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Contrária a venda do Prq. de Exposições, Faeb pede diálogo e melhoria na gestão do espaço

Por Mari Leal

Contrária a venda do Prq. de Exposições, Faeb pede diálogo e melhoria na gestão do espaço
Foto: Divulgação/Seagri-BA

A decisão do governo da Bahia pela alienação da área do Parque de Exposições em Salvador gerou manifestação negativa junto ao setor agropecuário. Contrárias à decisão, instituições ligadas à cadeia de produção no estado, no geral, pedem diálogo e propostas de dinamização do espaço, conforme reporta Humberto Miranda, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), que representa cerca de 750 mil produtores rurais baianos. 

 

Por meio da Secretaria de Administração, o governo da Bahia publicou, no Diário Oficial desta quarta-feira (28), um aviso de chamamento público a empresas interessadas em estabelecer empreendimentos em algumas áreas na capital baiana, a exemplo do terreno do Parque de Exposições. Ao comentar a publicação nesta terça-feira (27) durante o programa online Papo Correria, o governador Rui Costa (PT) utilizou como argumento para a venda a “necessidade de gerar empregos”, afirmando que uma área próxima à estação do metrô e ao aeroporto não poderia ficar “parada” (reveja). 

 

“Somos completamente contra a venda do Parque de Exposições sem que seja criada outra alternativa. Somos um setor que representa 50% das exportações do estado, o setor representa mais de 20% do PIB. A gente emprega, e o governo falou muito sobre essa questão, mais de duas milhões de pessoas e aquele é um espaço que representa como esses empregos lá no campo refletem aqui em Salvador”, avalia. 

 

Humberto concorda com a necessidade de um melhor aproveitamento da área, mas destaca que a gestão é feita pelo governo da Bahia, logo, o “ônus da má gestão” não pode ser direcionado ao setor. “Ali é uma área nobre, em uma região nobre da cidade. A gente reconhece isso. Precisa ser melhor utilizado e nós também estamos de acordo nisso, mas uma coisa importante de lembrar é que a gestão é do governo, não é do setor. Se está havendo uma má gestão, é responsabilidade do governo. Se não tem mais eventos nem é utilizado para outras atividades, o problema não é do setor. É o governo que não está sendo eficiente na gestão”, enfatiza. 

 

“A gente não pode pegar o patrimônio público que está sendo mal gerido e achar que a saída é vender. Temos é que melhorar a gestão. Fazer daquele espaço uma área multifuncional, que funcione todo o ano para atender não apenas as atividades diretas do setor agropecuário, mas outras atividades correlatas como agricultura, culinária, eventos de música. Ali tem a possibilidade de fazer muitas outras coisas associadas aos eventos do parque”, acrescenta.

 

Ainda sobre a máxima da geração de empregos, a avaliação do presidente da Faeb é a de que a produção do setor primário reflete na implementação de renda também em atividades de outros setores. 

 

“Os produtos de setor primário refletem a geração de emprego em outras atividades, como o comércio. Tudo que é produzido no interior do estado, a fruta, a verdura, o leite, o iogurte vem gerar emprego na capital, nos supermercados, nas feirinhas dos bairros, no mercado informal, até na indústria dos maquinários, dos insumos. O campo acaba gerando emprego na capital e ao redor das grandes cidades”, reflete Humberto ao ponderar o critério apontado pelo governo do Estado para a decisão de venda da área.  

 

“O que a gente prega é diálogo. Pegar aquele espaço e utilizar de forma que atenda ao setor e a outros setores”, completou, mostrando-se favorável até a uma proposta de venda de uma parcela do terreno, “desde que seja preservada a parte do setor e revitalize, faça uma gestão mais eficiente”. 

 

Foto: Humberto Miranda, presidente da Faeb