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fair play financeiro
O goleiro Marc-André ter Stegen não será mais o capitão do Barcelona na temporada 2025/26. O clube catalão abriu um processo disciplinar contra o atleta nesta quinta-feira (7), após ele se recusar a autorizar o envio de seu relatório médico ao Comitê Médico de LaLiga. A negativa compromete os planos da diretoria de reduzir o impacto do salário do jogador nas contas do Fair Play Financeiro da liga espanhola.
A decisão do clube de retirar a braçadeira do alemão foi tomada às vésperas do Troféu Joan Gamper, tradicional amistoso de pré-temporada que acontece neste domingo (10), e onde o capitão costuma discursar para a torcida. A responsabilidade agora será do zagueiro uruguaio Ronald Araujo, novo detentor da faixa de capitão.
Ter Stegen se recupera de um problema na lombar e recentemente anunciou que precisará passar por uma nova cirurgia, cerca de um ano após ter feito a primeira intervenção na região. A expectativa é de que o tempo de recuperação ultrapasse três meses. No entanto, segundo o jornal Mundo Deportivo, o goleiro se recusou a assinar o documento que autorizaria o clube a enviar seus exames para análise de uma junta médica independente da LaLiga — o procedimento necessário para que o Barcelona possa solicitar o abatimento de até 80% do salário do atleta das contas da liga, conforme permite o regulamento em casos de lesão grave.
A recusa gerou grande insatisfação na diretoria, que vê na atitude do jogador um entrave para conseguir registrar reforços nesta janela. Entre os nomes que aguardam espaço para inscrição estão Joan García, recém-contratado para a posição, e Szczesny, que teve seu contrato renovado. Ambos são concorrentes diretos de Ter Stegen no elenco. Internamente, há o temor de que o alemão esteja dificultando o processo propositalmente para impedir a concorrência.
O clube estuda medidas legais para resolver o impasse, já que sem a autorização do atleta, os dados médicos permanecem sigilosos. A diretoria contava com a liberação de parte da folha salarial do goleiro como ferramenta para driblar os limites financeiros impostos pela LaLiga.
Essa estratégia já foi utilizada anteriormente pelo Barça. Na temporada passada, por exemplo, a lesão de Christensen permitiu ao clube inscrever reforços como Dani Olmo, após uma junta médica confirmar afastamento superior a quatro meses — prazo mínimo para a flexibilização do Fair Play. A mesma alternativa era cogitada agora diante da nova cirurgia de Ter Stegen.
A crise entre clube e goleiro levanta dúvidas sobre o futuro do alemão no Camp Nou. Com contrato até 2028 e um dos salários mais altos do elenco, a permanência de Ter Stegen parece cada vez mais incerta. Ao mesmo tempo, o mercado pode oferecer poucas opções de saída, justamente pelos altos custos envolvidos em uma eventual transferência.
Além de Joan García e Szczesny, o Barcelona também conta com Iñaki Peña como opção para o gol. A diretoria segue avaliando os próximos passos em meio a um início de temporada cercado de tensão nos bastidores.
Na noite desta terça-feira (17), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) teve a confirmação do apoio de 28 clubes e oito federações para iniciar o processo de criação do primeiro modelo nacional de Fair Play Financeiro no futebol brasileiro. O projeto, que será conduzido por um Grupo de Trabalho (GT), terá como objetivo a elaboração do Regulamento do Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF). A proposta final será entregue em até 90 dias após a primeira reunião oficial do GT, marcada para ocorrer logo após o término do Mundial de Clubes da FIFA.
A iniciativa será coordenada pelo vice-presidente da CBF, Ricardo Gluck Paul, e visa estabelecer diretrizes para um ambiente financeiro mais responsável e equilibrado no futebol brasileiro. Segundo a entidade, a construção do regulamento seguirá os princípios da transparência e do diálogo, com a participação ativa de representantes de diversos segmentos do futebol nacional.
“Nossa gestão será marcada por enfrentar com seriedade os problemas estruturais do nosso futebol. E, para isso, é fundamental criar um ambiente mais equilibrado e responsável financeiramente. Esse engajamento mostra que estamos no caminho certo: construindo juntos um futebol mais sólido e sustentável”, afirmou o presidente da CBF, Samir Xaud.
Entre os clubes da Série A que integram o GT estão: Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Bragantino, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Internacional, Juventude, Palmeiras, Santos, São Paulo, Sport e Vasco da Gama. Pela Série B, participam América-MG, Athletico, Avaí, Botafogo-SP, Chapecoense, CRB, Ferroviária, Goiás, Grêmio Novorizontino, Paysandu, Remo e Volta Redonda. Já as federações estaduais envolvidas são as de Alagoas, Amapá, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e Sergipe.
A composição final do grupo será definida nos próximos dias, após reuniões com consultores técnicos independentes que atuarão de forma voluntária. De acordo com a Portaria que instituiu o GT, esses profissionais terão “notório saber nas áreas de finanças, contabilidade, governança, direito desportivo ou administração esportiva”.
O critério para formação do grupo inclui diversidade regional, representação de distintos modelos de gestão e equilíbrio entre os setores do futebol brasileiro.
“Nos próximos dias, vamos concluir a composição do grupo com base nas manifestações recebidas, sempre buscando pluralidade e equilíbrio regional. A participação de todos será essencial para que possamos construir, com legitimidade e excelência técnica, um regulamento que fortaleça o nosso esporte. O futebol brasileiro precisa urgentemente de responsabilidade financeira. Não temos mais tempo a perder”, destacou Ricardo Gluck Paul.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) instituiu nesta segunda-feira (9) um grupo de trabalho para desenvolver um sistema de Fair Play financeiro para os clubes do futebol brasileiro. A proposta, que deverá ser elaborada em até 90 dias, visa estabelecer regras para promover a sustentabilidade financeira das equipes.
O documento oficial foi assinado pelo presidente da CBF, Samir Xaud, e detalha a criação do "Regulamento do Sistema de Sustentabilidade Financeira" (SSF). O modelo será desenvolvido por representantes da CBF, clubes das Séries A e B, federações estaduais e consultores especializados.
“O objetivo é criar normas que garantam equilíbrio econômico, responsabilidade fiscal e adaptação à nova realidade do futebol brasileiro, que inclui clubes-empresa (SAFs)”, informa a confederação.
Inspirado em práticas adotadas no futebol europeu, o sistema definirá limites de gastos proporcionais às receitas, exigirá a quitação de dívidas em atraso e estabelecerá mecanismos de monitoramento e sanções. A aplicação das regras será gradual, levando em consideração as especificidades regionais e estruturais de cada clube.
Os clubes terão cinco dias para manifestar interesse em participar do grupo. Caso o número de candidatos ultrapasse o limite, a seleção dos membros será feita pelo presidente do grupo, Ricardo Paul, atual vice-presidente da CBF.
Esta não é a primeira tentativa da CBF de criar um modelo de Fair Play financeiro. Na gestão anterior, um projeto semelhante foi interrompido após resistência de clubes endividados, como Corinthians e Atlético-MG.
A nova iniciativa surge em meio a um cenário preocupante: em 2024, as dívidas dos principais clubes brasileiros cresceram 22%, ultrapassando R$ 14 bilhões, segundo levantamento da Consultoria Convocados.
Existe um consenso entre os executivos da Premier League de que o Manchester City pode ter uma notícia desesperadora. A audiência do Fair Play Financeiro pode resultar em uma grande dedução de pontos que faria com que o clube fosse rebaixado da primeira divisão inglesa.
Primo do Bahia, o City está enfrentando 115 supostas violações das regras financeiras da liga e, no início desta semana, foi divulgado que a audiência de 10 semanas para decidir a sentença do clube está programada para iniciar no mês de setembro.
O City foi acusado de impropriedade financeira ao longo de nove anos a partir de 2009 e a punição mais severa se for considerado culpado é o rebaixamento. Deduções de pontos e multas também são penalidades consideradas.
O clube - embora se recuse a comentar - nega firmemente qualquer irregularidade e continua confiante em sua capacidade de manter-se na Premier League enquanto enfrenta uma investigação independente.
No entanto, um executivo da Premier League oferece uma visão mais pessimista, sugerindo que o consenso da liga aponta para uma enorme redução de pontos — o suficiente para garantir o rebaixamento do City.
Ainda segundo o The Times, um executivo de um clube da Premier League disse que existe um consenso entre os dirigentes a respeito da punição do clube.
"A visão coletiva que ouvi é que uma sanção apropriada teria que ser uma dedução de pontos tão substancial — estamos falando aqui entre 70 e 80 pontos — que garantisse ao City uma temporada na Championship", disse.
As acusações estão relacionadas a uma série de alegações de má conduta financeira ao longo de um período de vários anos realizadas pelo clube, com acusações que incluem inflacionar receitas de patrocínio e disfarçar a verdadeira fonte de financiamento do City, violações dos regulamentos de Fair Play Financeiro (FFP) da liga inglesa e falhas na divulgação de informações financeiras precisas.
Além da discussão de um possível rebaixamento, especula-se que o clube pode até ser expulso da Premier League.
Treinador do City, Pep Guardiola se recusou a falar sobre os acontecimentos e preferiu apenas concentrar as atenções em campo contra o Chelsea.
O Barcelona está disposto a todo custo para ter o atacante Luis Diaz para a próxima temporada. Com situação financeira incerta para a próxima janela de transferências, o clube catalão parece já ter definido o seu principal alvo, e parece ter o camisa 7 dos Reds como principal nome no mercado.
Para que o negócio caminhe, os Blaugranas precisam atingir as metas do fair-play financeiro. Uma possível chegada de novos investidores ou venda de jogadores no próximo mercado de trasnferências não estão descartadas.
Apesar das dificuldades, o Barça tem o lado esquerdo como o seu setor mais carente e por isso aposta em Díaz para a função. Outros nomes também surgem na mira do clube, como os jogadores Nico Williams, Dani Olmo e Pepê, do Porto, que estaria envolvido numa troca com Vitor Roque.
Segundo apurações do Mundo Deportivo, veículo espanhol, o próprio colombiano estaria interessado em trocar a Inglaterra pela Espanha no próximo verão.
O atacante do Liverpool tem contrato vigente até o ano de 2027. Na temporada atual, marcou 13 gols e fez 5 assistências em 50 jogos disputados.
A Premier League puniu o Nottingham Forest, da Inglaterra, com a perda de quatro pontos na edição atual do Campeonato. Segundo a punição, a equipe inglesa infringiu as regras de fair play financeiro durante a temporada 2022. Após uma avaliação, a comissão independente da liga inglesa anunciou a decisão nesta segunda-feira (18).
A situação do Nottingham foi encaminhada no dia 15 de janeiro com o clube já admitindo a violação dos limites das regras da Lucratividade e Sustentabilidade (PSRs) da liga inglesa. Os valores da violação foram de 61 milhões de libras (R$ 387,9 milhões) para 34,5 milhões de libras (R$ 219,4 milhões).
A comissão independente determinou a perda de quatro pontos da equipe no Campeonato Inglês da edição atual após serem realizados dois dias de audiência neste mês de março. Segunda nota publicada pela Premier League, o Nottingham Forest teve a oportunidade de apresentar provas para a sua defesa.
Segundo as regras, os clubes da premier league podem ter uma perda de até 105 milhões de libras durante três anos. O que diferencia o Nottingham para os demais é o fato da equipe ter passado dois anos na segunda divisão, a Championship.
O Nottingham estava na 17ª colocação na tabela da Premier League com 25 pontos, com a perda dos quatro pontos, a equipe cai para 21 e desce para o 18º lugar.
O caso do Nottingham Forest é o segundo na atual temporada da Premier League. O Everton também foi punido, com pena reduzida de 10 para 6 pontos, no mês de fevereiro. Mesmo após a punição, o Forest ainda pode recorrer à decisão.
Fair Play Financeiro: conheça regra que limita gastos no futebol europeu e que pode chegar ao Brasil
Entra ano e sai ano e uma velha discussão reaparece: A implementação do Fair Play Financeiro no Brasil irá acontecer? O Bahia Notícias procurou o advogado desportivo Milton Jordão para falar sobre o tema que tem voltado a dar as caras no futebol brasileiro. Mas antes, precisamos relembrar como, quando e onde surgiu o conceito de Fair Play Financeiro.
O conceito do Fair Play Financeiro foi criado pela UEFA em 2009 e implementado no início da temporada 2011/12 do futebol europeu, o Fair Play Financeiro é um conjunto de regras estabelecidas para evitar que os clubes de futebol profissional gastem mais do que arrecadam. Isso impossibilita que os clubes gastem mais do que arrecadam? Não. Foi uma forma que a UEFA encontrou para castigar os clubes que andam com as contas desequilibradas. Pode ser definido também como um sistema de controle das finanças dos clubes em que se cumprem requisitos de gestão orçamentárias pré-definidos, visando garantir a sustentabilidade do negócio para o bem-estar do desenvolvimento do mercado.
Espanhóis que acreditam em teoria da conspiração dizem que o Fair Play foi implementado em resposta à janela de transferências do Real Madrid na temporada 2010/2011, quando chegaram Cristiano Ronaldo, Kaká, Karim Benzema, Xabi Alonso, Álvaro Arbeloa, Raúl Albiol, Álvaro Negredo, Esteban Granero, Adán, e Ezequiel Garay, com o total de €258,50 milhões gastos, na segunda formação dos "galáticos".
Foto: Real Madrid
Também é exigido pela UEFA, como parte do fair play, que os clubes tenham patrimônio líquido positivo ao final de cada temporada, ou, que tenham evoluído 10% em relação ao ano anterior. Caso seja descumprido, penalidades financeiras e punições esportivas poderão ser impostas ao clube infrator.
Existe uma regra geral de Fair Play Financeiro da UEFA (válida para todos os clubes filiados), porém cada país pode editar um regulamento específico para suas ligas. Como por exemplo, o caso de LaLiga, que possui suas regras financeiras para os clubes espanhóis.
Conhecida como a liga mais rígida em relação à saúde financeira de seus clubes, LaLiga prevê um “limite de custo com o plantel esportivo”, que engloba pagamento de salários de atletas, comissão técnica e transferências, tudo de acordo com o balanço financeiro que foi apresentado pelos clubes no ano anterior. Assim, LaLiga analisa a saúde financeira de cada clube e, a partir disso, estipula um teto de quanto cada equipe poderá gastar na temporada, sem que um deles gaste além de suas capacidades (prejudicando os times financeiramente responsáveis em detrimento dos “gastões”).
O Real Madrid, por exemplo, teve um limite de 700 milhões de euros para gastar na temporada 2022/2023. Ao contrário do clube merengue, o Barcelona é um dos clubes que vem sendo impactado de forma negativa pelo FPF: em 2021, o clube se viu sem escolhas e abriu mão de seu maior ídolo, Lionel Messi, que seguiu para o Paris Saint-Germain.
Foto: Paris Saint-Germain
Por causa das regras do FPF, o clube não pôde renovar seu contrato com o jogador, tendo em vista que o salário que Messi teria a receber iria ultrapassar o teto que a equipe poderia gastar. Os gastos do clube blaugrana eram tão exorbitantes, que para além da saída de Messi, o clube não pôde inscrever alguns dos reforços que chegaram ao time logo de cara, e teve que vender direitos do Barça Studios, do Camp Nou e 25% do valor que tem a receber de direitos de transmissões em LaLiga.
Foto: UEFA
A União das Associações Europeias de Futebol (UEFA), criou o FPF com a ideia de evitar investimentos imediatistas e gastos desenfreados. Ainda assim, alguns clubes descumpriram a regra e foram punidos pela entidade: Inter de Milão, Milan e Juventus e Roma (Itália), Monaco, Olympique de Marselha e Paris Saint-Germain (França) e Besiktas (Turquia). Na próxima temporada europeia (2024/2025), entra em vigor o novo modelo proposto pela UEFA em 2022, no qual os clubes filiados só poderão gastar 70% das receitas totais na temporada, uma queda de 20% em relação ao ano de lançamento do modelo - em 2022 era de 90%.
E no Brasil, como anda o desenvolvimento dessa regra?
Como citamos no primeiro parágrafo desta nota: Entra ano e sai ano e a discussão aparece. Entretanto, no Brasil, o Fair Play Financeiro ainda não foi implementado, apesar de já ser estudado pela CBF há algum tempo, desde 2019. Porém possuem muitas dificuldades, existem clubes que não estão em conformidade com as regras, como por exemplo o clube de Compliance, comandado pela Diretoria de Governança e Conformidade da CBF.
A nova Lei Geral do Esporte chegou a citar a obrigatoriedade da criação do Fair Play Financeiro. O Art. 188. diz: “Cada organização esportiva de abrangência nacional que administra e regula a respectiva modalidade esportiva deverá criar regulamento de fair play financeiro aplicável no âmbito das competições que promover e ao qual se submeterão às organizações esportivas associadas ou filiadas.
Parágrafo único. O regulamento disposto no caput deste artigo deverá prever regras e sanções referentes, mas não limitadas, a:
I - equilíbrio financeiro, patrimônio líquido e níveis de endividamento;
II - limites financeiros para contratação de atletas por temporada;
III - limites para aportes financeiros de acionistas; e
IV - garantia de continuidade operacional mediante auditoria externa.”
Entretanto, o projeto nunca saiu do papel.
“Infantino assume a Fifa em 2017 e lança uma carta, nessa carta ele lança o futebol 2.0, e ele acrescenta o futebol feminino. Ou seja, só é possível que se implemente o fair play de maneira mais rápida e rígida no Brasil caso a Fifa ou Conmebol informe que, para que os clubes possam jogar as suas competições, a regra deve estar em vigor no país, e assim a CBF implementaria de maneira mais urgente”, disse Milton Jordão ao BN.
O Fair Play também é a ideia das Ligas que pretendem se estabelecer no país, já com o Fair Play Financeiro em vigor. Ainda, no Projeto de Lei Geral do Esporte, aprovado pelo Senado, tal figura também já está prevista. Entretanto, para Milton, as Ligas que buscam se estabelecer no Brasil (LIBRA e Liga Futebol Forte) não terão esse tipo de poder (como LaLiga possui), e sim serão “gerenciadoras de patrocínios”.
Em 2019, o Endividamento dos Clubes da Série A, segundo estudo do Valor das Marcas da BDO, é de R$ 5,7 bilhões em 31 de dezembro de 2019. No mesmo estudo, as 20 instituições da Série A do mesmo ano apresentaram um resultado líquido, que significou um déficit de R$ 616 milhões.
De acordo com Manoel Flores, ex-diretor de competições da CBF e um dos idealizadores do projeto Licenciamento de Clubes — que prevê o cumprimento de critérios financeiros para que os times possam disputar as diversas séries —, a crise trazida pela Covid-19 atrasou os debates do FPF no Brasil. “As discussões pararam por causa da pandemia e do impacto nas receitas dos clubes” , disse Manoel.
O alto endividamento dos clubes brasileiros fez com que muitos times optassem por seguir um caminho alternativo. Com a chegada da Lei 14193, a “Lei da Sociedade Anônima do Futebol”, vários clubes brasileiros tiveram porcentagens de suas SAFs vendidas, como é o caso do Bahia, que vendeu 90% de sua Sociedade Anônima do Futebol para o Grupo City. Logo no primeiro ano de parceria, o clube baiano teve cerca de 70% de suas dívidas pagas pela SAF, o que fez com que o clube pudesse investir, de forma mais incisiva, no mercado de transferências em 2024.
Foto: Reprodução
Feito que fez com que muitos jornalistas e torcedores cobrassem insistentemente a implementação do Fair Play Financeiro no mercado brasileiro. Usando como alternativa o fato de que o Bahia possui agora o mesmo dono do Manchester City, time que "driblou" as regras do futebol e caiu na malha fina do FPF, em 2023. O Manchester City foi denunciado em fevereiro de 2023 pela Premier League - que também possui seu próprio conjunto de normas, assim como LaLiga - por uma série de possíveis infrações às leis de Fair Play Financeiro, após investigação que durou quatro anos. Acusado de mais de 100 violações entre 2009 e 2018. Agora em 2024, o clube voltou a ser denunciado pela Premier League por supostas infrações ao Fair Play. Vale lembrar, que em sua criação, lá em 2009, uma das premissas do fair play era de dificultar a ação de bilionários que usassem o futebol como instrumento de lavagem de dinheiro.
Apesar de já ser estudado pela CBF há pelo menos cinco anos, o FPF ainda não foi implementado no Brasil. Ao passo que os estudos para a implementação ocorrem, os clubes precisam começar a se adaptar ao teto de gastos, pois a cobrança feita para times como Bahia, Red Bull Bragantino, Botafogo e Vasco - que possuem o suporte da SAF - devem se estender também a clubes como Corinthians, que possui dívidas na casa dos R$ 2 bilhões e gastou cerca de R$ 130 milhões em contratações na janela de transferências, Atlético Mineiro e Internacional que são clubes que também estão entre as dívidas mais altas e costumam figurar entre os que mais gastam no mercado da bola.
A discussão do Fair Play é antiga e, ao mesmo tempo, atual. O fato é que é uma alternativa que cada vez mais fica mais próxima de se concretizar nas próximas temporadas.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.