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lyanco
Como um jogador dentro do campo, a ansiedade pode ser tanto aliada quanto adversária. Imagine-a como um zagueiro, peça fundamental na defesa, mas, quando fora do eixo, pode atrapalhar o rumo do jogo e impedir que o time progrida. A analogia pode também se atrelar a um goleiro, paralisado pelo medo, agarrando a bola com força excessiva. A ansiedade o impede de agir e a pressão da torcida com gritos ecoando dentro dos estádios amplificam ainda mais os temores.
O futebol é historicamente ligado a questões sociais e tem visto a saúde mental ganhar cada vez mais destaque nos debates envolvendo todos os atores do esporte. Essa junção de sintomas e analogias dentro do campo das quatro linhas se refletem ao caso de muitos jogadores que sofrem com problemas psicológicos dentro e fora de campo.
Um dos casos recentes é o do zagueiro Lyanco, do Atlético-MG, que revelou publicamente que enfrenta problemas de saúde mental. Em uma noite de celebração após a classificação para as semifinais da Copa Libertadores de 2023, o jogador compartilhou sua luta contra a síndrome do pânico, destacando o impacto tanto mental quanto físico. Lyanco enfatizou a importância do apoio psicológico e como as vitórias do time contribuem para seu bem-estar emocional.
Vídeo: Reprodução/Itatiaia Esporte
"Isso não é recente, venho enfrentando há bastante tempo. É algo muito sério e, muitas vezes, incompreendido. O que sinto não afeta só minha mente, mas também o corpo. Sinto que vou desabar a qualquer momento, que posso morrer”, desabafou.
"É um tema delicado. Muitos ainda acreditam que atletas são máquinas, incapazes de sentir emoções ou fragilidades", finalizou Lyanco em entrevista.
Para explicar sobre os fatores e sintomas que podem acarretar tal desequilíbrio psicológico no ambiente do futebol, o Bahia Notícias entrou em contato com João Ricardo Cozac, doutor em psicologia do esporte na USP e presidente da Associação Paulista de Psicologia no Esporte, que deu detalhes sobre os fatores atrelados ao campo emocional, contando sua experiência no cuidado de jogadores tanto de Série A, como Série B.
"Normalmente as crises de pânico têm a ver com um momento de fragilidade que o atleta está vivendo. Esse momento de fragilidade pode ter ou não conexão com o futebol. Pode ter a ver com causas extracampo, dificuldades no campo emocional ou familiar e muitas vezes a questão das redes sociais, eu tenho observado", avaliou.
Cozac destaca a importância de identificar e tratar os problemas de saúde mental no futebol. Ele aponta as redes sociais como um dos principais fatores que contribuem para o desequilíbrio emocional dos atletas, devido à pressão e ao julgamento constante. Ainda ao BN, o psicólogo do esporte também alerta para a necessidade de que os clubes ofereçam acompanhamento psicológico especializado aos jogadores, buscando profissionais externos quando necessário.
"Atendo muitos jogadores de futebol das Séries A e B e eu percebo que tem muita conexão com rede social. Às vezes o atleta não faz uma boa apresentação e não está num bom momento, acabando por ficar muito fixados no que as redes estão dizendo e no que a imprensa diz sobre o atleta", contou.
“É buscar um trabalho psicológico individual fora dos clubes. Não é recomendável que o psicólogo do esporte que trabalha no clube atenda clinicamente um jogador. É recomendável que o psicólogo do esporte que atua no clube identifique que o atleta está vivendo questões importantes que precisam de uma atenção mais individualizada e indique para um psicólogo clínico. Essa é a medida que a gente espera que os clubes tenham, uma equipe que tem o foco na equipe e que individualmente identificam atletas em sofrimento psíquico e emocional e possam encaminhá-los para um trabalho, clínico”, pontuou.
SAÚDE MENTAL AINDA É UM TABU ENTRE METADE DOS CLUBES DA SÉRIE A
Pesquisas recentes feitas por diversos veículos de comunicação revelaram que a maioria dos clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro não contam com psicólogos em suas equipes.
Ainda há resistência por parte de dirigentes, técnicos e até mesmo jogadores em relação à presença ou não do psicólogo no ambiente esportivo. Essa questão pode ser atribuída a diversos fatores atrelados à falta de compreensão sobre o papel do psicólogo, preconceitos associados à saúde mental e a busca por ajuda psicológica. Esse é um reflexo da sociedade em sua totalidade. Se ainda existem estigmas e equívocos no campo mais amplo, isso se reflete inevitavelmente nesse segmento também.
Uma cena que chocou o Brasil e destacou ainda mais a necessidade que os jogadores possuem de receber acompanhamento psicológico foi a de John Arias, do Fluminense. Campeão da Libertadores em 2023, o atacante celebrou bastante com a psicóloga do clube das laranjeiras.
“Hoje, eu sou feliz. Obrigado por tudo. O que eu sou hoje, você quem fez.”
— Sala12 (@OficialSala12) March 2, 2024
???? Jhon Arias para a psicóloga do Fluminense após o título da Libertadores
pic.twitter.com/WrDTjbLwie
“Hoje, eu sou feliz. Obrigado por tudo. O que eu sou hoje, você quem fez.”, comemorou.
No ano em questão, o colombiano havia perdido a sua avó e sofreu com quedas de rendimento em algumas partidas do Tricolor durante a temporada, mas acabou dando a volta por cima.
IMPACTOS NO DESEMPENHO
De acordo com a coordenadora de cardiologia do Hospital da Bahia, Tais Sarmento, não tratar e cuidar da ansiedade pode gerar impactos no desempenho e perfomance desses atletas.
“As doenças mentais, se não tratadas, podem ter impacto significativo na saúde e desempenho de qualquer profissional, entre eles os atletas,” explicou a especialista.
“A pressão por resultados e a competição podem gerar estresse, levando a condições como depressão e transtornos de ansiedade. Esses problemas podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares, aumento da pressão arterial e de arritmias” completou.
“A falta de cuidado com a saúde mental pode ainda, afetar diretamente o desempenho dos atletas, prejudicando sua capacidade de concentração, tomada de decisões e preparação física. Portanto, é indispensável que os atletas recebam suporte psicológico adequado”, concluiu Tais.
Após a derrota por 3 a 0 para o Bahia na noite do último domingo (16), o atacante Deyverson e o zagueiro Lyanco falaram com a Itatiaia na zona mista da Casa de Apostas Arena Fonte Nova. Os jogadores lamentaram o revés sofrido, mas valorizaram a força do time do Bahia.
"É triste, lamentável perder de 3 a 0, não desmerecendo a equipe do Bahia que é muito boa, muito qualificada, mas perder assim é lamentável", declarou Deyverson.
O atacante completou, falando do próximo jogo do time, que será na Libertadores.
"Agora é levantar a cabeça e pensar na Libertadores, pois temos outro confronto difícil pela frente", finalizou.
O zagueiro Lyanco foi mais um a falar com a imprensa. O jogador citou a dificuldade do jogo e falou sobre as oportunidades que teve no Galo desde sua chegada.
"Um jogo muito difícil, o Bahia tem um time muito bom, acho que deu para ver, ficou claro. É difícil falar, os jogos que eu tive oportunidade foram jogos complicados", disse o zagueiro.
Perguntado se a torcida influenciou no resultado, o defensor negou e disse que o que influenciou foi a forma do Bahia de jogar.
"Para o Bahia ajudou bastante, mas a torcida não me influenciou em nada, falando respeitosamente. O que influenciou foi o jeito que o Bahia jogou, uma equipe muito forte".
O Atlético-MG volta a campo diante do Fluminense, na próxima quarta-feira (18), às 19h, no Maracanã.
O Atlético-MG anunciou a contratação do zagueiro Lyanco, que pertencia ao Southampton, da Inglaterra. O jogador de 27 anos estava no Al-Gharafa, do Catar, na última temporada, sob empréstimo.
Lyanco assinou contrato com o clube mineiro até o fim de 2028. Para contar com o defensor em definitivo, o Galo desembolsará cerca de 4,5 milhões de euros (R$ 26 milhões).
Natural de Vitória-ES, Lyanco foi revelado na base do São Paulo e teve diversas convocações para as seleções de base. Depois de passagens por Torino e Bologna, da Itália, o defensor foi para o Southampton e atuou na Premier League. Na última temporada, estava no Al-Gharafa, onde foi terceiro colocado na Liga do Catar.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.