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Isenção de ISS do metrô vai ser “barganha” por redução de ICMS para transporte público

Por Fernando Duarte

Isenção de ISS do metrô vai ser “barganha” por redução de ICMS para transporte público
Foto: Betto Jr / PMS | Adriel Francisco / Divulgação | Reginaldo Ipê / CMS

O presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), se tornou o “dono da bola” quando trouxe a público o prazo de novembro como final para a atual isenção do ISS para o metrô de Salvador. Após 10 anos, o prefeito Bruno Reis (União) precisaria encaminhar um novo projeto, para só então os vereadores apreciarem. Aí aparece uma “zona cinzenta”, que torna uma “barganha” para a prefeitura de Salvador pleitear a redução do ICMS de combustíveis para transporte público.

 

Fontes ligadas ao Palácio Thomé de Souza indicam que qualquer negociação envolvendo uma renovação da isenção do ISS para o metrô da capital baiana só acontece se o governador Jerônimo Rodrigues (PT) sentar para conversar com o prefeito. Nesta quinta-feira (10), Bruno Reis reiterou que, apesar da abertura, não houve contato formal para que uma reunião entre ele e Jerônimo finalmente aconteça. A queda de braços, ainda em fase inicial, atende a diversos requisitos para uma disputa política envolvendo as duas instâncias.

 

A prefeitura não tem muito a perder, caso a isenção deixe de existir. Desde o início da operação do sistema metroviário, uma concessão privada sob tutela do governo estadual, Salvador deixou de arrecadar cerca de R$ 130 milhões - ou seja, passaria a contar com uma arrecadação até então em remissão. A cifra não é tão expressiva, mas a depender da escolha narrativa, Bruno Reis caminha para não sair mal na vida.

 

Já o governo, que atualmente subsidia o funcionamento do metrô da capital baiana, teria que ampliar a injeção de recursos no sistema e lidar com as consequências políticas de não permitir a redução do ICMS dos combustíveis para o transporte público rodoviário. Jerônimo, até o momento, não se manifestou formalmente sobre a hipótese. A única manifestação pública recente sobre o tema veio do então governador Rui Costa, que negou a hipótese em meio à guerra com o governo de Jair Bolsonaro pela cobrança do imposto estadual.

 

No meio desse promissor debate, o presidente da Câmara mantém um pé em cada lado da política baiana e pode ser alçado à condição de negociador entre as partes. Muniz teria sinalizado o problema ao governo e se colocado disponível para tentar encontrar um denominador comum entre as partes. Até novembro, o problema deverá ser solucionado. Caso contrário, Jerônimo pode ter uma dor de cabeça que estava -ainda - fora do radar.