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educacao inclusiva
Após gerar grande repercussão negativa com uma declaração considerada desrespeitosa sobre autismo, TDAH e dislexia, a Prefeitura de Jacobina divulgou uma nota oficial se retratando. Na última sexta-feira (09), a secretária de Educação da cidade havia classificado essas condições como “modismos” em um programa de rádio local.
Em nota, a administração municipal afirmou que a intenção da secretária era alertar sobre a necessidade de uma abordagem responsável e cuidadosa na educação inclusiva, sem generalizações ou estigmas.
A prefeitura reconheceu o erro na fala da secretária e pediu desculpas, mas alega que pode ter sido mal interpretada e causou dor e desconforto às famílias de crianças com essas condições.
A prefeitura reforçou também seu compromisso com a educação inclusiva e destacou que cada criança é única e merece as condições adequadas para aprender e se desenvolver.
Leia a nota na íntegra:
A Prefeitura de Jacobina e a Secretaria de Educação reconhecem que, durante a entrevista concedida pela Secretária de Educação à Rádio Jacobina FM, no dia 9 de janeiro, suas palavras sobre transtornos como TDAH, dislexia e autismo podem ter sido mal interpretadas, especialmente após a divulgação de trechos fora de contexto.
Queremos, antes de tudo, nos dirigir diretamente às famílias de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições semelhantes. Sabemos o quanto essa realidade exige dedicação, amor e esforço, e jamais minimizaríamos ou desrespeitaríamos os desafios enfrentados por essas famílias. Se a fala gerou qualquer tipo de dor ou desconforto, pedimos sinceras desculpas.
A intenção da Secretária foi alertar sobre a necessidade de uma abordagem responsável, cuidadosa, sem segmentações, banalizações ou classificações precipitadas que possam estigmatizar os alunos. Evitando assim que assuntos tão importantes sejam tratados como "campanhas" ou de forma momentânea.
Reforçamos que o objetivo central de sua mensagem é o fortalecimento da educação inclusiva, que busca oferecer suporte personalizado e respeitoso a todas as crianças, considerando suas singularidades.
Reiteramos nosso compromisso com uma educação que acolha, respeite e celebre as diferenças. Para nós, cada criança é única e merece as condições adequadas para crescer, aprender e prosperar. Estamos à disposição para ouvir as famílias, aprender com elas e continuar a construir um sistema educacional mais inclusivo e transformador.
Prefeitura de Jacobina
O projeto Alavancas, uma iniciativa do Instituto Rodrigo Mendes, tem sido destaque para promover a inclusão e a melhoria do ensino de matemática em Campo Formoso, no norte da Bahia. O Colégio Municipal Manoel Ricardo de Almeida, localizado no povoado de Baixio, foi um dos 10 municípios do país selecionados para participar desse projeto, que visa tornar a educação mais acessível e de qualidade.
O Colégio chega a atender 493 estudantes, incluindo 20 com deficiência, implementou o projeto “Educação para Todos e para Cada Um — Álbum de Figurinhas” com uma turma do 3º ano do ensino fundamental. A cidade registra um desempenho fraco na educação básica, destacando demandas para o ensino local.
Entrada da cidade de Campo Formoso | Foto: Reprodução / mateus Pereira
Segundo dados divulgados em agosto pelo Ministério da Educação (MEC) através do Índice da educação básica (IDEB) mostram que o município de Campo Formoso não chegou a atingir a meta estabelecida para 2023, pontuado somente 3.8 com uma meta de 4.5, ou seja, tendo uma a classificação de “insuficiente” no ranking sobretudo em Matemática.
Através do curso de formação do projeto Alavancas, as professoras como Gileusa Torres, Iraildes Silva e Valdione Santos aplicaram o método de ensinar matemática usando álbuns de figurinhas para ensinar o sistema monetário brasileiro.
O projeto envolveu quatro aulas, onde as crianças compravam pacotes de figurinhas com dinheiro fictício, aprendendo a lidar com troco e a realizar trocas entre colegas. A abordagem prática permitiu que os alunos desenvolvessem habilidades de cálculo e argumentação, além de melhorar a interação social
A ideia foi adaptar o conteúdo para a realidade dos alunos, muitos filhos de vendedores e feirantes, permitindo que vivenciassem situações práticas de compra e venda, como explica a professora da escola, Gileusa Torres.
“Nos envelopes, havia oito figurinhas, sendo que uma sempre era repetida, para provocá-los a realizar a troca entre eles. Da mesma maneira, cabia a eles entregar à banca o valor correto para a compra de cada pacote e conferir o troco. Eles podiam adquirir quatro pacotes por dia, mas não de uma vez”, conta Gileusa Torres.
Aluna sendo instruída a usar o método pela professora | Foto: Divulgação / Renato Ramalho
Selene Coletti, gestora e colunista da Nova Escola, destacou que a presença de estratégias significativas para a aprendizagem é o segredo, elogiando o projeto pela sua conexão com a realidade dos alunos e pelo impacto positivo observado.
“Um exemplo de sucesso é conhecer seus estudantes e planejar diferentes maneiras, como essa do álbum ou outras brincadeiras com objetivo de favorecer a aprendizagem. Depois, levar para a turma, as possibilidades, demonstrando que os interesses de cada um poderão ser contemplados em outros momentos”, destaca a gestora.
O Instituto Rodrigo Mendes, responsável pela instrução do projeto, explica que para essa realização foi necessário financiamento e parcerias, entre elas o apoio do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Movimento Bem Maior, do Instituto Ambikira e do Instituto Machado Meyer.
Em contato com o Bahia Notícias, representantes na atuação do projeto na cidade explicaram que o desempenho do trabalho foi notável e inclusivo devido aos esforços dos professores locais. Como explica Valdione Santos, coordenadora pedagógica no Colégio.
“O Alavancas contribuiu de modo muito significativo com a formação continuada dos professores de Campo Formoso: incentivou o uso de práticas pedagógicas inovadoras na sala de aula e o desenvolvimento de metodologias ativas, habilidades significativas, trabalho em equipe e protagonismo de todos os alunos”, afirma a coordenadora.
Para Katia Cibas, em entrevista ao Bahia Notícias, coordenadora de formação no Instituto Rodrigo Mendes, ações como essa mudam muito a individualidade de cada aluno do colégio: “O aluno com transtorno do espectro do autismo (TEA), especificamente, passou a interagir mais com os demais colegas e participar das atividades propostas em sala de aula”, confirma Katia.
“Os professores encararam com garra o desafio da implementação. Os familiares, especificamente, no início estavam um pouco receosos e com dúvidas sobre o projeto do álbum de figurinhas, se era uma iniciativa válida para a aprendizagem. Mas ao notar que os alunos estavam engajados, satisfeitos e aprendendo, entenderam ser uma experiência positiva”, responde à instituição.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.