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CCJ aprova PEC de Eduardo Cunha que proíbe todas as possibilidades de aborto legal no Brasil

Por Edu Mota, de Brasília

CCJ aprova PEC de Eduardo Cunha que proíbe todas as possibilidades de aborto legal no Brasil
Foto: Edu Mota / Bahia Notícias

Por 35 votos a favor e apenas 15 contrários, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, nesta quarta-feira (27), a PEC 164/2012, que proíbe o aborto legal no Brasil. A PEC teve sua admissibilidade aprovada, e agora terá o mérito discutido em uma comissão especial a ser criada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). 

 

A interrupção da gravidez atualmente é permitida no país nos casos de risco de morte da gestante, de gravidez por estupro e de anencefalia fetal, ou seja, de má-formação do cérebro do feto. A PEC busca modificar o artigo 5ª da Constituição Federal, acrescentando que a vida é inviolável "desde a concepção". 

 

De acordo com os autores da PEC, os ex-deputados Eduardo Cunha e João Campos, a inclusão dessa frase no texto do artigo 5° passará a proibir todas as possibilidades de aborto legal permitidas pela legislação brasileira. A relatora da proposta, deputada Chris Tonietto (PL/RJ), defendeu a gestação nos casos de estupro. 

 

"A sua mãe sofreu uma violência [estrupo]. Esse bebê pode ser morto por causa de um crime que ele não cometeu? Isso é justo? Esse é um ponto que eu questiono”, afirmou a relatora durante a sessão.

 

A sessão de votação na CCJ foi tumultuada e teve momentos de tensão. A presidente do colegiado, deputada bolsonarista Caroline De Toni (PL-SC), chegou a expulsar manifestantes do plenário para tentar votar a proposta. 

 

A deputada criticou os gritos de protesto de militantes a favor do aborto que acompanhavam a discussão da PEC 164/2012, e determinou que a Polícia Legislativa Federal (PLF) retirasse o grupo do plenário, o que gerou novos protestos no corredor de comissões da Câmara.

 

"É um absurdo, e ainda foi com violência, a mando da presidente da CCJ. É uma falta de respeito com as mulheres diante de um projeto que atrasa o Brasil em mais de 40 anos em termos de direitos adquiridos pelas mulheres há muito tempo. A nossa voz deveria ser ouvida nesta Casa", disse a vereadora Karla Coser (PT), de Vitória (ES), ao falar com a imprensa. 

 

Não há prazo para a criação da comissão especial que irá discutir o mérito da proposta. Deputados governistas disseram acreditar que dificilmente a comissão será criada ainda neste ano.