Artigos
A Política Brasileira: um Espelho Bíblico da Vaidade
Multimídia
Ivanilson afirma que PV fará reavaliação de filiados e admite: “Servimos sim de barriga de aluguel”
Entrevistas
Diego Brito avalia gestão a frente da Transalvador e celebra redução de acidentes fatais em Salvador
dia nacional do livro infantil
Quantas histórias marcaram as gerações brasileiras ao longo dos anos? De 1920 a 2016, o Sítio do Pica Pau Amarelo e suas adaptações encantaram o público com a magia brasileira, com príncipe, marquês e personagens folclóricos… Não foi a única história que atravessou gerações, Menino Maluquinho, com sua panela na cabeça desde 1980, Turma da Mônica, Chico Bento… diversas obras mantiveram sua magia ao longo dos anos, em meio às páginas e às telas.
Essas são apenas algumas histórias que fazem parte do conjunto mágico da Literatura Infantil brasileira, celebrada nesta sexta-feira, 18 de abril. Novas histórias surgiram, grandes autores criaram mundos, alcançaram novas crianças e contribuíram para a manutenção de mais gerações leitoras.
Segundo o Catálogo Literário Bahia para as Infâncias 2024, da autora infantil Emília Nuñez, só no estado cerca de 122 livros foram publicados por autores baianos no ano passado. A própria Emília, vencedora do Prêmio Jabuti 2023, na categoria infantil, com o livro “Doçura”, ilustrado por Anna Cunha, possui mais de 20 livros publicados para o público infantil.
Em Doçura, Emília trata justamente da formação do leitor e a importância da leitura na infância. Ao Bahia Notícias, a autora falou sobre o assunto. “A gente lê para uma criança, com uma criança, a gente presenteia ela com nossa presença, a gente presenteia com palavras”, explicou.
A autora, que também é sócia da Editora Tibi, explicou que a leitura na infância é importante para constituição do futuro dessa criança. “Isso vai fortalecendo a identidade dessa criança, vai fortalecendo a empatia, porque nas histórias, a gente pode conhecer histórias muito parecidas com a nossa vida, mas a gente também pode conhecer histórias muito diferentes”, contou ao Bahia Notícias.
Emília explicou que, por se tratar de um público especial, é importante que o autor não tenha medo de tocar em nenhum tema. “Eu acho que os autores e também os pais, professores que leem, elas têm que ter essa confiança assim de que a criança é um ser que pensa, que se comove e que se movimenta a partir das coisas que a gente conversa com elas”.
Conforme a 6ª edição da pesquisa Retratos da Leitura, do Instituto Pró-Livro (IPL), em 2024, 62% dos entrevistados, entre 5 e 10 anos, é leitor, entre 11 e 13 anos, são 81%. Entre 5 a 10 anos, os leitores teriam lido cerca de 7,27 livros no ano. Já na faixa entre 11 a 13 anos, leram 7,56 livros lidos. Segundo a pesquisa, são as faixas etárias que mais leram no país em 2024.
Fora de casa, uma grande oportunidade de criar um contato maior entre as crianças e a literatura é por meio de eventos literários, lançamentos de autores do gênero e bibliotecas. Em Salvador, a Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, da Fundação Pedro Calmon, possui uma área de leitura e acervo especial para crianças, além de oferecer ações culturais.
Pela Bahia, cerca de 80 festas literárias são esperadas para 2025. De acordo com Emília, esses momentos de interação entre o leitor mirim e o autor proporcionam uma sensação de importância para a criança.
“Quando a criança conhece o autor, primeiro ela se sente muito importante e depois ela percebe que ela também pode escrever um livro. Porque antigamente a gente ficava muito distante dos autores, parecia que era algo inacessível e hoje, quando você encontra um autor perto, numa feira literária, num lançamento de livro, na escola, as pessoas pensam ‘puxa, eu também posso escrever’”, compartilhou Emília.
Dando corda à imaginação e à criatividade, os livros são importantes ferramentas para o desenvolvimento intelectual e cultural das crianças. Celebrando a importância do gênero na literatura, nesta terça-feira (18) é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil. Na Bahia, encontramos diversos autores que investem em escritos dedicados aos pequenos leitores, principalmente quando aliado ao recorte afro-brasileiro. Pensando em fomentar a literatura negra infantil, o BN Hall separou cinco obras de autores baianos. Conheça:
“O MENINO DE ASAS INVISÍVEIS” POR RICARDO ISHMAEL
O segundo livro publicado pelo jornalista e apresentador Ricardo Ishmael conta a história de Hadouk, um menino que deseja saber o que existe quando o mar “acaba”. Para isso, ele viaja nos pensamentos e é presentado misteriosamente com asas que o direcionam para a África em busca da sua história. A obra narra as aventuras de um menino sonhador e da sua bisavó centenária, a Bisa Bargé, unindo em seu enredo amor, família e ancestralidade.
Utilizando a técnica da pintura manual, seguida da digitalização, o ilustrador e designer gráfico George Lopes assinou as ilustrações da obra. O livro foi produzido pela Mojubá Editora, que também disponibiliza as outras publicações do autor, como “Deu a Louca na Bicharada!" e “A Princesa dos Olhinhos Preguiçosos”.
“AZIZA: A PRECIOSA CONTADORA DE SONHOS” POR CÁSSIA VALLE E LUCIANA PALMEIRA
Escrita pelas autoras Cássia Valle e Luciana Palmeira, a obra narra a história de Aziza, uma menina sonhadora, que ama e valoriza suas raízes africanas. O livro também aborda o bullying e o preconceito racial nas escolas. Através dos sonhos, a protagonista combate um dragão raivoso com seus poderes mágicos representados pela sua autoestima e reconhecimento da ancestralidade.
A obra é indicada para crianças de 5 a 12 anos e é acompanhada por uma trilha sonora original composta por Cell Dantas, além de ter narração em português e inglês que podem ser acessadas online por meio de um QR Code impresso no livro. “Aziza: a preciosa contadora de sonhos” tem as ilustrações de Edson de Souza. As baianas também são autoras da obra “Calu: uma menina cheia de histórias”.
“HISTÓRIA PRETINHA DAS COISAS - AS DESCOBERTAS DE ORI” POR BÁRBARA CARINE SOARES
A doutora, professora e idealizadora da Escola Afro-Brasileira Maria Felipa, Bárbara Carine, desenvolveu a obra que valoriza a intelectualidade negra nas ciências e suas tecnologias, além de abordar a relevância de mulheres cientistas e a naturalização das famílias fora dos padrões heteroafetivos.
Remontando invenções e personalidades reais históricas africanas e afrodiaspóricas, a narrativa apresenta a menininha “Orí” como protagonista e também tem como objetivo construir uma visão acerca do continente aafricano de forma positiva e potente. A obra tem ilustrações do artista Cau Luís.
“THEMBA: O MENINO REI” POR MARCOS CAJÉ
Escrito por Marcos Cajé, escritor e Mestre em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas, o livro aborda a história de Themba, um menino soteropolitano que conhece suas raízes africanas por meio dos contos do seu avô Didi. A narrativa apresenta conhecimentos culturais, geográficos e históricos a partir do olhar de criança de Themba, que ama compartilhar com seus colegas tudo que sabe sobre sua ancestralidade.
Com a tecnologia integrada à obra, “Themba: o Menino Rei” fornece três QR Codes para deixar a leitura mais completa e divertida. Através da ferramenta é possível acessar a música de Themba, fotos e ilustrações para colorir e um glossário interativo com os significados dos locais por onde Themba viaja em seus sonhos. As ilustrações são assinadas por Cau Luís.
“A MENINA DOS CABELOS DE ALGODÃO” POR WYNNE CARVALHO
Desenvolvida pela jornalista e escritora Wynne Carvalho, a obra aborda de forma leve a relação que as crianças negras estabelecem com seus cabelos. Com uma narrativa baseada na autoestima e representatividade, a autora apresenta “Dada” uma criança que se encontra em uma situação de estranhamento após ter sido ofendida na escola por conta do seu cabelo black power.
O livro traz os personagens com nomes africanos e traços estéticos pensados para gerar identificação nas crianças, além de contar com ilustrações didáticas para que crianças que ainda não sabem ler acompanhem a narrativa. “A menina dos cabelos de algodão” foi o primeiro livro publicado pela autora.
Siga o @bnhall_ no Instagram e fique de olho nas principais notícias.
Em comemoração ao Dia Nacional do Livro Infantil, o Núcleo Educativo do Museu de Arte da Bahia realiza, nesta terça-feira (16), a partir das 14h, oficinas e atividades lúdicas sobre a concepção e elaboração de um livro.
O evento contará com a participação da escritora Neide Cortizo, autora premiada de livros infantis, entre eles, "Viagens e Descobrimentos". Estão confirmadas ainda as presenças de alunos da Escola Via Ponte, que confeccionarão um pequeno "Livro de Artista".
Já no dia (23), na biblioteca do MAB, às 14h, será realizada uma nova atividade lúdica para as crianças, com contação de história pela escritora Terezinha Passos, autora do livro "Meu Vovô Encantado" e confecção do "Livro do Artista". Neste dia, a Oficina contará com a participação dos alunos da escola Municipal Paroquial da Vitória.
SERVIÇO
O QUÊ: Oficina de criação de livros e contação de histórias para crianças
QUANDO: Terça-feira, 16 e 23 de abril, às 14h
ONDE: Museu de Arte da Bahia – Corredor da Vitória – Salvador (BA)
VALOR: Evento gratuito
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.