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carlos suarez
O empresário baiano Carlos Suaréz contratou o ex-presidente Michel Temer para representar a Cigás, sua distribuidora de gás no Amazonas, no processo judicial bilionário em torno da transferência da Amazonas Energia para a Âmbar. A Âmbar, pertencente aos irmãos Joesley e Wesley Batista, comprou 12 usinas térmicas da Eletrobras na Região Norte em junho passado.
Segundo informações divulgadas pela jornalista Malu Gaspar, Suarez foi um dos empresários que disputaram a compra das usinas da Eletrobras no Amazonas com os irmãos Batista, mas foi excluído logo no início das negociações por ter ofertado valor menor. As 12 usinas foram vendidas para a Âmbar Energia por R$ 4,7 bilhões e foi “beneficiada” por uma Medida Provisória publicada três dias depois que fechou a operação e valorizou substancialmente o valor do parque térmico comprado.
Temer já atua contra os irmãos Batista em outro caso de cifra bilionária – a disputa entre a J&F e a indonésia Paper Excellence pelo controle da Eldorado Celulose - na posição de consultor jurídico da Paper.
No entanto, o embate também possui histórico político: Temer foi alvo da delação premiada dos irmãos Batista, que levou à apresentação de duas denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR), uma por corrupção passiva, outra por obstrução de Justiça e organização criminosa. Todas foram barradas pela Câmara dos Deputados em 2017.
A venda para a Âmbar foi parar na Justiça após um impasse entre o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que não aprovou a transferência das ações. Em julho, uma medida provisória do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, repassou os R$ 150 milhões mensais do custo das usinas para as contas de luz pagas pelos consumidores, o que eliminou boa parte do risco da operação.
E o Ministério Público deu à Aneel 60 dias para criar uma solução para a Amazonas Energia, que é a principal cliente das usinas compradas e está quebrada. As regras oficiais definem que a concessão deveria ser devolvida à União, que assumiria a distribuidora e o prejuízo.
Com a MP, os irmãos Batista poderiam assumir também a distribuidora e controlar todo o fornecimento de energia na Região Norte – área crucial para os negócios de Suarez. A Justiça do Amazonas definiu, por sua vez, que a Aneel deveria autorizar a transferência do controle da Amazonas Energia para os Batista em 48 horas.
A decisão não foi cumprida e é nesse cenário que Temer está entrando para atuar em nome dos interesses do grupo de Carlos Suarez.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jaques Wagner
"Te afianço que vamos corrigir, tanto em cima como embaixo".
Disse o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), durante a discussão na Comissão de Assuntos Econômicos sobre o projeto que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, indicando que a faixa de cobrança dos chamados “super-ricos”, que ganham acima de R$ 600 mil, precisaria ser retificada a cada ano.