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neguinho do samba
A Praça das Artes, no Pelourinho, passa a ser chamada, a partir desta quinta-feira (18), de Praça das Artes Mestre Neguinho do Samba, uma homenagem a um dos maiores ícones da cultura baiana, criador do samba-reggae.
A Lei nº 15.044 foi assinada pelo governador no Diário Oficial do Estado, publicado na última quarta-feira (17).
O projeto foi apresentado Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), como um reconhecimento institucional à importância histórica do músico para a cultura baiana.
Foto: Lázaro Menezes
No âmbito municipal, um projeto de indicação apresentado na Câmara de Vereadores de Salvador e sugere a instalação de uma estátua de Neguinho do Samba no Pelourinho.
De acordo com a proposta, o ato "representa um importante ato de justiça histórica e cultural, pois ao eternizar a imagem de Antônio Luís Alves de Souza no coração do centro histórico da cidade, reconhece-se não apenas o legado de um músico extraordinário, mas também a força de um movimento que deu nova vida à cultura afro-baiana".
Outra proposta apresentada por Silvio Humberto (PSOL), sugere que o samba-reggae seja reconhecido como patrimônio imaterial de Salvador. Caso a proposta seja aceita, o samba-reggae terá através do título de Patrimônio Imaterial de Salvador:
- A salvaguarda do patrimônio;
- O respeito ao patrimônio cultural imaterial das comunidades, grupos e indivíduos envolvidos;
- A conscientização no plano local, nacional e internacional da importância do patrimônio cultural imaterial e de seu reconhecimento recíproco;
- E a cooperação e a assistência internacionais.
A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) aprovou por maioria a atribuição do nome de Neguinho do Samba a uma praça no Pelourinho, em Salvador, durante sessão nesta segunda-feira (15). A homenagem foi proposta pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), que justificou a iniciativa como um reconhecimento do Estado ao papel histórico desempenhado pelo criador do samba-reggae. Em votação simbólica, a oposição pediu o registro do voto contrário.
O projeto tramitava em regime de urgência, desde a semana passada. A praça chamava-se até então de Praça das Artes, Cultura e Memória. A matéria ainda não dispunha de parecer das comissões técnicas e, por essa razão, a presidente Ivana Bastos (PSD) designou o deputado Rosemberg Pinto (PT) para proceder o relatório oral em plenário.
“A medida busca reconhecer e perpetuar a trajetória artística e sociocultural do mestre Neguinho do Samba, cuja obra marcou de forma decisiva a identidade cultural de Salvador e da Bahia”, disse Rosemberg ao votar pela aprovação da proposição na sua forma original, uma vez que não foram apresentadas emendas. O petista disse ainda que o músico foi morador do Pelourinho e protagonista do movimento criativo que revitalizou o bairro.
“O artista deixou um legado de inovação, representatividade e valorização da cultura afro baiana”, acrescentou o relator, que destacou o “mérito da iniciativa, que, em conformidade com ordenamento jurídico vigente, promove relevante ação de valorização cultural e preservação da memória coletiva, reafirmando o compromisso do governo com a promoção da cultura popular e o fortalecimento das expressões artísticas que refletem a identidade do povo baiano”.
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) encaminhou um Projeto de Lei para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) visando alterar o nome da Praça das Artes, Cultura e Memória, que fica localizada no Pelourinho, em Salvador. Conforme o texto protocolado nesta segunda-feira (24), o novo nome passaria a ser Praça das Artes Mestre Neguinho do Samba, em homenagem ao criador do samba-reggae, mestre Neguinho do Samba (1955-2009).
Na justificativa para a alteração da nomenclatura do local, Jerônimo argumentou que o músico busca reconhecer a trajetória de Neguinho do Samba, afirmando que sua herança artística “marcou a identidade cultura de Salvador e da Bahia”. Vale destacar que o instrumentalista foi um dos responsáveis pela fundação do Olodum, um dos grupos percussivos mais famosos do mundo, da Banda Didá, a primeira percussiva de mulheres no Brasil, e do Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do país.
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“A medida busca reconhecer e perpetuar a trajetória artística e sociocultural do Mestre Neguinho do Samba, cuja obra marcou de forma decisiva a identidade cultural de Salvador e da Bahia. Morador do Pelourinho e protagonista do movimento criativo que revitalizou o bairro, o artista deixou um legado de inovação, representatividade e valorização da cultura afro-baiana. A homenagem, portanto, simboliza o reconhecimento do Estado ao papel histórico desempenhado pelo Mestre Neguinho do Samba na formação do patrimônio imaterial da Bahia”, disse o governador em mensagem enviada à AL-BA.
A proposta foi protocolada sob solicitação de tramitação em regime de urgência. O pedido será analisado em plenário na AL-BA em, caso aprovado, o PL será apreciado com prioridade nas comissões temáticas da Casa.
TRAJETÓRIA
Antônio Luís Alves de Souza, o Neguinho do Samba, nasceu no dia 21 de junho de 1955, em Salvador. Reconhecido como um dos maiores artistas da história do Brasil, ele morreu aos 54 anos em 31 de outubro de 2009.
Por 11 anos, na década de 70, ele foi diretor de bateria e compositor do primeiro bloco afro do carnaval baiano, o Ilê Aiyê, o qual foi um dos fundadores.
O reconhecimento nacional veio em 1986, com a explosão da música “Faraó”, pelo Olodum. Até hoje, a canção é uma das mais tocadas no carnaval de Salvador e que é considerada a “célula máter” do samba- reggae.
O artista era tratado por seus admiradores com muito respeito e reverência, pois, como mesmo dizia Neguinho: "Eu tenho uma coisa que só os deuses podem responder pra mim. Esses ritmos eu não sei como acontecem, acho que tinha chegado o momento, e só o universo pode dizer por quê".
Em 1996, Neguinho liderou o Olodum no videoclipe de Michael Jackson, com a canção They Don't Care About Us ("Eles não se importam conosco", em livre tradução) filmado por Spike Lee no Pelourinho. Neguinho também gravou com Paul Simon, importante cantor e compositor norte-americano.
A história de Antônio Luís Alves de Souza, mais conhecido como Neguinho do Samba, criador do samba-reggae e fundador de um dos grupos percussivos mais famosos do mundo, o Olodum, e da Didá, pode ser marcada para além da música e da mudança social promovida na capital baiana.
Um projeto de indicação foi apresentado na Câmara de Vereadores de Salvador e sugere a instalação de uma estátua de Neguinho do Samba no Pelourinho.
De acordo com a proposta, o ato "representa um importante ato de justiça histórica e cultural, pois ao eternizar a imagem de Antônio Luís Alves de Souza no coração do centro histórico da cidade, reconhece-se não apenas o legado de um músico extraordinário, mas também a força de um movimento que deu nova vida à cultura afro-baiana".
Foto: @zumviarquivofotografico
"A presença da sua estátua no Pelourinho não é apenas uma homenagem; é um gesto de reconhecimento da contribuição de Neguinho do Samba para a construção da identidade baiana e brasileira."
No texto de justificativa para a estátua, é ressaltado ainda a transformação musical promovida por Neguinho na Bahia, além do fortalecimento das comunidades negras da capital.

"Sua estátua no Pelourinho não é apenas uma homenagem; é um gesto de reconhecimento da contribuição de Neguinho do Samba para a construção da identidade baiana e brasileira, pois é também um convite à reflexão sobre a importância da preservação da memória cultural e da valorização dos artistas que transformam a realidade com arte, coragem e criatividade."
Entre as criações do músico estão, além do Olodum e do samba-reggae, está a Didá Escola de Música, espaço de formação musical e cidadã para meninas e mulheres negras.
"Considerando que a instalação da estátua em ponto estratégico do Pelourinho, território de referência da cultura afro-baiana e espaço de atuação contínua da Didá, do Olodum e de outros blocos afro, poderá ainda integrar projetos culturais, como o projeto 'Encontro de Tambores', criando uma ligação entre a homenagem física e o calendário cultural da cidade; Considerando que este projeto pretende estimular o turismo cultural, a educação patrimonial, o orgulho da negritude baiana, e criar um legado simbólico de luta, criatividade e transformação social deixado por Neguinho do Samba."
SAMBA-REGGAE COMO PATRIMÔNIO IMATERIAL DE SALVADOR
O gênero musical criado por Neguinho é considerado uma das células-mãe do Axé, o samba-reggae, e tem outro grande projeto de indicação correndo na Câmara de Salvador para o reconhecimento do ritmo.
Proposto por Silvio Humberto (PSOL), a ideia é transformar o estilo, uma fusão entre o reggae da Jamaica e o samba, patrimônio cultural do Brasil, um Patrimônio Imaterial da Cidade de Salvador.
Entende-se por patrimônio cultural imaterial as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas, instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural, e são transmitidos de geração em geração.
Foto: YouTube
Ao Bahia Notícias, o cantor, compositor, músico e capoeirista Tonho Matéria, ex-Olodum e ex-Ara Ketu, falou sobre a importância de marcar o estilo como algo feito em Salvador e algo a ser preservado. Para o artista, o reconhecimento como patrimônio imaterial e a possibilidade do título mostra como o ritmo modificou o fazer musical e também teve impacto social.
"Isso é um brinde para a cultura percussiva da Bahia. Porque isso não só perpassa pelo Olodum, teve origem com o Neguinho do Samba, Mestre Jackson. Mas são os blocos que dão continuidade, os artistas que dão continuidade, os compositores. O samba-reggae hoje é um instrumento que sustenta uma cadeia produtiva muito gigante. E a gente precisa fortalecer mesmo."
O estilo único criado por Neguinho ultrapassou as fronteiras geográficas e se tornou apreciado em outros cantos do mundo, sendo associado a nomes como Paul Simon, o primeiro grande nome internacional a levar o Olodum para o mundo; Michael Jackson, Jimmy Clif e mais.
O samba-reggae também rendeu ao Olodum um exclusivo Grammy na categoria World Music em 1991, e consagrou a criação de mestre Neguinho do Samba no cenário musical internacional.
Caso a proposta apresentada pelo vereador Silvio Humberto (PSOL), seja aceita, o samba-reggae terá através do título de Patrimônio Imaterial de Salvador:
- A salvaguarda do patrimônio;
- O respeito ao patrimônio cultural imaterial das comunidades, grupos e indivíduos envolvidos;
- A conscientização no plano local, nacional e internacional da importância do patrimônio cultural imaterial e de seu reconhecimento recíproco;
- E a cooperação e a assistência internacionais.
Uma exposição homenageará os 70 anos de um dos nomes mais importantes para a música afro-brasileira, na Casa do Benin, no Pelourinho, em Salvador. A mostra “70 Anos Neguinho do Samba – Trajetória e Legado” teve início do último sábado (7) e seguirá, gratuita, até julho.
Com curadoria de Anderson do Samba, filho do mestre, a exposição apresenta um conjunto de registros fotográficos sensíveis e históricos, desde momentos emblemáticos até cenas do cotidiano, revelando a profundidade e a extensão da influência de Neguinho do Samba.
Criador do samba reggae, ritmo que ressignificou o território do Centro Histórico e ecoou pelo mundo, ele foi responsável por transformar a música em um poderoso instrumento de afirmação cultural e resistência.
Pela primeira vez, a cidade de Salvador presta homenagem a Neguinho do Samba no mês de seu nascimento, resgatando sua importância histórica como um patrimônio vivo afro-brasileiro.
A mostra destaca não só sua trajetória artística, mas também a relevância social de sua criação, que ultrapassou fronteiras e consolidou-se como símbolo de resistência negra.
SERVIÇO
Exposição “70 Anos Neguinho do Samba – Trajetória e Legado”
Casa do Benin – Espaço Tatassomba (Pelourinho, Salvador)
De 07 de junho a 05 de julho de 2025
Terça a sexta, das 10h às 17h | Sábados, das 9h às 16h
Entrada gratuita
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Hugo Motta
"Eu não vou fazer pré-julgamento. Não sei ainda a motivação nem qual foi a busca. Apenas recebi a ligação do diretor-geral da Polícia Federal. Pelo que me foi dito, parece ser uma investigação sobre questão de gabinete, mas não sei a fundo e, por isso, não quero fazer pré-julgamento".
Disse o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) ao afirmar que o Judiciário “está cumprindo o seu papel” ao autorizar operações contra parlamentares. A declaração foi feita após a deflagração de uma ação da Polícia Federal que teve como alvos o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).