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laboratorio pcs saleme
A Justiça do Rio de Janeiro iniciou, nesta segunda-feira (24), o julgamento do caso dos transplantes de órgãos que provocaram a contaminação de seis pacientes pelo vírus HIV no ano passado. Seis pessoas ligadas ao laboratório PCS Saleme serão julgadas.
Os réus são os sócios Walter Vieira e Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira e os funcionários Ivanilson Fernandes dos Santos, Cleber de Oliveira Santos, Jacqueline Iris Barcellar de Assis e Adriana Vargas dos Anjos, que era coordenadora técnica do laboratório. Jacqueline é acusada de ter assinado laudo fraudulento.
A descoberta do caso ocorreu em outubro do ano passado. Desde então, as investigações apontaram que o laboratório PCS Saleme – contratado pelo governo estadual em dezembro de 2023, por intermédio da Fundação Saúde, para fazer exame de sorologia – emitiu laudos fraudulentos, que não acusaram a presença do HIV em órgãos de dois doadores.
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou que investigava a infecção por HIV de seis pacientes que tinham sido submetidos a transplante de rins, fígado, coração e córnea.
Segundo informações da Agência Brasil, todos acusados foram denunciados pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada dos Núcleos de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). As acusações tratam de lesão corporal gravíssima, associação criminosa, falsificação de documento particular e falsidade ideológica.
Na audiência de instrução e julgamento, que deve ocorrer na 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, região metropolitana do Rio de Janeiro, estão previstos depoimentos de testemunhas indicadas pelo MP-RJ e pelos advogados de defesa, assim como o interrogatório dos réus.
Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do Laboratório PCS Saleme suspeita de envolvimento na emissão de laudos falsos que resultaram na contaminação por HIV de pelo menos seis pacientes transplantados no Rio de Janeiro, foi presa neste domingo (20) por policiais civis da Delegacia do Consumidor (Decon) em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Ela foi apontada como a responsável por dar a ordem para economizar no controle de qualidade dos testes, como relatou em depoimento à polícia o técnico de laboratório Ivanilson Santos, preso na segunda-feira (14). As informações são do g1.
As investigações constataram que com o objetivo de diminuir os custos, houve uma falha operacional no controle de qualidade aplicado nos testes. Com isso, a análise das amostras deixou de ser realizada diariamente e se tornou semanal.
O delegado Wellington Pereira, responsável pelas investigações, afirmou que Adriana negou as acusações.
Na chegada à a Decon, na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio, Adriana foi questionada por jornalistas sobre a falha dos exames e ela apenas respondeu: "Humana". Indagada sobre de quem seria a responsabilidade, disse que: “Quem realizou o exame já está sendo punido”.
Outras duas pessoas também foram levadas para a Decon para prestar depoimento, sendo uma delas o ex-sócio do Laboratório PCS. Eles foram ouvidos e liberados.
OPERAÇÃO VERUM
A segunda fase da Operação Verum cumpriu, ao todo, um mandado de prisão e oito de buscas e apreensão. A ação conta com o apoio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE).
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) afirma que os investigados e o Laborório PCS Saleme já emitiram dezenas de resultados com falso positivo e falso negativo para HIV, inclusive em exames de crianças. De acordo com o MP-RJ, eles estão respondendo a inúmeras ações indenizatórias por danos morais e materiais, de forma que a reiteração dessa conduta demonstra total indiferença com a vida de seus clientes e da população como um todo.
Com o avançar das investigações, a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) desmembrou o procedimento que apura os falsos laudos emitidos pelo Laboratório PCS Saleme e instaurou novo inquérito para investigar o processo de contratação da empresa.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Hugo Motta
"Eu não vou fazer pré-julgamento. Não sei ainda a motivação nem qual foi a busca. Apenas recebi a ligação do diretor-geral da Polícia Federal. Pelo que me foi dito, parece ser uma investigação sobre questão de gabinete, mas não sei a fundo e, por isso, não quero fazer pré-julgamento".
Disse o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) ao afirmar que o Judiciário “está cumprindo o seu papel” ao autorizar operações contra parlamentares. A declaração foi feita após a deflagração de uma ação da Polícia Federal que teve como alvos o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).