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Politização e embate com Anvisa não resolve impasse com Sputnik V, diz imunologista

Por Jade Coelho

Politização e embate com Anvisa não resolve impasse com Sputnik V, diz imunologista
Foto: Reprodução/Youtube

A comunidade científica não concorda com a maneira como o governo da Bahia vem fazendo cobranças à Anvisa em relação a aprovação da Sputnik V. Baiano, o cientista Gustavo Cabral, que pesquisa sobre vacinas contra a Covid-19 na Universidade de São Paulo (USP), ressaltou que a Anvisa, de fato, precisa de mais informações para aprovar a vacina russa.

 

“A Anvisa e essas agências sanitárias internacionais são pontuais e criteriosas, então não adianta gerar embate político”, comentou ao citar o exemplo do órgão americano FDA, que até o momento não aprovou o uso da vacina de Oxford/Atrazeneca nos Estados Unidos pelo mesmo motivo: falta de informações. “O foco é técnico cientifico, ponto. Se fizer isso [entregar os dados], vai ser aceito”, completou.

 

Cabral sinalizou que chegou a se reunir e alertar o governador Rui Costa (PT) e o secretário da Saúde da Bahia Fábio Vilas-Boas sobre a necessidade de mais informações. Segundo ele, em momentos e situações como essas é preciso ser muito específico, e ir para Anvisa com os dados que eles exigem.

 

“Jamais eu assinaria um documento para levar vacina para a população sem ter certeza absoluta que essa vacina foi produzida em condições laboratoriais favoráveis que gerasse condições para que ela forneça o que é capaz de fornecer, que é segurança e eficiência”, comentou o imunologista durante entrevista ao programa Bahia Notícia no Ar, da rádio Salvador FM 92,3.

 

A Bahia é um dos estados que entrou com recurso do Supremo Tribunal Federal (STF) em uma tentativa de obter autorização para importar e utilizar a vacina russa contra a Covid-19. O Consórcio Nordeste fechou um acordo de intenções para adquirir 37 milhões de doses. A Anvisa analisou no mês passado os dados fornecidos pela desenvolvedora da Sputnik V, mas negou o pedido de importação alegando que precisa de mais informações.

 

Diante do impasse, o governo da Bahia e o secretário Fábio Vilas-Boas tem feito cobranças e críticas à Anvisa.

 

Para Gustavo Cabral, esse não é o caminho. “Quer discutir politicamente? Discuta outros projetos. Tecnicamente mostre dados e condições laboratoriais e vamos levar essa vacina, que é muito boa, para a população. Mas precisa ser comprovada a condição que foi produzida e todas as características experimentais”, disse o cientista.