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A jornalista Mônica Waldvogel, apresentadora do jornal Em Ponto no GloboNews, foi vítima de uma falha técnica nesta segunda-feira (13), durante a transmissão do discurso de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, durante a oficialização da libertação dos reféns e o fim da guerra na Faixa de Gaza.
VÍDEO: jornalista tem áudio vazado durante transmissão e é ouvida criticando Netanyahu na GloboNews
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) October 13, 2025
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Por volta de 7h35, o noticiário mostrava o discurso do premiê diretamente de Jerusalém, ao lado do presidente americano Donald Trump, quando, em determinado momento, o áudio de Mônica vazou por cima da narração da tradutora simultânea.
"Nossa Senhora... espero que o Diabo lhe...", disse Monica, que logo foi cortada. Apesar do momento de falha técnica, a transmissão continuou sem intervenções. De volta ao estúdio do Em Ponto, ninguém comentou a fala vazada ou assumiu autoria dela.
O governo de Israel aprovou o acordo assinado com o grupo terrorista Hamas para encerra a guerra na Faixa de Gaza. O acordo sugerido pelos Estados Unidos pode colocar um fim no conflito após dois anos e dois dias, a partir desta quinta-feira (9). Em Gaza, Hamas afirmou ter recebido garantias dos Estados Unidos e dos mediadores Turquia, Qatar e Egito de que o conflito oficialmente acabou.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país está prestes a conseguir o retorno dos reféns ainda em poder do Hamas. "Lutamos por dois anos para atingir nossos objetivos de guerra", afirmou o premiê, em inglês, em reunião de gabinete ao lado de Steve Witkoff e Jared Kushner, enviados do presidente Donald Trump que participaram da reunião. "Um desses objetivos era a volta dos reféns, todos eles, vivos e mortos. E estamos prestes a atingir esse objetivo."
Com a aprovação do acordo, um cessar-fogo no território palestino entrou imediatamente em vigor. Nesta quinta, relatos de bombardeios israelenses contra Gaza foram registrados pelas agências de notícias e por palestinos no território, mas a expectativa é de que Exército de Israel inicie sua retirada de Gaza nas primeiras 24 horas após o anúncio, possibilitando que o Hamas reúna todos os reféns.
De 48 horas a 72 horas depois do anúncio, provavelmente entre sábado e domingo, todos os sequestrados ainda vivos devem ser libertos pelo Hamas. Não há clareza se os corpos dos reféns mortos também serão recuperados. Segundo informações da Folha de S. Paulo, a facção e Tel Aviv precisam ainda negociar a lista de prisioneiros palestinos que serão libertados por Israel —o Hamas diz que todas as mulheres e crianças presas serão soltas.
O Exército israelense afirmou, em comunicado, que já iniciou "preparações operacionais" para a primeira fase do acordo. O chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, instruiu as tropas a permanecerem em suas posições enquanto o pacto era discutido. A segunda fase, ainda a ser debatida a partir das diretrizes do plano anunciado por Trump, prevê o recuo para uma segunda linha de retirada ainda dentro de Gaza apenas após o estabelecimento de uma força internacional transitória de estabilização do território palestino.
Com o acordo eventualmente concluído, Israel ainda manterá uma zona-tampão por todo o perímetro de Gaza. Ou seja, na prática, a previsão é de que Tel Aviv mantenha o controle da fronteira de Gaza com o Egito, ainda que o plano do presidente americano proponha a entrada de ajuda humanitária no território palestino sem interferências.
Outro ponto ainda sem resolução, e que ameaça derrubar o acordo em próximas fases, é o desarmamento do Hamas. O grupo disse que não aceitará entregar suas armas e por isso, especialistas israelenses ouvidos pela Folha apontam que Tel Aviv pode ter que aceitar um desarmamento parcial, assim como o Hamas terá que aceitar uma retirada parcial de tropas israelenses de Gaza.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que Elon Musk, o homem mais rico do mundo, está sendo “falsamente manchado”, em meio às diversas acusações que vem sofrendo de que teria reproduzido um gesto nazista na última segunda-feira (20), após a segunda posse de Donald Trump como presidente dos EUA.
Em um comício que comemorava a posse do republicano, Musk estendeu o braço direito ao próprio peito e depois o estendeu na direção do público, gerando polêmicas devido às semelhanças do gesto com a saudação nazista utilizada por líderes fascistas na Alemanha e na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.
Musk rejeitou imediatamente as críticas, afirmando na rede social da qual é dono, o X, antigo Twitter que “o ataque ‘todos são Hitler’ é cansativo”. Em meio a esta controvérsia, nesta quinta-feira, Netanyahu saiu em defesa do fundador da montadora de carros Tesla e da empresa de exploração espacial SpaceX.
“Elon é um grande amigo de Israel. Ele visitou Israel depois do massacre de 7 de outubro, no qual os terroristas do Hamas cometeram a pior atrocidade contra o povo judeu desde o Holocausto. Ele vem, desde então, repetida e fortemente apoiado o direito de Israel de se defender contra os terroristas genocidas e regimes que buscam aniquilar o único estado judeu”, afirmou Netanyahu.
O comércio entre Brasil e Israel cresceu cerca de 130% no período entre 2021 e 2022, com 85% das exportações concentradas em produtos como petróleo, carne bovina, milho e soja, de acordo com dados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Porém, a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparando as ações militares israelenses na Faixa de Gaza à Alemanha nazista gerou um desgaste entre os países.
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Com a escalada das tensões entre Tel Aviv e Brasília, o Bahia Notícias procurou especialistas para analisar se a ponte comercial entre Brasil e Israel pode vir a ruir dependendo da intensidade dos tremores gerados pela declaração do presidente, que ecoou por todo o mundo. Na opinião do doutor em Ciências Sociais e especialista em Relações Internacionais, Luís Antônio Costa, a fala de Lula gerou um desgaste do ponto de vista diplomático, mas um rompimento econômico é improvável e, caso ocorra, na queda de braço quem perde é Israel.
“Do ponto de vista econômico não há comparação entre Brasil e Israel. O Brasil pode sobreviver, dada sua potência econômica, em meio a um fim das relações diplomáticas evoluindo para o fim das relações comerciais, o que não é automático. Os contratos são válidos e, mesmo caindo as relações diplomáticas, é possível manter as trocas comerciais. Mas caso houvesse o transbordamento para as relações econômicas, o Brasil pode com certeza sobreviver, deixando de comprar os fertilizantes, inseticidas e insumos da indústria química de Israel. O Brasil tem relações econômicas com centenas de países pelo mundo e diversifica os seus mercados consumidores e fornecedores”, afirmou o Luís Antônio, destacando que quem sai perdendo, verdadeiramente, com o fim dessa relação, é a economia israelense que está sofrendo com a guerra.
Após a declaração de Lula, ocorrida no último domingo (18), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, convocou embaixador no Brasil para "uma dura conversa de repreensão". No dia seguinte (19), o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, declarou Lula como “persona non grata”. Ao mesmo tempo, o grupo extremista Hamas agradeceu o presidente brasileiro pela fala contra o governo de Israel. Na visão do economista, doutor em Relações Internacionais e presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Igor Lucena, Tel Aviv já deixou claro que não vai recuar do ponto de vista diplomático. Ele não vê ganhos na postura do Brasil em "bater de frente" com Israel, mas acredita que somente os próximos dias definirão se as relações com o governo isralelense serão, ou não, cortadas.
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“Israel é a única democracia do Oriente Médio. Tem ao lado as principais democracias do mundo e, infelizmente, eu não vejo ganhos para o Brasil nesse tipo de conflito. Se a gente vai cortar relações, eu acho que os próximos dias vão mostrar. Mas não acredito que vai normalizar totalmente as relações até que haja algum tipo de pedido de desculpas. E, aparentemente, isso não vai existir no Brasil. Do ponto de vista econômico, as relações do Brasil com Israel são muito pequenas. A gente está falando de entre US$ 600 milhões a 800 milhões anuais, e nós exportamos para Israel basicamente produtos primários”, afirmou o economista.
O Brasil comprou US$ 2,1 bilhões de bens e serviços de Israel em 2022, sendo que 54% foram adubos e fertilizantes. Além disso, mesmo com as exportações de petróleo entre as nações terem começado apenas em 2021, já se transformaram no principal item da exportado em 2022, passando de US$ 1 bilhão. O valor equivale a 56,7% dos embarques totais de US$ 1,8 bilhão.
Justamente por isso, o doutor em Geografia e Pesquisador Político da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Antônio Lobo, também não acredita que deva ocorrer o rompimento das relações econômicas entre Brasil e Israel, porém, se esse cenário se concretizar, a economia brasileira como um todo não seria afetada, uma vez que a maioria das negociações econômicas empresariais entre os países é feita no âmbito comercial privado.
“Esse comércio muito provavelmente não vai ser afetado, porque as empresas israelenses e as empresas brasileiras que têm suas trocas comerciais consolidadas, não vão deixar de manter esses laços comerciais, econômicos e empresariais por conta desse imbróglio diplomático. Então, a tendência é que essas relações comerciais não sejam afetadas. Para se ter uma ideia, em 2023, R$ 2 bilhões em trocas comerciais foram celebradas entre Brasil e Israel, e os israelenses levam vantagem nesse processo. Israel tem um superávit de aproximadamente R$ 1 bilhão nessas trocas comerciais. Então, se houver um rompimento, do ponto de vista econômico comercial, Israel vai ser o mais afetado, e eu não acho que o empresariado e o governo israelenses vão querer um rompimento econômico comercial com o Brasil”, destacou o especialista.
AFINAL, O BRASIL PERDE EM ALGO?
A resposta é sim. O Brasil possui uma série de acordos na área tecnológica com Israel. A Força Aérea Brasileira (FAB), por exemplo, possui projetos que dependem de tecnologia israelense e que podem acabar indo “por água abaixo” caso o Tel Aviv rompa laços com Brasília. “O Brasil tem um conjunto grande de acordos de tecnologia com o Israel, de diversos pontos, desde de salinização, sistemas de segurança até alta tecnologia. Se a gente tiver uma queda na relação econômica, esses acordos vão ser desfeitos, transferências de tecnologia vão deixar de existir, e o Brasil fica para trás e sem um grande parceiro na área de desenvolvimento. Somos importadores de produtos de alta tecnologia. Nesse sentido, o Brasil perde muito mais do que Israel. Perderemos um parceiro na área de tecnologia e segurança que, para nós, hoje é fundamental, dado o nível de segurança pública alarmante que o Brasil está”, disse Igor Lucena.
De acordo com Antônio Lobo, a crise entre os dois países poderá ter impactos no setor aeronáutico. A exemplo do que ocorreu na Colômbia após entoar crítica à postura de Israel na Faixa de Gaza, e agora não terá mais apoio logístico para a frota de caças Kfir fabricadas pela Israel Aerospace Industries (IAI), o Brasil também pode sofrer uma espécie de retaliação.
“A FAB e a Embraer [Empresa Brasileira de Aviação] desenvolveram um avião de transporte militar chamado KC-390. Uma parte da tecnologia utilizada pela aeronave também é fornecida por empresas de tecnologia militar de Israel. Então, se o governo israelense resolver impedir que essas empresas continuem fornecendo essa tecnologia, isso geraria um problema produtivo para a Embraer conseguir produzir novos aviões de transporte militar. O KC-390 que é uma jóia da coroa que a Embraer tem exportado para vários países do mundo e é uma aeronave muito procurada no mercado”, afirmou o doutor em Geografia.
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Aeronave KC-390 | Foto: Divulgação / FAB
Segundo o portal especializado Aeroin, o principal afetado seria a AEL Sistemas, uma subsidiária da israelense Elbit Systems que tem 25% de participação na Embraer. A empresa fabrica a suíte eletrônica do cargueiro Embraer KC-390 e é responsável por fazer o display do caça Gripen da FAB. Antônio Lobo, completa que, apesar da possível interferência israelense no acordo, diferentemente da Colômbia, o Brasil está mais seguro do ponto de vista contratual.
“Uma medida que o Benjamin Netanyahu tomou já há alguns meses foi cortar o fornecimento de equipamentos e de tecnologia militar para a Colômbia. Só que a Colômbia compra diretamente e tem contratos celebrados de forma direta com empresas israelenses. No caso do Brasil e do caça Gripen é diferente, porque o contrato do Brasil é com a Suécia. Porém, a Suécia depende de tecnologia israelense em alguns componentes do caça. A Colômbia estava mais vulnerável. O Brasil não está tanto, mas o Estado de Israel pode sim atrapalhar bastante”, afirmou o especialista.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou neste domingo (18) que vai convocar o embaixador brasileiro para "uma dura conversa de repreensão". A postagem feita no X [antigo Twitter] foi feita após a fala do presidente Luís Inácio Lula da Silva que comparou a guerra em Gaza com o Holocausto nazista e ações de Hitler que mataram mais de 6 milhões de judeus.
"As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender", escreveu o líder israelense de extrema-direita. A declaração de Lula ocorreu durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia. O presidente brasileiro participa da 37ª Cúpula da União Africana e de reuniões bilaterais com chefes de Estado do continente.
"O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus", disse Lula ao ser questionado sobre a decisão de alguns países de suspender repasses financeiros à agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que dá assistência a refugiados palestinos, a UNRWA.
A fala de Lula também gerou reação da Confederação Israelita do Brasil (Conib) que a considerou "distorção perversa da realidade".
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jaques Wagner
"Te afianço que vamos corrigir, tanto em cima como embaixo".
Disse o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), durante a discussão na Comissão de Assuntos Econômicos sobre o projeto que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, indicando que a faixa de cobrança dos chamados “super-ricos”, que ganham acima de R$ 600 mil, precisaria ser retificada a cada ano.