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Guerra da carne: Políticos, produtores e até restaurantes defendem retaliação e boicote ao Carrefour
As recentes declarações do CEO global do grupo Carrefour, Alexandre Bompard, que disse que o grupo não vai mais comercializar nenhuma carne proveniente do Mercosul, já que esses produtos "não atendem às exigências e normas francesas", caiu como uma bomba no Brasil. Políticos, parlamentares, representantes do setor de proteínas brasileiro e até mesmo restaurantes responderam de imediato à ação do Carrefour. O tema da retaliação ao mercado francês também vem crescendo nas redes sociais e inclusive chegou aos assuntos mais comentados do X (ex-Twitter).
A declaração de Bombard se deu para agradar agricultores franceses que têm feito manifestações, com bloqueio de estradas e outras ações para pressionar o governo Macron a queimando equipamentos públicos para pressionar o Governo Macron contra o acordo de livre comércio do Mercosul com a União Europeia. Esse acordo foi assinado em 2019, e tem previsão para sua implementação a partir de dezembro.
O argumento dos produtores franceses, apoiado agora pelo CEO do Carrefour, é que eles pagam altas taxas e têm condições comerciais desfavoráveis em relação aos produtos da América Latina. Segundo esses produtores, a carne dos países do Mercosul teriam preços mais baixos porque os padrões ambientais do bloco seria menos rigorosos.
A posição do Carrefour gerou uma carta de repúdio das entidades que representam o setor de produção de carnes no Brasil. A indústria nacional de carne anunciou inclusive a paralisação do abastecimento de todas as lojas do Grupo Carrefour no país.
A nota de repúdio foi assinada pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), bem como a Sociedade Rural Brasileira e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O boicote ao supermercado francês uniu ainda os cinco principais frigoríficos que atendem o Carrefour no Brasil, que anunciaram que não mais atenderão ao mercado.
"A nota de repúdio aos ataques contra a produção agropecuária no Mercosul reafirma o compromisso das empresas de alimentos e produtores rurais na região com a produção responsável, sustentável e com a segurança alimentar. Uma produção que chega a todos os países do mundo, incluindo os mercados mais exigentes, entre eles as maiores economias mundiais, como Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, China e Japão. e o CEO Global do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, entende que o Mercosul não é fornecedor à altura do mercado francês – que não é diferente do espanhol, belga, árabe, turco, italiano –, as entidades abaixo assinadas consideram que, se não serve para abastecer o Carrefour no mercado francês, não serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro país", diz a nota.
A ideia do boicote ao Carrefour também começou a crescer entre os políticos. O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), defendeu o boicote e disse que se a empresa afirma que tem direito de comprar de quem ele quiser, os brasileiros também possuem o mesmo direito.
"Se o Brasil não serve para vender carne para eles, então eles não servem para vender produtos franceses e essa empresa não deveria ser bem vista aqui no nosso país", afirmou Mendes, em vídeo publicado nas suas redes sociais.
“Quero dizer ao diretor-geral do Carrefour e do Atacadão, que eu, como cidadão, não vou comprar mais das lojas deles, e acho que aqueles que são do agro e até a população brasileira, para honrar o nosso país, deveria pensar em dar a eles o mesmo tratamento que estão dando ao nosso país", completou o governador.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em nota, declarou o seu apoio ao movimento de associações de produtores de proteína animal e entidades brasileiras do agronegócio. O ministro disse rechaçar a decisão do Carrefour e reafirmou a qualidade da carne produzida no Brasil.
"Nos surpreende a presidência local [do Carrefour], aqui no Brasil, dizer ‘nós vamos continuar comprando porque sabemos que tem boa procedência, quem não quer comprar é a matriz, a França’. Ora, se não serve para os franceses, não vai servir para os brasileiros. Então, que não se forneça carne nem para o mercado desta marca aqui no Brasil. O Brasil tem que ter muita responsabilidade e garantia da qualidade dos nossos produtos. Eu quero crer que eles vão repensar do que estão falando da produção brasileira”, afirmou Fávaro.
Quem também se manifestou contra a decisão do Carrefour foi o presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), o deputado federal Pedro Lupion (PP). O deputado disse que a Frente apoia o boicote ao grupo francês para combater o que chamou de "lacração" dos europeus.
"Não aceitamos e não aceitaremos. Se a carne brasileira serve para ser consumida nas lojas do Carrefour e de todas suas outras empresas aqui no Brasil, ela serve também para a Europa”, disse Lupion em vídeo publicado no Instagram.
Na noite desta sexta-feira (22), foi a vez da Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp) se juntar ao repúdio às declarações do presidente do Carrefour na França, Alexandre Bompard. A entidade reforçou o apelo para que os mercados da rede francesa sejam boicotados inclusive pela população brasileira.
"Convocamos todos os empresários do setor de hotelaria e alimentação fora do lar a se engajarem em uma ação de reciprocidade, boicotando essa rede de supermercados enquanto continuar a desvalorizar os produtos brasileiros", diz a Fhoresp em nota divulgada na noite desta sexta.
O Carrefour é a maior rede de supermercados no varejo brasileiro, com 1200 lojas e mais de 150 mil funcionários. A diretoria do grupo no Brasil tentou explicar que a medida anunciada pelo CEO da empresa se aplica apenas às lojas francesas. E que em nenhum momento "se refere à qualidade do produto do Mercosul, mas somente a uma demanda do setor agrícola francês, atualmente em um contexto de crise".
"Todos os outros países onde o Grupo Carrefour opera, incluindo Brasil e Argentina, continuam a operar sem qualquer alteração e podem continuar adquirindo carne do Mercosul. Nos outros países, onde há o modelo de franquia, também não há mudanças", diz ainda a nota oficial do Carrefour no Brasil.
Para o professor e coordenador do Insper Agro, Marcos Jank, o posicionamento das multinacionais francesas é inexplicável e "beira ao ridículo".
'Se o Carrefour viu qualquer problema sanitário, técnico ou ambiental, ele teria que fechar a compra de carne em toda a América do Sul. Por que ele vai fechar em Paris e não em São Paulo ou Buenos Aires, onde haveria teoricamente algum problema? A verdade é que não há problema nenhum nessa carne. Foi só uma decisão política em relação a fazer uma média com os agricultores franceses, e que acaba prejudicando nossa imagem. Não por causa de volume, porque 40 toneladas não é nada. Mas é mais uma cutucada desnecessária", disse Jank ao jornal Gazeta do Povo.
Depois de protagonizar embates com o movimento negro e diversas personalidades da cultura nacional, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, agora tem como alvo uma produção baiana. Em suas redes sociais, ele atacou o longa-metragem “Medida Provisória”, dirigido por Lázaro Ramos e inspirado no texto do espetáculo teatral “Namíbia, Não!”, de autoria de Aldri Anunciação.
"O filme, bancado com recursos públicos, acusa o governo Bolsonaro do crime de racismo - deportar todos os cidadãos negros para a África por Medida Provisória. Temos dever moral de boicotá-lo nos cinemas. É pura lacração vitimista e ataque difamatório contra o nosso presidente", disse Camargo, sobre a obra, que já passou por festivais internacionais, mas ainda não tem data de estreia prevista no Brasil (clique aqui e saiba mais detalhes sobre a produção).
Após a declaração, Aldri, que também assina o roteiro do filme, junto com Lázaro, Elisio Lopes Jr e Lusa Silvestre, rebateu as críticas do presidente da Palmares, lembrando que o texto criado há uma década é sobre um futuro hipotético no qual o governo - e não uma gestão específica - implementa uma política que obriga os negros a migrar para a África.
“Escrevi em 2011, nem sabia quem era Bolsonaro naquela época”, argumentou o artista baiano. “Avalio como uma falta de compreensão do presidente da Fundação Palmares do que se é uma distopia futurística. Quando você escreve ou filma na linguagem distópica, você não acusa o presente. Você faz um prognóstico pessimista do futuro. A não ser que a ‘carapuça’ seja vestida. Aí é uma outra questão. Talvez seja uma questão de ele reavaliar a própria gestão que ele está fazendo de um órgão que na verdade deveria estar apoiando o filme. Me pergunto se ele leu o livro ou assistiu o filme. Considero uma avaliação precipitada e com aspectos de ressentimento político e talvez pessoal”, pontuou Aldri.
Sobre a fala de Camargo a respeito dos recursos públicos investidos no filme - “Medida Provisória” foi aprovado em edital da Agência Nacional do Cinema (Ancine) -, o dramaturgo baiano mais uma vez rebateu o presidente da Fundação Palmares. “Eu devolveria a pergunta: e por que não ser bancado por recursos públicos? Os recursos públicos destinados ao cinema devem ir para as mãos de quais artistas? Ele por acaso está dizendo que cinema negro e crítico não deve ter recursos públicos? Por que não?”, indagou Aldri. “Gostaria de saber do presidente da Fundação Palmares quais são as estratégias dele para estimular o cinema negro no Brasil. Adoraria que ele respondesse”, concluiu o artista.
O filme "Music", dirigido por Sia, tem recebido duras críticas sobre a abordagem ao autismo, desde sua estreia nos EUA. Em resposta ao desagrado do público, foi criada uma petição pedindo o boicote da indústria cinematográfica ao filme, que nesta quinta-feira (18) já contava com mais de 68 mil assinaturas.
Apesar da revolta, o filme também tem sido elogiado pela crítica especializada, e foi indicado ao Globo de Ouro nas categorias “Melhor filme – Musical ou comédia” e “Melhor atriz em filme – Musical ou comédia” (Kate Hudson, no papel de Zu). A petição pede exatamente que a premiação retire as nomeações.
Segundo o portal Popline, o principal motivo das queixas em relação a “Music” é que a atriz Maddie Ziegler vive uma jovem autista, porém com uma atuação que não corresponde ao comportamento de pessoas com o espectro.
Na descrição da petição, as responsáveis pela iniciativa, Nina Skov Jensen e Rosanna Kataja, definem “Music” como um “completo desprezo que toda a indústria do entretenimento tem pela inclusão e representação minoritária“. Além de terem questionado a falta de escalação de atores/atrizes autistas.
“Se olharmos para a interpretação de Ziegler, a resposta é imitar estereotipadamente as pessoas autistas exatamente da mesma forma que as pessoas autistas foram intimidadas e zombadas suas vidas inteiras. Também reforça a ideia de que as pessoas autistas não são boas o suficiente e que seu autismo é melhor retratado por alguém sem nenhuma noção do que é ser autista”.
O grupo conservador norte-americano “One Million Moms” (Um Milhão de Mães, em português) decidiu boicotar a animação “Toy Story 4” por causa de uma cena que sugere o relacionamento entre duas mulheres.
No filme, quando a nova dona de Woody é deixada na escola para o primeiro dia de aula aparecem ao fundo duas personagens, que deixam uma outra garota e em seguida dão as mãos.
Para o grupo, a cena é inadequada por conter uma referência, ainda que de forma velada, à comunidade LGBTQ+. "A cena é sutil. Mas é óbvio que se a criança tem duas mães, elas estão juntas", disse Monica Cole, diretora do One Million Moms, parte da American Family Association (AFA), nas redes sociais.
Ela afirma ainda que a cena é “perigosa” e acusa o filme de promover o “estilo de vida” LGBTQ+. “A cena foi incluída e intencionalmente não anunciada antes do lançamento do filme, na esperança de que fosse mantida em silêncio para expor o maior número de crianças possível", diz Cole. "Claro que algumas crianças podem não pegar essa referência, mas foi extremamente desnecessário", completa.
Segundo a líder do movimento, o filme é o "último lugar onde os pais esperam que seus filhos sejam confrontados com conteúdo relacionado à orientação sexual" e que "questões desse tipo estão sendo introduzidas cedo demais. É extremamente comum, mas desnecessário".
A petição do “One Million Moms” que propõe o boicote recebeu mais de 12 mil assinaturas.
O músico Roger Waters enviou uma carta para Milton Nascimento na tentativa de convencer o artista brasileiro a cancelar um show em Israel, neste domingo (30).
Com a negativa, o ex-vocalista do Pink Floyd escreveu outra e enviou ao movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), campanha global a favor de sansões ao estado de Israel com o objetivo de garantir direitos dos palestinos. Na publicação, ele diz ter enviado a carta ao cantor brasileiro, mas que não obteve resposta.
Esta semana, em Portugal, o BDS chegou a protestar em frente ao local onde Milton se apresentava, pedindo que ele cancelasse o show em Tel Aviv.
“Quando estive no Brasil no ano passado, fui apresentado ao lendário músico brasileiro Milton Nascimento, e bebemos algumas belas cachaças juntos. Quando li que ele estava planejando cruzar a linha de piquete do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), para se apresentar em Tel Aviv, fiquei chocado. Eu escrevi para Milton pedindo uma oportunidade de falar com ele. Nem ele nem ninguém de sua equipe me respondeu”, escreveu Waters, dizendo estar com peso no coração. “Eu queria falar com Milton sobre amor, morte e música. Amor por todos os nossos irmãos e irmãs em todo o mundo, independentemente de sua religião, ou etnia, ou nacionalidade, mas particularmente pelos palestinos e palestinas que buscaram artistas em todo o mundo para pedir ajuda, através de sua recusa em lavar a imagem do Estado de apartheid israelense, não se apresentando por lá”, acrescentou o músico e ativista.
“Eu queria falar com Milton sobre morte. Eu queria perguntar a ele se ele tem filhos, e como ele se sentiria enterrando um deles após um abate casual perpetrado por um exército de ocupação. Eu queria falar com ele sobre música, e sua profunda obrigação moral como eminente músico de evitar que sua música seja utilizada para lavar o apartheid com arte. Milton escolheu caminhar pelo outro lado, ignorando o que Angela Davis chama de indivisibilidade da justiça. Que pena”, concluiu Roger Waters.
Após virem à tona novas acusações de abusos sexuais que teriam sido praticados por Michael Jackson, o astro pop teve suas músicas vetadas em rádios da Austrália, Canadá e Nova Zelândia.
De acordo com informações do G1, o grupo de rádio Nova Entertainment, de Sydney, foi o último a decidir, nesta quinta-feira (7), boicotar o artista. "Dado o que está acontecendo no momento, SmoothFM não transmitirá mais nenhuma música de Michael Jackson", disse Paul Jackson, diretor de programação do grupo.
Na Nova Zelândia, os dois principais grupos de rádios, MediaWorks e NZME, já estão vetando as canções do artista.
A decisão pelo boicote se dá após o lançamento do documentário "Leaving Neverland", no qual dois homens afirmam que foram abusados sexualmente por Michael Jackson quando eram crianças.
Esta semana a polêmica causada pelo filme também provocou a retirada de uma escultura do músico em um museu na Inglaterra (clique aqui e saiba mais).
Apesar do sucesso, Pabllo Vittar foi vetada de uma rádio de Barreiras, no Oeste baiano. De acordo com informações do portal Popline, a Oeste FM Barreiras 98.5 tem negado as solicitações dos ouvintes que pedem “Seu Crime”, novo single do disco “Não Para Não”. Além de ignorar os pedidos, a emissora tem bloqueado os fãs da artista no WhatsApp.
Um fã-clube de Pabllo Vittar chegou a divulgar o áudio de um locutor da rádio, enviado a um fã da cantora que o abordou no Instagram. “Não tem nenhum homofóbico aqui, não! Estou cansado de vocês aí, de todo lugar do Brasil, ficar mandando porra de mensagem pedindo essa desgraça de cantor aqui. A gente não toca e ponto final, porra”, disse o radialista. “A gente não toca na nossa grade de programação, porque não tem música de sucesso, não está mais fazendo sucesso. Foi passageiro e ponto final”, acrescentou.
Após a repercussão negativa, uma outra locutora, Luanne Trotta, foi a público para defender a rádio. “Isso tudo aconteceu porque um de nossos locutores mandou um áudio e esse áudio viralizou. Um áudio totalmente desnecessário, certo? Que eu não quero falar sobre isso, porque não me convém. Mas eu quero dizer que a gente não tem nada a ver com isso. Nossa rádio está aqui, eu toco Pabllo Vittar”, disse Luane, revelando que tem recebido centenas de mensagens com ofensas e ataques na internet.
Após Nego do Borel subir ao palco, durante show de Anitta (clique aqui e saiba mais), vários brasileiros “invadiram” o Instagram de Madonna, para pedir que a diva pop aborte a parceria musical com a cantora carioca em seu novo disco (clique aqui). Isto porque recentemente o funqueiro foi acusado de fazer comentários transfóbicos, contra Luisa Marilac (clique aqui).
“Madonna, cancele a parceria com Anitta. Ela não merece, porque ela não respeita a classe LGBT. Ela não merece você, existem cantoras mais talentosas que ela aqui no Brasil”, comentou um internauta. “Anitta apoia artista tranfóbico, por favor, não faça isso”, escreveu outro. “Caso você cancele a colaboração com Anitta, por favor, eu quero te apresentar Iza”, sugeriu outra pessoa.
Por outro lado, houve quem defendesse a cantora brasileira. “A comunidade hipócrita que pede paz que pede pra não morrer que pede liberdade que pede para pararem de julgar ela. É a mesma comunidade que no final fazem o mesmo que muitos homofóbicos. São podres, escrotos e cruéis a ponto de machucar as pessoas com palavras escritas. Essa é a comunidade LGBTQ+ Que prega o amor”, escreveu um seguidor.
Após recente ocupação de territórios palestinos, Gilberto Gil cancelou um show que seria realizado em Israel no dia 4 de julho. De acordo com informações do Estado de S. Paulo, a produção justificou o cancelamento porque o país atravessa "um momento delicado", diante das dezenas de mortes nos protestos ocorridos na fronteira com Gaza nas últimas semanas. "O sentimento geral de todos é o de apreensão, porque Israel está atravessando um momento delicado", informou por e-mail, a produtora musical Arbel, responsável pela organização do show, explicando que o valor dos ingressos será reembolsado aos compradores. "Esperamos a compreensão, já que este assunto também é delicado para nós. Amamos Israel e sempre nos sentimos muito amparados. Sem dúvida, haverá outras oportunidades e esperamos por tempos melhores", acrescentou. O cantor e compositor baiano não foi o único a desistir de viajar a Israel, o dramaturgo português Tiago Rodrigues informou essa semana que não irá a um festival em Jerusalém, ao qual tinha confirmado sua presença, porque adere ao Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), uma espécie de movimento cultural contra a ocupação de Israel aos territórios palestinos.
Foi esta mesma lei que fez Bruce Springsteen cancelar a apresentação que faria no último dia 8, na cidade de Greensboro (lembre aqui). Já Bryan Adams cancelou o show que faria na última quinta (14), em Mississipi, por conta da lei que permitirá que empresas, organizações religiosas e funcionários neguem serviços a homossexuais que pretendam se casar (entenda aqui). "A lei HB2, que recentemente foi aprovada, é um desprezível pedaço de legislação que estimula a discriminação contra um grupo inteiro de cidadãos norte-americanos", avaliou Pearl Jam. "As implicações práticas são elevadas e o impacto negativo nos direitos humanos básicos é profundo", acrescenta a banda.
Essas leis visam burlar a decisão tomada pela Suprema Corte americana, em 2015, que legalizou casamento homossexual em todo o país. "Queremos que os Estados Unidos sejam um lugar onde nenhuma pessoa possa ser rejeitada por causa de quem ela ama e nem possa ser demitida de um emprego por causa de quem ela é", defende a banda de rock. Além de cancelar o show, o Pearl Jam vai "se comunicar com grupos locais e provê-los com fundos para ajudá-los a ter progresso no assunto". Os roqueiros ressaltam que "a lei HB2 interfere nos direitos básicos de pessoas transexuais e acaba com muitas proteções de não discriminação à comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT)", concluem.
De acordo com a Rolling Stone Brasil, durante um show feito em Virgínea, horas antes de divulgar o comunicado, a banda comentou sobre a decisão. "Pensamos em pegar o dinheiro e dar a eles e mesmo assim fazer o show, mas a realidade é que não há nada como o imenso poder de fazer um boicote e colocar alguma pressão", afirmou Eddie Vedder, vocalista do grupo. "É uma pena porque algumas pessoas que serão afetadas não merecem isso, mas esta pode ser a maneira que definitivamente vai provocar alguma mudança".
"A Disney e a Marvel são empresas inclusivas. Embora tenhamos muita experiência em filmar na Geórgia, nós planejamos levar nossos projetos para outro lugar se qualquer legislação legitimando práticas discriminatórias for aprovadas pelo Estado", declarou um representante das produtoras. Com a oferta de abatimento fiscal de até 30% para produções audiovisuais, a Geórgia costuma atrair equipes de filmes e programas de televisão. "Homem-Formiga", "Capitão América: Guerra Civil" e "Guardiões da Galáxia" foram alguns dos filmes recentes da Marvel gravados por lá.
Segundo o The Hollywood Reporter, empresas sediadas na Geórgia, como a Coca-Cola, a Home Depot e a UPS se uniram para pressionar o governador em combate à medida. "Para que os negócios na Geórgia sejam capazes de brigar pelos melhores talentos, precisamos de locais de trabalho e comunidades diversas e receptivas para todas as pessoas, independentemente de raça, gênero, nacionalidade, religião, idade, deficiências e orientação sexual", declararam. Em oposição ao projeto, a Liga de Futebol Americano (NFL) anunciou que, em caso de aprovação, ele pode afetar a decisão de nomear ou não Atlanta, capital do Estado, como cidade-sede do Super Bowl em 2019 ou 2020. Os times locais também desaprovaram a medida.
No documento, Waters agradece a resposta enviada por Caetano, destacando a importância do diálogo. "Obrigado por tomar seu tempo para responder minha carta. Diálogo é realmente importante. Eu vou responder aos pontos que você levantou. Temo que você possa estar vendo a política israelense com lentes cor-de-rosa. O fato é que por muitas décadas, desde a Nakba em 1948, as políticas coloniais e racistas de Israel têm devastado a vida de milhões de Palestinos", disse o músico, que faz ainda críticas ácidas às citações utilizadas por Caetano em sua resposta. "Em sua carta, você diz que Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir acreditavam em Israel antes de morrer. Até pode ser, mas isso foi naquele tempo, talvez à época eles não soubessem, ou não compreendessem, a brutalidade da ocupação das terras palestinas e na subjugação de seu povo. No entanto, eu sei o seguinte, os assoalhos respingados de vinho e café do Café Flores e do Les Deux Magots hoje reverberariam com o som de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir revirando-se em seus túmulos ao ouvirem seus nomes usados em vão e pregados ao mastro da ocupação e opressão do povo palestino", completou.
Waters questionou ainda o ativismo de Caetano, comparando a situação do povo palestino com a dos negros da África do Sul, durante o apartheid. "Caetano, se posso fazer uma pergunta, por que você não rejeitaria a cumplicidade com tamanha injustiça agora, assim como você certamente teria rejeitado o racismo branco contra a população negra da África do Sul, nos anos 80?", indagou o ex-integrante do Pink Floyd. "Não, Caetano, tocar em Tel Aviv não vai mover o governo israelense ou a maioria dos israelenses nem um centímetro, mas vai ser visto como a sua aprovação tácita ao status quo. Sua presença lá será usada como propaganda pela direita e proverá cobertura e apoio moral às políticas ultrajantemente racistas e ilegais do governo israelense", afirmou o músico. A carta tomou um tom ainda mais dramático."Eu imploro a você para não proceder com sua participação em Tel Aviv, em vez disso, tome a oportunidade de visitar Gaza e a Cisjordânia e ver por você mesmo o que Sartre e de Beauvoir nunca viveram para ver. Eu acredito que sua resolução de tocar em Tel Aviv se dissolverá em um mar de lágrimas e arrependimento", disse Waters.
Confira a carta completa.
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Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.