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nasi
A banda de rock Ira! teve quatro apresentações da turnê 'Acústico 20 Anos', canceladas após protestos do cantor Nasi em um show na cidade de Contagem, em Minas Gerais, no final de março.
De acordo com a coluna de Fábia Oliveira, a produtora responsável pela turnê, a 3LM Entretenimento, explicou que o cancelamento das apresentações nas cidades de Jaraguá do Sul, Blumenau, Caxias do Sul e Pelotas, aconteceram após muitos pedidos de restituição de ingressos, desistência de patrocinadores e boicotes nas redes sociais.
No show realizado na cidade de Contagem, Nasi gritou "Sem Anistia", em referência aos envolvidos nos atos de ataques em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, e foi respondido pelo público com vaias.
Nasi????
— Canal do Rock???? (@CanaldoRock) April 3, 2025
Ao manifestar-se contra a anistia... Vocalista do "Ira!" enfrenta bolsonaristas durante show em Minas e manda recado: 'Não apareçam mais'... e o público presente responde com aplausos... #Rock???? #SemAnistia ???? pic.twitter.com/JaNQi1rj0L
A reação fez com que Nasi rebatesse o público presente e pedisse para que os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro deixassem o evento.
“Pra vocês que estão vaiando, eu vou falar uma coisa: tem gente que acompanha o Ira!, mas nunca entendeu o Ira! Tem gente que acompanha a gente e é reacionário, tem gente que acompanha o Ira! e é bolsonarista. Isso não tem nada a ver, gente! Por favor, vão embora! Vão embora da nossa vida! Vão embora e não apareçam mais em shows, não comprem nossos discos, não apareçam mais. É um pedido que eu faço."
A banda não se pronunciou sobre o cancelamento das apresentações. Vale lembrar que esta não é a primeira vez que Nasi critica o ex-presidente e seus apoiadores. O vocalista da banda Ira! já criticou Lobão e Roger Moreira do Ultraje a Rigor pelo apoio ao militar.
Criado em 2010 em Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano, o Festival Suíça Bahiana (FSB) faz sua oitava edição entre os dias 28 e 29 de agosto, a partir das 17h. Este ano em formato híbrido, o evento terá os shows realizados na cidade baiana, com transmissão online e gratuita pelo Youtube (https://www.youtube.com/suicabahiana).
A programação do 8º FSB terá encontros como Sebastianismos (BR/ARG), projeto de Sebastián Piracés-Ugarte, da banda Francisco El Hombre, que participa do show da feirense Isa Roth (BA); Luiza Audaz (BA) com Mariana Aydar (SP); Coral (BA), que se junta a Graveola e o Lixo Polifônico (MG); e Nasi (SP), que entra na comemoração de 10 anos da banda Os Barcos (BA).
PROGRAMAÇÃO
28 de agosto
Isa Roth convida Sebastianismos
Os Barcos convida Nasi
Luiza Audaz convida Mariana Aydar
Graveola convida Coral
29 de agosto
Os Reis do Crime convida Felipe Cordeiro
Cama de Jornal convida Gabriel Thomaz do Autoramas
Dona Iracema convida Rodrigo do Dead Fish
Pilot Wolf convida Pompeu do Korzus
O apelido de Marcos Valadão, o Nasi do IRA!, trouxe problemas para o cantor nos idos dos anos 1970. À época, a alcunha era escrita com a letra “z”, e, por isso, confundida com o movimento nazista, embora nada tivesse a ver com ele. Na verdade os amigos o denominaram assim em referência ao nariz do artista. Em entrevista ao Bahia Notícias ele contou como lidou com a questão e criticou o extremismo presente no país, tanto no passado, como atualmente. “No início do sucesso do IRA! eu tive problemas, tanto com a extrema esquerda, como com a extrema direita. Skinheads me perseguindo, tentando me assediar, e também pessoas que entendiam isso [o nome Nazi] de forma errada. Hoje quando surge esse assunto, eu trato com um tremendo bom humor, dizendo o seguinte: ‘olha, seu eu sou nazista, eu devo ser um tipo interessante de nazista. Um nazista que é filiado a um partido de esquerda [Nasi é filiado ao Partido Comunista do Brasil - PCdoB], que é filho de orixá e canta blues. Então o nazismo deve ter mudado muito né’ (risos)”, contou o músico, destacando que atualmente tais comportamentos de manada ganharam gigantes proporções, por meio da tecnologia. “Sabe o que é isso? Infelizmente hoje as redes sociais são plataformas para qualquer imbecil falar qualquer idiotice”, afirmou, referindo-se ao fato de hoje alguns grupos classificarem o nazismo como um movimento de esquerda. “O que eu acho que algumas pessoas estão querendo dizer é sobre o extremismo, porque às vezes alguns extremos levam a isso, e historicamente, como aluno de história, a gente não pode esquecer que o Hitler usou de um partido trabalhista quando começou, nas cervejarias de Munique. Uma coisa não tem nada a ver com outra, mas a gente vive um caldeirão de ódio tão grande em nossa sociedade”, explicou o músico, que cursou História na graduação.
Nasi citou como exemplo do que considera extremismo o comportamento de setores da sociedade, após a morte da ativista e vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco. “O brutal assassinato dela foi palanque para alguns imbecis até culparem ela mesmo pelo assassinato. Então, se a humanidade chega nesse ponto... Se as redes sociais, que deveriam servir para informar, para abrir o debate, para clarear a mente das pessoas, diminuir as intolerância, viraram palanque para intolerante”, avalia o cantor, criticando um ator político que ganhou destaque no país por suas declarações polêmicas, a negação dos direitos humanos e um enorme engajamento na internet. “Quando você imaginaria que um fenômeno bizarro, como o Bolsonaro, poderia tomar tanta dimensão no país? Porque, infelizmente, a humanidade é um projeto que não deu certo. Por isso as pessoas de bem têm que se posicionar. Porque geralmente as pessoas que estão do lado negro da força estão com as armas em riste, e isso é um retrato”, disparou o cantor, para quem as “pessoas de bem” e que pregam a tolerância religiosa devem se manifestar para conter os discursos extremistas. “A gente vê o que está acontecendo, eu sei que ai no Nordeste e no Rio de Janeiro vários sacerdotes estão sendo assassinados, ou estão sendo aviltados... Isso é uma coisa terrível que faz parte de todo esse movimento facistóide que está inserido fortemente em redes sociais. Você pode ver inclusive como o Bolsonaro é bem assessorado em termos de redes sociais. Isso é um perigo muito grande. O Brasil vive um momento muito delicado, e, repito, as pessoas de bem têm que estar muito atentas e participativas”, reforça o cantor, que diante desta realidade, afirma que é possível fazer um paralelo entre a ditadura militar de 1964 e o atual momento no Brasil.
“Vou citar um somente na minha área. Quando nós começamos nossa carreira, por volta de 1974, qualquer composição inédita você precisava passar pelo crivo da censura federal, ou seja, botar sua música dentro da Polícia Federal, e ela tinha que ser aprovada para você poder executá-la em qualquer barzinho da vida. Não só o IRA! teve música censurada, mas o Camisa de Vênus teve, Voluntários da Paz, que era uma outra banda que eu tinha, enfim. E hoje a gente vive nessa perseguição artística muito grande. A gente vê aí exposições”, comparou o músico, afirmando que embora a censura e a ditadura não estejam implantadas de forma oficial, elas existem. “Primeiro, há um movimento muito grande de cunho social, ou mesmo de intolerância muito grande, que acaba levando uma universidade ou um museu a abandonar um determinado projeto, exposição ou manifestação artística. Então eu vejo um paralelo muito grande. Pode não parecer institucional, mas o efeito está muito próximo de ser o mesmo”, analisa o artista, que desembarca em Salvador nesta sexta-feira (23), com o show IRA! Folk, em cartaz na Sala Principal do Teatro Castro Alves.
Após aparecer bêbado e cambaleante em um show realizado com o Ira! em São Paulo, na virada de sábado (5) para domingo (6), Nasi foi às redes sociais para pedir desculpas aos fãs e aos companheiros de banda. “Eu estou aqui para me justificar, pra me desculpar com os fãs que foram ontem no Kazebre, e também aos meus companheiros de banda, porque ontem foi uma noite atípica”, disse o músico através de um vídeo, tentando explicar os motivos da bebedeira. “Eu fiz dois shows, o primeiro foi em Ribeirão Pires, e o hiato de tempo que existiu até as 2h da manhã eu bebi muito. Fora isso, eu tive um problema que eu não dei a devida atenção, que foi a picada de um animal peçonhento, provavelmente um escorpião, em casa, que eu não localizei. Inflamou muito, houve um problema anafilático. Meus companheiros sabem, no camarim, como estava inchada a minha mão”, lembrou Nasi, acrescentando que ama tocar no local do incidente e que quem conhece sua história sabe que esse fato não é uma coisa que acontece com frequência em sua vida. “Mas eu peço desculpa, gente, prometo que isso nunca mais vai acontecer, peço desculpa a todos os fãs espero retribuir em outras apresentações”, promete. “Isso foi uma tempestade perfeita. Whisky, problema de intoxicação - provavelmente por picada de aranha ou escorpião -, que eu não dei a devida atenção, mas enfim, me desculpem”, conclui o artista, que posteriormente gravou outro vídeo e postou fotos para contar que foi ao Instituto Butantã para tratar da picada.
Veja o pedido de desculpas de Nasi:
Músico também postou fotos para retratar o tratamento médico:
Serviço
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jerônimo Rodrigues
"As facções também investem, e muito, em inteligência. Eles montam uma indústria de armas. No último fim de semana vimos que muitas dessas peças são montadas aqui mesmo, não vêm todas de fora".
Disse o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) ao comentar que não há negacionismo na política de segurança pública do estado e destacou que o enfrentamento ao crime hoje exige novas estratégias, diante da evolução tecnológica das facções criminosas.