PT busca pontos de convergência entre partidos da base de Rui em favor de Denice Santiago
por Mari Leal

A pré-campanha da postulante à prefeitura de Salvador, major Denice Santiago (PT), tem se mantido irredutível no discurso de busca por uma convergência entre os partidos que compõem a base do governador Rui Costa em torno da campanha petista. O cenário, no entanto, já demonstra dispersões, a exemplo do acordo já posto entre o PCdoB e o PP, com uma possível chapa formada por Olívia Santana e Niltinho.
Conforme apurado pelo Bahia Notícia, a ideia é de que, dentro do possível, os partidos buscarão se alinhar para garantir a construção de uma chapa que reúna elementos caros ao governador. São eles, a manutenção da identidade e propostas do campo da esquerda, somada a um composição que agregue o “centro político” e o “centro conservador”. Neste último se enquadraria o também pré-candidato, deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante), que adere a algumas perspectivas da esquerda sem abrir mão do discurso ideológico.
De acordo com o novo calendário eleitoral, aprovado após a prorrogação do pleito para o mês de novembro por conta da pandemia, as convenções partidárias devem acontecer entre 31 de agosto e 16 de setembro.
“Nós do PT temos dialogado com aqueles partidos que não definiram por completo suas posições e, claro, buscamos fortalecer o palanque da nossa candidata Major Denice. Para o PT, na Bahia e no Brasil, Salvador será prioritária, seja porque se trata da capital do principal”, diz o presidente estadual da sigla, Eden Valadares.
Ao BN, o Valadares voltou a afirmar que a dispersão na base não assusta a cúpula baiana. “Tanto o governador Rui Costa quanto o senador Jaques Wagner encaram com naturalidade a ideia de se ter mais do que uma candidatura na base aliada”, pois o “ importante é que a tática eleitoral por inteiro, alcançando os dois turnos, seja pactuada dentro do grupo, sob a liderança do governador Rui”.
Já o presidente municipal, Ademário Costa, vai além: “O PT está dialogando com todos os partidos. Ainda não é um diálogo pragmático [de definição de chapa]. Por enquanto, a perspectiva é encontrar o centro de convergência de ideias e propostas para a cidade. Ver o que tem em comum”.
Nos bastidores, porém, nomes ligados ao próprio partido duvidam que a pressão gerada pela disputa de eleitores com perfis semelhantes entre Denice e Olívia permita a “existência” das duas candidaturas. A leitura inicial é de que o movimento não seria bom para a própria base, pois pecaria na missão “tirar voto de Neto”, ou de Bruno Reis, neste caso.
Para Valadares, “não tem essa matemática direta” e “ter duas ou três candidaturas pode ampliar os votos, buscar mais setores da sociedade, e não menos”. Para justificar o raciocínio, o presidente estadual retomou o cenário das eleições 2008.
“Muita gente achava um erro a base do então governador Wagner ter três candidaturas para enfrentar ACM Neto e no final das contas passaram dois aliados e o DEM ficou de fora”. Naquele pleito, o candidato petista, Walter Pinheiro, perdeu para João Henrique, que garantiu a reeleição com 58,46% dos votos no segundo turno.
Além do PT, a base do governador Rui Costa agrega, pelo menos, outras 14 legendas: PP, PDT, PSD, PSB, PCdo B, PR, PMB, PRP, Podemos, Avante, PMN, PROS e PTC. Destes, sete já apresentaram pré-candidaturas. Outro destaque neste contexto é a situação do próprio PDT. Apesar de o presidente estadual, deputado federal Félix Mendonça, reiteradas vezes negar saída da base do governador, no âmbito municipal, há cenário favorável para apoio direto ao indicado de ACM Neto.
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