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mario negromonte jr
Com a lista tríplice dos nomes de procuradores que buscam a cadeira de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) nas mãos do governador Jerônimo Rodrigues (PT), a definição do escolhido deve impactar no mundo político. O poder de decisão do governador está diretamente ligado ao futuro de alguns partidos e políticos que aguardam o resultado da escolha.
A escolha do substituto do conselheiro Mário Negromonte promete trazer um “caminho” para o futuro do deputado federal Mário Negromonte Jr. Na disputa estão o procurador Guilherme Costa Macêdo e as procuradoras Aline Paim Monteiro do Rego e Camila Vasquez Gomes Negromonte, esposa do deputado. Com isso, a definição pelo nome de Camila como nova conselheira também indicará o destino de Mário, que atualmente é presidente do Progressistas na Bahia.
Na articulação pensando na indicação da esposa ao TCM, Mário Jr. estaria em compasso de espera. Segundo interlocutores, o movimento impactaria diretamente na sua continuidade no PP. Na recente federação da legenda com o União Brasil, formando a União Progressista, o agrupamento se posicionou de forma contrária a continuidade da relação com a gestão federal, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com o afastamento do PP, também sustentado pelo presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira, os reflexos também são percebidos na Bahia.
O “fico” de Mário Jr. no PP estaria condicionada a escolha de Camila Vasques ao TCM. Lideranças que participam do processo indicaram ao BN que o parlamentar segue "em compasso de espera" e encaminharia seu futuro em um partido da base aliada ao governador — escolhido pelo próprio Jerônimo Rodrigues — caso a esposa fosse confirmada na Corte de Contas. Entre as possibilidade aventadas estão o MDB e até o Avante.
A incerteza na candidatura de Mário Jr. pelo PP também movimenta os bastidores de alguns integrantes que tem aspirações à Câmara dos Deputados. Nomes como os dos vereadores Sandro Filho e Jorge Araújo, de Salvador, têm analisado o movimento para definir o futuro e disputar uma cadeira de deputado federal com maior chance de competitividade e viabilidade.
ACENOS RECENTES
A busca pela indicação da esposa para a vaga no TCM também tem sido "ancorada" em uma série de atos tomados pelo deputado Mário Jr. A defesa do parlamentar pela independência do PP na Bahia e a manutenção da aliança partidária com o governo petista foi uma delas, durante o processo de federação da legenda com o União Brasil.
Além disso, o partido buscava uma maior contemplação nos cargos ligados ao governo, buscando a indicação de nomes ao Detran. Em recente movimentação dos quadros, o governador Jerônimo Rodrigues alterou o responsável pela diretoria geral do Detran, Rodrigo Pimentel, alocado na secretaria de administração do Estado, abrindo o espaço para que o PP pudesse ter a prerrogativa de indicar o nome. Internamente, o partido teria ficado dividido: o grupo ligado ao deputado Mário Jr e os deputados estaduais do partido.
Liderados pelo deputado Niltinho, o grupo conseguiu emplacar o diretor de Habilitação do órgão, Max Passos, que apesar de ser do PP não teve a indicação direta de Mário Jr. A suposta "derrota", já que o deputado federal buscava a indicação do ex-diretor da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb), Gilvan Lima, primo do deputado, seria uma "brecha" para conseguir emplacar a esposa.
Apesar de estar em Brasília acompanhando as movimentações do seu partido, o presidente do PP na Bahia, deputado Mário Negromonte Júnior, não deve participar da cerimônia que vai oficializar a federação da sigla com o União Brasil, prevista para às 16h desta terça-feira (19).
Segundo lideranças do PP da capital federal, Negromonte estaria desconfortável com a junção dos partidos em função de sua proximidade com o governador Jerônimo Rodrigues, do PT. Aos poucos, o Progressistas está articulando a retomada de espaços na gestão estadual após ter deixado a base governista para a eleição de 2022.
Fontes ouvidas pelo Bahia Notícias indicaram que o presidente estadual, além de não marcar presença na convenção de hoje, avalia não fazer parte da federação de modo geral, com a possibilidade de migrar para outro partido também não sendo descartada. O futuro ainda estaria incerto.
Apesar disso, Mário Júnior celebrou a recondução do senador Ciro Nogueira, para a presidência nacional do PP, em ato que antecedeu o evento da federação.
Outra informação obtida junto aos interlocutores, é que o vice-presidente nacional do União Brasil e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, teria sofrido algumas derrotas em votações internas para decidir os comandos estaduais após a consolidação da federação.
Nesta segunda-feira (18), em entrevista concedida ao Bahia Notícias o deputado Cláudio Cajado chegou a comentar a situação dos filiados do Progressistas que integram a base do governo, em meio à formalização da federação com o União Brasil, principal partido de oposição na Bahia.
Cajado elogiou o governador Jerônimo Rodrigues (PT), mas ressaltou sua atuação política como "independente". "Eu não tenho pé no governo. Eu não frequento secretarias. Eu frequento o palanque do governador Jerônimo quando ele está nos municípios que os prefeitos também me apoiam. Devo dizer que o governador me recebe muito bem, não vou negar, gosto muito dele. Mas eu não tenho nada no governo, não tenho cargo, não tenho participação no governo, pelo contrário", afirmou Cajado.
Com uma iminente debandada de deputados estaduais do PP, o parlamentar afirmou que o apoio da bancada do Progressistas na Assembleia Legislativa (AL-BA) a Jerônimo ocorre por meio de seus mandatos, e não em nome do partido.
Oficialmente aposentado do Tribunal de Contas dos Municípios, o ex-conselheiro Mário Negromonte deve decidir o futuro em breve. Enquanto o governo segue imerso na escolha de quem irá substituí-lo no TCM, essa definição ainda deve contar com a participação do filho do ex-conselheiro, deputado federal Mário Negomonte Jr., que também é presidente do PP na Bahia.
Ao Bahia Notícias, Mário Jr. não descartou a possibilidade do pai retornar para a disputa política, concorrendo a um cargo público, em 2026. “Vou ver com ele [Mário Negromonte] o que ele quer fazer agora. Ainda estamos estudando as possibilidades. Precisamos ver qual será o futuro de meu pai”, indicou por um aplicativo de mensagens.
Em postagem nas redes sociais, Mário Negromonte indicou que a missão no Tribunal "veio coroar a vida pública". "Quero agradecer todos os conselheiros do Tribunal, os funcionários da Casa, do meu gabinete, aos representantes do Ministério Público e a minha família. Dizer que a experiencia que tive nao long da minha vida, estou em plenas condições físicas e mentais". indicou.
O ex-conselheiro também agradeceu o senador Jaques Wagner (PT), à época governador da Bahia, que indicou Mário Negromonte para o posto. Além dele, os deputados estaduais que aprovaram sua indicação na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
O futuro do ex-conselheiro também passa pelo novo nome do TCM, onde Mário Jr. defende a indicação de sua esposa para uma vaga no Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA). Procuradora do Ministério Público de Contas (MPC), Camila Vasquez é apontada como principal nome para assumir o posto. O parlamentar tem feito coro para que ela seja a escolhida pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT).
A disputa pela vaga, em tese, também precisaria respeitar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2010, durante a gestão de Jaques Wagner (PT) no governo da Bahia. No acordo, assinado pelo então procurador-geral de Justiça, Wellington César Lima e Silva, e pelo presidente do TCM, Francisco de Souza Andrade Netto, ficou estabelecido que, quando surgisse uma vacância na Corte destinada ao Ministério Público junto ao Tribunal, a indicação deveria recair sobre um membro da carreira.
O processo ocorre desde a chegada de Negromonte para a vaga de conselheiro, sucedendo Paulo Maracajá, em 2014. Essa cadeira já seria destinada ao Ministério Público de Contas. O espaço delimitado para um procurador concursado do TCM ficou impossibilitado por, naquele momento, os procuradores não terem atingindo 35 anos, idade mínima para a indicação. Então, a vaga foi transferida para Negromonte. Com isso, agora existe um “acordo” para a indicação de procurador concursado da Casa assumir.
Dos quatro possíveis indicados, atualmente, três deles devem estar em uma lista para avaliação e nomeação do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que decide sobre o indicado. Entre os nomes estão: Danilo Diamantino Gomes — atual procurador-geral do MPC —, Aline Rego Rio Branco — procuradora-chefe —, Guilherme Costa Macedo, além de Camila.
POLÍTICA ENVOLVIDA
Em entrevista recente ao Bahia Notícias no Ar, na Antena 1 Salvador, Mário Jr. voltou a apontar que Camila seja a escolhida pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) ao posto.
“É constitucional que cada Tribunal de Contas deva ter uma vaga para os auditores, o qual foi a passada que indicou, e para o Ministério Público. Então essa vai ser a primeira vaga a ser ocupada por membros do Ministério Público. Então minha esposa, Camila Vasquez Negromonte, passou no concurso e foi a primeira procuradora geral do TCM, é a mais antiga, mais idade, sendo reconhecida como profissional de notório saber jurídico e muito competente”, disse.
“Tenho certeza que, se por ventura o governador indicá-la, porque é uma indicação do governador, e passar para a Assembleia e ser votada, ela vai honrar a indicação do governador e os votos dos deputados estaduais. Mas não cabe a mim falar porque é uma atribuição exclusiva do governador Jerônimo”, completou.
A indicação também tem uma relação com o bastidor político, já que o Progressistas, presidido por Mário Jr. segue na iminência de concretizar uma federação com o União Brasil, partido que integra a oposição na Bahia.
Circula nos bastidores, a possibilidade de Mário Negromonte em disputar algum cargo no legislativo, sem definição do posto. O agora conselheiro aposentado chegou a ser citado como um nome para uma das vagas majoritárias do grupo político do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), prioritariamente uma das cadeiras de senador. Todavia, os rumores não avançaram após Negromonte Jr. iniciar esse processo de flerte com o governo Jerônimo Rodrigues.
Entrevistado do Bahia Notícias no Ar, na rádio Antena 1 Salvador, nesta segunda-feira (12), o deputado federal e presidente do Progressistas na Bahia, Mário Negromonte Jr, comentou o processo que praticamente sacramentou a federação entre o PP e o União Brasil - a União Progressista.
Durante o bate-papo na FM 100.1, o parlamentar afirmou que foi um período de negociações difíceis e apontou que a divergência de posicionamentos nas esferas nacional e estadual foi um dos principais fatores para a construção. Segundo ele, a maioria dos filiados na Bahia se colocou contra a federação.
"Foi um processo que durou quase dois anos, durante esse processo, foi muito difícil na formação para prefeitos. Onde tinha especulação, e a federação vai ser mais vinculada a oposição da Bahia, então esse foi um processo difícil e mesmo assim com essa dificuldade a gente entregou. 41 prefeitos, 37 vice-prefeitos e 414 vereadores. Vencemos essa etapa e agora estamos em uma segunda etapa, a federação mais azeitada, quase uma realidade, e agora enfrentando o novo desafio de fazermos deputados federais e estaduais e como o partido vai estar nas próximas eleições para governado federal e estadual", disse na conversa com os apresentadores Mauricio Leiro e Rebeca Menezes.
"Eu posso falar como presidente que existia vontade da maioria para que não tivesse federação, que a gente caminhasse independente, tomasse uma decisão sem estar engessado com a decisão nacional. Por isso que eu defendo a coligação, porque os interesses nacionais do partido não são os mesmos da estadual e é muito difícil os partidos terem o mesmo posicionamento nas duas esferas, unir o mesmo sentimento. Mas nosso partido que é de centro sempre teve posições diferentes nos estados e vamos ter que encarar. Eu não sou de chorar leite derramado, eu gosto de trabalhar sob pressão", complementou.
Ainda de acordo com Negromonte Jr, o comando do PP no estado vai encarar com "naturalidade" eventuais saídas de deputados e prefeitos pós a federação: "Se tiver que começar do zero, vamos começar do zero", disse.
Na última semana, o deputado estadual Niltinho, líder do Progressistas (PP) na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), confirmou a debandada dos parlamentares para partidos da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) após anúncio da Federação PP-União Brasil.
Na conversa, Niltinho contou detalhes da movimentação e afirmou que ficou decidido na bancada pepista que todos os seis deputados do partido irão migrar para legendas da base de Jerônimo. Segundo o líder do PP, o Avante deve ser um dos principais destinos escolhidos para receber os legisladores.
Se publicamente a reforma no secretariado do governador Jerônimo Rodrigues (PT) está em compasso de espera, nos bastidores os cenários seguem sendo traçados para contemplar partidos aliados da gestão — ou aqueles que estão tentando retornar à base. Entre os que desejam maior representação, o PP já tem como alvo o comando do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA).
Um dos nomes cotados para assumir a diretoria-geral do órgão é Gilvan Lima. Ex-diretor de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento (Cerb), ele é ligado ao presidente estadual do PP, o deputado federal Mário Negromonte Júnior.
A informação foi apurada pelo Bahia Notícias junto a interlocutores da gestão estadual, e apesar da indicação do nome de Gilvan, o avanço do movimento ainda depende de uma conversa formal com o governador para bater o martelo.
Atualmente o Detran é chefiado por Rodrigo Pimentel, nome que permaneceu da gestão do ex-governador Rui Costa (PT), atual ministro da Casa Civil, e não é ligado a nenhum partido que integra o governo Jerônimo.
O comando do departamento de trânsito é visto como a "cereja do bolo" para o PP, que já ocupa duas coordenadorias importantes no órgão: as de Habilitação e de Veículo. Ainda no início de 2023, após retornar parcialmente para a base governista, o partido foi agraciado com os cargos.
Para a direção de Veículos o escolhido foi Fabrício Araújo, ex-assessor parlamentar do deputado estadual Niltinho (PP). Em 2020, Fabrício chegou a disputar uma cadeira para a Câmara de Vereadores de Salvador, mas ficou na suplência do PMN ao receber pouco mais de 2.600 votos da população soteropolitana.
No caso da Diretoria de Habilitação, o comando a partir de agora será de Max Passos, quadro do PP. Ele é ex-vice-prefeito de Cruz das Almas, ex-vereador e presidente da Câmara de Vereadores do município. O cargo não é uma novidade para ele, que já ocupou o posto antes e foi exonerado em março de 2022 em meio ao rompimento do PP com a base governista.
À época, o movimento foi capitaneado pelo então presidente do PP na Bahia, agora deputado federal João Leão, que migrou para a base do ex-candidato ao governo da Bahia ACM Neto (União).
Os membros da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara aprovaram nesta terça-feira (19) o requerimento apresentado pelo presidente do colegiado, Mario Negromonte Jr (PP-BA), para a realização de audiência pública com objetivo de discutir a proposta de mudança da jornada de trabalho no país. O deputado baiano quer discutir a PEC de autoria da deputada Erika Hilton (Psol-SP) que prevê o fim da jornada de seis dias de trabalho para cada dia de folga, a chamada escala 6x1.
Segundo o deputado Mario Negromonte Jr., a proposta que prevê o fim da escala 6×1 vem sendo amplamente divulgada nas redes sociais e pelos meios de comunicações brasileiros nos últimos dias. Com intenção de aprofundar esse debate, o deputado baiano quer convidar a comparecer à Comissão representantes de diversos setores da sociedade, empregados e empregadores, trabalhadores, empresários, entre outros.
"Esse é um tema que está palpitante aqui na Câmara. É notório o grande interesse na discursão da matéria sobre todos os aspectos, e no casso deste colegiado sob o ponto de vista financeiro e tributário, por isso entendemos que o debate acerca do tema é de primordial importância para o Parlamento, e para darmos nossa contribuição ao debate sobre a jornada de trabalho", disse o deputado Mario Negromonte Jr.
O requerimento do deputado do PP da Bahia cita a necessidade de serem chamados para a audiência representantes do Ministério do Trabalho, do Ministério da Previdência Social, da Casa Civil da Presidência da República, da CNA, CNI, CNC, CUT, UGT, Força Sindical e da Frente Parlamentar da Agricultura. Após a aprovação do requerimento, Mario Negromonte disse que a audiência deve ser realizada no próximo dia 3 de dezembro.
A PEC elaborada pela deputada Erika Hilton ainda não oficialmente protocolada na Câmara. A proposta já conta com 233 assinaturas de apoio à matéria, número bem superior ao mínimo de 171 para protocolar uma PEC na Câmara dos Deputados.
Apesar do número alto de assinaturas, a deputada Erika Hilton e o Psol continuarão a busca por mais assinaturas antes de oficializar a PEC para que seja dado início à tramitação da proposição. A ideia da deputada é se aproximar ao máximo da quantidade necessária de votos para que o projeto seja aprovado na Câmara, ou seja, o apoio de 308 parlamentares.
O texto da PEC de Erika Hilton altera o artigo 7º da Constituição para inserir a previsão de jornada de trabalho de quatro dias por semana no Brasil. O projeto estabelece uma "duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e trinta e seis horas semanais, com jornada de trabalho de quatro dias por semana, sendo facultadas a compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho".
Durante a audiência pública na manhã desta terça-feira (13), para ouvir o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, parlamentares fizeram críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) por decisão recente de suspender as chamadas "emendas Pix". A decisão foi tomada pelo ministro Flávio Dino, que suspendeu o pagamento dessa modalidade de emenda até que haja transparência sobre as transferências dos recursos.
As "emendas Pix" se tornaram uma forma de deputados e senadores enviarem dinheiro para prefeituras sem que a verba esteja atrelada a um projeto específico. A decisão tomada pelo ministro Flávio Dino para suspender o pagamento dessas emendas deve ser referendada pelo plenário do STF, em sessão virtual marcada para começar no dia 23 de agosto.
O presidente da Comissão de Finanças e Tributação, Mario Negromonte Jr., que presidiu a audiência com Roberto Campos Neto, foi um dos que criticou a decisão do ministro Flávio Dino para suspender as "emendas Pix". Mario Jr. disse que o Judiciário interferiu indevidamente em assuntos do Parlamento, e o maior prejudicado serão os pequenos municípios.
"Se o Judiciário quer nos ajudar a aperfeiçoar a aplicação das emendas Pix, estamos à disposição. Mas o que o STF mostra é que não está em sintonia com os problemas dos municípios do Brasil. Essas emendas servem para ajudar os municípios fechar as suas contas no final do mês. Lamentavelmente, o STF tomou essa decisão, mas o Parlamento logo dará uma resposta à altura a essa interferência do Judiciário", disse o deputado baiano Mario Jr.
TAXA DE JUROS
Em outro momento da audiência conjunta organizada pelas Comissões de Desenvolvimento Econômico e de Finanças e Tributação, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a taxa Selic alta, ao contrário do que se acredita, não é boa para os bancos no Brasil porque provoca uma retração no crédito, atualmente o principal negócio do sistema financeiro.
"A Selic alta não é boa para o sistema bancário. No passado talvez isso fosse verdade em algum momento, mas hoje em dia, como a carteira de crédito vale muito mais do que a carteira própria dos bancos, quando os juros sobem muito, a inadimplência sobe, então você perde muito mais no crédito do que ganha na carteira própria", afirmou Campos Neto.
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Em sua participação na audiência, o deputado Feliz Mendonça Jr. (PDT-BA), um dos autores do requerimento de convite ao presidente do BC, brincou dizendo que aprendeu com Campos Neto que presidente de banco não gosta de juro alto. "Hoje aprendi muito aqui", disse o deputado.
Felix Mendonça fez questionamentos ao presidente do Banco Central, e disse que entre as missões da autoridade monetária, de redução dos juros e da inflação, não estaria presente nas preocupações dos dirigentes da instituição a questão do emprego no país. O parlamentar baiano também perguntou a Campos Neto porque o BC não se baseia em suas avaliações em outros relatórios além do boletim Focus.
"Por que não se usa um pouco também, ao invés de usar apenas os dados do Boletim Focus, os dados da indústria, do comércio, que também tem que opinar? Eu acho que a política monetária do Brasil não pode ser regida apenas pelas instituições financeiras. A indústria do Brasil já teve 30% do PIB de participação, e hoje é de menos de 10%. Será que isso não é reflexo da política monetária do Brasil?", questionou Felix Mendonça.
A fragilidade na relação entre Progressistas e o União Brasil na Bahia ganhou novos contornos ao longo desta semana. Após o Bahia Notícias divulgar que a adesão do UB à pré-candidatura de oposição em Paulo Afonso pode levar a um "racha completo" entre as legendas, uma fonte ligada ao PP baiano revelou que o presidente do partido, o deputado federal Mário Negromonte Júnior, providenciou "reação imediata".
Ainda nesta quarta-feira (17), o comandante dos Progressistas solicitou a todos os deputados uma lista de municípios que tenham acordos e alianças entre a legenda e o União Brasil.
De acordo com o interlocutor, Negromonte pretende tomar uma nova decisão a partir da próxima semana, em meio ao início do calendário das convenções partidárias que vão oficializar a escolha de candidatas e candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereadores. As convenções iniciam no próximo sábado (20) e devem encerrar no dia 5 de agosto.
Conforme divulgado pela reportagem do BN, o endosso do União à pré-candidatura de Dr. Juliano Medeiros (Republicanos), em Paulo Afonso, partiu do ex-prefeito de Salvador ACM Neto.
Neto gravou um vídeo declarando apoio ao pré-candidato, na cidade de Paulo Afonso, que foi reproduzido durante um encontro do grupo e obtido pelo Bahia Notícias. O deputado federal Márcio Marinho, presidente estadual do Republicanos, também aparece no vídeo.
? Adesão do União à oposição em Paulo Afonso pode levar a "racha completo" na relação e Salvador vira alvo
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) July 17, 2024
Confira ?https://t.co/DdbZ5A3cKY pic.twitter.com/SxIZfLKK27
Com o movimento, segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias com lideranças do Progressistas, ACM Neto teria feito o movimento "de caso pensado", fato que estaria sendo encarado como um "ataque frontal" contra o deputado federal e presidente estadual do Progressistas, Mário Negromonte Júnior.
Negromonte Jr. é natural de Paulo Afonso e possui forte atuação na região. O atual vice-prefeito da cidade, Marcondes Francisco (PP), é ligado ao deputado federal e é pré-candidato no município. Ele geriu parte da administração atual em meio a afastamentos de Luiz de Deus, reeleito pelo PSD em 2020 e que não pode tentar um terceiro mandato. Como Marcondes chegou a vice apenas em 2020, ele pode tentar uma renovação de mandato.
Tomando posse na presidência do diretório estadual do Progressistas, o deputado federal Mário Negromonte Jr. (PP) celebrou a sua chegada à liderança do partido e afirmou que irá “respeitar as minorias” da legenda. Em conversa com a imprensa nesta sexta-feira (26), o novo presidente do PP indicou que uma possível “adesão total” ao governo de Jerônimo Rodrigues (PT) será uma decisão da “maioria” da legenda.
“Estou muito consciente do papel que vamos ter que desempenhar na presidência. Vamos ampliar, ouvindo mais as lideranças dos municípios, quero abrir mais a executiva para isso, tomar decisões mais em conjunto. A missão é árdua, o caminho é longo, mas estamos muito conscientes de onde queremos chegar. Estando ao lado sempre da maioria e respeitando a minoria do partido”, afirmou Mário Jr.
Com membros do partido já ventilando entre as bases do governador Jerônimo Rodrigues, o novo presidente do PP disse que a possibilidade de adesão total à bancada governista ainda será discutida internamente, mas Mário Jr. salientou que a decisão será tomada pela “maioria” dos membros da legenda.
“Eu tenho minha posição pessoal. Como presidente eu tenho que ser o magistrado. Tem pessoas que querem uma posição e tem outras que querem outra. Eu vou ter administrar a maioria e a minoria, é por isso que eu estou aqui. Quero fazer isso da melhor forma, com tranquilidade. Não será uma decisão de Mário Jr., porque o partido é maior do que o posto que assumo hoje”, disse o novo presidente do PP.
ELEIÇÕES DE 2024
Mário Jr. também comentou que irá traçar as estratégias visando as eleições do próximo ano em diálogo com os municípios do interior. Em relação a Salvador, o presidente afirmou que ainda irá dialogar sobre um possível apoio à reeleição de Bruno Reis (União).
“A gente vai trabalhar para fazer o raio-x de cada município, a gente já tem alguns critérios do passado, mas vamos adequar. Tenho recebido a ligação de muitos municípios para poder fazer parte do partido. A gente vai tratar Salvador como os outros municípios, vamos trabalhar ouvindo e conversando com todos para tomar a melhor decisão”, comentou Mário Jr.
Uma das lideranças do Progressistas na Bahia, o deputado estadual Nelson Leal sugeriu uma alternância entre os deputados federais Cláudio Cajado, João Leão, Mário Negromonte Jr. e o ex-parlamentar Ronaldo Carletto na presidência estadual do PP. Em entrevista ao Bahia Notícias no Ar, da Salvador FM 92,3, nesta quinta-feira (23), Leal afirmou que a possibilidade de “mandatos mais curtos” poderia destravar as negociações pela liderança do diretório estadual do partido.
“O importante é que está tendo diálogo. É essencial que saia um acordo que não desagrade a ninguém. Talvez seja a condição de mandatos mais curtos, onde cada um dos quatro tenha a oportunidade de exercer a presidência. Acho que seja uma construção mais inclusiva. Acredito que nos próximos dias uma solução salomônica será construída”, afirmou Leal, na conversa com os jornalistas Mauricio Leiro e Rebeca Menezes.
O ex-deputado federal Ronaldo Carletto era o favorito para assumir a presidência, mas, segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias, as conversas esfriaram após ele iniciar um diálogo com o governo do estado, ação que teria sido vista de uma forma "individualista", segundo análise de lideranças do partido (veja mais detalhes aqui).
Na última terça-feira (18), houve encontro de membros do diretório estadual do Progressistas para negociar a sucessor de Leão na presidência da legenda, mas as conversas não avançaram. Segundo o secretário-geral do PP, Jabes Ribeiro, o partido se mobiliza para “sair organizado e forte" após a definição pela liderança do diretório.
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As articulações para o futuro sucessor de João Leão na presidência estadual do Progressistas tem se alongado e causado divergências dentro do partido, tendo como os dois principais nomes o deputado federal Mário Negromonte Jr. e o ex-deputado federal Ronaldo Carletto. Em entrevista ao Bahia Notícias no Ar, da rádio Salvador FM 92,3, nesta segunda-feira (3), o secretário de Governo de Salvador (Segov), Cacá Leão, afirmou que o PP continuará buscando um consenso pela sucessão do diretório estadual.
“O que a gente tem procurado é construir um consenso dentro do partido. Muitas vezes é muito mais fácil disputar uma eleição do que construir um consenso. A ideia é tentar ajudar na construção desse consenso no entendimento das nossas lideranças políticas e dos que colocaram seu nome para essa disputa, no caso: Cláudio Cajado, Ronaldo Carletto e Mário Negromonte Jr. Nessa semana vou ter diversas conversas com os interessados para que a gente possa criar um critério e trazer um equilíbrio”, afirmou Cacá Leão.
Completando 60 dias à frente da Segov nesta segunda, o titular da pasta também realizou um balanço dos seus dois primeiros meses na gestão. Segundo Cacá, o diálogo com os vereadores da Câmara Municipal de Salvador (CMS) tem sido construtivo, podendo fazer a prefeitura “ganhar” tempo no andamento de projetos.
“Para mim tem sido uma experiência incrível exercer essa função, estou muito satisfeito. Esse é um ano de cuidar da gestão, de cuidar das pessoas, essa foi a principal orientação que o prefeito me deu, vamos deixar eleição para o ano que vem. A gente, às vezes, perde tempo dialogando e construindo, mas ganha tempo lá na frente porque o projeto já chega maduro. Tenho me dado super bem com o presidente Carlos Muniz, a câmara é parceira, os vereadores são parceiros do município”, contou Cacá.
MUNIZ NA BASE DE BRUNO REIS
Cacá Leão também analisou a possibilidade de o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PTB), migrar para a base de apoio ao prefeito Bruno Reis (União). Segundo informações dos bastidores, o vereador estaria em busca de garantir sua reeleição à frente da Casa e estaria em tratativas para aderir a base do governo municipal.
"Eu tenho uma relação pessoal e política muito forte com ele, nós temos conversado, dialogado. É preciso construir pontes para que os caminhos fiquem mais fáceis. Mas, esse diálogo eu não tenho apenas com ele, mas também com os demais vereadores", disse Cacá.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luís Roberto Barroso
"Não há caças às bruxas".
Disse o ministro do STF Luis Roberto Barroso ao comentar o julgamento feito contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), realizado pela Suprema Corte.