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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou por volta de 10h nesta terça-feira (21) com destino à África do Sul, onde seu voo fará escala antes de prosseguir para a Indonésia. Lula seguiu viagem sem fazer o anúncio da indicação do futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na vaga deixada por Luís Roberto Barroso.
Havia a expectativa em Brasília de que o presidente Lula indicaria ainda nesta terça o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, para o lugar de Barroso. Lula inclusive teve um encontro na noite desta segunda (20) com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para comunicar sua escolha.
Segundo disse o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), ao site G1, Alcolumbre defendeu junto a Lula a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga de Luís Roberto Barroso no STF. Jaques Wagner esteve com Lula antes de o presidente da República embarcar para a Ásia.
Na conversa nesta manhã, Lula teria detalhado como havia sido a reunião a sós com Alcolumbre, no Palácio da Alvorada. O líder do governo disse que, na agenda entre os presidentes, Alcolumbre voltou a defender o nome de Pacheco.
Para Jaques Wagner, no entanto, Lula tem “convicção firmada” em torno da escolha de Jorge Messias para a cadeira.
“Eu que agendei a conversa [entre Lula e Alcolumbre]. Era o que eu esperava: ele [Alcolumbre] foi defender o nome do Pacheco. Se o presidente [Lula] disse se já escolheu ou não escolheu [o indicado], eu não sei. Não gosto de me precipitar. Acho que ele [Lula] está com a convicção firmada”, disse o senador baiano.
O líder confirmou que o presidente Lula só fará a indicação na próxima semana, quando voltar de viagem. Antes da definição, Lula deve se reunir com Rodrigo Pacheco e com o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), para comunicar a sua escolha por Messias.
De acordo com Jaques Wagner, apesar das movimentações de Alcolumbre, o presidente Lula “continua convencido” de que Rodrigo Pacheco deve ser candidato a governador de Minas Gerais em 2026.
“É pública a torcida dele [Alcolumbre] pelo Rodrigo [Pacheco]. Acho absolutamente normal. O presidente continua convencido de que o melhor nome para disputar o governo de Minas é o Rodrigo”, declarou Wagner ao Uol.
Após mais de 120 anos de atraso, o projeto para a construção da Ponte Internacional Rio Mamoré, ligando o Brasil (Guajará-Mirim) e a Bolívia (Guayaramerin) deve finalmente sair do papel. A conexão que nasce a BR-425/RO, em Roraima, terá 1,2 km de extensão e faz parte do novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).
Apesar do governo brasileiro ter entoado que o principal motivo da conexão é fortalecer a integração na América do Sul, “a menina dos olhos” do Brasil pode partir do anseio do país em ampliar seu comércio pelo Oceano Pacífico para expandir as relações econômicas com o distante continente asiático.
O economista, doutor em Relações Internacionais e presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Igor Lucena, pontua que a movimentação do governo brasileiro para estreitar os laços com os países vizinhos da América Latina deve ser levada em consideração, até por conta da Bolívia ter ingressado no Mercosul - bloco econômico que reúne Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -, em janeiro deste ano. Porém, o Brasil, aparentemente, tem objetivos a longo prazo mais amplos do que fortalecer conexões com “seus irmãos”.
“O fato da Bolívia estar entrando no Mercosul significa que precisa de uma maior integração social de mercadorias, de serviços e de pessoas. Mas talvez para o Brasil, seja mais importante a possibilidade de ter uma saída para o [Oceano] Pacífico. Grandes nações, como os Estados Unidos e o Canadá, têm saídas para o Atlântico e para o Pacífico. Isso gera uma integração econômica muito boa”, pontuou o doutor em Relações Internacionais.
O acordo firmado para a construção da estrutura é de 2007, durante o governo Lula 2, mas nunca saiu do papel. O projeto foi elaborado em 2015 pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e atualizado em 2023.
Igor Lucena relembra que o eixo econômico do mundo “se desloca” para o Pacífico, a exemplo de Japão, China, Coreia do Sul e Singapura. Justamente por isso, facilitar a ida para essa região pode impulsionar o comércio brasileiro com o asiático. “Se a gente fizer uma análise econômica de longo prazo, ela pode se tornar, assim, uma ligação estratégica para mercadorias do Mercosul que vão poder ir até a Bolívia e serem escoadas para o Pacífico”, pontuou o especialista.
Há três saídas do Brasil para países vizinhos que dão acesso a portos do Pacífico. As fronteiras ficam em Cáceres, no Mato Grosso, Guajará-Mirim, em Rondônia - onde a ponte até a Bolívia será construída -, e Assis Brasil, no Acre.
TRATADO DE PETRÓPOLIS
A Ponte Internacional Rio Mamoré nasceu como parte de uma série de acordos previstos no Tratado de Petrópolis, firmado em 1903 durante a compra do Acre pelo Brasil. Em troca, o governo brasileiro teve de pagar dois milhões de libras esterlinas (cerca de R$ 2 bilhões, em valores atualizados); construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré, que facilitaria o escoamento das exportações bolivianas; e ceder áreas do Mato Grosso ao país vizinho.
“Apesar de 120 anos de atraso, a gente está falando de uma ponte que liga os dois países de uma maneira muito significativa. Tem essa situação onde o Acre também era uma região da Bolívia, e é uma demanda histórica ainda do Tratado de Petrópolis de 1900. Lembrando que o Acre é uma região extremamente complexa do ponto de vista do desenvolvimento econômico”, destacou Igor Lucena.
ALTOS CUSTOS
No entanto, nem tudo são flores. Por mais que a ponte seja vista com bons olhos, ela deve sair “salgada”. A previsão é de que as obras comecem em 2025 e sejam concluídas em 2027, após 36 meses, com custo inicial de R$ 300 milhões para o governo brasileiro. No entanto, no edital lançado pelo Dnit acerca do empreendimento, o valor global das obras está estipulado em cerca de R$ 430 milhões.
Na visão de Igor Lucena, as cifras são altas, sobretudo considerando o cenário de déficit orçamentário do Brasil e dos valores que devem ser repassados para conter as enchentes que devastaram parte do Rio Grande do Sul.
“O grande problema é a questão de custos. O Brasil está na situação de déficit orçamentário. A gente está falando de um valor de aproximadamente 500 milhões de reais, execução de três, quatro anos, mas a gente sabe que obras desse tipo são muito difíceis de ser realizadas nesses custos pré-estabelecidos e nesse próprio prazo. Até porque o Brasil vai desviar muitos recursos para a reconstrução do Rio Grande do Sul, que é mais importante”, destacou o economista.
No total, o país tem 12 pontes binacionais, sendo que duas estão em construção e outras três estão sob planejamento. A mais conhecida é a Ponte Internacional da Amizade, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Há também estruturas que conectam cidades brasileiras a: Guiana Francesa, Guiana, Peru, Uruguai, Argentina, além da própria Bolívia.
Além da ponte de Guajará-Mirim, o governo brasileiro planeja construir mais duas pontes binacionais, conectando o Brasil à Argentina e ao Uruguai. Ainda estão em obras outras duas estruturas que ligarão o país ao Paraguai.
Confira os filmes selecionados:
Longas
- A Sorte que Você Procura Está em Outro Biscoito (The Fortune you Seek is in Another Cookie), de Johannes Gierlinger – Áustria
- Bridgend, de Jeppe Rønde - Dinamarca/Reino Unido
- La Última Tierra, de Pablo Lamar - Paraguai/Holanda/Chile/Catar
- O Amanhã (The Here After), de Magnus Von Horn - Polônia/Suécia/França
- O Cinema, Manoel de Oliveira, e Eu, de João Botelho - Portugal
- Treblinka, de Sérgio Tréfaut - Portugal
Curtas
- À Distância (In the Distance), de Florian Grolig - Alemanha
- Antes da Refeição (Avant le Repas), de Fabien & Sophie Tran Minh - França/Vietnã
- Ascensão, de Pedro Peralta - Portugal
- Balada de um Batráquio, de Leonor Teles - Portugal
- Bruno, de Marina Siero - Espanha
- Campo de Víboras, de Cristèle Alves Meira – França/Portugal
- Euroman, de Gabriel Tzafka – Dinamarca
- Fat Boy Never Slim, de Sorayos Prapapan - Tailândia
- Irmãos de Sangue (Blood Brothers), de Marco Espírito Santo e Miguel Coimbra - Portugal
- O Reflexo do Poder (The Reflection of Power), de Mihai Grecu – França
- Olho Selvagem (Ojo Salvaje), de Paco Nicolás - Espanha
- Sinto Muito (I am Sorry), de Teodor Kuhn - Eslováquia
- Waves '98, de Ely Dagher – Líbano
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jerônimo Rodrigues
"As facções também investem, e muito, em inteligência. Eles montam uma indústria de armas. No último fim de semana vimos que muitas dessas peças são montadas aqui mesmo, não vêm todas de fora".
Disse o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) ao comentar que não há negacionismo na política de segurança pública do estado e destacou que o enfrentamento ao crime hoje exige novas estratégias, diante da evolução tecnológica das facções criminosas.