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medicos na bahia
Um levantamento da Demografia Médica no Brasil 2025, baseado em dados da Receita Federal, mostrou o rendimento médio mensal declarado pelos médicos na Bahia. Os dados declarados no Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), referentes ao ano-calendário de 2022, revelaram que a quantia média mensal declarada pelos profissionais no estado naquele período foi de R$ 30.945.
De acordo com o estudo, o valor está abaixo da média nacional, que foi de R$ 36.818 naquele mesmo ano. O estado possui um rendimento médio próximo ao menor valor registrado no país, que foi de R$ 29.991 obtido no Maranhão. Com isso, os profissionais em território baiano têm o segundo menor rendimento médio declarado entre os estados mencionados na comparação.
A categoria destoa com os números registrados em outras unidades federativas, a exemplo do Distrito Federal (R$ 44.663) e Roraima (R$ 50.647). Ambos alcançaram as marcas significativamente superiores no país. Porém, Roraima e Amapá têm um número reduzido de médicos declarantes de IRPF (menos de mil cada). O estudo teve como referência e considerou o total de rendimentos declarados pelos médicos, podendo incluir rendimentos de capital, não se referindo especificamente a rendimentos provenientes do exercício da medicina. No Brasil, ainda em 2022, cerca de 85% dos médicos do país declararam IRPF. A classe foi a 6ª do país com valores mais altos nos números de declarações.
MAIS MÉDICOS QUE DECLARAÇÕES
Apesar dos valores, o levantamento alerta que número de médicos inscritos nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) é maior que o total de profissionais declarantes do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Entre 2012 e 2022, ao longo do período analisado, essa diferença aumentou. "Se em 2012 havia cerca de 26 mil declarações de IRPF a menos em relação ao total de médicos, em 2022, a diferença superou 80 mil".
Os pesquisadores apontam que o quadro "em parte é explicado pelo perfil cada vez mais jovem da popula-
ção de médicos no Brasil", já que a parcela de recém-formados e médicos residentes pode ser provisoriamente isenta de declarar o IRPF, e porque parte dos médicos declara outra ocupação principal à Receita, como advogado, professor e empresário. "Assim como ocorre na população em geral elegível para o IRPF, não podem ser descartadas eventuais não declarações", adiciona o estudo.
JUDICIÁRIO GANHA MAIS
Para efeito de comparação, o estudo aponta que os profissionais de medicina ficaram apenas na 6ª colocação entre as categorias com os maiores valores na declaração. Nas 5 primeiras posições, aparecem na verdade cargos ligados ao Judiciário. No documento obtido pelo o BN, os titulares de cartórios, por exemplo, estão no topo da lista, com rendimento médio mensal de R$ 159.999. A quantia ultrapassa em mais de duas vezes a de qualquer outra carreira pública analisada.
Em sequência aparecem outros membros do Poder Judiciário, sendo eles ministro, juiz e desembargador e do Tribunal de Contas (ministro e conselheiro), com rendimento médio mensal de R$ 69.755.
Diplomatas e advogados do setor público completam a lista de categorias analisadas, com salários médios de R$ 48.700 e R$ 38.161, respectivamente.
A Bahia obteve 30.733 médicos registrados durante 2024. Conforme um levantamento da Demografia Médica, acessado pelo Bahia Notícias, essa quantidade de registros corresponde a uma razão de 2,07 médicos por 1.000 habitantes no estado.
Os dados são baseados e representam a quantidade total de registros de médicos em território baiano, já que o mesmo profissional pode ser registrado em mais de um estado.
No comparativo com a média nacional, que é de 3,08 médicos por 1.000 habitantes no mesmo período, o estado fica em uma posição inferior à de outras unidades federativas. Os números baianos ainda indicam uma densidade de médicas inferior nacionalmente e regionalmente, já que no Nordeste, a Bahia possui uma das menores razões, ficando acima do Maranhão somente.
Ainda segundo o estudo, a distribuição de médicos nos municípios baianos é desigual e repete um padrão nacional, onde esses profissionais estão concentrados em centros urbanos. Em Salvador, por exemplo, há 16.934 médicos registrados, com uma razão de 6,59 médicos por 1.000 habitantes.
A pesquisa também trouxe os números relacionados a quantidade de médicos nas cidades baianas, onde existem 13.799 médicos registrados. No entanto, a proporção do Índice de Distribuição Capital/Interior (IDCI) é considerada menor, sendo 1,12 por 1.000 habitantes, uma diferença de 7,32 comparada com a capital baiana.
ESPECIALISTAS
Outras informações apresentadas pelo Censo Médico 2025 trataram ainda da quantidade de médicos especializados e generalistas. De acordo com os números, o estado tinha até o ano passado 17.128 especialistas, representando uma razão de 115,34 especialistas por 100.000 habitantes. A quantidade foi considerada inferior à média nacional de 184,36 especialistas por 100.000 habitantes.
A distribuição das duas categorias ficou em torno de 43,6% generalistas e 56,4% especialistas, percentual também inferior ao nacional (59,1%) de especialistas. A reportagem do Bahia Notícias acessou ainda a lista das especialidades médicas com mais trabalhadores em atuação no estado. Clínica Médica lidera o ranking com 2.882, seguido por Pediatria com 2.160 e Cirurgia Geral com 2.026. Na sequência aparecem Ginecologia e Obstetrícia (1.789), Anestesiologia (1.153), Cardiologia (1.102), Oftalmologia (1.012), Ortopedia e Traumatologia (958), Medicina do Trabalho (838) e Radiologia e Diagnóstico por Imagem (778).
Já as áreas com menos profissionais são Medicina física e reabilitação, Laboratorial e Medicina nuclear e de Emergência. Outro dado constatado é no número de trabalhadores do sexo feminino e masculino. Na Bahia, temos um percentual maior de médicas do que médicos, sendo 52,1% contra 47,9%.
Em entrevista ao BN, o ex-diretor da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Jedson dos Santos Nascimento, analisou de forma positiva os números, mas alertou acerca do contexto da saúde em que esses médicos estão inseridos no estado. Segundo ele, há uma grande dificuldade na distribuição da classe no interior, principalmente dos generalistas.
“Existe o fato de não haver condições de trabalho adequadas ou atração no espaço adequado. A questão não é só formar médicos, mas sim todos querem estar só na capital, e isso não resolve o problema no interior. O interior tem suas particularidades. E hoje o grande desafio do Estado é firmar esse médico no interior. Porque o discurso de que não se formava médicos já acabou com a existência de tantas faculdades de medicina. Esse quantitativo de hoje já satisfaz, tanto que já existe a lista de espera de emprego de médicos em Salvador, de cirurgiões, de clínicos, de várias especialidades. Inclusive o generalista hoje já se encontra com alguma dificuldade, o recém-formado tem alguma dificuldade para encontrar emprego na capital”, disse.
Jedson indicou que os setores de clínica, pediatria e cirurgia conseguiriam captar mais trabalhadores, por conta da maior oferta na residência médica.
“São especialidades que mais tem vaga de residência médica. Clínica Médica e Cirurgia Geral tem muita vaga de residência médica. Não formam muito clínica, mas formam muito cirurgião geral habitualmente. Então são os que mais temos”, afirmou.
O médico ainda explicou que, a despeito dos números, é possível que um profissional é registrado com uma determinada especialidade atue em outra distinta.
“A base pela qual é retirada esses números foram bases de banco de dados. Então, por exemplo, eu sou pediatra, mas resolvi ser anestesiologista. Porém, continuo tendo RQE de pediatria. Então eu conto como sendo pediatra. Existe um aspecto que o Censo Demográfico não trouxe, eu estou fazendo isso por crítica e por conhecimento.[...] As pessoas mudam de especialidade e vão fazer outras por conta das dificuldades. A pediatria mesmo enfrenta muita dificuldade, muitos estudantes não querem porque a vida do pediatra não é simples, é muito difícil, até na remuneração, inclusive, que é muito desvalorizada”, exemplificou.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.