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Um combatente baiano conhecido pelo codinome "Arcanjo" foi preso na Ucrânia por cobrar ilegalmente "taxa de alistamento" de brasileiros que recrutava para lutar contra a Rússia. Segundo informações do site Alô Juca, é alvo das apurações após a tentativa de evasão e o suposto esquema financeiro aplicado no país.
No programa desta quinta-feira (23), Marcelo Castro conversou o sargento Reis, que falou diretamente de Kiev, que ressaltou que não tinha conhecimento das investigações que estavam em andamento sobre o baiano. Na conversa, ele também contou que foi ele quem levou Arcanjo para lutar na Ucrânia.
O soldado, natural de Cajazeiras, bairro de Salvador, está no país do Leste Europeu há quatro meses. Durante sua permanência, Arcanjo tem atuado no setor de inteligência do GUR (Departamento Principal de Inteligência da Ucrânia) e participado de operações especiais junto à companhia Advanced Company Group.
A prisão aconteceu depois que ele iniciou, em agosto deste ano, uma campanha para recrutar moradores da Bahia. Seu objetivo era incorporá-los a uma unidade de elite das forças ucranianas no conflito contra a Rússia.
A Advanced Company Group havia autorizado o baiano a selecionar novos integrantes em seu estado natal. A organização oferece aos selecionados passagens aéreas, hospedagem, alimentação, treinamento especializado e fornecimento de armamentos e equipamentos modernos.
De acordo com as informações divulgadas por Arcanjo, os salários podem chegar a R$ 26 mil, variando conforme a função e o desempenho em combate. Entre os requisitos exigidos dos candidatos estão bom condicionamento físico, estabilidade mental e passaporte válido.
Não foram divulgados detalhes sobre o período de detenção do combatente, nem se ele enfrentará outras consequências legais. Também não há informações sobre o número de pessoas afetadas pela cobrança ilegal ou o valor da taxa exigida.
A decisão de abandonar o Brasil para enfrentar o front de uma guerra nunca é simples. Aos 31 anos, o baiano conhecido como Big Jhon, ex-radialista e morador do bairro de Cajazeiras, em Salvador, escolheu a Ucrânia como destino e o combate como missão. Hoje, longe da rotina da capital baiana, ele atende apenas por Arcanjo, codinome que passou a usar por questões de segurança e que o acompanha na linha de frente da defesa territorial contra a invasão russa.
A chegada ao país do leste europeu foi marcada por exaustão física e choque psicológico. Foram mais de 18 horas de viagem até o primeiro contato com o cenário de guerra. "A gente chega respirando a morte. Cemitérios, fábricas de lápide, o semblante pesado das pessoas. Apesar de tentarem viver normalmente, o clima é outro", relata Arcanjo, que ainda aguarda o primeiro contato direto com o campo de batalha, previsto para ocorrer nas próximas semanas.

Segundo ele, a decisão de se alistar foi motivada por três razões: justiça, vocação e condições financeiras. “O que a Rússia faz com o povo da Ucrânia é inadmissível, é como o que Israel fez com Gaza. Eu também já fui militar, entre 2012 e 2013, no Exército em Salvador. E o salário aqui também é atrativo. Juntei os três motivos e vim”, explica.
Arcanjo conta que a despedida da Bahia não foi fácil, especialmente por se tratar de um retorno às suas raízes. “Me despedir foi duro. A Bahia é minha raiz, tem histórias maravilhosas, mas eu precisava buscar algo novo para melhorar a vida da minha família”, diz.
Enquanto aguarda o enfrentamento direto, ele passa por treinamentos militares intensos e já vivenciou momentos de tensão com alertas de bombardeio. “A gente precisou correr para abrigos subterrâneos. Ouvir o drone passando por cima da nossa cabeça é aterrorizante”, relata.
Apesar do medo, que admite sentir, ele afirma não conhecer a covardia. “Eu tenho medo de tudo, até de sapo. Mas covardia eu não tenho. Jesus teve medo, e quem sou eu para não ter? Só que sigo lutando com os irmãos”, afirma.
O baiano também destaca a valorização que os soldados recebem no país europeu. “Aqui somos tratados como heróis. No metrô, nas ruas, nos carros. As pessoas nos agradecem, tiram fotos. É diferente do Brasil, onde soldado é visto como pintor de meio-fio ou faxineiro. Isso nos motiva a continuar”, diz.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Adolpho Loyola
"É uma escolha técnica e cuidadosa, que representa um novo polo de desenvolvimento da Bahia. Podemos compará-lo a um novo polo petroquímico".
Disse o secretário de Relações Institucionais da Bahia (Serin), Adolpho Loyola ao destacar a capacidade do secretário Mateus Dias para cuidar do desenvolvimento da ponte Salvador-Itaparica.