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A Prefeitura de Salvador conseguiu autorização na Justiça baiana para ocupar um imóvel no Centro Histórico da capital baiana, com o intuito de criar um novo espaço cultural na cidade. O espaço em questão está localizado no prédio ao lado do piso baixo do Elevador Lacerda, em frente ao Mercado Modelo, pontos turísticos da cidade.
O local vai abrigar a Maquete de Salvador, obra de arte e pesquisa iniciada na década de 1970 e tombada como patrimônio da cidade pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF). A gestão conseguiu autorização no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA), após uma disputa com a Indústria e Comércio Cal Pena Ltda. A entidade argumentava exercer atividades na área em mais de 60 anos. No prédio histórico funcionava a panificadora e confeitaria Cayru, uma das mais antigas da região do Centro.
Na decisão acessada pelo Bahia Notícias, a Procuradoria Geral do Município de Salvador (PGMS) alegou que a panificadora estava ocupando o imóvel irregularmente desde 2015, quando foi finalizado o contrato de aluguel com o município. Segundo a prefeitura, a empresa estava no local por 10 anos sem qualquer vínculo jurídico ou contrapartida.
A PGMS apontou também que a empresa estava inadimplente desde setembro de 2013, com um débito de R$ 950.071,84 até abril do ano passado, quando a ação foi apresentada. O órgão informou que a dívida hoje passa de R$ 1 milhão.
De acordo com a decisão, a aquisição e integração desse bem ao patrimônio municipal chegou após a extinção da antiga empresa pública Transur (Empresa Municipal de Transportes Urbanos). A empresa pública foi extinta por lei em 2013, tendo todo o patrimônio repassado ao Município de Salvador. Depois do fim do contrato em 2015 e do débito, o município iniciou dois procedimentos administrativos para que a panificadora desocupasse o prédio.
Em agosto de 2023, inclusive, a Indústria e Comércio Cal Pena Ltda foi notificada oficialmente para que deixasse o local antes que fosse acionada a via judicial, conforme consta no processo.
A MAQUETE
A Maquete de Salvador vai apresentar com riqueza detalhes a cidade reduzida. O equipamento ficará ao lado do Elevador Lacerda, para que a população e os turistas possam verificar cada ponto da cidade, a topografia, os bairros, as estações de transbordo, a Arena Fonte Nova, as vias e os pontos turísticos, entre outros elementos simbólicos da capital.
A FMLF é a responsável pelo projeto do espaço. A maquete representa Salvador numa escala reduzida em duas mil vezes. O equipamento foi criado em 1975 pelo arquiteto, urbanista e professor Francisco Assis Reis (1926 - 2011), refletindo as constantes mudanças do tecido urbano.
O local já estava sendo procurado pela prefeitura desde 2020. No ano passado, a gestão já tinha indicado a construção e a obra para realizar a exposição da maquete.
O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, ligado à Fundação Gregório de Matos (FGM), visitou na manhã desta quarta-feira (26) a Maquete de Salvador que está exposta na Associação Comercial da Bahia (ACB), no Comércio. O objetivo é fazer uma avaliação técnica da peça. A ação integra o processo de tombamento como patrimônio cultural e histórico da capital baiana.
Para evitar aglomeração, os membros foram divididos em grupos de oito visitantes, a cada hora, respeitando as medidas de segurança. Os conselheiros integram diversos órgãos e instituições, a exemplo da Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IGHB), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Integrantes da sociedade civil também fizeram parte da comitiva.
Em formato tridimensional da capital baiana na escala de 1/2000, a Maquete de Salvador começou a ser elaborada em 1975 pelo arquiteto sergipano Francisco de Assis Couto dos Reis. Com método artesanal, a peça, atualizada nesta gestão por meio da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), faz uma representação minuciosa da cidade, incluindo a singularidade da topografia, com utilização de materiais como madeira, cortiça e lixa.
“É um elemento extremamente importante para a cidade e para o cidadão. Além disso, é curioso como as pessoas adoram ver maquetes, principalmente quando se trata em ver a sua própria cidade. É possível apreciar a técnica de como a maquete foi feita em à mão, antes da invenção da impressão 3D, de uma maneira bem singular e sentimental”, disse a arquiteta Jealva Fonseca.
TOMBAMENTO E VISITAÇÃO
O processo de tombamento foi indicado pelo IGHB. Representante da instituição na visita de hoje, Zita Magalhães contou que chegou a acompanhar o início do trabalho de Reis e ver algumas exposições na época. “Temos uma imensa alegria de solicitar o tombamento, pois é um trabalho maravilhoso e sempre renovado. Com essa obra, percebemos o cuidado, zelo e o amor que ele (Reis) tinha pela cidade”, afirma.
“A maquete é um instrumento muito importante para a cultura e turismo, principalmente para as crianças que, futuramente, podem aprender um pouco sobre a cidade através da obra. Além de ajudar no método educativo da criança, também pode atrair o turista para conhecer a mais sobre Salvador”, explicou a diretora de Planejamento da FMLF, Beatriz Cerqueira.
A visitação gratuita à peça é destinada, neste momento, apenas para estudantes e pesquisadores das áreas de urbanismo, patrimônio e similares, e pode ser feita através de agendamento por meio do site da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF). A maquete ficará exposta até o dia 18 de setembro na ACB.
A Fundação Gregório de Mattos, sob presidência do diretor teatral Fernando Guerreiro, realizou abertura de processo para o tombamento municipal da Maquete da Cidade do Salvador, obra do arquiteto sergipano Assis Reis (1926-2011).
De acordo com informações publicadas no Diário Oficial do Município (DOM), desta quarta-feira (3), o processo atendeu a uma indicação do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB).
A obra, que representa toda a extensão da capital baiana, foi feita na escala 1/2000 é uma peça de propriedade da Prefeitura Municipal do Salvador, sob responsabilidade da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF). Caberá ao Conselho Consultivo do Patrimônio a emissão de parecer conclusivo.

Obra reproduz a cidade de Salvador, com destaque para pontos turísticos | Foto: Reprodução / Facebook
“O que preciso na realidade é mostrar que ela [a maquete] existe e que tem que ser atualizada, dar manutenção. Tem que ter limpeza semanal, para você ter uma ideia, ela é lúdica, tem o metrô funcionando, a estação do subúrbio funcionando. O problema agora é que parou tudo isso, porque depois de perder o investidor, não tive recursos p dar continuidade”, explica Chico di Assis, que teme a possibilidade de perder o trabalho artístico. “Ela está lá porque é benéfico para o aeroporto e não está incomodando agora. Mas sei que a qualquer momento vão dizer que não vai ter espaço. Se disserem que amanhã é para tirar, eu vou ter que tirar e jogar no lixo, porque não tenho para onde levar”, afirma o artista, que estima a necessidade de um investimento em torno de R$ 180 mil para deslocar a obra a outro local, além de fazer as atualizações, que levariam cerca de dois ou três meses. Ele pretende ainda refazer algumas partes da maquete e reorganizá-la de forma que possa facilitar o transporte. “Quero deixar de uma forma que se alguém quiser levar para um evento eu desmonto em dois dias e monto em outro lugar. Hoje ela não é programada para isso. Quero uma peça viva, que todo baiano e turista possa ver”.
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Pérolas do Dia
Dr Gabriel Almeida
"Lei brasileira permite a manipulação da Tirzepatida".
Disse o médico baiano Gabriel Almeida ao rebater as acusações de envolvimento em um suposto esquema de produção e venda irregular de medicamentos para emagrecimento.