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Shopping da Bahia cria normas para reabrir, mas não há previsão de autorização

Por Ailma Teixeira / Matheus Caldas

Shopping da Bahia cria normas para reabrir, mas não há previsão de autorização
Foto: Divulgação

Embora a prefeitura de Salvador afirme que ainda não há definições sobre o momento nem sobre as regras para reabertura dos shoppings, empresas do setor já se organizam para isso. O Shopping da Bahia (SDB) enviou um documento com "recomendações e procedimentos" para a reabertura das lojas situadas no espaço.

 

"Após definida pelo poder público a data para a reabertura dos shoppings, é nosso dever atuar com cautela, serenidade e responsabilidade. Por este motivo, estamos compartilhando este guia de recomendações e procedimentos", diz o documento, de maio deste ano. O Bahia Notícias obteve acesso ao arquivo por meio do presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindlojas), Paulo Motta. Ele teceu uma série de críticas ao que chamou de "norma violentíssima".

 

"Recebi hoje de um lojista. Querem que o lojista crie todas as condições internas pra funcionar. Assim é melhor que não abra", rechaçou Mattos, em entrevista ao BN.

 

Ao longo do documento, o Shopping da Bahia ressalta que segue todas as regras do Ministério da Saúde e das secretarias estadual e municipal, e que manterá uma campanha de conscientização para os clientes, disponibilização de álcool gel, retirada de bancos e lounges, reforço nos procedimentos de limpeza das áreas comuns, banheiros e ar-condicionado, entre outras medidas.

 

"Diariamente, uma equipe treinada passará nas lojas para medição de temperatura de todos os funcionários. Nosso ambulatório seguirá aberto durante o funcionamento do shopping para qualquer eventualidade", indica o documento.

 

Como "dicas gerais", a administração do shopping sugere aos lojistas a limpeza completa das lojas antes da abertura; disponibilização de álcool gel 70% em locais visíveis para clientes e funcionários; implantação de aviso sobre capacidade máxima de lotação do espaço, conforme estabelecido por decretos locais; instalação de proteção de acrílico entre o funcionário que trabalha no caixa de pagamento e os clientes; controle do fluxo de entrada com organização das filas e adesivação do piso no caso de operação que provocam filas essencialmente, como bancos e lotéricas; suspensão da oferta de água, café e demais mimos; e manutenção das portas abertas em tempo integral. Dicas específicas sugerem que restaurantes, academias, salões e clínicas de estética façam ainda pausas de 30 minutos nos turnos para desinfecção.

 

Em relação aos funcionários, o shopping sugere a medição diária de temperatura de todos e afastamento daqueles que apresentarem febre acima de 37,8ºC. Outras recomendações incluem o afastamento dos que estão no grupo de risco da Covid-19 e o desenvolvimento de um questionário para treinar a equipe na ativa a responder dúvidas sobre os itens de segurança e higienização. 

 

"Procure estabelecer uma comunicação clara e transparente entre a equipe da loja e os clientes para transmitir segurança. A equipe não deve 'negar' doença, porém deve explicar aos clientes que tanto a loja, como o shopping, estão tomando as medidas recomendadas pela OMS e Ministério da Saúde, além das determinações dos decretos municipais e estaduais. Além disso, foi contratada também a consultoria/ assessoria de um infectologista com o objetivo de auxiliar no direcionamento de ações e procedimentos", pontua o texto.

 

No quesito pagamentos, a recomendação é para priorizar a modalidade por aproximação, depois via cartão e, em último caso, em espécie. A máquina de cartão também deve ser higienizada com álcool 70% a cada utilização.

 

Além disso, os lojistas devem providenciar a dedetização da loja na reabertura, fazer a manutenção constante no equipamento de climatização e trocar os filtros do ar-condicionado.

 

Contrário a esse modelo de reabertura, o presidente do sindicato criticou ainda as medidas tomadas pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e pelo governador Rui Costa (PT). Na avaliação dele, até os gestores estão confusos com a situação. "Suspende por 15 dias [o fechamento do comércio], depois prorroga novamente. Não há uma consistência, não pra nós, empresários, nem para o consumidor. Agora mesmo abriu concessionária, abriu negócio de delicatessen, disse que vai abrir loja de até 200 m², mas o consumidor fica confuso como nós ficamos e ainda somamos prejuízos", desabafou o lojista.

 

Para ele, o melhor caminho é reabrir toda a atividade econômica, com o Poder Público concedendo as condições sanitárias para que não haja explosão no número de casos da Covid-19. O Sindlojas apoia a proposta da Associação dos Comerciários da Bahia (ACB), que pede que a Bahia seja classificada em três faixas de infecção pela Covid-9 (leia mais aqui).

 

O BN procurou o secretário de Desenvolvimento e Urbanismo de Salvador (Sedur), Sergio Guanabara, que indicou que não conversou com o Sindlojas, mas mantém contato com o Fecomércio, a Câmara dos Dirigentes Logistas (CDL) e a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Bahia (FCDL-BA). “Em relação a shoppings, estamos há mais de 40 dias discutindo com eles a retomada e planejando com eles a retomada econômica de shoppings. Definimos com eles alguns protocolos”, explicou.

 

Segundo Guanabara, contudo, ainda não há indicativo de quando os shoppings poderão abrir na capital. No momento, os empreendimentos estão podendo atender apenas na função drive thru. “Quando a mudança da fase um para a fase dois, o prefeito ainda não decidiu para uma data. Não existe nenhuma expectativa de data. Não sabemos se vai ser em junho ou em julho. Naturalmente que essa data vai ser previamente comunicada aos shoppings, pois eles terão que se preparar para isso”, pontuou.

 

Quando a reabertura for feita, Salvador deverá seguir o que está sendo feito em outras cidades do país e do mundo, que retomam as atividades aos poucos, analisando os impactos de cada mudança.

 

Entidades renomadas na saúde, como a Fiocruz, alertam que não é hora de flexibilizar as medidas, já que a Bahia está numa região que ainda atravessa o pico de contaminação. A mesma avaliação é feita pelo coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, Miguel Nicolelis. Ele refuta a ideia de que a Bahia atingiu um platô nos índices de contaminação. Dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) indicam que até a noite desta terça-feira (2), foram contabilizados 21.430 casos e 736 mortes em decorrência pelo novo coronavírus.

 

RECOMENDAÇÕES SETORIZADAS NO SHOPPING DA BAHIA
O documento lista ainda "dicas específicas de acordo com o segmento". Para o setor de restaurantes, alguns destaques são as recomendações para manter as áreas de lazer internas fechadas, readequar o layout das mesas para atender à distância mínima entre as pessoas conforme estabelecido por decreto; e fazer intervalo de 30 minutos no meio do turno para desinfecção. 

 

No caso dos fast foods, será proibido o serviço de refil de bebidas e deve-se evitar o uso de bandejas, optando sempre por materiais descartáveis. 

 

Na categoria "moda, acessórios, calçados, joalherias e produtos de beleza", os provadores deverão ser isolados, a prova de brincos, anéis e demais acessórios está proibida, bem como a disponibilização de mostruários aos clientes para prova de produtos como batom, perfumes, cremes e maquiagem; e o shopping recomenda que as lojas revejam as políticas de trocas.

 

Nos espaços de lazer, o uso ou disponibilização de limpa sapato, tapete ou toalha umidificada de hipoclorito de sódio a 2% passa a ser obrigatório e fica proibida a utilização de qualquer brinquedo com escalada, piscina de bolinhas, carrinhos de bate-bate ou "brinquedões".

 

No setor "cabeleireiros, manicure, sobrancelhas e estética", os atendimentos deverão ocorrer com hora marcada, espaçamento de 1,5m entre as cadeiras de atendimento ou uso de barreiras de acrílico para separação e recomendação de intervalo de 15 minutos entre cada troca de paciente nos espaços. Outra recomendação é de intervalo de 30 minutos no meio do turno para desinfecção.

 

Essa mesma pausa é indicada para as academias, que deverão atender apenas clientes previamente agendados, com ocupação simultânea de um cliente a cada 4m². Todos os clientes devem ter sua temperatura aferida antes do início da atividade e outras dicas.

 

Ao BN, a assessoria de imprensa do Shopping da Bahia informou que “retomará suas atividades em alinhamento às determinações dos órgãos competentes e cumprindo rigoroso protocolo de reabertura, que prevê, entre suas medidas, a distribuição de uma cartilha para os lojistas. O documento, elaborado com apoio de um infectologista, traz orientações e cuidados para a operação no interior das lojas”.