artes marciais

A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) passou a analisar um Projeto de Lei que propõe a inclusão obrigatória de artes marciais e técnicas de defesa pessoal no currículo das escolas públicas estaduais. A proposta foi protocolada pelo deputado Felipe Duarte (PP) nesta terça-feira (16) e prevê que os conteúdos sejam ministrados dentro das aulas de educação física.

De acordo com o texto, as atividades devem ser direcionadas a todos os alunos aptos e ministradas exclusivamente por profissionais licenciados em educação física. Na justificativa, Duarte aponta o combate à violência contra a mulher como a principal motivação para a iniciativa. O parlamentar lembra que “as taxas de feminicídios têm se ampliado” e ressalta que o poder público deve atuar não apenas na repressão, mas também na prevenção.

“É fato público e notório que a violência contra a mulher atinge números alarmantes, sendo obrigação do poder público instituir meios de extirpar esse mal de nossa sociedade, quer seja pela reeducação masculina, quer seja pelo aperfeiçoamento da defesa pessoal feminina”, afirma no documento.

O texto também cita a importância da escola como espaço de formação cidadã e de enfrentamento ao machismo estrutural. “Uma vivência diária baseada na violência e na agressividade constante impacta diretamente na vida social de uma criança ou adolescente, prejudicando o convívio e o aprendizado. Nesse intento, o presente Projeto de Lei visa incluir no currículo estadual aulas de defesa pessoal, particularmente para alunas, a fim de franquear-lhes meios de defesa em situações de injusta agressão”, reforça.

A proposta ainda será analisada pelas comissões temáticas da AL-BA antes vir ao plenário. Caso seja aprovada, ela entrará em vigor a partir da sanção do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

O Ultimate Fighting Championship (UFC) se despediu de uma de suas maiores lendas: o norte-americano Jon Jones.O lutador de 37 anos anunciou sua aposentadoria dos octógonos no último sábado (21).

A confirmação da aposentadoria, por parte do ex-campeão dos pesos pesados do UFC, veio após a divulgação da informação por Dana White, CEO da liga de artes marciais, que estava presente em uma coletiva de imprensa realizada em Baku, no Azerbaijão. 

Jon Jones foi um dos maiores atletas das artes marciais. Em seu cartel, foram registradas 30 confrontos, 28 vitórias, uma derrota e um duelo sem resultado. Além dos pesos-pesados, Jonathan Dwight Jones, também conhecido como Jon “Bones” (Ossos), conquistou o cinturão dos meio-pesados. O lutador norte-americano foi dominante e deixou um legado na história do MMA. 

Confira o anúncio publicado oficialmente por Jon Jones:

"Hoje, anuncio oficialmente minha aposentadoria do UFC. Esta decisão vem após muita reflexão, quero reservar um momento para expressar minha mais profunda gratidão pela jornada que vivi ao longo dos anos.

Desde a primeira vez que pisei no octógono, meu objetivo era desafiar os limites do que era possível neste esporte. Tornar-me o mais jovem campeão do UFC da história, defender meu título contra alguns dos melhores lutadores do mundo e compartilhar momentos inesquecíveis com fãs do mundo todo — essas são memórias que guardarei para sempre. Enfrentei altos e baixos incríveis, mas cada desafio me ensinou algo valioso e me tornou mais forte, tanto como lutador quanto como pessoa.

Quero agradecer ao UFC, ao Dana, ao Hunter, ao Lorenzo, a Deus, à minha família, aos meus treinadores, aos meus companheiros de equipe e a todos os fãs que me apoiaram em cada capítulo. O apoio inabalável e a fé que vocês depositaram em mim foram a minha base. Aos meus colegas lutadores, obrigado por despertarem o que há de melhor em mim e pelo respeito que compartilhamos dentro e fora do octógono.

Ao encerrar este capítulo da minha vida, anseio por novas oportunidades e desafios. O MMA sempre fará parte de quem eu sou, estou animado para ver como posso continuar contribuindo para o esporte e inspirar outras pessoas de novas maneiras. Obrigado a todos por fazerem parte desta jornada incrível comigo. O melhor ainda está por vir."

Salvador será palco de um fim de semana regado a artes marciais. Neste sábado (17), o Centro de Boxe e Artes Marciais, no Largo de Roma, receberá dois eventos simultâneos: o Circuito MVB, que faz parte do calendário oficial da Federação Baiana de Jiu-Jitsu e MMA (FBJJMMA), e lutas casadas de grappling/jiu-jitsu nogi (sem kimono). As disputas começam às 17h.

As atividades contam com o apoio da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), órgão vinculado à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), e reunirão 60 atletas de ambos os sexos, com idades entre 12 e 59 anos. A organização estima um público de cerca de 500 pessoas para acompanhar as lutas.

Mais cedo, no mesmo local, a partir das 9h, acontece o 3º Curso de Regras e Arbitragem de Jiu-Jitsu, voltado para atletas e professores graduados que desejam atuar como árbitros oficiais. O curso é dividido em etapas teóricas e práticas, incluindo duas provas — uma escrita e uma visual. Ao final, os participantes receberão certificado de conclusão. A formação está prevista para terminar às 17h.

Já no domingo (18), o jiu-jitsu baiano se desloca para o Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras, onde será realizado o I Bahia Open de Jiu-Jitsu, a partir das 9h. O torneio contará com a participação de 435 atletas, incluindo 35 representantes do parajiu-jitsu, oriundos tanto do interior da Bahia quanto da capital.

O evento Rainhas Fight chega à sua quarta edição no próximo domingo (30), a partir das 15h, no Centro de Boxe e Artes Marciais da Bahia, localizado no Largo de Roma, na Cidade Baixa, em Salvador. A competição tem como foco a valorização da presença feminina nas modalidades de kickboxing e muaythai.

A iniciativa conta com apoio da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb) e faz parte das ações do Núcleo Mais Mulheres no Esporte em celebração ao Mês da Mulher. Segundo a organizadora do evento, Geisa Magalhães, o Rainhas Fight vem crescendo a cada edição e busca criar mais oportunidades para as mulheres dentro das artes marciais.

“Nesta edição, o Rainhas Fight faz história ao fechar, pela primeira vez na Bahia, uma equipe de arbitragem 100% feminina, um marco para a representatividade das mulheres dentro e fora do ringue”, afirmou.

A competição contará com atletas de diversas cidades baianas, como Simões Filho, São Francisco do Conde, Candeias, Dias D'Ávila, Camaçari e Salvador. A programação inclui a chegada das atletas às 13h, sessão de fotos às 13h30, um encontro com uma neuropsicanalista às 14h, passagem das regras às 14h30 e, finalmente, o início dos combates às 15h.

Para Juliana Camões, coordenadora do Núcleo Mais Mulheres no Esporte, o evento reforça a luta das mulheres por espaço. 

“Esse é um evento que tem grande importância, sobretudo no mês de março, quando celebramos o Dia Internacional da Mulher, pois demonstra que a mulher pode estar onde quiser. A luta também é um ambiente feminino”, pontuou a gestora.

Centro de Boxe recebe outros eventos de artes marciais
Além do Rainhas Fight, o Centro de Boxe e Artes Marciais da Bahia será palco de outros eventos neste fim de semana. No sábado (29), a partir das 19h, acontece o Cage Masters Fighting Championship, que terá 13 combates, incluindo lutas de MMA, capoeira e extreme dirty boxing. Entre os destaques, está o confronto entre o baiano João Amarante e o paraense Almir Sampaio, além da luta feminina entre Renata Rehulk e Ingrid Gonçalves.

No domingo (30), pela manhã, o local também receberá o treinamento da Seleção Baiana de Karatê, reunindo cerca de 80 atletas definidos pelo ranking da Federação Bahiana de Karatê (FBK). A programação inclui treinos da modalidade kumitê das 8h às 10h, sob a responsabilidade do professor João Luiz, e da modalidade kata das 10h às 12h, conduzidos pelo professor Fabrice Chiron. Com uma agenda movimentada, o Centro de Boxe reafirma sua relevância como principal palco das artes marciais no estado.

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou legítimo o aumento da pena-base no crime de lesão corporal cometido por praticante de artes marciais. Para o colegiado, os princípios éticos das modalidades esportivas de luta preveem a utilização da violência apenas em situações extremas, de modo que o delito com uso da força, nesses casos, configura maior reprovação da conduta.

O entendimento foi estabelecido em caso no qual o réu, em uma casa noturna, desferiu um soco no rosto da vítima, causando-lhe debilidade permanente no lábio inferior e deformidade definitiva da face.

Em primeiro grau, no momento de fixar a pena-base pelo crime de lesão corporal, o juízo levou em consideração o fato de o réu ser praticante de jiu-jítsu e valorou negativamente a circunstância judicial da culpabilidade. A pena final, fixada em três anos e quatro meses de reclusão, em regime semiaberto, foi mantida pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC).

No STJ, o relator, desembargador convocado Olindo Menezes, reduziu a pena para dois anos e sete meses de reclusão e manteve o semiaberto, mas a defesa, por meio de agravo regimental, insistiu na tese de que a valoração negativa da culpabilidade teria violado o artigo 59 do Código Penal.

Em seu voto no julgamento do agravo, o desembargador Jesuíno Rissato – que assumiu a relatoria do processo – transcreveu precedente do STJ segundo o qual a culpabilidade deve ser entendida como o juízo de reprovabilidade sobre a conduta do agente, apontando maior ou menor censura de seu comportamento.

Reafirmando os termos da decisão do relator original, o desembargador assinalou que o fato de o réu ser praticante de artes marciais, cujos princípios éticos vedam o uso da violência salvo em casos extremos, "justifica validamente a exasperação da pena-base, porquanto evidencia maior reprovabilidade da conduta".

Com esse entendimento, a Sexta Turma manteve a pena fixada na decisão monocrática, inclusive o regime semiaberto.