Oposição e governo na AL-BA não pretendem questionar manutenção de Roberto Carlos na Corregedoria
Por José Marques
Azi: 'A gente vai fazer o quê?' | Foto: Tiago Melo / Bahia Notícias
Um mês após a deflagração da Operação Detalhes da Polícia Federal, que abriu inquérito sobre o deputado estadual Roberto Carlos (PDT) e oito funcionários lotados em seu gabinete, o silêncio continua a reinar na Assembleia Legislativa da Bahia. Nenhum dos 63 parlamentares, até agora, subiu ao plenário para se manifestar sobre a sindicância ou sobre a manutenção de um investigado por suspeita de formação de quadrilha, peculato, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro na Corregedoria da Casa. No início de abril, Roberto Carlos prometeu subir à tribuna para se pronunciar sobre as acusações, o que não aconteceu. Mesmo assim, os representantes do Legislativo agem como se tudo estivesse em dia. A questão não deve ser levantada nem pela bancada de oposição, crítica contumaz das atividades da ala da maioria. Em entrevista ao Bahia Notícias, o líder oposicionista, Paulo Azi (DEM), foi taxativo. Segundo ele, “não cabe questionar em plenário sobre isso”. “Desse assunto já tratei externamente e não vou politizar sobre ele. Esse assunto não é meu”, esquivou. O democrata acha que isso não é um “tema do governo ou da oposição”. “O deputado [Roberto Carlos] já colocou que não sabe do que está sendo acusado. O presidente da Casa [Marcelo Nilo] fez um ofício à Polícia Federal e ao Ministério Público para saber do que se tratava o inquérito e eles disseram que não podiam responder. A única declaração dada pela Polícia Federal foi feita por um delegado à imprensa, não a nós. A gente vai fazer o quê?”, impotentizou-se. Questionado se não poderia pedir à Mesa Diretora que afastasse o pedetista do cargo de corregedor, Azi jogou a bola para a outra bancada. “Isso aí é com o líder da maioria, ele que indicou [Roberto Carlos]. A oposição não pode fazer nada em relação a isso”, garantiu.
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