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Estudante do Colégio Adventista termina ano letivo em casa para fugir de violências de colegas

Por Leonardo Almeida

Estudante do Colégio Adventista termina ano letivo em casa para fugir de violências de colegas
Foto: Reprodução / Google Maps

Uma adolescente de apenas 13 anos de idade precisou passar o restante do ano letivo dentro de casa por conta de abusos sofridos por colegas, da mesma faixa etária, na unidade do Colégio Adventista no bairro de Castelo Branco. Entre as violências sofridas pela estudantes estão acusações de “macumba”, ameaças de agressões físicas e até suposições de teor sexual acerca da estudante.

 

A mãe da adolescente que realizou a denúncia, que preferiu não se identificar, afirmou que procurou pela direção do colégio, mas relatou que não houve nenhuma prática para coibir as agressões sofridas pela estudante. Segundo ela, os responsáveis pela administração da unidade foram procurados ainda em agosto.

 

“Cheguei a ir na delegacia com todas as provas que eu tinha, foi aí que a escola tomou um susto e chamou todos os pais. Disseram que iam tomar medidas, mas não tomaram medida nenhuma contra eles. Tive que colocar minha filha dentro de casa e tirar de lá. Até hoje não aconteceu nada, as pessoas continuam lá”, relatou a mãe da estudante.

 

Os alunos do colégio que participavam das acusações chegaram a realizar publicações nas redes sociais agredindo verbalmente a criança, chegando a afirmar que ela mantinha práticas sexuais dentro da unidade com estudantes mais velhos. O grupo, inclusive, fez um áudio simulando a atividade em um dos banheiros da escola.

 

Imagens obtidas pelo Bahia Notícias

 

Segundo a mãe, os abusos começaram a ser feitos depois de um campeonato de futsal dentro do Adventista, em agosto. Após sua filha ganhar um prêmio de destaque, os alunos do colégio teriam começado com as agressões, afirmando que a menina havia realizado “macumba” para vencer a competição.

 

“Assim que acabou o campeonato ela começou a receber prints de grupos acusando ela de fazer ‘macumba’ para determinado time perder. Eu dei umas pulseiras de Cosme e Damião e eles ficaram chamando ela de macumbeira. Fizeram figurinhas e depois começaram a ir para outros ataques”, afirmou a responsável.

 

A Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI) chegou a receber a denúncia e procurou os representantes do Adventista, que se comprometeram a tomar uma atitude sobre as agressões. Em contato com o Bahia Notícias, o DAI confirmou a existência do inquérito, mas não deu mais detalhes por se tratar de menores de idade.

 

Em contato com o Bahia Notícias, o Colégio Adventista confirmou a ocorrência e afirmou que realizou uma reunião com os pais e, segundo a entidade, aplicou uma penalidade sócioeducativa em um dos envolvidos e que os outros pararam com a prática. A escola também ressaltou que tem feito uma grade para que aluna não se prejudique no âmbito escolar.

 

“A escola chamou os envolvidos e seus pais, aconselhou, como houve reincidência de um aluno, a escola aplicou uma penalidade sócioeducativa em um dos envolvidos, os outros pararam com a prática. Como a aluna deixou de ir ao colégio, foi montada uma grade de suporte acadêmico para que ela não fosse prejudicada por causa dos conteúdos e avaliações”, afirmou a diretoria do colégio.

 

O Adventista também afirmou que não houve violência dentro das dependências do colégio, sendo limitadas apenas às redes sociais. Além disso, o colégio disse que ofereceu acompanhamento psicológico para a adolescente, mas que o convite foi recusado pela mãe da estudante.

 

“Salientamos que não houve nenhum tipo de violência nas dependências da escola, tendo o fato acontecido nas redes sociais dos envolvidos. Todas as medidas e procedimentos foram adotados a partir do momento em que diretoria e coordenação tomaram conhecimento sobre o assunto. Foi oferecido acompanhamento psicológico, mas em determinado momento foi recusado pela mãe, alegando que a filha teria dificuldade em ir à unidade escolar”, disse o colégio.

 

“O Colégio Adventista de Castelo Branco não compactua com nenhum tipo de violência, ensinado aos alunos a importância de respeitar as diferenças e aborda em sala de aula e projetos especiais, a importância de combate ao bullying”, completou.

 

A escola também disse que, até o momento, a Delegacia Especial de Crime contra a Criança e o Adolescente (Derca) não a convidou a prestar depoimentos sobre o caso.