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Fundada em Salvador, em 2018, a startup baiana Solos vem ganhando destaque no cenário nacional ao oferecer soluções de economia circular com foco em sustentabilidade, gestão de resíduos e impacto social. Em 2024, a empresa foi reconhecida como uma das 100 Startups to Watch, na categoria de impacto, em uma iniciativa promovida pelas revistas Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Valor Econômico e Época Negócios, em parceria com a Elogroup e a Innovc. A seleção, divulgada anualmente, destaca as startups mais promissoras do país.
Fundada por Saville Alves, de 33 anos, a Solos conquistou a confiança de gigantes como Braskem, Heineken, iFood e Nubank, além de atuar em parceria com as prefeituras de cidades como Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
“O segmento onde atuamos exige credibilidade. O mais importante não é o melhor preço nem a entrega mais rápida, mas ser autoridade no assunto. Quem nos contrata busca alguém em quem confiar para se associar. Premiações como estar entre as 100 Startups to Watch são fundamentais para calcificar essa autoridade”, afirmou Saville à revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios.
Uma das mais relevantes foi (e continua sendo) a ideia de que “lixo não é de ninguém”. Segundo Alves, todo mundo produz, mas ninguém quer saber dele. “Somos todos corresponsáveis por gerar e dar destino correto aos resíduos”, destacou.
De acordo com o relatório “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2024”, produzido pela Abrema (Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente), apenas 8% dos resíduos sólidos são reciclados no Brasil. “Isso está muito aquém do necessário”, disse Alves.
A startup de Saville Alves vem atuando para contribuir com a melhora desse número. Para isso, atua em três principais frentes. A primeira tem a ver com educação por meio de experiências e conteúdos sustentáveis. “Oferecemos palestras e oficinas, tanto para alunos quanto para o corpo docente. Em geral, os programas duram cerca de quatro meses, metade do ano letivo, e intercalamos conteúdo teórico e prático”, explicou a empreendedora.
A segunda frente é o desenvolvimento de projetos de sistemas de coleta inteligente, que incluem modelos que facilitam o descarte de embalagens, coleta porta a porta, transporte até os pontos de entrega, impulsionamento de cooperativas e gestão de dados de logística reversa.
A terceira frente de atuação é a gestão dos resíduos de grandes eventos, do planejamento à execução. A Solos faz isso no Carnaval de rua de cidades como Salvador, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, onde uma infraestrutura é montada com coletores para receber os resíduos, com profissionais autônomos e conscientizados munidos de equipamentos de proteção individual (EPIs).
O trabalho da Solos já gerou R$ 6,6 milhões de renda para cooperativas e catadores e direcionou 1,7 mil toneladas de resíduos para reciclagem. “São 2,5 milhões de pessoas engajadas a partir de nossas ações de conscientização”, comemorou Saville Alves.
Atualmente, a Solos opera com cerca de 30 colaboradores: 90% são mulheres, que ocupam 100% dos cargos de liderança. “Também temos 40% de pessoas pretas ou pardas, 35% LGBTQIA+, eu incluída, e 27% de pessoas oriundas da periferia. Considero essencial que nosso negócio contemple diversidade, porque assim teremos diferentes identidades e interesses no dia a dia”, definiu.
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O empresário Nelson Tanure e o grupo Novonor (antiga Odebrecht) assinaram um acordo de exclusividade com validade de 90 dias para negociar a possível aquisição do controle da Braskem (BRKM5). A informação é do site BP Money, parceiro do Bahia Notícias, e marca um avanço nas tratativas que podem alterar significativamente o comando da petroquímica brasileira.
Segundo fontes ouvidas, a proposta apresentada por Tanure não inclui uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) voltada aos acionistas minoritários. Isso significa que, mesmo em caso de concretização da transação, não haverá obrigatoriedade de compra das ações detidas por esse grupo, prática comum em mudanças de controle societário.
Ainda conforme divulgado, o acordo não prevê cláusula de “tag along”, mecanismo que assegura aos acionistas minoritários o direito de vender suas ações nas mesmas condições oferecidas ao controlador em uma eventual venda da empresa.
A movimentação intensificou as expectativas no mercado financeiro quanto ao futuro da Braskem, uma das maiores companhias do setor petroquímico da América Latina.
O empresário Nelson Tanure fez uma oferta para comprar a empresa Braskem (BRMK5) nesta sexta-feira (23). Segundo a BP Money, parceiro do Bahia Notícias, a informação da oferta causou um aumento nas ações da organização, que subiram 9,45%, cotadas a R$ 11,12, às 12h35, após a coluna de Lauro Jardim, do Globo, informar a possível compra.
De acordo com a reportagem, a companhia enfrenta um período de prejuízo financeiro em suas contas internas. O empresário demonstrou interesse em ter a totalidade de maior e mais endividada petroquímica da América Latina.
Cerca de 50,1% das ações com direito a voto já são obtidas pela Novonor (Odebrecht) e o resto a Petrobras. De acordo com a publicação, outras mudanças de controle na Braskem terão que ser negociadas com o Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES, que são os credores da entidade.
Interlocutores indicaram que caso o negócio seja firmado, a Odebrecht ficaria com 5% da empresa. Durante o primeiro trimestre de 2025, a dívida líquida da Braskem em 2025 foi de US$ 6,6 bilhões, 25% a mais do que o registrado o mesmo período de 2024.
A especulação chega em meio a um inquérito da Polícia Federal (PF) aberto pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2024, apontar o empresário Nelson Tanure, por ser o possível dono do Banco Master. Oficialmente, o dono é Daniel Vocaro. Tanure não comenta sobre o assunto.
O banco, com situação financeira difícil, recebeu uma proposta de venda por R$ 2 bilhões, feita pelo Banco de Brasília (BRB) no mês passado. O Master se diz como auditado “de forma independente, certificando a robustez, seriedade e transparência das informações aos órgãos de controle”.
Após aplicar cerca de R$ 1,2 bilhão em ações de manutenção e melhoria de processos nas operações da Bahia em 2023, e um total de R$ 650 milhões neste ano, a Braskem apresentou nesta terça-feira (17), o balanço de final de ano da empresa durante 2024 no estado.
As avaliações chegam após a Braskem representar 10% de toda a produção baiana e auxiliarem com R$ 3,5 bilhões na arrecadação de impostos. A empresa atualmente tem uma fábrica no Polo Industrial de Camaçari.
Em um almoço para imprensa no restaurante Amado, em Salvador, o diretor industrial da entidade, Carlos Alfano, analisou e resumiu acerca dos resultados obtidos pela empresa ao decorrer do período.
Foto: Victor Hernandes / Bahia Notícias
“Eu diria assim, o ano de 2024 foi um ano bastante desafiador, visto o cenário do setor petroquímico que a gente tem visto. Temos passado um dos maiores ciclos de baixa, tanto em intensidade como em período, que tem sido bastante longo. Dentro do cenário que a gente tinha projetado, estamos bem em linha, talvez um pouquinho ali abaixo, mas em linha com o que a gente tinha projetado, porém, é um resultado bem desafiado dentro desse momento que vive a indústria nacional e a indústria mundial”, considerou Alfano.
O porta-voz elencou ainda que um dos desafios enfrentados pela instituição é relacionado com a otimização de custos. Carlos revelou também que um dos desafios a ser enfrentados e uma das metas do grupo para 2025 é a busca pela ampliação e eficiência da competitividade.
“Temos trabalhado muito forte em aumento de competitividade, em otimizações de custos para poder enfrentar esse cenário. Eu diria que a indústria e a Braskem têm feito a sua parte, investindo para poder conseguir melhorar a competitividade. Esse ano a gente já fez uma redução de investimentos após dois anos que investimos pouco mais de um R$ 1 bilhão por ano aqui na Bahia. Em 2024 reduzimos para em torno de 650 milhões de reais devido a esse cenário desafiador, mas nos dois anos anteriores estávamos nos preparando com ações para melhorar a nossa competitividade”, contou.
O diretor ainda explicou qual será as metas da empresa para o próximo ano na Bahia, a exemplo da otimização de custos.
“Eu diria que em 2025 a gente vê um cenário muito parecido nesse caminho, com ainda um volume grande de produtos importados entrando aqui no Brasil. Então a gente precisa no próximo ano manter todas as ações de otimização de custos, tanto de custos fixos como de custos variáveis, de investimentos, e trabalhar com o governo para criar condições de uma política industrial para o Brasil, de criar condições que ajudem a indústria nacional a enfrentar e passar por esse momento tão desafiador”, complementou.
BRASKEM NA BAHIA
A empresa, de nível global, tem 8 unidades na Bahia e com uma capacidade de produção de 5 milhões de toneladas de produtos por ano. A Braskem ainda é responsável por gerar mais de 5 mil empregos diretos e indiretos no estado. No geral, são mais de 13 mil empregos impactados, o que considera o “efeito-renda” da operação local, registro maior do que a população de 130 cidades baianas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Estudos indicam que as operações da empresa na Bahia contribuem com R$ 3,5 bilhões na arrecadação de impostos e representam 10% da produção estadual. Essa estimativa é feita com base na Matriz de Insumo-Produto (MIP), ferramenta utilizada para inferir o impacto direto e indireto de um setor na economia.
A empresa tem importante contribuição também no desenvolvimento social local. Em 2024, foram investidos mais de R$ 1,3 milhão em 13 projetos sociais, com cerca de 9,2 mil pessoas beneficiadas de forma direta e indireta. As iniciativas foram realizadas em cinco municípios baianos: Camaçari, Candeias, Dias d'Ávila, Simões Filho e Salvador. Os esforços são direcionados para projetos nas áreas de economia circular e mudanças climáticas; educação profissional e tecnológica; e inclusão social, visando apoiar a transformação de realidades e o empoderamento das pessoas.
Entre os projetos, destacam-se o Corais de Maré, que utiliza o plástico e outros produtos para recuperar corais nativos da Baía de Todos-os-Santos; o Plastitroque, que promove o descarte consciente e a reciclagem nas comunidades, e o Empreendedoras Braskem, que capacitou quase 100 mulheres para empreender.
Foto: Victor Hernandes / Bahia Notícias
Uma unidade da Braskem, do Polo Industrial de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), foi atingida por uma explosão na madrugada desta segunda-feira (18). Segundo o Corpo de Bombeiros, o fato ocorreu por volta de 3h da madrugada na fábrica que produz resinas termoplásticas.
Explosão atinge fábrica da Braskem no Polo Industrial de Camaçari
— BN Municípios (@BNMunicipios) November 18, 2024
Imagem: Aratu ON pic.twitter.com/oIoDTzShk9
A Defesa Civil de Camaçari informou que a explosão se deu na tubulação de apenas um galpão da empresa, que estava em manutenção e vazio. Por isso, não houve registro de feridos.
Foto: Reprodução / TV Bahia
Conforme a TV Bahia, durante a explosão, moradores dos bairros Mangueiral, Parque Satélite e Gravatá chegaram a ficar assustadas devido à vibração causada.
Além da brigada do Polo Industrial, agentes do Corpo de Bombeiros também atuaram no controle da fumaça. Todo o perímetro do local foi isolado e o fogo já foi controlado, acrescentou a Defesa Civil de Camaçari.
Em nota, a Braskem informou que por volta das 2h30 desta segunda providenciou a evasão da unidade industrial PVC1, devido à ocorrência de incêndio, e disse que não houve vítimas.
"A unidade afetada encontrava-se com a operação parada para manutenção planejada e as demais plantas não foram impactadas. As equipes de atendimento e combate a emergências atuaram imediatamente e a ocorrência já se encontra controlada. A Braskem está iniciando a apuração das causas desta ocorrência", diz a empresa. "(Atualizado às 10h41)
Por unanimidade, a Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) rejeitou recurso da Braskem S.A. que questionava a sua responsabilização pelo pagamento de parcelas devidas a uma técnica de enfermagem dispensada em razão das dificuldades financeiras do hospital no qual trabalhava, afetado pelos problemas ambientais causados pela atividade da mineradora em Maceió, Alagoas.
A Braskem está envolvida em uma grave crise em Maceió devido aos danos causados pela extração de sal-gema na região. A atividade industrial provocou o afundamento do solo em diversos bairros, gerando riscos de desabamentos, deslocamentos de milhares de pessoas e danos ambientais irreversíveis.
A técnica de enfermagem era empregada do Sanatório Hospital Geral (Liga Alagoana contra a Tuberculose), que ficava na área afetada. A partir de 2020, segundo ela, o local virou “um verdadeiro cenário de filme de terror”, com rachaduras enormes no chão e nas paredes e salas e enfermarias interditadas.
De acordo com a trabalhadora, o hospital ficou “ilhado”, porque os prédios vizinhos foram evacuados e a região virou um “cenário de guerra”, com casas destruídas e saqueadas, ruas desertas e escuras, e assaltos.
Em razão da crise gerada por essa situação, a enfermeira confirmou que o hospital começou a atrasar salários e vale-transporte, levando-a a faltar ao trabalho em diversas ocasiões.
Em janeiro de 2022, ela foi dispensada por justa causa e acionou a Justiça para que a Braskem fosse solidariamente responsabilizada pelo pagamento de suas verbas rescisórias. Em novembro de 2023, o estabelecimento de saúde foi evacuado.
Em defesa, a Braskem argumentou que não poderia ser responsabilizada pelas dívidas trabalhistas do hospital e que a Justiça do Trabalho não tinha competência para julgar o caso em relação a ela, porque não havia relação de emprego com a técnica.
O juízo de primeiro grau reverteu a justa causa, mas acolheu a argumentação da mineradora e a excluiu da ação. O Tribunal Regional do Trabalho de Alagoas (TRT-AL), porém, reformou a sentença para reconhecer a competência da Justiça do Trabalho e condenou a Braskem solidariamente ao pagamento das verbas trabalhistas devidas à técnica de enfermagem, além de indenização por danos morais de R$ 5 mil por atraso nos salários.
A ministra Liana Chaib, relatora do recurso de revista da Braskem, manteve a competência da Justiça do Trabalho. Ela destacou que, embora não houvesse relação de trabalho com a Braskem, a inadimplência do hospital estava diretamente relacionada ao desastre ambiental causado pela mineradora.
Para fundamentar a decisão, a ministra aplicou por analogia a chamada “teoria do fato do príncipe”. Ela é normalmente usada em casos em que atos do poder público, mesmo legítimos, têm impacto em contratos entre particulares e impedem o cumprimento de obrigações. Casos desse tipo estão sob a competência da Justiça do Trabalho quando envolvem contratos de emprego, por exemplo.
A situação discutida no processo, para a relatora, é semelhante: embora não se trate de um ato do Estado, a atuação da Braskem e as consequências de suas atividades acabaram envolvendo a relação de trabalho. “Os mesmos requisitos da teoria do fato do príncipe estão presentes: fato inevitável (desocupação da área em razão da degradação ambiental); ausência de culpa do empregador (o hospital); e impossibilidade de continuação do contrato de trabalho, tudo isso pela atuação de um terceiro que não integra a relação de emprego (no caso, a Braskem)”, explicou.
A ministra também defendeu que a competência da Justiça do Trabalho se baseia no princípio do poluidor-pagador. Previsto na Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998), ele determina que quem causa um dano ambiental deve repará-lo em todas as esferas sociais. “A degradação ambiental causada pela Braskem merece reparo nas diversas esferas que foram violadas, sendo uma delas a garantia dos direitos trabalhistas da profissional”, concluiu.
A Braskem (BRKM5) registrou, no primeiro trimestre de 2024, um prejuízo líquido de R$ 1,39 bilhão, em comparação com as perdas de R$ 242 milhões no mesmo período do ano passado. Segundo a BP Money, o resultado significa uma melhora em relação ao trimestre anterior, onde foi obtido um prejuízo de R$ 1,751 bilhão, segundo o balanço trimestral da organização.
De acordo com a publicação, o resultado do período foi de R$ 1,345 bilhão, revertendo o lucro de R$ 184 milhões do primeiro trimestre de 2023, conforme o prejuízo líquido atribuível aos acionistas. O prejuízo deste ano, porém, seria 15% menor do que as perdas de R$ 1,575 bilhão do quarto trimestre do ano anterior. Já o Ebitda recorrente alcançou R$ 1,140 bilhão no período. A marca seria um crescimento de 7% em relação ao ano anterior e um aumento de 9% em comparação com o trimestre anterior.
A Braskem relacionou esse crescimento sequencial do Ebitda ao aumento nos spreads de polietileno (PE), polipropileno (PP) e aos principais produtos químicos no mercado internacional. Já na receita líquida foi totalizada uma quantia de R$ 17,920 bilhões, onde foi constatada uma queda de 8% em relação ao ano anterior, porém um crescimento de 7% em comparação com o trimestre anterior.
O registro das quantias chega após a Braskem anunciar, na última segunda-feira (6), que a estatal de petróleo, Abu Dhabi, Adnoc, desistiu das negociações com a Novonor (ex-Odebrecht) para ter participação da empresa na petroquímica brasileira.
A Petrobras está considerando a possibilidade de adquirir a participação da empreiteira baiana Novonor (ex-Odebrecht), na Braskem (BRKM5), que está à venda. A informaçao foi dada pelo próprio presidente da petroleira, Jean Paul Prates, durante entrevista à agência epbr, em Houston, no Texas (EUA).
De acordo com informações do BP Money, parceiro do Bahia Notícias, se não houver interessados, a Petrobras pode buscar sozinha um sócio para o ativo. A Novonor tem buscado vender sua participação na petroquímica há algum tempo, porém, até o momento, sem sucesso.
Recentemente, o grupo de Abu Dhabi Adnoc desistiu de seguir com negociações pela participação, após ter feito em novembro uma oferta não vinculante de 10,5 bilhões de reais. “Não havendo comprador, a gente pode até eventualmente fazer a aquisição e sair de novo, fazer um ‘farm out’ de participação nós mesmos”, disse Prates.
“Ou podemos obviamente assistir todo esse processo (de venda), participar dele, e não exercer a opção ao final em função do sócio ser adequado e das proporções e dos acordos serem satisfatórios para nós.” No mês de fevereiro, o executivo havia afirmado à Reuters que tinha a expectativa de ter um sócio no ativo, para dividir a gestão.
PETROBRAS E UNIGEL
A Petrobras também anunciou um novo adiamento para o início da vigência do seu contrato mais controverso sob a atual administração, o acordo com a petroquímica Unigel. As informações pertencem à coluna de Lauro Jardim, do jornal “O Globo”.
Essa decisão vem após a área técnica do TCU recomendar a suspensão do contrato, citando riscos de prejuízo significativo para a estatal, próximo a meio bilhão de reais, e apontando indícios de irregularidades graves.
O contrato, originalmente firmado em 29 de dezembro, teve seu início previsto para fevereiro, adiado para março e, posteriormente, para 28 de abril. Agora, a Petrobras optou por aguardar mais 60 dias antes de colocá-lo em prática.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que a petroquímica Braskem pague o plano de saúde de um ex-funcionário diagnosticado com leucemia após 32 anos de atuação no Polo Industrial de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Segundo o químico, a doença foi ocasionada após anos de exposição ao benzeno.
Quando procurada pelo Bahia Notícias, a Braskem alegou que não comenta processos em andamento na Justiça.
Conforme divulgado pelo TST nesta segunda-feira (11), o colegiado deferiu um mandado de segurança para o trabalhador, válido até a decisão da reclamação trabalhista. No processo, o homem alegou ter exercido diversas atividades na empresa e ter sido exposto a agentes químicos altamente nocivos, como o benzeno, substância química volátil e inflamável. O trabalhador também documentou vazamentos de benzeno na unidade industrial em várias ocasiões.
O homem relatou ter sido contratado em novembro de 1987, sem problemas de saúde. Entre maio de 2018, a partir do diagnóstico da doença, e 2019, o funcionário da Braskem ficou afastado para tratamento, recebendo auxílio-doença por acidente de trabalho do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo ele, a demissão foi homologada logo após o término do período de estabilidade na empresa.
Após o desligamento, ele teria sido obrigado a assumir integralmente os custos do plano de saúde, com uma aposentadoria muito menor do que o valor que recebia em atividade. O funcionário relatou que, mesmo após o INSS ter identificado a relação entre a doença e a exposição ao benzeno, a empresa não teria reconhecido a responsabilidade pela doença.
O homem entrou com a liminar para que a Braskem custeasse o plano de saúde e as despesas adicionais necessárias para a continuidade do tratamento médico. Em 2021, após o pedido de liminar ser negado pela 2ª Vara do Trabalho de Camaçari e, posteriormente, pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT), por falta de provas de que a leucemia foi adquirida devido ao trabalho, o pedido foi encaminhado ao Tribunal Superior do Trabalho. O TST, por sua vez, determinou, por unanimidade, que a Braskem pague integralmente o plano de saúde de um químico.
O relator do recurso, ministro Douglas Alencar Rodrigues, considerou haver inúmeros relatórios médicos indicando que o aposentado foi diagnosticado em maio de 2018 e terá de usar medicação por tempo indeterminado, com monitoramento da doença por toda a vida. Destacou também que, na perícia do INSS para contagem especial do período em que esteve exposto ao agente nocivo, consta que ele fora exposto ao hidrocarboneto aromático benzeno.
O ministro assinalou que o Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão auxiliar do Ministério da Saúde, indica diversos efeitos crônicos da exposição ao benzeno, incluindo desenvolvimento de cânceres sanguíneos de vários tipos, como as leucemias. Observou, ainda, que o Decreto 3.048/1999 indica as leucemias como doenças relacionadas ao benzeno.
A Defensoria Pública da União (DPU), a Braskem, a Federação de Pescadores de Alagoas (Fepeal) e a Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA) assinaram, nesta terça-feira (6), acordo de indenização em prol de pescadores e marisqueiras pelos prejuízos causados pela restrição de navegação em parte da Lagoa Mundaú, em Maceió (AL). A limitação foi determinada no final de novembro devido ao risco de colapso e afundamento de uma das minas operadas pela petroquímica. O acordo foi submetido à homologação da 30ª Vara Cível da Comarca de Maceió.
Na ocasião, a prefeitura de Maceió decretou estado de emergência e a Capitania dos Portos de Alagoas (CPA) proibiu o tráfego de embarcações em parte da lagoa, o que, consequentemente, levou a suspensão da pesca na região dos Flexais, Bebedouro, Mutange, Bom Parto, Ponta Grossa, Vergel, Levada e Chã do Bebedouro. A restrição afetou centenas de pescadores e marisqueiros que, agora, terão direito ao pagamento do valor de R$ 4.236, referente a três salários-mínimos. O montante deverá ser pago em parcela única.
O acordo acontece após recomendação feita pela DPU, Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) e pelo Ministério Público Federal (MPF) e no curso de uma das ações civis públicas ajuizadas pela Fepeal e pela CNPA, nas quais a DPU atuou na condição de custus vulnerabilis (guardiã dos vulneráveis), intervenção constitucional, autônoma e institucional no processo com o objetivo de subsidiar a tomada de decisão judicial.
“Todos os prejuízos causados à obtenção do mínimo substancial e a forma de vida dos pescadores e marisqueiras tradicionais da Lagoa Mundaú devem ser suportados financeiramente pela empresa, com base no princípio da reparação integral e do poluidor-pagador”, dizia um trecho da recomendação.
DIVISÃO EM GRUPOS
De acordo com o defensor regional de Direitos Humanos em Alagoas, Diego Alves, pelo ajustamento, a reparação atenderá dois critérios de elegibilidade: registral e territorial.
Para terem direito, todos os pescadores e marisqueiros devem possuir Registro Geral de Pescador (RGP) e/ou Protocolo de Solicitação de Registro (PSR) ativos/vigentes em 30.11.2023, data de emissão da portaria nº 77 da CPA, que restringiu a navegação em trecho da lagoa.
Em relação ao critério territorial, dois grupos foram formados. O primeiro engloba trabalhadores que, em 30 de novembro de 2023, já estavam filiados às Colônias Z4 ou Z5, situadas nas adjacências à área de restrição, ou filiados às demais colônias do entorno, desde que, no registro do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) haja a especificação de pesca em lagoa.
Após a homologação do acordo, a Braskem terá cinco dias para repassar os valores à Fepeal, que ficará responsável por fazer o repasse aos trabalhadores do grupo 1.
Já o segundo grupo vai esperar um pouco mais. Ele foi formado após resposta do MPA, em dezembro de 2023, a pedidos feitos pela DPU no curso dos processos. Consiste em cerca de 900 pescadores que atuam na Lagoa Mundaú, estão devidamente identificados no ministério, mas não associados às Colônias Z4, Z5 e adjacentes.
Como eles ainda precisam confirmar a residência nos bairros da área de restrição, na data em que houve a suspensão, a DPU ficou encarregada de prestar assistência para garantir o direito desses trabalhadores. A instituição auxiliará na obtenção da documentação, que incluirá uma declaração individual de impacto na renda familiar em razão da suspensão de navegação. Feito isso, a defensoria intermediará os acordos entre a Braskem e integrantes desse segundo grupo.
“Esse segundo grupo fará o acordo pela Defensoria Pública da União. São pessoas que estão identificadas e vão ter que comparecer na defensoria para comprovar a conta bancária, o endereço e assinar o termo”, explicou o defensor.
Após a homologação judicial do acordo, a DPU informará as datas e horários para atendimento dos 897 atingidos do segundo grupo, já previamente identificados. Até a divulgação dessa lista, os trabalhadores não precisam se dirigir à sede do órgão.
Diego Alves destaca ainda que, como possui natureza indenizatória, esses pagamentos não substituem ou impedem o recebimento do seguro-desemprego, nem descaracterizam a condição de segurado especial do pescador ou marisqueiro. Além disso, o acordo não prejudica o direito de trabalhadores que não estejam identificados nesses grupos de ajuizar ações judiciais para garantir indenizações em face de eventuais prejuízos.
Caso a restrição de navegabilidade perdure por mais de 90 dias contados de sua entrada em vigor - 30 de novembro de 2023-, as partes comprometeram-se a, em período não inferior a seis meses, rediscutir eventuais compensações adicionais em decorrência da continuidade da restrição.
Representantes da Corregedoria Nacional da Justiça e do Observatório de Causas de Grande Repercussão (OCGR) estão em Maceió para acompanhar a atuação das instituições do Poder Judiciário, Legislativo e Executivo local no caso Braskem. No primeiro dia de reuniões, realizado nesta quarta-feira (17), ficou estipulado um plano de apoio operacional para reforçar as equipes da Justiça Federal em Alagoas, local que tramita o maior número de processos relacionados ao caso.
A atuação conjunta da Corregedoria Nacional de Justiça e do Observatório, colegiado composto por integrantes do CNJ e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), busca alternativas que promovam agilidade no trâmite processual e a resolução das questões envolvendo a temática. O objetivo é agir de forma colaborativa para que os processos continuem recebendo o tratamento mais efetivo possível.
“Estamos aqui para identificar, ouvir e saber de que forma podemos ajudar para que os processos tramitem com eficiência e para que a população atingida possa ter respostas no tempo adequado”, destacou a secretária-geral do CNJ, Adriana Cruz.
O Observatório, que já vinha monitorando processos relacionados ao caso desde 2019, elevou para nível 3 a atenção para a situação no último mês de dezembro. Segundo a secretária, esse nível tem viés colaborativo e determina que os representantes do Observatório identifiquem e auxiliem a condução, de forma emergencial, para potencializar o provimento dos processos.
Na agenda desta quarta, os integrantes cumpriram agenda conjunta no Tribunal de Justiça de Alagoas, no Fórum da Justiça Federal e no Governo do estado. “A ideia é apoiar, identificar problemas e, juntos, construirmos soluções”, explicou o corregedor Nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, que também analisa como está a condução dos processos. “O plano de apoio operacional busca auxiliar as instituições, para que consigam conduzir com mais efetividade o trabalho diante desta complexa questão”.
A agenda segue até o fim desta semana, com programação que prevê visita à área que abrange cinco bairros atingidos, o equivalente a um quinto da área da zona urbana, além de encontros com parlamentares da Assembleia Legislativa de Alagoas, com representantes do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região, da Defensoria Pública de Alagoas e da Prefeitura de Maceió.
IMPACTOS
De acordo com dados da Secretaria de Fazenda de Alagoas, o dano causado no final de novembro passado pelo colapso de uma das 35 minas que exploram sal-gema no subsolo de Maceió, pode chegar a R$ 30 bilhões. Desde 2018, quando houve abalos sísmicos e construções em cinco bairros da capital, foram identificadas rachaduras nas paredes de diversas residências, a ponto de se tornarem inabitáveis. Cerca de 60 mil pessoas tiveram que abandonar endereços, além de escolas e hospitais. Segundo a Justiça Federal alagoana, nos últimos cinco anos, a 3ª Vara Federal fez a homologação de mais de 18 mil acordos entre a empresa Braskem e moradores atingidos.
Entre as vítimas das consequências do afundamento do solo na capital alagoana, há queixas a respeito do valor pago pela indenização dos imóveis e também pelos danos morais. Um grupo que reúne 6 mil pescadores alega prejuízo por causa das consequências daquele que, conforme autoridades do governo local, seria o maior desastre ambiental em área urbana da história.
“Tenho certeza que com essa avaliação do cenário encontraremos os melhores caminhos para trazer soluções para essa comunidade”, manifestou o conselheiro João Paulo Schoucair, que também integra a missão.
“Oportunidades como essa são importantes para que o Poder Judiciário e o Ministério Público prestem um melhor serviço à sociedade”, acrescentou o conselheiro do CNMP, Angelo Fabiano Farias da Costa, outro integrante do observatório.
ACOMPANHAMENTO
Atualmente, tramitam no Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) 1.099 processos relacionados ao caso. Os dados foram apresentados à comitiva do CNJ pelo presidente da corte estadual, desembargador Fernando Tourinho. Na ocasião, também foi apresentado, pela Corregedoria local, um painel de controle que permite a visualização da tramitação de todos os processos sobre o caso Braskem, em tempo real.
O sistema também permite um acompanhamento extrajudicial da regularização de posse de propriedades localizadas nas áreas atingidas. A ação, necessária para a indenização pela empresa, foi iniciada a partir de uma “Central do Morador”, instalada no bairro Trapiche da Barra. De acordo com o juiz auxiliar da Corregedoria de Alagoas, Anderson Santos dos Passos, já foram realizados 21.271 atos no âmbito deste projeto. “A nossa orientação é tentar reduzir os danos e indenizar as pessoas o mais rápido possível”, disse.
A procuradora Maria Tereza Uille Gomes, ex-conselheira do CNJ, elogiou a atenção e a eficiência das articulações que vêm sendo realizadas localmente. “Houve um trabalho de prevenção. E este acompanhamento pelo Observatório permitiu que houvesse um número menor de ações do que em Mariana, por exemplo, quando foram ajuizados quase 60 mil processos”, comparou.
A missão conjunta em Maceió se estende até a próxima sexta-feira (19), e pretende ouvir ainda pessoas atingidas, assim como mapear possíveis alternativas que promovam a resolução dos conflitos.
O Observatório de Causas de Grande Repercussão (OCGR), integrado por membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), e a Corregedoria Nacional de Justiça estarão em Maceió, entre hoje (17) e sábado (20) de janeiro, para acompanhar desdobramentos do caso Braskem.
A agenda inclui visitas institucionais com o Governo de Alagoas, com a Prefeitura de Maceió, com a Assembleia Legislativa do estado e com representantes da Braskem, além de outras instituições do Sistema de Justiça, como a Defensoria Pública.
Na mesma ocasião, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, realiza uma inspeção extraordinária nas varas federais, do Trabalho e estaduais em que tramitam processos sobre a tragédia ambiental, associados à extração mineral de sal-gema pela empresa petroquímica. O objetivo é verificar o andamento dos processos judiciais e articular medidas conjuntas para a melhor gestão dos litígios.
Na comitiva, estarão presentes a secretária-geral do CNJ, juíza Adriana Cruz, e os conselheiros do CNJ Bandeira de Mello e João Paulo Schoucair. Do CNMP, participam o corregedor nacional do órgão, conselheiro Moacyr Rey Filho, o conselheiro Ângelo Fabiano Farias da Costa e o secretário-geral do CNMP, Carlos Vinicius Alves Ribeiro.
O Observatório é composto por membros do CNJ e do CNMP, sob a coordenação das secretarias gerais de ambas as instituições. Em caráter nacional e permanente, o colegiado busca o aperfeiçoamento do Sistema de Justiça para enfrentar situações de alta complexidade, grande impacto e elevada repercussão ambiental, econômica e social.
Desde 2019, o caso Braskem é acompanhado pelo observatório e, em dezembro de 2023, o nível de acompanhamento foi elevado ao máximo, o nível 3, incluindo a realização do monitoramento contínuo e próximo junto às autoridades competentes.
Na agenda em Maceió, o grupo pretende, ainda, conversar com a população e representantes dos atingidos e fazer visita à área afetada. Conforme dados de dezembro de 2023, as consequências da mineração resultaram na desocupação de 14 mil imóveis na capital alagoana e mais de 60 mil pessoas tiveram que abandonar suas residências, escolas e locais de trabalho.
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (21), uma Operação para investigar crimes cometidos durante os anos de exploração de sal-gema em Maceió. A operação denominada de Lágrimas de Sal, tem o intuito de robustecer o conjunto probatório existente, conforme comunicou a PF, e tem como alvos um diretor e gerentes da empresa, que também tem unidades na Bahia.
A exploração de sal-gema na capital alagoana foi uma prática que ocorreu de 1976 a 2019. Os anos de exploração causaram uma grande instabilidade no solo de bairros da cidade, fazendo com que algumas regiões do município sofressem riscos de desmoronamento de casas, ruas e fechamento do comércio, levando mais de 60 mil pessoas a terem que deixar os bairros em dezembro deste ano.
A Braskem é um dos alvos da operação da PF. As investigações mostraram que as atividades de mineração desenvolvidas no local não seguiram os parâmetros de segurança previstos, que visavam garantir a estabilidade das minas e a segurança da população que residia na superfície.
Além disso, foram identificados indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade, permitindo assim a continuidade dos trabalhos, mesmo quando já presentes problemas de estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das minas.
Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, inclusive por omissão, entre outros delitos.
A operação contou com 60 policiais federais que cumprem 14 mandados judiciais de busca e apreensão, dos quais 11 em Maceió (AL) dois no Rio de Janeiro (RJ) e um em Aracaju (SE), todos expedidos pela Justiça Federal do Estado de Alagoas.
A Operação foi denominada de “Lágrimas de Sal” por fazer referência ao sofrimento enfrentado pela população, por conta da atividade de exploração de sal-gema, que fez com que moradores deixassem suas casas em razão do risco de instabilidade do solo nos bairros e regiões afetadas.
A Defensoria Pública da União (DPU), o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) emitiram uma recomendação à Braskem, solicitando que a empresa estabeleça, em cinco dias, um Programa de Compensação para fornecer assistência financeira aos pescadores e marisqueiros atingidos pela interdição de parte da Lagoa Mundaú em 30 de novembro.
No documento emitido na última segunda-feira (4), a Braskem foi orientada a desenvolver um plano de ação, que deve ser iniciado em 10 dias, e enviar uma cópia às instituições.
A recomendação também foi direcionada à Superintendência Federal em Alagoas do Ministério da Pesca e Aquicultura (Mapa) e à Prefeitura de Maceió, para que identifiquem, em cinco dias, todos os pescadores e marisqueiros que dependem da pesca tradicional e coleta de mariscos para sustento familiar na área interditada da Lagoa Mundaú.
Para essa identificação, recomendou-se que o Ministério e a prefeitura utilizem bancos de dados oficiais (federal, estadual e municipal), informações das Colônias de Pescadores locais e de organizações da sociedade civil atuantes na região. O objetivo é identificar amplamente os afetados em situação de vulnerabilidade.
Para as instituições é evidente que a Lagoa Mundaú é essencial para a subsistência de milhares de pescadores artesanais e marisqueiros, que exercem suas atividades de forma tradicional. A recomendação ainda enfatiza que a interdição da lagoa é resultado do desastre ambiental causado pelo desenvolvimento irregular da mineração pela Braskem.
“Todos os prejuízos causados à obtenção do mínimo substancial e a forma de vida dos pescadores e marisqueiras tradicionais da Lagoa Mundaú devem ser suportados financeiramente pela empresa, com base no princípio da reparação integral e do poluidor-pagador”, diz a recomendação.
Foi estabelecido um prazo de cinco dias para que a Braskem, o Ministério da Pesca e a prefeitura informem se acolherão os pedidos da recomendação e detalhem as medidas adotadas para sua implementação, anexando documentos que comprovem tais ações. A ausência de resposta será considerada como recusa em atender à recomendação.
O cantor e compositor alagoano, Djavan, mostrou indignação com a situação dos moradores de Maceió – sua cidade natal – diante do risco de colapso da mina 18, operada pela Braskem. Durante show na Jeunesse Arena, no Rio de Janeiro, neste sábado (2), o alagoano se solidarizou com os conterrâneos.
Alagoano, Djavan se solidariza durante show com o povo de Maceió: “Um absurdo” pic.twitter.com/mF1YfTJxYp
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) December 3, 2023
“Quero também aproveitar para me solidarizar com o povo de Alagoas, o povo de Maceió, pelo que ele está sofrendo pelo total descaso das autoridades. É um absurdo o que está acontecendo em Maceió. Eu apelo para que isso seja resolvido o mais breve possível, porque o povo está sofrendo muito”, declarou Djavan.
O prefeito de Maceió, JHC (PL-AL), decretou, no dia 29 de novembro, situação de emergência na cidade por 180 dias.
Novo boletim divulgado pela Defesa Civil de Maceió, na manhã deste domingo (3), informa que a velocidade de deslocamento da mina nº 18, que está sob risco iminente de colapso, continua sendo de 0,7 cm por hora. O deslocamento vertical acumulado hoje foi de 1,69 metros, apresentando um movimento de 10,8 cm nas últimas 24h (saiba mais).
Novo boletim divulgado pela Defesa Civil de Maceió, na manhã deste domingo (3), informa que a velocidade de deslocamento da mina nº 18, que está sob risco iminente de colapso, continua sendo de 0,7 cm por hora. O deslocamento vertical acumulado hoje foi de 1,69 metros, apresentando um movimento de 10,8 cm nas últimas 24h.
Conforme informações do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, a velocidade foi a mesma registrada neste sábado (2), evidenciando uma estabilidade na forma que o solo está afundando.
No documento, a Defesa Civil reforça que permanece em alerta máximo para o risco de colapso da mina localizada no bairro do Mutange. O quadro de esgotamento do solo é atribuído à extração de sal-gema feita pela Braskem – empresa que explora 35 minas de sal-gema há mais de 40 anos na área urbana de Maceió.
A cidade está em situação de emergência, decretado por 180 dias pelo prefeito de Maceió, JHC (PL-AL), no dia 29 de novembro.
“Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”, reforça a Defesa Civil municipal.
Ao Metrópoles a Defesa Civil relatou que as condições climáticas na cidade podem vir a ser um agravante para o colapso da mina 18 da Braskem, caso haja chuva em excesso. No entanto, neste domingo, a capital alagoana amanheceu com o tempo aberto e baixa previsão de chuva (5%). Alguns chuviscos foram registrados no período da manhã no bairro do Bebedouro, vizinho ao Mutange.
Dados obtidos pelo site confirmam que a mineração nesses poços de sal-gema provocou o deslocamento do solo há anos, numa tragédia que vem obrigando dezenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas desde 2018.Ao todo, cinco bairros foram afetados diretamente pela escavação desenfreada da Braskem: Bebedouro, Mutange, Pinheiro, Farol e Bom Parto.
Moradores das áreas de maior risco foram realocados de suas residências. Já moradores desses mesmos bairros que vivem em regiões de menor criticidade permanecem no local, vivendo numa espécie de isolamento urbano, a exemplo da comunidade dos Flexais.
Um vazamento de gás eteno, no Polo Industrial de Camaçari, que fica na Região Metropolitana de Salvador (RMS), deixou um operador da Braskem com queimaduras na perna, abaixo do joelho, nesta terça-feira (31).
A Braskem informou que, por volta das 13h, ocorreu um vazamento de eteno na planta de Olefinas 1, na unidade de Químicos 1. Ao manipular a válvula do sistema de quebra-vácuo, a mesma rompeu liberando eteno com 40kg para atmosfera seguido de um flash. Confira o vídeo:
VÍDEO: Vazamento de gás no Polo de Aratu deixa operador da Braskem ferido com queimaduras pic.twitter.com/BUurnlkvHd
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) October 31, 2023
De acordo com a empresa, rapidamente foi iniciada a evasão preventiva dos trabalhadores e o evento foi “prontamente controlado, com base nos procedimentos de segurança da companhia, e a unidade opera nas suas condições normais”.
O Sindiquimica Bahia informou que o acidente ocorreu no primeiro dia de parada para manutenção dos equipamentos.
Ainda de acordo com a entidade, o operador foi atendido no local e, como houve queimadura, o procedimento padrão foi levá-lo para o hospital São Rafael, em Salvador. O trabalhador não corre risco de morte e está consciente, de acordo com o sindicato da categoria.
Uma explosão no polo petroquímico da Braskem terminou gerando um incêndio no local, situado na região do ABC paulista, nesta quinta-feira (22). De acordo com a companhia, as chamas tiveram início em um tanque que estava em manutenção. A brigada de emergência, o corpo de bombeiros e outros órgãos técnicos foram acionados. Não há informações sobre feridos.
“Informamos que hoje (22/06), por volta das 9h, no Polo Petroquímico do Grande ABC – SP houve um incêndio em um tanque que estava em manutenção. Imediatamente, a brigada de emergência da empresa foi acionada, juntamente com viaturas do Corpo de Bombeiros local, que estão controlando o foco do incêndio”, diz o comunicado da Braskem.
????URGENTE????
— Alessandro Guedes ???????????? (@AlessandroGuede) June 22, 2023
Explosão em caldeira da Braskem, empresa do Polo Petroquímico Capuava/ABC Paulista. Bombeiros, polícia e helicópteros no local. Relatos de feridos, uma pessoa em estado grave foi transportada de helicóptero a hospital + próximo.
Seguimos em busca de + informações. pic.twitter.com/sdhtxNMSv7
O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) determinou o bloqueio de R$ 1,08 bilhão da petroquímica Braskem. O valor corresponde aos danos em bairros de Maceió atribuídos à extração de sal-gema, que acabaram gerando um afundamento do solo da capital de Alagoas. A decisão foi publicada pela Justiça na última quarta-feira (19).
Os casos começaram com tremores de terra registrados em 2018 em uma região de Maceió na qual a Braskem explorava sal-gema, insumo da cadeia produtiva do PVC, desde o ano de 1976 .
Os tremores provocaram rachaduras em casas e edifícios, além de crateras nas ruas de vários bairros da cidade. O problema atingiu mais de 15 mil imóveis, que tiveram de ser desocupados, e expulsou 60 mil moradores de suas casas. As áreas hoje são bairros fantasmas.
De com o colunista Carlos Madeiro, do Uol,, o governo de Alagoas afirmou que não foi parte de nenhum dos acordos feitos pela empresa, o que gerou uma "paradoxal situação em que o Estado de Alagoas se via réu daquela demanda, muito embora tenha sido um dos principais prejudicados.".
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) cobrou, em pronunciamento no Senado nesta quinta-feira (30), que a Braskem acerte sua dívida com Maceió antes de vender sua petroquímica na capital alagoana. Em 2018, a empresa protagonizou um desastre ambiental em que o solo cedeu como resultado da extração de sal-gema.
“Preliminarmente, antes de qualquer coisa, antes de qualquer negociação envolvendo a Braskem – venda ou ampliação do capital da Petrobras – passamos primeiro pela necessidade da Braskem e da Petrobras em seguida honrarem o contrato social que assumiram com o estado de Alagoas,” disse Renan.
“Não dá para autorizarmos, do ponto de vista deste Senado, que se permita resolver o problema da Braskem sem que primeiro a Braskem pague a dívida com o estado de Alagoas e a prefeitura de Maceió,”, argumentou.
A Braskem já pagou R$ 2,7 bilhões em multas e indenizações referentes ao que seu balanço chamado de “evento geológico” em 2021, mais R$ 2,5 bilhões no ano passado, e ainda carrega provisões de R$ 6,6 bilhões ligadas ao evento.
“Só para se ter uma ideia desse desastre brasileiro, a tragédia de Brumadinho atingiu 2,4 mil pessoas. O desastre geológico de Maceió impactou 200 mil pessoas. Os efeitos econômicos e sociais transcendem as áreas mais atingidas. Eles afetaram todo o estado de Alagoas”, afirmou Renan, que ressaltou ainda que a Petrobras, como acionista da Braskem, também tem responsabilidade no ocorrido.
“Antes que se imponha uma nova realidade acionária da Braskem, é preciso que essa empresa, sua nova controladora e mesmo a Petrobras assinem um contrato social com Alagoas e os alagoanos para honrar compromissos, além das indenizações já em andamento por demandas judiciais ou não. Se o solo cedeu pela irresponsabilidade, nós não cederemos”, concluiu o senador.
"Eu executei esse projeto que se chamava 'Em cena, insanidade', que era uma oficina de teatro para usuários dos CAPS [Centros de Atenção Psicossocial] e que, no final desse processo de três meses, a gente conseguiu montar um espetáculo. O projeto nasceu daí, foi uma experiência super rica, construímos um vínculo entre o grupo que foi o que desencadeou nosso desejo de continuar mesmo depois do edital". A fala da atriz e psicóloga Renata Berenstein dá as coordenadas do que foi o início da trajetória de dez anos do grupo de teatro "Os Insênicos". Fundada em Salvador, a trupe é composta por atores usuários do serviço de saúde mental.
Renata atua desde o início como diretora do grupo. Ela contou ao Bahia Notícias que teve que dar passos difíceis para a promoção da arte e garantir a existência de um coletivo que ultrapassa as barreiras do preconceito. Atualmente, a equipe conta com 15 pessoas.
Os Insênicos em ensaio na Casa do Benin | Foto: Reprodução / Instagram
"Eu sou graduada em psicologia e já no final da minha graduação foi um momento em que a Secretaria de Cultura lançou um edital voltado para cultura e direitos humanos. Na epoca eu já trabalhava com teatro, tinha uma companhia, atuava como atriz e isso me deu o start para fazer uma proposta de saúde mental e teatro. Me submeti na época ao edital e fui premiada", contextualiza a diretora sobre o início dos Insênicos.
A junção entre o conceito de insanidade e tudo aquilo que gira em torno da encenação deu sentido para o nome do primeiro espetáculo a ser montado. Este, aliás, é justamente o mesmo que batiza o grupo: "Insênicos".
Entre os atores dirigidos por Renata despontaram talentos como Elisleide Bonfim, indicada ao Prêmio Braskem deste ano pela atuação no espetáculo Holocausto Brasileiro (relembre aqui). O convite para a atriz participar do espetáculo que rendeu a indicação para a maior premiação do teatro baiano surgiu de uma intenção de promoção de um espaço de troca sobre o percurso da saúde mental e o próprio debate da reforma psiquiátrica.
"No processo de seleção de atores eles [os organizadores do espetáculo Holocausto Brasileiro] abriram para que os atores dos Insênicos também fizessem e Elisleide foi selecionada naquele momento", disse Renata, que revelou estar animada e orgulhosa com a conquista, que é individual, mas também coletiva.
Elisleide (de azul) em Holocausto Brasileiro | Foto: Divulgação
O trabalho junto aos integrantes fez desencadear processos artísticos diversos. Gilvan, um outro integrante, é um dos exemplos citados pela diretora. Ele é morador de Coração de Maria, no interior do estado, e desenvolve o trabalho de palhaço, oficinas de teatro e animações de festa.
Para além do "ganhar o pão" com a arte, Renata revela que muitos dos membros, antes afastados dos seus espaços de labor, puderam retornar graças à participação no grupo. "Tem gente que voltou a dirigir táxi, a trabalhar como pedreiro e outras carreiras que economicamente dão um retorno para eles", disse. Vários dos "insênicos" já viveram momentos de internação em hospitais psiquiátricos, chegando a sofrer abusos e hospitalizações que perduraram por até três décadas.
Apesar dos percursos distintos de vida dos participantes, o teatro, mais especificamente "Os Insênicos", tem uma importância clínica e política para eles. Além do fator visibilidade. "Vai no sentido oposto de que a gente faz normalmente no cuidado à saúde mental, que é esconder, de colocar na internação. Então é um ato político, nesse sentido, e estético, porque os espetáculos que surgem da interação deles são super ricos", revela Renata Berenstein.
O grupo na montagem de Quem Está Aí? | Foto: Reprodução / Instagram
Em atividade durante todo o ano, o grupo se reúne semanalmente, às quintas-feiras, na Casa do Benin, no Pelourinho. Desde a fundação, além do primeiro, já foram montados os espetáculos "Cidade em Versos" (2011), "Balada de Amor" (2013) e "Quem Está Aí?" (2017). Além disso, foram feitas apresentações em universidades, congressos e aberturas de eventos, e outras ações são feitas para arrecadar fundos.
Agora, com a chegada dos dez anos, uma campanha de financiamento foi lançada. O propósito é custear um conjunto de ações, dentre elas a realização de duas rodas de conversa, ensaios abertos e a montagem de outra peça. A colaboração pode ser feita através da plataforma Catarse (clique aqui). A meta é arrecadar R$ 50 mil.
A comissão julgadora da 27ª edição do Prêmio Braskem de Teatro anunciou nesta segunda-feira (13), a lista de indicados para a premiação que seleciona os melhores da 2ª arte na Bahia.
Ao todo, 58 peças profissionais e inéditas no período de 04 de abril a 23 de dezembro foram analisadas pela comissão, composta pela atriz e diretora Andrea Elia, pela atriz e professora da UFBA Elaine Cardim, pelo diretor teatral João Lima, pela mestra em dança e professora da UFBA Marilza Oliveira e pelo jornalista e escritor Marcos Uzel.
Entre os selecionados estão os espetáculos "Pele Negra, Mascaras Brancas", "O Jabuti e a Sabedoria do Mundo" e "Holocausto Brasileiro". Aldri Anunciação e Thiago Romero foram alguns dos indicados nas categorias texto e ator. A lista completa você pode ver abaixo:
ESPETÁCULO ADULTO:
- Holocausto Brasileiro
- Última Chamada
- Pele Negra, Máscaras Brancas
- Sonho de Uma Noite de Verão na Bahia
- Vermelho Melodrama
ESPETÁCULO INFANTOJUVENIL:
- Sarauzinho da Calú
- O Jabuti e a Sabedoria do Mundo
- Tati Búfala
- Eu Vou Te Dar Alegria
TEXTO:
- Gildon Oliveira e Jorge Alencar, por Vermelho Melodrama
- Aldri Anunciação, por Embarque Imediato
- Diego Araújo, por Holocausto Brasileiro
- Gilson Oliveira, Das Coisa Dessa Vida
- Luis Antônio Sena Júnior, por Última Chamada
DIREÇÃO
- Onisajé (Fernanda Júlia), por Pele Negra, Máscaras Brancas
- Thiago Romero, por Última Chamada
- Jorge Alencar, por Vermelho Melodrama
- João Miguel, por Das Coisas Dessa Vida
- Diego Araújo, por Holocausto Brasileiro
ATOR
- Ricardo Fagundes, por Das Coisa Dessa Vida
- Eduardo Gomes, por Vermelho Melodrama
- Jarbas Oliver, por Sonho de Uma Noite de Verão da Bahia
- Israel Barreto, por O Avô e o Rio / Revolução
- Everton Machado, por Balada de Um Palhaço
ATRIZ
- Márcia Lima, por Holocausto Brasileiro
- Edvana Carvalho, por Aos 50 Quem Me Aguenta?
- Ana Mametto, por Sonho de Uma Noite de Verão na Bahia
- Véu Pessoa, por Vermelho Melodrama
- Fernanda Beltrão, por Dois Pesos, Duas Medidas
REVELAÇÃO
- Elisleide Bonfim, pela atuação em Holocausto Brasileiro
- Caio Rodrigo, pelo texto de As Cidades
- Matheuzza, pela atuação em Pele Negra, Máscaras Brancas
- Rodrigo Lélis, pela atuação em Osso
- Cristina Leifer, pelo texto de Ensaios Sobre o Fim
CATEGORIA ESPECIAL
- Aianne Bilitário e Marcos Lobo, pela cenografia de Escorpião
- Luis Santana, pelo figurino e adereços de Vermelho Melodrama
- Yacoce Simões, pela direção musical de Sonho de Uma Noite de Verão na Bahia
- Euro Pires, pelo figurino de Aos 50 Quem Me Aguenta?
- Erick Saboya, pela coreografia de As Cidades
A classe artística, juntamente com seus familiares e amigos, compareceu em peso ao Teatro Castro Alves (TCA), na noite desta quarta-feira (19), para conferir a entrega dos troféus da 24ª edição do Prêmio Braskem de Teatro, que escolheu os destaques do teatro baiano em 2016. A festa, que contou com trilha sonora executada ao vivo pelos músicos da Orquestra Castro Alves (OCA), além da participação da cantora Manuela Rodrigues, apresentou dois momentos inesperados. O primeiro ficou por conta de Alisson de Sá, vencedor da categoria Revelação pela direção do espetáculo “Malva Rosa”, que, durante o discurso, pediu a noiva Rafaela em casamento, arrancando aplausos da plateia. Já o segundo foi a reunião de todos os funcionários do TCA no palco em comemoração aos 50 anos do espaço, tema central da cerimônia. O quadro de vencedores da noite, além da categoria Revelação, ficou assim: "Pariré", de Vitoria da Conquista, foi a escolhida na categoria Espetáculo do Interior. Igor Epifânio conquistou a estatueta na categoria Ator, por seu desempenho na peça "Egotrip", e "Avesso" levou o de melhor espetáculo Infantojuvenil. Os grandes ganhadores da noite foram "Mágico Mar", que faturou melhor Direção, com Rino de Carvalho, Atriz para Simone Araújo e Categoria Especial a Maurício Pedrosa, pelo desenho de cenário; e "Rebola", como melhor Texto para Daniel Arcades e o título de melhor Espetáculo Adulto.
“Eu estou tão emocionado. É um projeto muito importante para minha carreira e para o Teatro da Queda (grupo voltado para o estudo da homossexualidade masculina). A gente ocupou aquele Beco dos Artistas com muita coragem e verdade. O 'Rebola' é um espetáculo político em um ano que precisa ser político. É importante ocupar os espaços, enaltecer o fato de sermos 'bichas' e termos orgulhos disso”, iniciou o diretor Thiago Romero, sendo completado por Daniel Arcades: “Acho que, com este reconhecimento, a responsabilidade aumenta, né? Mas entendo que mostra também o caminho bacana que estamos trilhando, fazendo para o nosso povo, com nossa verdade e insistindo em um teatro que a gente acredita”. Natural de Alagoinhas, a cerca de 130km de Salvador, Daniel dedicou o prêmio para sua terra natal. “Primeira coisa que falei é que era para minha cidade. Alagoinhas merece acreditar que vale a pena investir nos seus artistas. Sou fruto de uma crença e de um investimento feito para trabalhar com arte”, pontuou. Os vencedores das categorias de melhores espetáculos Adulto, Infantojuvenil e do Interior receberam R$ 30 mil, enquanto os contemplados nas outras seis categorias receberam R$ 5 mil cada, além de troféus. Ao todo foram avaliados 53 espetáculos baianos considerados profissionais e inéditos, que estiveram em cartaz em Salvador no período de 1º de abril a 18 de dezembro de 2016. Já a categoria do interior foi decida a partir da 2ª edição do Festival de Teatro do Interior da Bahia.
ESPETÁCULO ADULTO
O QUÊ: Espetáculo infantil "Os Prequetés"
ONDE: Espaço Xisto - R. General Labatut, 27 - Barris.
QUANDO: Sábados e domingos; De 11 a 25 de janeiro.
QUANTO: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) – Promocional: Casadinha (adulto + criança) = R$ 30
A montagem tem texto, direção e figurino de João Sanches e traz no elenco os atores Igor Epifânio e Anderson Dy Souza, que juntos constroem uma história baseada em seus próprios preconceitos e visões de mundo acerca da diversidade sexual. Interativa, a peça conta com a participação do público que deve decidir o desfecho do espetáculo. Em abril de 2013, o espetáculo foi contemplado em três categorias no Prêmio Braskem de Teatro: Espetáculo Adulto, Ator (Igor Epifânio) e Texto. Ganhou além de um total de R$ 40 mil em prêmios, uma turnê por São Paulo.
Serviço
O QUÊ: "Entre Nós, Uma Comédia Sobre a Diversidade"
ONDE: Teatro Gamboa Nova
QUANDO: Sextas e sábados, de 10 de janeiro a 1º de fevereiro
QUANTO: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.