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"Falta" de espaço pode ser obstáculo para prefeitura de Salvador tirar teatro municipal do papel; entenda

Por Gabriel Lopes

"Falta" de espaço pode ser obstáculo para prefeitura de Salvador tirar teatro municipal do papel; entenda
Imagem ilustrativa | Foto: Betto Jr./Secom

A prefeitura de Salvador não esconde o desejo de construir um teatro municipal e tem estudado a viabilidade para tirar a ideia do papel. Bruno Reis e sua equipe, contudo, enfrentam dificuldade ao analisar os locais que poderiam abrigar o equipamento cultural. Durante o processo, alguns locais foram colocados em pauta de discussão e já descartados, a exemplo dos antigos Cine-Teatro Jandaia e Cine Pax, localizados na Baixa dos Sapateiros. Os dois imóveis estão localizados na Avenida José Joaquim Seabra e poucos metros os separam.

 

Procuradas pelo Bahia Notícias, fontes da prefeitura ligadas ao setor cultural apontam três principais motivos para o veto aos dois espaços: segurança, ausência de espaço para estacionamento no próprio local e o acesso. Em relação ao terceiro fator, a Av. J.J. Seabra possui apenas duas faixas - inclusive com trecho de mão e contramão - no meio do tradicional comércio da Baixa dos Sapateiros e é considerada "estreita". Isso porque a ideia da gestão municipal é fazer um teatro com tamanho equivalente ao Castro Alves (TCA), localizado no Campo Grande, e que no início do ano teve parte de sua estrutura atingida por um incêndio.

 

No caso do Cine Jandaia, há a expectativa para a recuperação do espaço por parte do governo do Estado. Em maio, o Bahia Notícias mostrou que o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) tem realizado estudos para a intervenção no imóvel, erguido em art-déco e art nouveau na primeira década do século passado. Segundo Luciana Mandelli, diretora geral do IPAC, a obra está dentro do plano do governo Jerônimo Rodrigues (PT), mas não houve detalhamento do provável uso da estrutura ou estágio do estudo.

 

O equipamento cultural foi tombado em definitivo pelo órgão em 2015 e está fechado desde os anos 1990. O Jandaia faz parte do patrimônio do estado da Bahia desde 2014, quando foi doado pelos antigos proprietários.

 

Outro local analisado e que já teria sido vetado foi o Centro de Convenções instalado na orla da Boca do Rio. Sem detalhar os motivos, uma das fontes ouvidas pelo BN afirmou que a negativa teria partido do próprio conglomerado francês GL Events, concessionária responsável pela administração. A ideia era que o teatro municipal se instalasse em um espaço do Centro de Convenções que atualmente não é usado para exposições, mas sim para debates e "mesas redondas".

 

ESPAÇO MULTIUSO E NOVAS TENDÊNCIAS

Para tirar o teatro municipal do campo das ideias, a prefeitura de Salvador também tem definido que o local precisa estar de acordo com uma nova tendência. Em entrevista recente ao Bahia Notícias o presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, afirmou que os espaços teatrais agora precisam ser "multiusos e desmontáveis".

 

"A gente precisa ter um teatro de 1.200 lugares, ou 1.000 lugares, para ser um meio termo entre o TCA. Estamos vendo essa possibilidade, discutindo isso com o prefeito, para ver se a gente consegue um espaço, onde consiga implementar um teatro municipal para preencher essa lacuna que está aí", disse Guerreiro.

 

Quem também já falou sobre a ideia foi o secretário municipal da Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho. "A gente está colocando agora nos nossos projetos o desenvolvimento de um projeto executivo para fazer um teatro municipal, estamos trabalhando para construir um teatro que tenha o tamanho equivalente ao Teatro Castro Alves", explicou também em entrevista ao site.

 

"A gente está procurando exatamente lugares, possibilidades para fazer, mas é uma coisa que está na probabilidade nossa, para talvez ainda esse ano lançar uma coisa nesse caminho. Não é uma coisa simples, é um investimento alto para a prefeitura, não quer dizer que não pode ser feito, mas demora mesmo pra fazer", acrescentou.