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Rui 'só atende quem critica': 'Vale a pena ser governo?', questiona Marcelo Nilo

Por Bruno Luiz

Rui 'só atende quem critica':  'Vale a pena ser governo?', questiona Marcelo Nilo
Foto: Cláudia Cardozo/ Bahia Notícias

Aliado histórico dos governos petistas, o deputado federal Marcelo Nilo (PSB-BA) cogita agora voltar para o lugar onde esteve durante 16 anos de sua trajetória política: a oposição. 

 

Decepcionado com o tratamento pouco igualitário dispensado pelo governador Rui Costa (PT) a apoiadores, ele afirma ter marcado uma reunião com a Executiva estadual do PSB para a próxima segunda-feira (18), na qual vai discutir se continua ou não na base aliada ao petista. “Vou comunicar que não estou satisfeito com o governo”, afirma, em entrevista ao Bahia Notícias.

 

O estopim para a irritação de Nilo foi o anúncio feito nesta quinta (14) de que o vice-governador João Leão (PP) será secretário da Casa Civil, e o atual presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Nelson Leal (PP), assumirá o comando da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE). 

 

Para Nilo, Leão “peitou Rui de público, bateu, ofendeu” e, no fim das contas, foi recompensado com duas pastas. Enquanto isso, aliados “leais, parceiros e amigos” estão “chupando dedo” em relação aos espaços ocupados na gestão.

 

“Leão sabe que só consegue as coisas batendo, ofendendo. Já não basta a Cerb [Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia] atender só o PP, agora ele terá a Casa Civil. Tá claro que o governador só atende quem critica. [...] Eu, que lidei com eles durante dez anos na AL-BA, sou incompetente. Fui sempre leal, parceiro, amigo, mas não tenho nada. A Embasa, que era minha, por exemplo, eu perdi”, diz, em tom de queixa.

 

Quando fala sobre as críticas de Leão a Rui, Nilo se refere à disputa pela presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), quando o vice-governador bancou uma candidatura do PP ao cargo para o biênio 2021-2022, em detrimento de um acordo feito pelo governador em dezembro de 2018. Pelo pacto, quem assumiria o comando da Casa por este período seria o deputado estadual Adolfo Menezes, do PSD. O confronto fez o petista se desdobrar nos bastidores para evitar um racha entre os partidos. No fim das contas, Rui conseguiu o consenso (veja aqui), mas o PP também vai aumentar a cota de secretarias na gestão. 

 

“Os dois grandes vitoriosos na disputa foram o PSD, que ficou com a presidência da Assembleia, e o PP, que ficou com a Casa Civil”, diz, vaticinando também que o governo “só se resume ao PP e o PSD.” “Enquanto os outros partidos que são leais, parceiros, companheiros, que não fazem jogo de bater para receber, estão chupando dedo. Eu pergunto a mim mesmo: vale a pena continuar no governo? Vou consultar meus amigos”, questiona. 

 

Segundo ele, ser aliado de Rui não tem trazido nenhum bônus. Na avaliação dele, o petista tem preterido apoiadores históricos, de linhas ideológicas de esquerda, próximas às do PT, para beneficiar ex-aliados de Antônio Carlos Magalhães. “Rui Costa tem uma paixão por ex-carlista”, vaticina.

 

Com esta situação, resta, segundo Nilo, avaliar a viabilidade de continuar sendo apoiador do projeto petista. “Quando você é oposição, você é feliz porque tem projeto. Do jeito que está, é melhor ser oposição do que governo só com ônus, sem bônus”, conclui.

 

Ele traz uma situação que mostra como o governo estaria tratando aliados de forma diferenciada. “O PSB retirou a candidatura de Lídice para apoiar Denice. O PP apoiou a candidatura de Olívia, que não era a candidata do governador. O PSB não está ganhando nada com isso, e o PP recebeu a Casa Civil, só falta sentar na cadeira do governador. Vale a pena ser governo sem ter participação efetiva no governo?”, questiona Nilo, que vive o ocaso de quem já foi presidente da AL-BA por dez anos e vê minguar sua influência no governo.