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Elevada carga tributária, falta ou alto custo da matéria prima e falta ou alto custo de trabalhadores qualificados, esses foram os três principais problemas enfrentados pela indústria brasileira no trimestre encerrado no mês de setembro. A avaliação está presente no estudo Sondagem Industrial, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (18).
O levantamento feito pela entidade presidida pelo baiano Ricardo Alban mostra que entre o segundo e o terceiro trimestres deste ano, o problema da falta ou do alto custo de contratação de trabalhadores qualificados foi a preocupação que mais cresceu entre os industriais. Esse problema ocupava o 6º lugar na lista dos mais citados pela indústria entre os meses de abril e junho, mas pulou para o 3º lugar entre as preocupações da indústria devido ao aumento de 4,4% desde o último levantamento.
No topo da lista, a preocupação com a alta carga tributária do país caiu quase dois pontos percentual do 2º para o 3º trimestre, descendo de 35,5% para 33,6%. Já a preocupação com a falta ou o alto custo da matéria prima teve aumento na lista de problemas identificados pela CNI, passando de 23,1% para 24,9%.
De acordo com a Sondagem, na sequência dos principais problemas enfrentados pela indústria brasileira aparecem a demanda interna insuficiente; as taxas de juros elevadas; a competição desleal; a burocracia excessiva; a taxa de câmbio; as dificuldades na logística de transporte; a falta de capital de giro; a insegurança jurídica; a competição com importados.
Problemas como falta ou alto custo de energia, inadimplência dos clientes e falta de financiamento de longo prazo aparecem entre as preocupações menos citadas por industriais consultados para a elaboração do levantamento. E há um percentual ainda, de 6,5% dos entrevistados, que não mencionam qualquer problema atual para a indústria brasileira.
Em outro recorte da Sondagem Industrial, melhorou no terceiro trimestre de 2024 a avaliação dos empresários quanto à situação financeira do setor. O índice que mede essa percepção cresceu 1,4 ponto frente ao segundo trimestre do ano, chegando aos 51,7%.
Também cresceu no terceiro trimestre o índice de facilidade de acesso ao crédito, que avançou 1,6% e alcançou a marca de 42,9%. Entretanto, como salienta a CNI, como esse indicador está abaixo dos 50 pontos, ele sinaliza que os industriais continuam sentindo dificuldade para captar recursos, embora a percepção sobre esse problema seja menor do que nos três meses anteriores.
Em setembro de 2024, a produção industrial brasileira recuou pela primeira vez em três meses. O emprego no setor, por sua vez, avançou pelo terceiro mês consecutivo. Na avaliação da CNI, os índices apurados para a confecção da Sondagem Industrial revelam que permanece um sentimento de otimismo por parte do setor.
Apesar da identificação do otimismo prevalecendo sobre uma visão pessimista para o futuro a curto prazo, o presidente da CNI, Ricardo Alban, segue cobrando a redução da taxa básica de juros, além da solução de problemas estruturais fundamentais ao fortalecimento da indústria e da economia, como por exemplo, a melhoria da infraestrutura brasileira.
"O setor produtivo brasileiro sente o elevado déficit de infraestrutura e os efeitos da deterioração das condições nessa importante área da economia. Estradas sem conservação, energia cara e restrições para o acesso aos principais portos repercutem diretamente na competitividade da indústria nacional e na atração de investimentos para o país", disse recentemente Ricardo Alban.
Um estudo divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (2) revelou que no ano de 2023, 71% dos mecanismos de incentivo e estímulo à indústria estavam concentrados nas economias mais avançadas do mundo. O estudo, chamado de Nota Econômica 35, realizou um mapeamento para mostrar como as grandes potências agem para estimular o setor industrial e com isso aumentar a produtividade e as exportações.
De acordo com a CNI, presidida pelo baiano Ricardo Alban, atualmente existem mais de 2,5 mil políticas de incentivo à indústria em todo o mundo, conforme mapeamento feito pelo Fundo Monetário Internacional em 75 países. O estudo revela que China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Reino Unido, União Europeia e, em particular, a Alemanha, contam com um valor aproximado de US$ 12 trilhões em recursos públicos para estimular o desenvolvimento de soluções verdes, inovação, aumento das exportações e ganhos de produtividade.
Os planos, programas e estratégias para subsidiar a produção doméstica desses países contaram com ações como, por exemplo, reembolsos fiscais, empréstimos ou garantias estatais e medidas de estabilização de preços. Entre os mecanismos mais usados pelo mundo desenvolvido também foram listados subsídios às exportações; estratégias de localização; barreiras à importação; e compras públicas. Em contraste, segundo a CNI, as economias emergentes usaram os mesmos mecanismos, mas em menor quantidade.
Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Rafael Lucchesi, é preciso que os setores público e privado no Brasil fiquem alertas ao fato de que as grandes potências estão investindo recursos significativos para se manterem competitivas e se adaptarem às tendências atuais.
“Assistimos a uma corrida global, que constrói as novas bases da indústria mundial, com iniciativas ligadas à descarbonização, transformação digital, saúde e vida, infraestruturas urbanas, econômicas e digitais, formação de recursos humanos qualificados e defesa e segurança nacional”, explica Lucchesi.
Segundo o diretor da CNI, as políticas industriais ganharam força mundo afora, principalmente no período pós pandemia e por iniciativa das economias avançadas, com investimentos vultuosos para reagir aos novos desafios tecnológicos e ambiental, em particular as mudanças climáticas.
“O Brasil ficou de fora da revolução da microeletrônica e isso nos tirou competitividade e nos fez dependentes do mundo em produtos de alto valor agregado. Agora, temos uma outra janela de oportunidade. A descarbonização é uma grande janela de oportunidade. A nossa política industrial precisa focar no futuro da economia, com continuidade, e ser uma política de Estado resistente às mudanças de governo”, avaliou Lucchesi.
No Brasil, uma iniciativa recente, fruto de amplo diálogo entre o poder público e o setor privado, foi lançada para incentivar a neoindustrialização no país. Trata-se da Nova Indústria Brasil, plano apresentado pelo governo Lula no mês de janeiro deste ano, com um cardápio de ações para incentivar a produtividade, a inovação e a inserção da indústria brasileira nas cadeias globais de valor.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, apoiou o lançamento da Nova Política Industrial, e defendeu o fortalecimento do programa como instrumento para revitalizar setor industrial brasileiro.
“Precisamos ganhar vantagens competitivas para nossas indústrias. Vamos descarbonizar a nossa indústria para recuperar a nossa manufatura, para agregar valor e empregos de qualidade”, disse Alban.
Na ocasião do lançamento da Nova Indústria Brasil, o presidente da CNI também destacou a importância do Plano Mais Produção, que contará com linhas de crédito no valor de R$ 300 bilhões. Os recursos serão destinados a projetos sob quatro temas transversais: inovação, produtividade, descarbonização e exportações, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Temos uma pujante indústria que serve de base para o agronegócio porque houve recurso, ambiente para que crescesse e desse certo. Temos uma convergência de fatores agora para o setor indústria como um todo”, afirmou Ricardo Alban.
Para discutir as principais tendências mundiais em política industrial, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), realizará na próxima semana o “Políticas Industriais no Brasil e no Mundo”. O evento será no dia 6 de agosto, na sede da CNI, em Brasília.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Tiago Correia
"Na verdade o medo deles é que Neto seja o candidato. Ele é o mais competitivo e que lidera as pesquisas. Na eleição passada eles fizeram o mesmo".
Disse o deputado estadual e líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Tiago Correia (PSDB) ao comentar os rumores de que o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), poderia desistir de disputar o governo da Bahia em 2026.