Caso de infidelidade leva a afastamento de pastor por relação com nora; entenda
Por Redação
Um escândalo familiar com repercussão institucional provocou o afastamento do pastor Sales Batista de Souza da presidência da Assembleia de Deus Missão em Marabá, no sudeste do Pará, e de cargos ocupados na convenção estadual da denominação. O caso envolve denúncias de relacionamento extraconjugal com a nora e disputas internas por poder e patrimônio.
A crise teve início após denúncia feita pela esposa do pastor, a missionária Raquel Viegas, que afirma ter descoberto um suposto relacionamento entre Sales Batista e Luciana Salles, esposa do filho do casal, Kennedy Salles. Investigações particulares encomendadas por Raquel apontam que o envolvimento teria ocorrido ao longo de cerca de seis anos.
Com o avanço das apurações internas, o caso passou a envolver suspeitas de articulações familiares para controle patrimonial e institucional da igreja. De acordo com relatos de lideranças da própria Assembleia de Deus Missão, Kennedy Salles teria conhecimento do relacionamento e, segundo essas fontes, teria usado a situação para fragilizar o pai e tentar assumir o controle de bens da família e da instituição religiosa.
As denúncias citam ainda disputas sobre a administração do patrimônio familiar, estimado internamente em grande parte sob controle de Raquel Viegas, além de suspeitas envolvendo o desaparecimento de uma dívida de R$ 500 mil dos cofres da igreja. Também há relatos internos sobre questionamentos quanto à paternidade de uma das filhas de Luciana Salles, com possibilidade de realização de exame de DNA.
Outras acusações, consideradas graves, foram levadas ao conhecimento da igreja e estão sendo analisadas internamente, incluindo relatos de conflitos familiares extremos. As informações, no entanto, não foram confirmadas oficialmente pelas autoridades.
Diante da repercussão, a diretoria da Assembleia de Deus Missão confirmou o afastamento de Sales Batista na última sexta-feira (26) e iniciou o processo de transição administrativa, conforme o estatuto da instituição. A igreja possui 132 templos na região e celebrou cem anos de fundação em março de 2025.
O pastor Marcos Melo, então primeiro vice-presidente, assumiu interinamente a presidência da igreja em Marabá. A escolha do novo presidente definitivo será acompanhada pela Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Pará.
Além do afastamento local, Sales Batista também renunciou ao cargo de primeiro vice-presidente da Convenção Interestadual de Ministros e Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus no Pará, função que havia assumido após eleição realizada há cerca de um mês. Em comunicado, o presidente da convenção, pastor Ocelio Nauar de Araújo, informou que a diretoria será recomposta conforme os estatutos.
No sábado (27), Sales Batista se manifestou publicamente pela primeira vez após o afastamento, por meio de uma nota publicada no Instagram. No texto, ele pediu perdão à liderança e aos fiéis por “acontecimentos recentes”, afirmou ser humano e sujeito a falhas e disse não ter tido a intenção de causar escândalo à igreja. A nota não menciona diretamente as denúncias nem cita sua esposa.
Antes da publicação, o pastor havia desativado seus perfis nas redes sociais. A Assembleia de Deus Missão informou que o processo segue sob acompanhamento da convenção estadual, enquanto novas informações continuam sendo analisadas internamente.
