

Por unanimidade, a Corte de Haia afirmou que ainda não é possível determinar quem deve ficar com Essequibo - reivindicado pela Venezuela desde a independência da Guiana do Reino Unido, em 1966. Mas decidiu que, de forma provisória, Caracas não pode interferir no atual status do território.

 

Os juízes da Corte Internacional de Justiça determinaram também que "ambos os países devem se abster de quaisquer ações que agravam a disputa fronteiriça".

 

VOTAÇÃO

Na votação que pretende realizar no domingo, o governo da Venezuela perguntará a seus cidadãos se apoiam a concessão da nacionalidade venezuelana aos 125 mil habitantes da região, conhecida pelos venezuelanos como "Guiana Essequiba".

 

Entre as perguntas do referendo, está uma que questiona se os eleitores querem "incorporar esse estado ao mapa venezuelano".

 

O ditador venezuelano Nicolás Maduro, defendeu a votação, alegando que o local pertence à Venezuela. "Não deixaremos que ninguém nos tire o que nos pertence, nem trairemos os nossos princípios. Defenderemos Essequibo! Vamos todos votar sim 5 vezes neste 3 de dezembro", afirmou Maduro nas redes sociais.

 

A Guiana, que administra essa região, afirma que a iniciativa venezuelana é uma ameaça à soberania guianesa. Em 2018, a Guiana pediu à Corte de Haia que confirmasse a validade jurídica e efeito vinculativo da sentença relativa à fronteira entre a colônia da Guiana inglesa e os Estados Unidos da Venezuela, de 3 de outubro de 1899.

 

Em abril, a Corte Internacional de Justiça afirmou que tem legitimidade para tomar as decisões sobre a disputa.

GSI anuncia sindicância para investigar agressão a jornalistas durante entrevista com Maduro
Foto: Reprodução/redes sociais

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) anunciou,nesta quarta-feira (31), que foi instaurada uma sindicância para investigar as agressões a jornalistas promovidas por seguranças brasileiros durante a Reunião de Presidentes dos Países da América do Sul, no Palácio do Itamaraty, na terça (30), com a presença do ditador venezuelano Nicolás Maduro.

 

Em comunicado, o gabinete lamentou a situação e se solidarizou com a jornalista da TV Globo Delis Ortiz, que relatou ter recebido um soco no peito. Assim como nas demais manifestações do governo Lula (PT), não houve menção aos demais agredidos.

 

Ao menos três jornalistas relataram agressões. O repórter Sergio Roxo, de O Globo, foi arrastado pela roupa e depois imobilizado; e uma terceira profissional, Sofia Aguiar, da Agência Estado, disse ter sido empurrada por um segurança.

 

O governo se manifestou na sequência, por meio do Ministério das Relações Exteriores e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência.

 

O Itamaraty lamentou o episódio. Em nota, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República também repudiou a agressão.

 

Nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nem Maduro se manifestaram sobre o episódio.

VÍDEO: Após Uruguai, presidente do Chile critica falas de Lula sobre Venezuela: “Não é construção narrativa”
Foto: Marcelo Camargo / EBC

O presidente do Chile, Gabriel Boric, criticou as falas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em relação à situação da Venezuela. Em discurso realizado nesta terça-feira (30), Boric afirmou que as violações dos Direitos Humanos no país “não são uma construção de narrativa”, como disse Lula, durante encontro com o venezuelano Nicolás Maduro.

 

“Eu manifestei que não concordo com o que disse o presidente Lula ontem no sentido de que a situação de direitos humanos na Venezuela era uma construção narrativa. Não é uma construção narrativa, é uma realidade, é séria”, afirmou Boric.

 

O presidente chileno também comentou sobre as sanções impostas sobre a Venezuela, mas destacou que não irá “fazer vista grossa” em relação às violações no país.

 

“Gostaríamos que a Venezuela retornasse a um ambiente multilateral porque há espaços para resolver problemas, e não para declarações que nós nos ataquemos uns aos outros. Isso, no entanto, não significa colocar debaixo do tapete ou fazer vista grossa para um tema que consideramos importante”, discorreu.

 

Confira o discurso:

 

 

Mais cedo, o presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, também criticou a defesa que Lula fez do regime de Nicolás Maduro. Na ocasião, o chefe de estado chegou a colocar em dúvida se vai assinar o documento conjunto sobre a cúpula em Brasília (veja mais aqui).

Presidente do Uruguai condena falas de Lula sobre Maduro: “Tapar sol com o dedo”
Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, criticou a defesa que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez do regime de Nicolás Maduro na Venezuela. Em reunião com presidentes sul-americanos na tarde desta terça-feira (30), o líder uruguaio colocou em dúvida se vai assinar o documento conjunto sobre a cúpula em Brasília.

 

Segundo o Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, Lacalle Pou não citou o nome de Lula, mas disse que ficou “surpreso quando se falou que o que acontece na Venezuela é uma narrativa”, que foi o que o brasileiro disse na segunda, ao receber Maduro no Palácio do Planalto.

 

“Todos já sabem o que pensamos a respeito da Venezuela e do governo da Venezuela. Agora, se há tantos grupos no mundo que estão tratando de mediar para que a democracia seja plena na Venezuela, para que se respeitem os direitos humanos, para que não hajam presos políticos, o pior que se pode fazer é tapar o sol com um dedo”, disse o presidente uruguaio, que é de centro-direita.

 

“Chamemos as coisas pelo nome que têm e ajudemos. Até pouco tempo, o Uruguai não tinha embaixador na Venezuela e nós nomeamos um. Como temos em Cuba e tantos lugares, porque nossa afinidade é com o povo venezuelano”, continuou Lacalle Pou.

 

O presidente do Uruguai disse, então, que trouxe o assunto porque a cúpula está debatendo uma declaração final que fala de democracia e de proteger os direitos humanos e as instituições. Para ele, não é simples assinar porque nem todos os signatários têm “a mesma definição do que são respeito às instituições, aos direitos humanos e à democracia”.

Lula recebe Maduro no Palácio do Planalto, critica Guaidó e lamenta preconceitos contra a Venezuela
Foto: Ricardo Stuckert/ Divulgação

“Eu não compreendia como um continente que exerce uma democracia tão plena, como o europeu, poderia aceitar a ideia de considerar um impostor como presidente, simplesmente porque não gostavam do presidente eleito”. A crítica, que envolve o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, foi feita nesta segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Guaidó, que era deputado, em fevereiro de 2019 se autoproclamou presidente, e em abril daquele ano, junto com Leopoldo López, empreendeu uma tentativa frustrada de derrubada do governo.

 

No encontro desta segunda, Lula não só reforçou seu apoio à presidência de Nicolás Maduro, como lamentou que ele tenha passado oito anos sem vir ao Brasil. Os dois presidentes participaram de uma entrevista coletiva.

 

“Depois de oito anos o presidente Maduro volta a visitar o Brasil, e recuperamos o direito de fazer política de relações internacionais com a seriedade que sempre tivemos, sobretudo em países que fazem fronteira com o Brasil. A Venezuela sempre foi um parceiro excepcional do Brasil. Mas por conta das contingências políticas e equívocos, Maduro ficou oito anos sem vir ao Brasil, e o Brasil ficou muito tempo sem ir à Venezuela. É difícil conceber que tenham passados tantos anos sem que mantivéssemos esse diálogo”, disse Lula.

 

Lula disse ainda que a volta da relação entre Brasil e Venezuela é “plena”, e a retomada da integração entre os dois países não será, segundo ele, apenas comercial, mas também política, cultural, econômica, com parcerias entre juventude e universidades e inclusive na área militar, com a criação de uma ação conjunta entre as forças armadas dos dois países, para o combate ao tráfico na fronteira.

 

O presidente brasileiro criticou também o preconceito contra a Venezuela tanto no Brasil como na Europa. Para Lula, o país vizinha precisa fazer frente às narrativas contrárias construídas pelos opositores do atual governo, e para isso precisaria divulgar a sua própria narrativa.

 
"O preconceito contra a Venezuela continua. Esse preconceito contra a Venezuela é muito grande. Quantas críticas a gente sofreu aqui durante a campanha por ser amigo da Venezuela. Havia discursos e mais discursos, os adversários diziam 'Se o Lula ganhar as eleições, o Brasil vai virar uma Venezuela, uma Argentina, uma Cuba', quando o nosso sonho era que o Brasil fosse o Brasil mesmo, melhor. Não queremos ser uma Venezuela, queremos ser Brasil", disse Lula.

 

De sua parte, o presidente venezuelano Nicolás Maduro concordou com Lula sobre a necessidade de aprofundar os diversos tipos de relações entre Brasil e Venezuela. Maduro afirmou que o seu país está "de portas abertas" para receber o empresariado brasileiro "com plenas garantias".

 

"Estamos preparados para que retomemos as relações virtuosas com os empresários brasileiros. A Venezuela está de portas abertas, com plenas garantias para todo o empresariado para que voltemos ao trabalho conjunto. Acredito ser muito positivo. Nós amamos a história do povo brasileiro, a força e alegria espiritual. Relações entre Brasil e Venezuela foram truncadas e revertidas de um dia para outro. De repente, o Brasil fechou todas as portas e as janelas, sendo os dois países vizinhos, que se gostam como povos. Que nunca mais ninguém feche a porta. Brasil e Venezuela tem que estar unidos, daqui para frente e para sempre", disse Maduro. 

Maduro lança versão de ‘Despacito’ para promover Constituinte na Venezuela
Foto: Reprodução / YouTube

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, lançou, no último domingo (23), uma versão da música “Despacito” para promover a eleição da Assembleia Constituinte, e reescrever a constituição do país. A paródia foi exibida no programa semanal “Los Domingos com Maduro”, diante do presidente e uma plateia de apoiadores. “Vamos ver se é aprovada e também viraliza”, brincou Maduro.  Parodiando o hit dos porto-riquenhos Luis Fonsi e Daddy Yankee, a campanha busca motivar os venezuelanos a apoiar a Constituinte, marcada para o dia 30 de julho, e que é fortemente combatida pelos opositores e parte da população. “Querido irmão, aqui estou cantando / tenho uma grande mensagem para ti / convoquei a Constituinte / que só quer unir o país / Despacito, abra bem seus olhos e olhe sua gente / estenda a mão hoje, amanhã e sempre / que são teus irmãos os que estão à frente/ despacito, exerça seu voto em vez das balas / vá com suas ideias sempre em paz e calma / e que a esperança brilhe na sua alma”, dizem alguns versos da música. A Venezuela vive grave crise política e econômica, com mais de 100 pessoas mortas e forte repressão, por causa dos protestos contra o governo de Nicolás Maduro. Para a oposição, a Assembleia Constituinte convocada pelo presidente é uma medida para se perpetuar no poder.  

 

Confira a versão de "Despacito" do governo de Maduro:

Roberto Carlos vai processar Nicolás Maduro por uso da canção ‘Detalhes’ sem autorização
O cantor e compositor Roberto Carlos vai entrar com uma ação contra Nicolás Maduro, atual presidente da Venezuela, pelo uso desautorizado da canção “Detalhes” em uma propaganda política. "Fizemos a notificação jurídica a ser enviada via escritório da Venezuela, à qual se seguirão as medidas indenizatórias pelo uso indevido da obra", informou o assessor jurídico do rei, Marco Campos, ao jornal Folha de S. Paulo. O advogado ressaltou que Roberto Carlos não costuma liberar a veiculação de suas composições para fins políticos. O vídeo da campanha começa com as notas do teclado de “Detalhes”, interpretada pelo brasileiro em uma versão em espanhol.
 

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Afinal, quantos ovos você come? O Cacique parece estar bastante interessado no assunto. Mais do que isso: mostrou que sabe tudo de conta! Enquanto isso, tem gente economizando ao invés de comprar um guarda-roupa novo. Mas sem salvação mesmo está nosso Cunha, que decidiu entrar numa briga de gigantes. Outro clima bom é pros lados de Camaçari. Acho que o único no paraíso por enquanto em solo baiano é Ronaldo do Buzu. Saiba mais!

Pérolas do Dia

Capitão Alden

Capitão Alden

"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".

 

Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.

Podcast

Projeto Prisma entrevista Ivanilson Gomes, presidente do PV na Bahia

Projeto Prisma entrevista Ivanilson Gomes, presidente do PV na Bahia
O presidente do Partido Verde (PV) na Bahia, Ivanilson Gomes, é o entrevistado do Projeto Prisma na próxima segunda-feira (4). O programa é exibido no YouTube do Bahia Notícias a partir das 16h, com apresentação de Fernando Duarte.

Mais Lidas